Ressonância magnética: o que é, como funciona e para que serve?

A ressonância magnética é um dos exames radiológicos com maior qualidade de imagem.
Por isso, costuma ser pedida para tirar dúvidas deixadas por radiografias, tomografias e até ultrassonografias.
O segredo para os registros em alta resolução está na tecnologia contida no aparelho da RM, que combina ondas magnéticas e de rádio.
Além, é claro, do zelo para conduzir o exame, evitando interferências nas imagens.
Falo sobre esses assuntos ao longo deste artigo, incluindo as principais indicações e diferenças entre a ressonância e a tomografia.

Também comento as vantagens da interpretação a distância para o exame, viabilizada pela telemedicina.
Boa leitura!
O que é ressonância magnética?
Ressonância magnética é um método diagnóstico que emprega ondas de rádio e um campo magnético para captar imagens internas de alta resolução.
Sua técnica é indolor, não invasiva e relativamente rápida, embora certos exames precisem de algumas horas para serem concluídos.
Por permitir a visualização de detalhes dos tecidos moles (de menor densidade), a RM costuma ser solicitada como suporte à investigação de anormalidades em órgãos, músculos e articulações.
Mas também é útil no diagnóstico de tumores ósseos, por exemplo.
Qual a diferença entre tomografia e ressonância magnética?
Tanto a tomografia computadorizada quanto a ressonância magnética são procedimentos que contam com tecnologias inovadoras.
Isso é uma semelhança, mas também estabelece uma diferença conforme o tipo de tecnologia empregada.
Enquanto a ressonância utiliza ondas magnéticas e de rádio, a tomografia usa feixes de raio X combinados a um tubo giratório.
A movimentação do tubo do tomógrafo possibilita a aquisição de vários cortes transversais, equivalentes a radiografias simples a partir de ângulos diferentes.
Os equipamentos mais modernos viabilizam a união desses registros para formar imagens em 3D.
Já o aparelho de RM consiste num grande tubo, por onde a maca onde está o paciente se move para captar as imagens, que também podem ser apresentadas em 3D.
Contudo, o campo espacial da ressonância é mais amplo que o da tomografia, o que aumenta a qualidade dos registros.
Outra diferença fundamental está na radiação ionizante, presente na TC, mas não na RM.
Daí o fato de a ressonância ser indicada até mesmo para grupos sensíveis, como gestantes e crianças.

Para que serve a ressonância magnética?
É um exame médico que usa imagens em alta definição para visualizar a maioria dos órgãos internos do nosso corpo, como cabeça, pescoço, tórax, abdome e membros.
A ressonância magnética se destaca como o melhor exame de imagem médica por não utilizar radiação ionizante para gerar as imagens, com isso, não traz riscos para o paciente.
Quanto existem dúvidas nos resultados de Rx digital ou tomografia computadorizada, a ressonância magnética é indicada para esclarecer o diagnóstico e propor com isso a melhor alternativa de tratamento.
Diferente da tomografia computadorizada que usa contraste iodado, o exame de ressonância magnética usa o gadolínio que traz menos reações alérgicas e menos comprometimento da função renal.
O que é o contraste na ressonância magnética
Mencionei acima o uso de contraste à base de gadolínio para alguns exames de ressonância magnética.
O contraste pode ser definido como um composto que dá evidência a certas partes do organismo, fazendo com que apareçam com maior nitidez nas imagens radiológicas.
Basicamente, o contraste altera o campo magnético do tecido avaliado, que emite um sinal específico.
Além da RM, exames como raio X e tomografia também podem empregar meios de contraste.
Porém, eles costumam usar compostos iodados (à base de iodo), conhecidos pelo potencial de provocar alergias e outras reações adversas.
Por outro lado, o gadolínio raramente causa efeitos colaterais, sendo praticamente livre de contraindicações.
A substância é útil para investigar patologias como o câncer de mama, revelando, por exemplo, microcalcificações dificilmente vistas na mamografia.
Outros tipos de tumor também aparecem com clareza utilizando o contraste, pois são estruturas hipervascularizadas.
O composto ainda auxilia no diagnóstico de Alzheimer, aneurisma, acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial coronariana (DAC) e outras patologias que acometem os vasos sanguíneos.

Paciente deitado na mesa que fará a RM
O que a ressonância magnética detecta?
É indicada em investigação de pelo menos nove doenças:
- Diagnosticar esclerose múltipla.
- Diagnosticar tumores na glândula pituitária e outros tumores no cérebro.
- Diagnosticar infecções ou inflamações no cérebro, medula espinal ou articulações.
- Visualizar ligamentos rompidos no pulso, joelho, ombro e tornozelo.
- Diagnosticar tendinite, hérnias de disco, calcificações.
- Avaliar massas ou cistos nos tecidos macios do corpo.
- Avaliar tumores ósseos, cistos e hérnias de disco na coluna.
- Investigar AVC – Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico.
- Fazer o diagnóstico confirmatório de Espondilite Anquilosante.
A telemedicina é bastante útil quando o paciente precisa de uma ressonância com resultado rápido feito por um radiologista especialista em uma determinada área do corpo, pois pode ser realizada em qualquer lugar.
Saiba mais no final do post.
Como funciona a ressonância magnética?
A tecnologia por trás das imagens da RM combina um grande ímã a ondas de rádio.
Quando o equipamento é ligado, emite um campo magnético que promove o realinhamento em partículas (prótons) de átomos de hidrogênio.
É a partir da detecção dessas partículas que as imagens são formadas, com o suporte de ondas de rádio.
Os sinais são enviados a um computador com software específico, que usa um algoritmo para que sejam decodificados em imagens.

Como é feita a ressonância magnética?
A execução da ressonância magnética costuma durar cerca de 30 minutos a partir do momento que o paciente foi colocado no aparelho de ressonância nuclear magnética.
Ela não provoca nenhum tipo de dor.
Alguns pacientes podem sentir desconforto por ficarem em um espaço fechado e sem poder se mover, mas o ambiente é preparado com uma atmosfera agradável, incluindo para pacientes pediátricos.
Preparação para a RM
No horário marcado, o paciente é preparado, colocando um avental do serviço, feito perguntas sobre uso de próteses metálicas, uso de marcapasso, medo de lugares fechados, medicamentos que usa, cirurgias prévias, motivo do exame.
Após assinar um termo de consentimento, ele é levado para a sala de exame, é deitado na mesa do exame que leva para o interior do aparelho e para assim, iniciar o exame de RM.
Durante a execução dos cortes com emissão de ondas de rádio ocorre a formação de um barulho alto, incomodativo, por isso, é colocado um protetor de ouvido e junto com a mão do paciente fica um dispositivo para chamar e técnico no caso de algum desconforto.
Durante todo o tempo o técnico que fica numa sala ao lado monitorando se comunica com o paciente por meio de um interfone e presta toda a ajuda necessária para reduzir ao máximo o desconforto do paciente.
Para que esse mapeamento com cortes precisos seja correto, o paciente precisa ficar imobilizado, pois um deslocamento de apenas 3 milímetros pode inutilizar completamente o procedimento.
Após a finalização do exame o paciente é conduzido para a sala de vestir, se troca e é liberado, orientado para pegar o resultado do exame depois de 3 dias a 1 semana.

Sala de exame de RM
Qual médico faz ressonância magnética?
Geralmente, o exame é feito por um técnico em radiologia qualificado.
Esse profissional tem amplo conhecimento sobre o preparo e a realização de procedimentos radiológicos.
No entanto, como determina o CFM, somente médicos radiologistas podem interpretar e laudar a ressonância magnética.
Já o pedido pelo exame pode vir de médicos generalistas ou especialistas, a exemplo de:
- Clínicos gerais
- Geriatras
- Pediatras
- Cardiologistas
- Gastroenterologistas
- Neurologistas
- Ginecologistas
- Oncologistas
- Reumatologistas
- Ortopedistas.
Quanto custa um aparelho de ressonância magnética?
O preço do equipamento de RM pode variar bastante, dependendo de sua capacidade, funcionalidades e fabricante.
De qualquer forma, essa máquina costuma estar entre os maiores investimentos de hospitais e clínicas.
O custo de um aparelho novo está estimado entre US$ 1,5 milhão e US$ 3 milhões.
História da ressonância magnética
As primeiras pesquisas envolvendo a ressonância magnética foram publicadas na década de 50, especialmente por dois grupos de pesquisadores que trabalhavam separadamente.
Um deles era liderado por Felix Bloch, na Universidade de Stanford, e o outro era comandado por Edward Purcell, em Harvard.
Os dois estudiosos ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1952, reconhecidos pela descoberta de que o núcleo atômico, realizando um movimento de rotação em uma faixa de radiofrequência, é capaz de emitir um sinal detectável por um receptor de rádio.

Com base nesse princípio, a ressonância magnética, cujo nome completo é ressonância nuclear magnética, funciona por meio da criação de um campo magnético e de ondas de radiofrequência que atravessam o corpo do paciente.
O aparelho de ressonância magnética é capaz de captar as ondas eletromagnéticas e, com auxilio da matemática e informatica, obter informações detalhadas a respeito de órgãos e tecidos internos, tudo isso com imagens de alta definição.
Esse exame foi realizado pela primeira vez em 3 de julho de 1977, mas levou cinco horas para que uma imagem fosse finalmente gerada.
E mesmo assim, sua qualidade era bastante baixa, especialmente se comparada às que são obtidas hoje em dia.
Tipos de ressonância magnética
Há diferentes tipos de ressonância magnética, que variam conforme a área do corpo examinada.
Abaixo, falo sobre os principais.
Ressonância magnética do tórax, abdome ou bacia
Serve para diagnosticar infecções, inflamações, tumores ou massas em órgãos como útero, ovários, intestino grosso ou intestino delgado, próstata, vesícula seminal, bexiga, pâncreas, coração, pneumonias, enfisemas, bolas fúngicas no tórax.
Ressonância magnética do crânio
Investiga alterações nos vasos sanguíneos do crânio, chamadas de malformações cerebrais, hemorragia interna espontânea no hipertenso, trombose cerebral, também conhecida como AVC, tumores cerebrais, inflamações, infecções no cérebro ou nas suas veias; Alzheimer, demência, esclerose múltipla.
RM da coluna e articulações sacro-ilíacas
Investiga problemas na coluna como espondilite anquilosante e medula espinhal, como tumores, calcificações ou fragmentos de ossos, após fraturas ou corpo estranho após ferimento por arma de fogo.
RNM de articulações como ombro, cotovelo, punho, joelho ou tornozelo
Serve para avaliar os tecidos moles dentro da articulação, como a bursites, tendinites e ruptura de ligamentos.
Vantagens da ressonância magnética
Ao longo deste artigo, citei algumas das vantagens da ressonância magnética.
Contraindicações raras e imagens de alta resolução estão entre elas, mas não são as únicas.
Veja a seguir uma lista com os principais benefícios da RM:
- Possibilidade de diagnóstico por imagem de doenças em estágio inicial, que não aparecem em outros métodos como o raio X e a tomografia
- Suporte à investigação de patologias cerebrais em primeiro estágio, permitindo a adoção de terapias que retardam o avanço de doenças como o Alzheimer
- Não usa radiação ionizante, o que preserva o paciente da exposição e consequente acúmulo dessa energia no organismo. Esse tipo de radiação tem potencial cancerígeno
- Pode ser indicada para gestantes e crianças
- É um exame rápido, com duração média de 30 minutos
- É totalmente indolor para o paciente
- Não utiliza contraste iodado, evitando reações adversas ao iodo
- Pode ser repetida quantas vezes for preciso para a aquisição de registros suficientes
- A descrição das doenças em detalhes é extremamente completa.

Técnico em radiologia realizando o exame de RM
Telemedicina agiliza os laudos da ressonância magnética
Se a clínica de radiologia contratar os serviços de telemedicina, consegue liberar o exame em até 30 minutos ou imediatamente nas urgências.
O aparelho de ressonância magnética é configurado para enviar os registros direto para o PACS da Telemedicina e uma equipe de especialistas logados na plataforma online interpreta os exames e assina os laudos digitalmente.
Essa facilidade de obter o laudo a distância ajuda o paciente a fazer o diagnóstico rápido, reduzindo os custos para a Clínica de radiologia.
Quando a clínica ou o hospital não contam com um especialista para avaliar as imagens e emitir o laudo, elas podem ser enviadas para um médico de outra cidade, estado e até país, para que sejam analisadas à distância, usando uma plataforma de telemedicina.
Por conta disso, a telemedicina representa um avanço ainda maior da tecnologia usada a serviço da saúde.
Em resumo, a ressonância magnética é o melhor exame de imagem na atualidade para investigar doenças complexas com imagens em alta definição do interior do corpo humano.

A maioria das especialidades se beneficia com a ressonância magnética, desde a neurologia na investigação de doenças neurológicas como esclerose múltipla, espondilite anquilosante, até a cardiologia nas doenças do músculo cardíaco e coronárias.
A novidade é que clínicas de radiologia podem contar com a interpretação dos exames a distância em várias especialidades que só existem nos grandes centros.
A Telemedicina e Telessaúde ajudam locais mais retirados, nos quais o corpo clínico dos centros de saúde é mais limitado.
Eles podem contar com exames precisos e detalhados como a ressonância magnética com contraste, recebendo os laudos médicos em poucas horas, sem que o paciente precise se deslocar para centros maiores.
A ressonância magnética apesar de ser o exame de imagem mais específico na atualidade, é restrito em função do alto custo e da estrutura necessária para montar o serviço.
Aproveitar os benefícios da telemedicina para interpretar os exames irá baratear os custos nos laudos médicos e disponibilizar uma oportunidade maior para a população de sua região
Conclusão
São muitos os benefícios da ressonância magnética para pacientes, estabelecimentos e profissionais de saúde.
Neste texto, apresentei as vantagens, a tecnologia envolvida e as principais doenças diagnosticadas com o suporte da RM.
Você conheceu também as oportunidades disponibilizadas pela plataforma de telemedicina, que viabiliza a entrega do laudo da ressonância de forma ágil.
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