Pneumotórax no raio X: veja como diagnosticar a condição
Identificar o pneumotórax no raio X é uma tarefa corriqueira nos serviços de emergência e urgência.
O diagnóstico parte de manifestações clínicas como dispneia e dor torácica aguda, utilizando radiografia para a confirmação do quadro.
As informações disponibilizadas pelo raio X de tórax tem grande relevância até para determinar o tamanho do pneumotórax e definir o tratamento ideal.
No entanto, a baixa sensibilidade do exame exige alta capacidade analítica e conhecimento sobre a anatomia das estruturas torácicas, a fim de que pequenas alterações sejam percebidas.
Falo mais sobre elas nas próximas linhas, além de boas práticas para laudar o raio X e benefícios dos resultados emitidos via telemedicina.
Como identificar pneumotórax no raio X?
A combinação entre sintomas sugestivos e raio X do tórax é capaz de confirmar ou afastar a suspeita de pneumotórax.
Em especial quando existe história de eventos e/ou doenças capazes de provocar essa condição, a exemplo de:
- Trauma torácico ou lesão penetrante
- Tabagismo
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Asma
- Tuberculose
- Reanimação cardiopulmonar (RCP), aspiração transtorácica com agulha e outros procedimentos médicos invasivos.
Para compreendermos melhor como acontece o diagnóstico de pneumotórax a partir do exame de raio X, vamos entender mais sobre essa condição.
O que é pneumotórax?
Pneumotórax é um quadro caracterizado pela entrada de ar na cavidade pleural, localizada entre os pulmões e a caixa torácica.
A presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana que envolve pulmões e parte interna da parede do tórax) eleva a pressão local, desencadeando colapso pulmonar.
Existem diferentes tipos de pneumotórax, classificados de acordo com a causa e complicações.
O mais grave é o tipo hipertensivo, que ocorre quando o ar entra progressivamente na cavidade pleural e fica retido na membrana.
Aos poucos, aumenta a pressão sobre os órgãos e vasos sanguíneos do tórax, podendo desencadear choque se não houver socorro rápido.
Há também o pneumotórax espontâneo, que pode ser primário ou secundário.
O tipo primário é mais raro, acometendo geralmente pessoas jovens e fumantes ou que tenham bolhas subpleurais devido a fatores hereditários.
Essas bolhas se rompem, permitindo a passagem de ar dos pulmões para a cavidade pleural.
O pneumotórax espontâneo secundário costuma ser mais grave, resultando de patologias pulmonares como DPOC, fibrose cística e certos tipos de pneumonia.
O acúmulo de ar na cavidade pleural ainda pode ser consequência de trauma (tipo traumático) ou procedimentos de saúde invasivos (pneumotórax iatrogênico).
O raio X pode identificar o pneumotórax?
Sim, o raio X torácico é capaz de identificar o pneumotórax, principalmente nos casos em que há volumes maiores de ar na cavidade pleural.
Normalmente, o exame é feito em posição ortostática e durante a inspiração para evidenciar o quadro.
Simples, indolor e não invasiva, a radiografia torácica oferece imagens internas do arcabouço ósseo, pulmões, mediastino, linhas ou bordas cardíacas e vasos sanguíneos.
Suas principais vantagens estão na rapidez para aquisição dos registros e possibilidade de ser feita mesmo em pacientes acamados.
A técnica empregada é a emissão de radiação ionizante, que ultrapassa os tecidos e é absorvida em parte por eles.
Partes densas aparecem claras nas imagens radiográficas, a exemplo dos ossos, enquanto as de menor densidade são retratadas em tons de cinza ou mesmo em preto, como o ar.
Assim, dá para diferenciar contornos dos pulmões e a presença de ar fora desses órgãos.
Quais os sinais de pneumotórax no raio X?
Conforme estudo publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia,
“A radiografia simples do tórax geralmente confirma o diagnóstico através da presença de faixa de ar entre a parede torácica e/ou diafragma e a pleura visceral. A radiografia com incidência lateral é útil em algumas situações, podendo ser complementada pela radiografia obtida durante expiração forçada, que pode evidenciar pequenos volumes de ar no espaço pleural, não visualizados na radiografia convencional”.
Devido à sua menor densidade, a faixa de ar aparece mais escura que os pulmões.
Nesse cenário, também não é possível observar a área periférica dos vasos sanguíneos do pulmão afetado.
Como laudar um raio X de pulmão?
A interpretação e laudo do raio X de tórax são reservados a radiologistas especializados na área deste exame, como determina o Conselho Federal de Medicina.
Afinal, as imagens oferecem um retrato em duas dimensões de estruturas tridimensionais, com uma série de sobreposições que podem confundir médicos inexperientes ou de outras especialidades.
A qualidade das imagens é outro fator por trás da baixa sensibilidade do raio X, uma vez que registros da tomografia ou ressonância magnética têm maior nitidez e resolução espacial.
Outros pontos de atenção que devem guiar o radiologista na elaboração do laudo são:
- Movimento inspiratório: quando é feito corretamente, espera-se que a imagem apresente de 6 a 7 costelas anteriores ou de 9 a 10 posteriores
- Características das estruturas conforme o ponto de vista, ou seja, a incidência radiológica
- Diferenças entre o pulmão esquerdo e o direito
- Penetração adequada para o exame: é atestada quando há boa visualização das linhas dos corpos vertebrais atrás do coração
- Possibilidade de rotação durante o exame, que pode ser descartada ao verificar que a distância entre a porção medial da clavícula e o processo espinhoso são iguais bilateralmente.
Na sequência, falo sobre as contribuições da telemedicina para o diagnóstico médico.
Telemedicina agiliza o diagnóstico de pneumotórax com raio X
A alta demanda por radiografias pode sobrecarregar os radiologistas locais, pois a interpretação do exame pede dedicação exclusiva.
O cenário fica ainda mais complicado para pequenas clínicas em locais distantes dos centros urbanos, onde há carência de especialistas e até de médicos generalistas.
De olho nessas barreiras, empresas de telemedicina criaram a opção de laudo eletrônico para o raio X.
Basta que a unidade de saúde tenha um dispositivo com conexão à internet para se beneficiar do telediagnóstico, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana.
O médico ou técnico em radiologia faz o exame normalmente e, em seguida, usa seu login e senha para acessar a plataforma de Telemedicina Morsch.
Ele compartilha as imagens no sistema, permitindo que um radiologista online inicie sua avaliação.
O especialista compõe e insere sua assinatura digital no laudo médico, garantindo a autenticidade.
Assim, o documento é liberado em minutos na plataforma.
Veja mais detalhes nesta página e leve essa inovação para sua clínica!
Conclusão
Agora que você sabe reconhecer o pneumotórax no raio X, a rotina no pronto-socorro vai ficar mais simples.
Não se esqueça de treinar com frequência para identificar diferentes tipos de emergências médicas.
E siga acompanhando as novidades do blog sobre tecnologia e saúde.