Raio-X: o que é, como funciona, para que serve e como interpretar

Por Dr. José Aldair Morsch, 6 de março de 2024
Raio X

A descoberta do raio-X, no final do século XIX, revolucionou a forma de diagnosticar doenças, inaugurando a era dos exames não invasivos.

Ou seja, dos procedimentos que permitem estudar partes internas do corpo de um jeito simples, sem precisar de cirurgia.

A ideia deu tão certo que, mais tarde, outros exames foram criados a partir desse mesmo conceito – a exemplo da tomografia computadorizada e da ressonância magnética.

Dispensando cortes e incisões, eles reduzem a morbidade e qualificam os cuidados de saúde.

Embora ofereçam imagens mais sofisticadas do que as radiografias, esses procedimentos não substituíram por completo o raio-X, que é mais simples e tem custo menor.

Neste artigo, apresento um panorama completo sobre a radiografia, incluindo tipos, resultados e avanços trazidos pela telemedicina.

Acompanhe até o final e boa leitura.

O que é raio-X?

Raio-X é um exame que usa radiação ionizante para captar imagens internas de diferentes partes do corpo.

Simples, rápida e indolor, a radiografia tem poucas contraindicações e auxilia no diagnóstico de uma série de lesões e patologias.

Isso é possível graças ao equipamento de raio-X, que pode funcionar a partir de tecnologia convencional ou digital.

O exame analógico produz imagens sobre um filme radiológico, a partir de reações químicas desencadeadas pela radiação junto a partículas de prata presentes no material.

Já a radiografia digital envia os dados diretamente a um computador, sem precisar de revelação ou produtos químicos.

Falo mais sobre essa inovação nos próximos tópicos.

Para que serve o raio-X?

O raio-X pode ser indicado para confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica, ou até mesmo como suporte ao diagnóstico precoce.

Esse é o caso de aparelhos especiais como o mamógrafo, utilizado no rastreio do câncer de mama, e do equipamento DXA para densitometria óssea.

Já os equipamentos padrão ajudam a detectar problemas como:

A seguir, explico como o exame funciona.

Como funciona o raio-X?

O exame de raio-X começa com a orientação e posicionamento do paciente na maca do equipamento, a fim de facilitar a obtenção das imagens.

Para isso, a abertura do aparelho deve ficar direcionada à parte estudada (seios da face, tórax, coluna, etc).

Uma vez posicionado, o paciente precisa permanecer imóvel por alguns minutos, evitando prejudicar a qualidade dos registros.

Então, o equipamento pode ser ligado, dando início ao procedimento.

Um feixe de raios-X é liberado através da abertura do aparelho, permitindo que as partículas atravessem a área examinada.

Parte dessa radiação ionizante será absorvida pelas estruturas anatômicas, enquanto o restante se chocará com uma placa fotossensível que fica abaixo do corpo do paciente.

É assim que as imagens radiográficas se formam, mostrando estruturas em branco, preto e tons de cinza.

Essa característica é reflexo das diferentes densidades dos tecidos humanos, que os torna mais ou menos rígidos.

Por serem mais densos, os ossos aparecem muito claros nas radiografias, enquanto órgãos como coração e pulmões aparecem em cinza, pois são menos densos.

Com densidade ainda mais baixa que as partes moles, o ar é retratado em preto.

Preparo para o raio-X

O preparo depende do tipo de raio-X solicitado pelo médico.

Exames em áreas como a face, braços, pernas e pulmões não precisam de qualquer restrição alimentar, bastando retirar objetos metálicos antes do procedimento.

exames contrastados pedem jejum de algumas horas, a fim de prevenir reações adversas ao meio de contraste ingerido ou injetado por via intravenosa.

Para fazer raio-X abdominal, também é necessário tomar laxantes para eliminar resíduos de alimentos no intestino, facilitando a observação do órgão.

Exame de raio x

No raio-x, a imagem é formada de acordo com a densidade dos tecidos, nas cores branco, preto e tons de cinza

Qual a diferença entre raio-X, tomografia e ressonância magnética?

Como adiantei na abertura do artigo, os três métodos de diagnóstico por imagem possibilitam a visualização de partes internas do organismo de maneira não invasiva.

Entretanto, utilizam tecnologias distintas para a captação dos registros, sendo que o aparelho de raio-X é o mais simples.

Ele coleta apenas uma radiografia por vez, permitindo o estudo da área a partir de um único ponto de vista.

Caso seja preciso estender a investigação, o técnico em radiologia deve realizar duas ou mais incidências.

O médico também pode pedir uma tomografia computadorizada, cuja tecnologia é uma evolução do raio-X.

Afinal, o aparelho de tomografia combina feixes de raios-X a um tubo giratório, gerando imagens a partir de centenas de pontos de vista num único exame.

Ainda mais moderna, a ressonância magnética dispensa o uso de radiação ionizante, diminuindo riscos para pacientes e profissionais de saúde.

Em vez dos raios-X, o aparelho de RM emprega um grande ímã e ondas de radiofrequência para captar registros nítidos, ainda que de órgãos e outras partes moles.

O resultado são imagens de alta qualidade, porém com a desvantagem de maior custo e menor disponibilidade nas cidades brasileiras.

Tipos de raio-X mais comuns

O raio-X é extremamente versátil, oferecendo registros internos de várias partes do corpo.

Contudo, sua indicação é feita considerando os benefícios para o paciente, que será exposto a uma carga baixa de radiação ionizante.

Equipamentos modernos permitem ajustes na quantidade de raios emitidos, diminuindo o risco de câncer relacionado ao acúmulo de radiação no organismo.

Portanto, muitas vezes as vantagens superam os riscos, viabilizando um diagnóstico preciso e o tratamento adequado.

A seguir, comento rapidamente os principais tipos de raio-X.

Raio-X do tórax

Comumente solicitado para investigar a suspeita de doenças cardíacas e pulmonares, o raio-X de tórax também pode revelar lesões nos ossos da região, como as costelas.

Raio-X da coluna

Hérnia de disco, escoliose e lordose estão entre as patologias diagnosticadas com o auxílio da radiografia da coluna.

O exame pode ser feito em toda a extensão da coluna ou nas porções cervical, dorsal, lombar e lombossacra.

Raio-X do pulmão

Quadros infecciosos como pneumonia e tuberculose estão entre as condições identificadas por meio da radiografia do pulmão.

Raio-X do crânio

Ao evidenciar as estruturas anatômicas da região, a radiografia da cabeça possibilita avaliar fraturas, anomalias congênitas, inflamações e tumores.

Raio-X seios da face

Fornece uma fotografia interna do rosto do paciente, com destaque para os seios paranasais – cavidades aéreas localizadas no crânio, que se comunicam com as cavidades nasais.

Sinusite, desvio de septo e tumores estão entre os problemas visualizados através do raio-X da face.

Raio-X do abdome

Obstruções intestinais, pedras nos rins e sintomas como diarreia podem motivar o pedido pelo raio-X do abdome.

Como a região tem muitas partes moles, o exame costuma ser feito com contraste, uma substância que dá destaque aos órgãos estudados.

Raio-X de membros inferiores

Possibilita a observação de anormalidades nos joelhos, pernas e pés, a exemplo de traumas, calcificações e luxações.

Radiografia de membros superiores

Ossos e músculos do ombro, braço, antebraço e mão são avaliados com a ajuda da radiografia dos membros superiores.

O exame de raio-X faz mal?

Na maioria das vezes, o raio-X apresenta baixo risco de complicações.

No entanto, é contraindicado para gestantes, pois a radiação ionizante é perigosa para o feto, podendo causar malformações.

Outro problema relacionado ao efeito da radiação no corpo humano vem da exposição crônica, geralmente vivenciada por profissionais de saúde que tiram radiografias com frequência.

Isso porque os raios-X têm efeito cumulativo no organismo, aumentando as chances de desenvolver doenças como câncer e catarata.

Daí a importância de investir em medidas de proteção radiológica, a exemplo do uso de equipamento de proteção individual (EPI) para diminuir a exposição ocupacional.

Além do isolamento e blindagem da sala de raio-X, impedindo o acesso por pessoas não autorizadas.

Quem não deve fazer raio-X?

Como mencionei acima, o exame é contraindicado para gestantes.

Os demais pacientes devem ser avaliados pelo médico, que determina quando os benefícios superam os riscos.

É preciso ter cuidado para não expor o paciente a doses altas de radiação ionizante devido à realização de vários exames num curto espaço de tempo.

O que é raio-X digital?

Raio-X digital é a modalidade que converte a radiação em sinais elétricos, que são transformados em pixels (os menores pontos numa imagem digital).

A grande diferença entre o exame digital e o convencional está na tecnologia presente no equipamento de raio-X.

Como expliquei antes, a radiografia convencional forma imagens em filmes radiológicos, que precisam ser revelados e podem ser danificados com o tempo.

Já a digital produz uma fotografia interna na tela do computador, exibindo os registros logo após a realização do exame.

Existem duas variações da radiografia digital: direta e indireta.

Na direta, a chapa fotossensível envia os dados do exame ao computador automaticamente, sem precisar de qualquer suporte.

A indireta armazena as imagens numa chapa eletrônica, que deve ser escaneada para a visualização num computador.

O procedimento de captação das imagens é praticamente o mesmo no raio-X digital ou convencional.

A menos que seja usado um aparelho de RX portátil.

Esse dispositivo permite que a radiografia seja feita fora das unidades de saúde, agregando comodidade a pacientes acamados, por exemplo.

Opções digitais ainda têm a vantagem de preservar o meio ambiente, dispensando o uso de produtos tóxicos para a revelação de filmes radiológicos, como amônia e cromo.

Modelo de laudo de RX

Laudo de RX que é entregue ao paciente.

Como interpretar um raio-X?

Conhecer as propriedades das imagens radiográficas é apenas o primeiro passo para a interpretação do raio-X.

Essa tarefa é reservada a radiologistas especializados no exame, por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM).

São eles que detêm o conhecimento técnico necessário para analisar detalhes anatômicos e funcionais importantes, identificando alterações na radiografia.

Além de avaliar os achados, considerando fatores como:

  • Posicionamento do paciente, que é fundamental para a obtenção das incidências solicitadas. Lembrando que a incidência radiológica revela a trajetória ou direção do raio central emitido pelo equipamento de raio-X, e geralmente é marcada no canto superior dos registros do exame
  • Distorções esperadas no formato das estruturas anatômicas, conforme a incidência e o ponto de vista da radiografia
  • Rotação do paciente, que é uma falha comum decorrente do mau posicionamento na hora do exame. É preciso aplicar os parâmetros adequados para confirmar que a posição está correta
  • Penetração dos raios-X, que deve ser precisa para permitir a observação de alterações radiopacas
  • Movimentos de inspiração ou expiração, que interferem em exames torácicos, por exemplo, aumentando ou diminuindo o volume dos órgãos
  • Suspeita clínica, que oferece dados preliminares sobre a condição do paciente
  • Histórico do paciente e exames anteriores.

A partir da análise das imagens radiográficas, o radiologista anota suas observações e conclusão no laudo médico.

Resultado do exame de raio-X

O laudo atesta se o raio-X tem resultado normal ou alterado, ou seja, se há indício de doenças.

Quando são vistas obstruções nos vasos sanguíneos que irrigam o coração, por exemplo, o paciente pode sofrer com doença arterial coronariana (DAC).

No entanto, o diagnóstico não se baseia apenas nas imagens da radiografia, sendo necessário complementar esses dados com o histórico de saúde, sintomas e hábitos do doente.

Assim como no pneumotórax, uma emergência médica caracterizada pela entrada de ar no espaço pleural.

Geralmente, essa faixa de ar pode ser vista no raio-X torácico e o diagnóstico, confirmado na presença de sinais como falta de ar e dor no peito.

Cálculos (pedras) nos rins ou na vesícula são outros achados visíveis nas imagens radiográficas, principalmente quando possuem grande quantidade de cálcio.

Nesses casos, cólicas abdominais e sangue na urina (para cálculo renal) costumam sustentar o diagnóstico.

Exame de radiologia

Os diferentes tipos de raio-X oferecem registros internos de várias partes do corpo, ajudando nos diagnósticos

Laudo de raio-X a distância

As vantagens da radiografia digital vão além da comodidade e rapidez para exibição das imagens.

Seus registros podem ser interpretados e laudados a distância via plataforma de telemedicina.

Tudo começa com o compartilhamento das imagens radiográficas dentro do sistema de telemedicina online, permitindo que sejam acessadas remotamente por um especialista.

Essa etapa é simples e pode ser feita pelo próprio técnico em radiologia que fez o raio-X.

Em seguida, o radiologista online analisa os achados sob a luz da suspeita clínica, histórico e exames anteriores do paciente.

Todas essas informações podem ser enviadas pela plataforma, ou visualizadas no prontuário digital armazenado na nuvem.

O especialista elabora o laudo online, comentando detalhes das estruturas registradas e sua conclusão.

Ele também inclui sua assinatura digital no documento, garantindo a autenticidade e concordância com as normas das autoridades de saúde.

É assim que a telemedicina viabiliza a entrega de laudos de raio-X em minutos, em um ambiente seguro e acessível a partir de qualquer lugar do mundo.

Conheça a seguir mais benefícios de contratar o serviço de laudos a distância.

Vantagens do laudo online na radiologia

A emissão de laudo digital faz parte dos serviços viabilizados pela telerradiologia.

Essa é uma subespecialidade da telemedicina, que contempla uma série de procedimentos radiológicos passíveis de interpretação remota.

O software bem estruturado da Telemedicina Morsch possui PACS em nuvem para receber arquivos digitais dos exames radiológicos, facilitando seu compartilhamento.

O sistema PACS (Picture Archiving and Communication System) possibilita a comunicação e o arquivamento de imagens radiológicas de maneira segura e padronizada.

O software Morsch ainda agrega vantagens como:

  • Armazenamento na nuvem, com mais espaço e segurança para seus arquivos digitais por meio de mecanismos de autenticação e criptografia
  • Agilidade na emissão dos laudos, acabando com as longas filas de espera para diagnosticar patologias
  • Economia de tempo e dinheiro para estabelecimentos de saúde, profissionais e pacientes, que não precisam se deslocar para receber atendimento
  • Democratização no acesso a especialistas que estão concentrados nos centros urbanos brasileiros. Com a telemedicina, é possível dispor de seus conhecimentos em cidades pequenas e até locais remotos
  • Ampliação do portfólio de exames, delegando sua interpretação aos especialistas da Telemedicina Morsch
  • Diminuição da carga de trabalho da equipe médica, liberando os radiologistas in loco para que se dediquem a um atendimento humanizado, sem precisar gastar horas com a interpretação de exames
  • Laudos online disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. Os documentos podem ser visualizados por médicos, profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes portando login e senha
  • Segunda opinião médica para discutir casos complexos ou dúvidas sobre os laudos
  • Cobertura de diversos exames radiológicos, incluindo: radiologia geral, raio de tórax padrão OIT, mamografia, densitometria óssea, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética
  • Time formado por 300 especialistas em todas as áreas da medicina.

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Conclusão

Após mais de um século de sua invenção, o raio-X segue apoiando o diagnóstico de diferentes doenças.

Seu bom custo-benefício justifica essa popularidade, mantendo as radiografias na rotina de várias unidades de saúde.

Com a Morsch, fica mais simples otimizar os resultados do raio-X, deixando essa tarefa a cargo do nosso time de radiologistas qualificados.

Experimente hoje mesmo essa e outras vantagens da telemedicina e eleve as receitas do seu negócio.

Se gostou deste artigo, leia mais artigos sobre radiologia que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin