Diagnóstico por imagem: o que é, importância e principais exames
O diagnóstico por imagem vem qualificando serviços de saúde há mais de um século.
Resultado da aplicação da tecnologia na medicina, os exames dessa área se destacam pela oferta de registros internos de maneira não invasiva, permitindo o estudo de várias partes do corpo.
Nesse cenário, médicos de todo o mundo conseguem observar e realizar a detecção precoce de doenças e agravos, de fraturas a tumores, atuando de forma preventiva.
Além de monitorar pacientes durante momentos que pedem cuidados diferenciados.
É o que acontece, por exemplo, quando utilizam ultrassonografias no pré-natal.
Explico mais sobre esse e outros procedimentos de diagnóstico por imagem nas próximas linhas, incluindo como se especializar e montar uma clínica radiológica.
Ao final, trago um bônus para agilizar a entrega dos laudos via telemedicina.
O que é diagnóstico por imagem?
Diagnóstico por imagem é um campo que reúne diferentes exames não invasivos que registram imagens internas do organismo.
Raio X, tomografia computadorizada, mamografia, ultrassom e ressonância magnética são exemplos dessas técnicas.
Elas representam um grande avanço da tecnologia na saúde, pois permitem a observação de órgãos e tecidos sem a necessidade de recorrer a procedimentos invasivos como as cirurgias.
Ou seja, os métodos de diagnóstico por imagem dão acesso ao estudo de partes internas, investigação e tratamento de patologias sem o risco de morbidade e mortalidade inerentes a qualquer operação.
Na maioria das vezes, os exames são rápidos e indolores, além de terem raras contraindicações, viabilizando sua realização mesmo em pacientes sensíveis como gestantes, crianças e idosos.
Qual é a importância do diagnóstico por imagem?
O diagnóstico por imagem fornece dados fundamentais para rastrear, detectar, monitorar e tratar diversas doenças e agravos à saúde.
Suas aplicações são tão amplas que vêm sendo cada vez mais utilizados por médicos, profissionais e serviços de saúde em todo o mundo.
Para se ter uma ideia, um relatório da ONU contabilizou 2,4 bilhões de procedimentos de imagiologia médica no mundo entre 1991 e 1996, número que saltou para 3,6 bilhões entre 1997 e 2007.
Como mencionei acima, a popularidade é consequência das vantagens dos procedimentos radiológicos, especialmente a observação do corpo humano de forma não invasiva, sem expor o paciente a riscos elevados.
Esse benefício parte da combinação entre tecnologia e técnicas distintas, cada qual recomendada para diferentes tipos de diagnósticos e terapias.
Um simples raio X de tórax, por exemplo, dá suporte ao diagnóstico de fraturas, doenças respiratórias e cardíacas.
Já exames avançados como a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) permitem diferenciar massas benignas, como nódulos, de tumores malignos.
Confira mais detalhes sobre os exames de diagnóstico por imagem a seguir.
Tipos de diagnóstico por imagem
A primeira técnica que usou radiação na medicina para viabilizar avaliações internas do corpo foi a radiografia, inventada pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen em 1895.
Após descobrir os raios X, Röntgen fez experimentos que revelaram a possibilidade de retratar imagens internas a partir desse tipo de radiação.
Desde então, outros cientistas expandiram os estudos na área, inventando mais equipamentos capazes de gerar registros cada vez mais nítidos e reais, chegando ao ponto de formar imagens em 3D de órgãos.
No entanto, o equipamento de raio X segue relevante devido à sua alta disponibilidade e baixo custo.
Conheça os principais métodos de diagnóstico por imagem abaixo.
Raio X
Na radiografia convencional, a radiação ionizante atravessa a área examinada para formar uma espécie de fotografia interna, retratando os tecidos de acordo com sua densidade.
Partes mais densas ou duras, como os ossos, aparecem em branco, enquanto partes moles como órgãos e articulações são vistas em tons de cinza.
Considerando essas características, o exame de raio X é recomendado para avaliar alterações no tecido ósseo e massas densas que possam estar presentes nos tecidos moles, a exemplo de cálculos renais.
Quando há uso de contraste, é possível observar a área interna de vasos sanguíneos por meio de um raio X especial, chamado angiografia ou arteriografia.
Existem vários tipos de raio X, sendo os mais comuns:
- Raio X do tórax
- Raio X do abdome
- Raio X da coluna
- Raio X do joelho
- Raio X do ombro
- Raio X dos seios da face
- Raio X do crânio
- Raio X renal
- Raio X da bacia.
A interpretação do raio X é restrita a médicos com especialização em radiologia.
Diagnósticos por imagem dão acesso ao estudo de partes internas, investigação e tratamento de patologias
Densitometria óssea
Variação da radiografia, a densitometria óssea é um método dedicado a examinar em detalhes a composição dos ossos a partir de raios X.
Porém, a quantidade de radiação é reduzida graças à tecnologia presente nos aparelhos de DO, conhecida como Dual-Energy X-Ray Absorptiometry ou DXA.
O exame revela a quantidade de cálcio no tecido ósseo, permitindo o diagnóstico precoce ou mesmo prevenção da osteoporose.
Isso porque a densitometria mostra a perda de massa óssea em estágio inicial, ou seja, a osteopenia.
Nesse cenário, o médico pode iniciar o tratamento rapidamente, evitando que o quadro supere a perda de massa óssea superior a 30%, que caracteriza a osteoporose.
Mamografia
Radiografia das mamas ou mamografia é um método considerado padrão ouro no rastreamento do câncer de mama nas fases iniciais, quando existem chances de cura acima de 90%.
Não é à toa que o procedimento é indicado anualmente para mulheres acima de 40 anos, uma vez que o risco para a doença aumenta a partir dessa faixa etária.
A mamografia também usa radiação ionizante para avaliar o tecido dos seios, contudo, depende ainda de manobras como a compressão.
Isso porque é necessário visualizar ao máximo os detalhes do tecido para que pequenas massas, como as calcificações, sejam notadas nas imagens.
Inclusive, o exame serve para detectar e avaliar também outras lesões mamárias, como fibroadenomas, lipomas e cistos.
Tomografia computadorizada
Fruto da evolução na técnica da radiografia, a tomografia computadorizada combina radiação ionizante a um tubo giratório para captar cortes transversais da parte examinada.
Assim como o raio X, a TC é solicitada para observar uma série de regiões do corpo, porém, com maior acurácia e detalhamento.
Isso porque as imagens são geradas com mais qualidade, uma vez que o tomógrafo coleta diversas radiografias (ou cortes) simultaneamente.
O contraste iodado ou não pode ser prescrito a critério médico para evidenciar partes moles.
As indicações para tomografia incluem:
- Identificação de fraturas e traumas ósseos
- Suspeita de acidente vascular cerebral (AVC) ou edemas
- Rastreamento do câncer de pulmão
- Detecção de pneumonia e outras patologias respiratórias
- Estudo das coronárias e carótidas através da técnica de reconstrução em 3D.
Outras suspeitas médicas podem ensejar a realização do exame.
Ultrassonografia
O ultrassom se destaca por exibir movimentos dos órgãos em tempo real, usando ondas sonoras emitidas por um transdutor.
A técnica serve para avaliar órgãos abdominais, a exemplo dos rins, além de partes moles como tireoide, ovários e intestino.
Por meio da técnica Doppler, é possível ainda avaliar anomalias nos vasos sanguíneos como estenoses, aneurismas e até oclusões que estejam provocando quadros de isquemia.
Outro tipo especial de ultrassonografia é o ecocardiograma, que analisa a anatomia e funcionamento do músculo cardíaco e faz parte dos exames pré-natais, podendo evidenciar cardiopatias congênitas.
A interpretação de exames cabe apenas a radiologistas qualificados com conhecimentos necessários para laudar
Ressonância magnética
A técnica da RM combina um campo magnético a ondas de rádio para gerar imagens de alta resolução de diversas partes do corpo.
Embora seja menos acessível por ter alto custo quando comparada ao raio X ou tomografia, trata-se do melhor exame de imagem disponível atualmente.
A qualidade dos registros supera os demais métodos, revelando detalhes de tecidos de baixa densidade, o que permite a avaliação de tendões e articulações, por exemplo.
Outra vantagem está no menor risco ao paciente, já que a ressonância não emprega radiação ionizante, que é potencialmente cancerígena e tem efeito cumulativo no organismo.
Além de dispensar o uso de meios de contraste iodados, que desencadeiam reações adversas com maior frequência que o gadolínio usado na RM.
Listo, a seguir, algumas condições estudadas a partir desse exame:
- Microcalcificações na mama
- Esclerose múltipla
- Inflamações e tumores cerebrais ou nas demais estruturas do sistema nervoso central
- Tendinite
- Hérnia de disco
- Rompimento de ligamentos das articulações.
A lista poderia ser bem maior, pois a ressonância é um exame bastante utilizado na medicina.
Medicina nuclear
Diferentes alterações metabólicas e funcionais são evidenciadas nos exames de medicina nuclear, que empregam radiofármacos (materiais radioativos) para fornecer imagens internas.
Os principais métodos diagnósticos nesse campo são cintilografia e PET/CT.
Na cintilografia, os radioisótopos emitem sinais detectados pela câmara de cintilação, que marcam anormalidades nos tecidos conforme absorvem o material radioativo.
Enquanto na PET-CT são formadas imagens tridimensionais através da união da tecnologia multislice (CT) e emissão de pósitrons.
Focos epileptogênicos no cérebro decorrentes de convulsões, cicatrizes, nódulos, tumores e danos após infarto do miocárdio são algumas condições avaliadas com o auxílio da medicina nuclear.
Como é a especialização em diagnóstico por imagem?
Para que o médico esteja qualificado a avaliar e laudar exames radiológicos, deve ter o título de especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, concedido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).
Ou seja, será preciso concluir a graduação em Medicina e seguir para uma residência médica para concluir esses estudos.
Ou realizar uma especialização em uma instituição reconhecida pelo MEC e CFM para, depois, ser aprovado nas provas teóricas e práticas do exame de suficiência do CBR.
Existem diferentes cursos de especialização, com carga horária mínima de 360 horas e que abordam temas como anatomia, propriedades das imagens radiológicas, padrões e anormalidades que sinalizam patologias.
Como montar uma clínica de diagnóstico por imagem?
Para montar sua clínica de diagnóstico por imagem, será necessário ter um médico radiologista como responsável técnico, técnicos em radiologia para conduzir os exames, além de obter licenças e equipamentos.
Comece pelo plano de negócios, documento que vai mostrar sua área de atuação, quais os exames ofertados, oportunidades e concorrentes.
Não se esqueça de fazer uma boa pesquisa de mercado para entender quais estratégias estão em alta, se existe muita competitividade na sua cidade e qual o investimento inicial.
Adianto que o capital necessário é alto, em especial pela necessidade de aquisição de equipamentos modernos e caros, além da compra ou locação de um imóvel adequado para fornecer serviços radiológicos.
Segurança é outro quesito essencial, uma vez que você e sua equipe estarão lidando com radiações que oferecem risco à saúde.
Confira também este passo a passo completo para montar uma clínica de diagnóstico por imagem.
Principais equipamentos para diagnóstico por imagem
Os equipamentos necessários vão depender dos exames realizados na sua clínica radiológica.
Aparelho de raio X, tomografia computadorizada e mamografia estão entre os mais comuns, porém, avalie suas necessidades antes de fazer a lista de compras.
Já outros itens são indispensáveis para os funcionários da recepção e para a proteção da equipe de saúde, a fim de evitar exposições ocupacionais desnecessárias à radiação.
Elenco alguns deles a seguir:
- Computadores
- Mesas
- Cadeiras confortáveis para recepcionistas e pacientes
- Negatoscópios
- Luz vermelha para câmara escura
- Exaustor para câmara escura
- Venezianas para câmara escura
- Chassis radiológicos
- Sinaleiros luminosos
- Vidros para raio-X
- Portas e biombos de chumbo
- Aventais de chumbo
- Óculos e outros equipamentos de proteção individual (EPI).
Como mencionei antes, o segredo está no plano de negócios, que deve ser detalhado e prever tudo o que você precisa para atuar na área.
Diagnóstico por imagem com laudo a distância
Muitos dos exames de diagnóstico por imagem podem ser feitos por técnicos em radiologia devidamente treinados.
É o caso do raio X, mamografia, tomografia e até da ressonância magnética.
No entanto, a interpretação cabe apenas a radiologistas qualificados, que detêm o conhecimento necessário para laudar as imagens corretamente.
Só que há carência desses especialistas em diversos locais, principalmente áreas remotas e cidades distantes dos centros urbanos.
Por consequência, a população sofre com longas filas de espera, chegando a precisar se deslocar para ter acesso aos resultados.
A solução para suprir a demanda por radiologistas e outros especialistas está a poucos cliques de distância, dentro da plataforma de Telemedicina Morsch.
Contratando o serviço de laudos eletrônicos, dá para reforçar o time de médicos aptos a interpretar exames de imagem, acabando com a espera pelos resultados.
Basta que seus técnicos conduzam os procedimentos normalmente e os equipamentos sejam configurados para enviar os registros ao nosso PACS.
Em seguida, um de nossos radiologistas online analisa as imagens considerando dados prévios do paciente e suspeita clínica.
Ele elabora e assina digitalmente o laudo, liberando-o no sistema.
Dessa forma, os resultados são entregues em minutos.
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Conclusão
Ao final deste texto, espero ter colaborado para ampliar seus conhecimentos sobre diagnóstico por imagem.
Se estiver pensando em seguir carreira nesse segmento, saiba que é promissor e cheio de oportunidades de crescimento.
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