Tipos de Equipamentos de raio X e Telerradiologia

Por Dr. José Aldair Morsch, 24 de abril de 2020
equipamento de raio x na sala de radiologia

O equipamento de raio-X é um dos mais importantes quando o assunto é diagnóstico por imagem. Isso porque o dispositivo foi o precursor de todas as demais tecnologias nessa área, como os aparelhos de tomografia, mamografia e ressonância magnética.

Mas o que já era bom ficou ainda melhor. Hoje, os equipamentos radiológicos são encontrados em vários tipos, tamanhos e preços. Se você está pensando em adquirir um aparelho de RX ou quer aprender mais sobre ele, continue lendo este artigo.

Ao longo da leitura, você vai saber quem inventou o raio-X, como funciona, os principais exames realizados e os diferenciais da radiografia digital em comparação com o aparelho de raio-X convencional.

Além da história e da tecnologia por trás dos equipamentos, vou falar sobre opções de laudos disponíveis para a sua unidade de saúde. Vamos em frente?

Para que serve um equipamento de raio-X?

O equipamento de raio-X serve para tirar radiografias, que são como fotografias da parte interna do corpo. Por meio dessas imagens, é possível observar estruturas anatômicas, como ossos, órgãos e vasos sanguíneos, sem precisar de cirurgia.

Por ser barato e não invasivo, nem causar dor, o exame é um dos mais solicitados por médicos em todo o mundo.

Assim, o aparelho de raio-X tem ajudado os profissionais de saúde há décadas, facilitando diagnósticos de patologias localizadas em diversas partes do organismo.

Tumores, fraturas, bloqueios de vasos sanguíneos e até cáries são alguns dos males que podem ser identificados por meio de uma radiografia.

Quem inventou o raio X?

Os créditos vão para o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen.

Em 1895, ele descobriu os raios X e o uso deles para registrar imagens internas do corpo humano. Depois, compartilhou suas observações por meio do artigo “Sobre uma nova espécie de raios”.

A primeira radiografia data de 22 de dezembro daquele ano, quando o físico posicionou a mão de sua esposa, Anna Bertha Roentgen, no chassi com o qual vinha realizando experimentos. O procedimento durou cerca de 15 minutos e entrou para a história.

Ao revelar o filme, Roentgen confirmou suas conclusões ao observar uma imagem da mão de sua esposa, na qual era possível visualizar ossos e partes moles. Em 1901, o especialista recebeu o Prêmio Nobel de Física por sua descoberta.

Quais são os tipos de equipamento de raio-X?

equipamento de raio x

Existem vários tipos de raios x no mercado

Os aparelhos usados em radiografias sofreram uma evolução considerável desde as descobertas de Roentgen.

Atualmente, além do equipamento convencional, com tecnologia analógica, há opções digitais, móveis e as utilizadas na fluoroscopia. Vamos conhecê-las?

Equipamento de raio-X convencional

O aparelho costuma ficar fixo na sala usada para radiografias. Ele é composto por uma mesa horizontal, que se movimenta em todas as direções para focar a parte de corpo que será examinada.

Na área superior, fica a ampola de raios X, que tem os componentes responsáveis pela produção da radiação, uma abertura por onde sai o feixe de raios X e colimadores.

Depois de captar as imagens, esse equipamento faz a gravação em um filme, composto por sais de halogeneto de prata. Por isso, para visualizar as imagens colhidas durante a radiografia, é preciso revelar esse filme.

Equipamento de raio-X digital

A principal diferença entre o aparelho convencional e o digital está na forma de captação e formação das imagens. Como citei acima, o equipamento convencional utiliza um filme para registrar as informações da radiografia.

O digital, por outro lado, capta os dados por meio de uma placa sensível à radiação e, em seguida, forma as imagens em pixels em conexão direta ou indireta com o computador.

A tecnologia digital também possibilita a obtenção de imagens claras com tempo reduzido de exposição do paciente aos raios X.

Equipamento de raio-X móvel

Usado para examinar pacientes acamados ou com dificuldades para se mover, o raio-X móvel tem como maior vantagem justamente a possibilidade de deslocamento.

Esses aparelhos estão disponíveis com sistema analógico ou digital, em tamanhos e modelos variados.

Equipamento de raio-X com fluoroscopia

equipamento de rx convencional na sala de radiologia

Técnico de radiologia realizando um rx de abdome na paciente deitada

Também trazendo a tecnologia digital ou analógica, esses aparelhos são utilizados para radiografias com fluoroscopia, um exame que permite a visualização de movimentos internos de uma parte do corpo, em tempo real.

Conhecida também como radioscopia, ajuda na colocação de cateteres, marcapassos e implantes ortopédicos, entre outros procedimentos médicos.

A mesa que compõe esse equipamento é capaz de se movimentar na horizontal e na vertical, com vários graus de inclinação, programados em um console.

O aparelho usado na fluoroscopia permite o uso de contraste, que resulta em uma visão ainda melhor durante a transmissão das imagens.

Vale lembrar que o contraste é uma substância que aumenta a clareza e destaca a área examinada. Na fluoroscopia, inclusive, é possível acompanhar o trajeto dessa substância no organismo.

Equipamento em arco em C (com fluoroscopia)

Esse aparelho costuma ser usado em situações mais delicadas, como cirurgias e intervenções mais invasivas. Graças ao formato do arco, ele amplia a visualização de estruturas anatômicas, permitindo deslocamentos verticais, horizontais, transversais e em bloco, além de rotações. Também tem intensificadores de imagem.

Quais são os cuidados necessários?

Por se tratar de radiação, a exposição prolongada ou intensa aos raios X pode causar sérios danos à saúde. É contraindicado que o exame seja feito em gestantes, principalmente nos meses iniciais, pois a radiação pode causar má formação no feto ou até mesmo levar a um aborto.

Caso seja necessária a utilização de um contraste, o paciente deve estar em jejum a fim de se evitar efeitos colaterais. Dependendo da área a ser examinada, outro preparo pode ser solicitado, como a limpeza intestinal quando se deseja ver o intestino.

Além desses cuidados, o paciente deve usar a vestimenta à base de chumbo para reduzir o impacto e a absorção excessiva de raios X.

Quanto ao técnico, precisa ficar em uma sala especial protegida por chumbo durante todo o funcionamento do equipamento.

Ele deve também monitorar com freqüência os níveis de radiação no ambiente de trabalho para não comprometer a sua saúde.

Como é feito o exame de raio-X?

Como todo procedimento, o pré-preparo é essencial para que o resultado final seja de qualidade. Limpar o ambiente e verificar se todos os materiais e equipamentos necessários estão disponíveis deve ser a primeira coisa a se fazer.

Depois vem a preparação do paciente, que deve remover peças de roupa de acordo com a necessidade e vestir o avental de chumbo para se proteger da radiação.

Após posicionar corretamente o paciente, seja em frente ao mural, seja deitado na mesa, é preciso colocar o filme radiológico no equipamento e conferir se a grade está na posição.

Depois de todos esses passos, o técnico entra na sala especialmente protegida por paredes de chumbo e define os parâmetros específicos para aquele exame por meio do console de operação.

Tanto a radiação quanto o tempo de exposição devem ser corretamente calculados, uma vez que isso pode interferir negativamente na qualidade e na interpretação dos exames.

Se houver excesso, as radiografias ficarão opacas.

Por outro lado, se a intensidade for menor que o ideal, as radiografias sairão muito brancas.

Como funciona o equipamento de raio X

Quando o aparelho é ligado, o gerador de raios X produz um feixe de radiação.

Quando o aparelho é ligado, o gerador de raios X produz um feixe de radiação. Essas partículas saem pela abertura do equipamento e são irradiadas até atingirem a parte do corpo que será examinada.

Em seguida, a radiação atravessa o corpo do paciente, e uma parte dela é absorvida pelas estruturas anatômicas.

Os raios não absorvidos se chocam contra uma chapa feita de material sensível à radiação, que pode estar sob o paciente ou atrás da parte do corpo estudada, e é nesse momento que as imagens são registradas.

Como expliquei alguns tópicos atrás, nos aparelhos convencionais, é necessário revelar um filme para ver as imagens. Já na radiografia digital, seja direta ou indireta, as imagens são formadas em pixels.

A versão indireta usa uma chapa eletrônica para registrar as imagens que, em seguida, são escaneadas para visualização no computador.

Na radiografia digital direta, por sua vez, a chapa sensível envia os dados diretamente ao computador, que conta com um software específico para transformar as informações em imagens.

Quais são os componentes do equipamento de raio-X?

Dos mais simples aos utilizados em fluoroscopia, os aparelhos de raio-X contam com alguns componentes para funcionar. Os principais são o tubo de raios X, o transformador de alta tensão, o colimador e a carcaça protetora. Conheça melhor cada um deles.

Tubo de raios X

Formado por filamentos, cátodo, ânodo, rolamentos do motor e outros itens, é a parte onde o feixe de raios X é produzido.

Transformador de alta tensão

Permite que a energia elétrica que circula no equipamento de radiografia seja transmitida entre circuitos.

Colimador

É um componente capaz de limitar o campo de incidência da radiação, suavizando os feixes de raios X.

Carcaça protetora

Sua principal função é proteger contra danos o tubo de raios X e outras partes, como o colimador. Conta com sistemas de resfriamento, já que a produção dos raios X gera bastante calor.

Inclusive, a carcaça é um dos componentes que ajuda a reduzir a exposição do paciente à radiação, pois costuma ser forrada por chumbo.

Console de operação

O console de operação, ou painel de controle, é onde se seleciona os parâmetros de controle necessários para os feixes de raios X gerar a imagem.

Este componente é responsável por controlar o equipamento. Nele, o técnico programa a corrente, a tensão e o tempo de exposição à radiação, que variam de acordo com o exame.

Grade

A grade, ou grade difusora, é um componente feito de chumbo que fica posicionado logo após o paciente. Ela aumenta o contraste do tecido corporal, reduzindo a dispersão dos raios X.

Isso faz com que as imagens fiquem mais nítidas, melhorando a qualidade dos exames.

Bucky mural

O bucky mural é o componente onde fica instalado o filme de raio-X na vertical — o nome é uma homenagem ao Dr. Gustave Bucky, que o inventou em 1913.

Ele movimenta e posiciona a grade de acordo com a necessidade do exame, evitando que as tiras de chumbo da grade fiquem expostas e interfiram nas imagens.

Filme radiográfico

O filme radiográfico é responsável por capturar os raios X remanescentes, ou seja, aqueles que não foram absorvidos pelos ossos e tecidos do paciente.

Ele é composto por uma base plástica, uma camada de adesivo, uma emulsão em ambos os lados da base e uma camada protetora.

A base plástica, juntamente com a camada protetora, não interfere na imagem e o adesivo fixa a emulsão na base.

A parte mais importante é a emulsão, que envolve ambos os lados da base e interage com os fótons dos raios X, formando assim a imagem do exame.

O que é radiação de raio X?

equipamento de raio x radiografia radiação

A energia utilizada pelo equipamento de raio-X é a radiação ionizante. Por ser capaz de modificar a estrutura das células, ela está relacionada a alguns tipos de câncer.

Também pode causar reações simples, como eritemas (vermelhidão no local exposto aos raios X) e queimaduras.

Entretanto, os riscos são muito inferiores aos benefícios. Além disso, os aparelhos modernos contam com tecnologias de controle da radiação, de forma a expor o paciente à menor quantidade necessária para o registro das imagens.

Quais são os principais exames de raio-X?

 

Como já expliquei, a radiografia é capaz de mostrar estruturas anatômicas em diversas partes do corpo.

Um dos exemplos mais comuns é o raio-X de um membro após um trauma, para confirmar fraturas e outras alterações. Mas como você vai ver agora, suas aplicações se destinam a diagnósticos em todo o corpo humano.

Raio-X do tórax

Uma área bastante examinada por meio da radiografia é o tórax, que reúne órgãos e estruturas vitais. Radiografias nessa área podem identificar:

  • pneumonia — inflamação com infecção em um ou ambos os pulmões;
  • cardiomegalia — hipertrofia, ou aumento, no tamanho do coração;
  • pneumotórax — entrada de ar na membrana que envolve os pulmões.

Raio-X da coluna

Suspeitas de patologias como bico de papagaio, hérnia de disco e artrose podem ser investigadas com a ajuda do raio-X da coluna vertebral.

A hérnia de disco ocorre quando um disco vertebral sai do lugar, comprimindo outras áreas.

Bicos de papagaio resultam do crescimento de um osteófito (saliência no osso) de maneira anormal. Já a artrose é o processo de degeneração das articulações.

Raio-X da face

Serve para verificar a anatomia dos ossos da face, identificando fissuras ou doenças como a sinusite, que é uma inflamação na mucosa dos seios da face.

Raio-X do abdômen

Embora gradualmente substituídas por tomografias, as radiografias do abdome continuam sendo úteis. Podem demonstrar problemas no sistema digestivo ou urinário, como pedras nos rins e obstrução intestinal.

Quais são as características das imagens radiográficas?

 

As imagens geradas pela radiografia são semelhantes a negativos de fotografias. Elas mostram as estruturas anatômicas em duas dimensões, em tons de cinza.

A tonalidade pode ser mais ou menos intensa, dependendo da densidade dos tecidos mostrados. Afinal, quando a radiação atravessa a parte do corpo examinada, é absorvida pelos tecidos de forma diferente.

Os mais densos e duros, como os ossos, absorvem mais raios X, permitindo que uma pequena quantidade os atravesse e se choque com a placa sensível do equipamento de radiografia. Por isso, aparecem claros nas imagens registradas.

Por outro lado, tecidos menos densos, como órgãos e partes moles, absorvem pouca radiação, permitindo que a maior parte dos raios os atravesse e cheguem até a placa sensível. Com a maior intensidade, a radiação queima o material fotossensível, de modo que essas áreas aparecem mais escuras.

Quais são os cuidados necessários com os equipamentos de raio-X?

 

O bom funcionamento dos equipamentos de radiografia exige medidas básicas de manutenção, controle e proteção contra a radiação.

No Brasil, o órgão responsável pelo registro e o acompanhamento desses aparelhos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para orientar profissionais e administradores de unidades de saúde que operam equipamentos de raio-X, a instituição publicou, em 1998, a Portaria nº 453, que dispõe sobre “Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico”.

Confira nos próximos dois tópicos os pontos principais dessa legislação.

Manutenção do aparelho de raio-X

Serviços de radiodiagnóstico devem implantar um programa de garantia de qualidade, incluindo a manutenção de equipamentos de raio-X e processadoras. O documento também determina que instalações e seus equipamentos devem ser conservados nas condições exigidas, devendo as unidades proverem a manutenção periódica.

Mais atual, a RDC n.º 2 de 2010 aborda o gerenciamento de tecnologias em saúde em estabelecimentos de saúde, incluindo manutenção e registro de cada ocorrência com os aparelhos, o que inclui os equipamentos de raio-X. De acordo com o texto, esses equipamentos devem ser geridos com base em avaliações periódicas e manutenção preventiva.

Esse tipo de cuidado consiste na análise e na realização de pequenas correções com frequência, prevenindo acidentes e problemas mais sérios no aparelho.

Assim, as manutenções corretivas, que podem exigir paradas para conserto e troca de peças, são reduzidas.

Medidas de proteção

A Portaria nº 453 de 1998 ainda orienta os profissionais de radiologia em relação a ajustes na dose de radiação, de maneira que os pacientes sejam expostos o mínimo possível.

No caso dos profissionais, a legislação exige o uso de vestimentas de proteção, como aventais específicos.

A partir de uma avaliação de risco, as unidades de saúde podem adotar outras medidas para proteger esses trabalhadores.

De acordo com a Fiocruz, o controle das doses a que os profissionais são expostos deve considerar fatores como tempo, distância e blindagem.

Como funciona o laudo à distância em radiologia e a telerradiologia?

 

Você já descobriu que, na radiologia digital, as imagens geradas em pixels podem ser lidas pelo computador.

O que acontece a partir daí é que elas podem ser compartilhadas em uma plataforma de telemedicina, por meio do PACS (Picture Archiving and Communication System).

Esse sistema armazena os dados de exames e informações clínicas do paciente de forma segura, na nuvem, sem a guarda física de arquivos no computador.

Dessa forma, radiologistas podem ver esses dados de qualquer dispositivo, desde que tenham acesso à internet, login e senha.

Como as imagens são digitais, os especialistas podem realizar ajustes nas imagens, como aplicação de zoom e aumento de contraste, permitindo uma análise mais detalhada.

Após interpretar os registros, eles produzem um laudo à distância, que fica disponível na mesma plataforma.

Como reduzir custos com laudos de radiografia via telemedicina?

Se você já realiza exames de radiologia, sabe quanto custa manter um especialista na sua clínica ou hospital, não é mesmo? Mas com o apoio da telemedicina, você pode reduzir os custos, pois vai contar com laudos à distância.

Com a telemedicina radiológica, não será necessário contratar vários radiologistas para uma segunda opinião, cobertura de férias ou alta demanda por laudos.

A laudagem à distância também confere agilidade ao serviço, permitindo a disponibilização do documento em apenas 30 minutos.

Conclusão

Neste artigo, falei sobre a importância do equipamento de raio-X, como ele funciona e que tipos de exame realiza. Também mostrei como a telemedicina pode ajudar sua clínica, disponibilizando laudos de qualidade, com rapidez e custo reduzido.

Por isso, deixe que a Telemedicina Morsch dê esse suporte para o seu negócio.

Se você ainda tiver dúvidas sobre como funciona o equipamento de RX, entre em contato com a Morsch e aproveite para conhecer e testar gratuitamente a nossa plataforma.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin