Medicina preventiva: o que é, importância e melhores práticas

A medicina preventiva propõe uma abordagem focada na promoção da saúde, indo além do tratamento de doenças.
Ela parte de uma visão integral do indivíduo, investindo no bem-estar constante e no tratamento precoce para evitar o adoecimento.
Dessa forma, a medicina preventiva inclui práticas que melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, busca minimizar os efeitos colaterais de tratamentos médicos, optando por terapias que dependem menos de medicações.
Os benefícios não são poucos, como você deve imaginar.

Menores custos para os sistemas de saúde, empoderamento do paciente e adoção de hábitos mais saudáveis estão entre eles.
Siga a leitura para descobrir como você sai ganhando com a especialidade, além da contribuição da tecnologia na saúde para as ações de prevenção.
O que é medicina preventiva?
Medicina preventiva é a especialidade médica dedicada a ações contínuas de preservação da saúde.
Ela é fruto de uma mudança de perspectiva em relação à missão dos médicos e ao significado de estar saudável.
Segundo a Organização Mundial da Saúde.(OMS), a saúde deve ser compreendida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.
Em outras palavras, os profissionais da área passam a se enxergar como promotores do bem-estar de forma ampla, não se restringindo a tarefas e intervenções e colocando o paciente no centro das suas iniciativas.
No caso dos médicos, este trecho do artigo “Lifetime risk, uma nova ferramenta para prevenção cardiovascular”, que consta em publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, descreve bem o contexto:
“A disseminação da ideia de prevenção, que tira do médico a vestimenta de ‘tratador de doenças’ para incorporar-lhe também o papel de mantenedor da saúde, imputou-lhe a difícil tarefa de modificar hábitos de vida.”
Assim, a combinação entre medicina e prevenção resulta em uma especialidade centrada no paciente.
E ela trabalha sua conscientização e estilo de vida para alcançar hábitos mais saudáveis, evitando que surjam doenças, ou mesmo que elas se agravem.
Importância de investir em saúde preventiva
Investir em saúde preventiva é importante porque permite a criação de estratégias consistentes para a manutenção do bem-estar do paciente.
Afinal, suas ações têm por objetivo se antecipar aos riscos para evitar doenças.
Ao mesmo tempo, ajudam a minimizar os impactos daquelas que forem inevitáveis.
É por isso que apostar nessa estratégia de longo prazo faz todo o sentido.
Acima de tudo, porque estamos diante do crescimento na expectativa de vida da população e, por consequência, das doenças crônicas.

A estimativa é que a expectativa global aumente 4,5 anos entre 2022 e 2050, passando de 73,6 para 78,1 anos, de acordo com o Estudo Global de Carga de Doenças (GBD), publicado na revista científica The Lancet.
Entretanto, o mesmo estudo prevê que a maior longevidade será acompanhada por menos qualidade de vida.
No Brasil, a expectativa média ao nascer era de 76,4 anos em 2023, conforme o IBGE.
Os números são consistentes e revelam a maior necessidade de investir em iniciativas voltadas ao bem-estar, com destaque para a medicina preventiva.

O diagnóstico precoce eleva as chances de cura e tratamento para uma série de patologias
Novo perfil de doenças exige ações preventivas
Somado ao envelhecimento populacional, nosso país vivenciou um fenômeno chamado transição epidemiológica, desencadeado pela mudança no padrão de males que levam à morte.
Por exemplo, até o início do século 20, as doenças infecciosas eram as mais preocupantes e letais, provocando aproximadamente metade das mortes.
Posteriormente, nas décadas seguintes, esse posto passou a ser ocupado pelas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que englobam:
- Câncer
- Diabetes
- Doenças respiratórias crônicas.
Ao estudar os fatores de risco para essas enfermidades, encontramos muitos que ultrapassam a esfera puramente médica.
Ou seja, eles se relacionam com os hábitos e a rotina dos pacientes.
Doenças cardiovasculares, por exemplo, podem ser agravadas por uma dieta com colesterol alto e pelo sedentarismo.
Dessa forma, exigem uma profunda mudança no comportamento para evitar grandes eventos, como um infarto.
É aí que entra a medicina preventiva: essa especialidade leva conscientização ao paciente e usa as ferramentas certas para que ele seja acompanhado por profissionais como nutricionistas e educadores físicos.
Nesse sentido, vale citar uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review.
O estudo mostrou o potencial de economia para a saúde diante do investimento em medicina preventiva.
Descobriu, por exemplo, que as doenças crônicas respondem por 50% do total de gastos com saúde, enquanto episódios agudos representam 35%.
Áreas da medicina preventiva
Como vimos até aqui, a medicina preventiva busca tratar o corpo e a mente em conjunto, uma vez que a condição de um afeta a do outro.
Afinal, o organismo humano é um sistema.
Como tal, tem partes interligadas que sentem os impactos do mau funcionamento de outras áreas, órgãos e tecidos.
Um exemplo são as dores de cabeça provocadas por problemas nos dentes.
Se você tem esse sintoma, deve investigar a causa: comece marcando uma consulta online com um clínico.

O que quero deixar claro é que, além do corpo, mente e emoções impactam no bem-estar.
Portanto, devem estar em harmonia para prevenir doenças.
Para simplificar as ações no campo da medicina preventiva, essa especialidade costuma ser dividida em quatro áreas, cada uma com um enfoque diferente.
Prevenção primária
Inicialmente, temos a prevenção primária.
Ela se concentra naquilo que pode ser feito para que o cliente tenha a melhor qualidade de vida possível.
Não por acaso, é a área mais popular da medicina preventiva.
Repare que chamei o usuário de cliente, e não paciente. A ideia é evitar que ele desenvolva qualquer condição que necessite de intervenção médica.
Para isso, ganham destaque as medidas e hábitos saudáveis.
Entre eles, não fumar, não consumir álcool com frequência, ter uma dieta nutritiva e praticar exercícios físicos.
A lista inclui ainda construir relacionamentos saudáveis, investir em autodesenvolvimento e inteligência emocional.
Da mesma forma que a mudança comportamental, essas ações colaboram para a saúde mental, prevenindo males como a depressão e a ansiedade.
Além disso, precisamos considerar a importância do monitoramento médico de caráter preventivo, com a realização de check-ups periódicos.
A estratégia permite que o profissional se aproxime do cliente, identificando e trabalhando para diminuir riscos de doenças.
Prevenção secundária
O diagnóstico precoce eleva as chances de cura e tratamento para uma série de patologias.
Um bom exemplo disso é o câncer de mama – um dos tipos mais comuns entre as mulheres.
Então, é aí que se enquadra a prevenção secundária.
Ela atua para identificar os males em estágios iniciais para evitar que evoluam para eventos sérios.
No caso do câncer de mama, a recomendação é que as pacientes com mais de 40 anos (idade em que há maior risco) realizem mamografia anualmente.
Esse exame permite a visualização de pequenos nódulos e calcificação na mama, que determinam os estágios iniciais da doença.
Outro exemplo de prevenção secundária se dá com a identificação e o controle de altas taxas de colesterol ruim ou gordura abdominal em pessoas sedentárias.

Mais uma vez, essa é uma condição que pede acompanhamento médico periódico – a fim de prevenir doenças cardiovasculares.
Prevenção terciária
Medidas de prevenção terciária são tomadas quando o paciente já desenvolveu a doença.
Então, entra em cena o objetivo de minimizar efeitos adversos, desdobramentos e complicações.
É o caso do monitoramento e tratamento do Alzheimer, quando a atuação médica preventiva ajuda a retardar o avanço de sintomas como a perda da memória e a deterioração cognitiva.
Da mesma forma, vale citar a resposta rápida diante do diagnóstico de Aids.
Ela impede o comprometimento do sistema imune, podendo oferecer uma vida normal ao paciente que aderir à terapia.
Prevenção quaternária
Finalmente, chegamos à prevenção quaternária. Apesar do nome incomum, é fácil de entender.
Ela foca no tipo de tratamento ofertado, priorizando práticas que diminuem a dependência de medicamentos, possíveis sequelas e restrições.
9 estratégias de medicina preventiva
Agora que você sabe o que é medicina preventiva e suas áreas, vamos avançar para boas práticas de prevenção primária que podem ser indicadas para grande parte dos pacientes.
Acompanhe!
1. Dieta saudável
Condição física, disposição, raciocínio e imunidade são alguns dos fatores influenciados pela alimentação.
Afinal, são os alimentos que fornecem os nutrientes necessários para a manutenção do corpo humano.
Portanto, uma dieta balanceada está na base de qualquer estratégia de prevenção primária eficiente.
É ela que dá força para que o organismo siga funcionando de maneira adequada, o que pede o consumo de quantidades suficientes dos três grupos alimentares:
- Construtores, ricos em proteínas
- Reguladores, que fornecem fibras, vitaminas e minerais
- Energéticos, ricos em gordura e açúcar.
Uma regra útil é ingerir mais proteínas, vitaminas e minerais, combinando carnes a verduras, frutas e legumes.
As gorduras e açúcares têm seu papel, mas o consumo deve ser mais limitado para evitar o sobrepeso, colesterol alto e o acúmulo de placas de ateroma nos vasos sanguíneos.
Vale, ainda, diversificar os alimentos, investindo em pratos coloridos e nutritivos.
2. Prática regular de atividade física
Ser ativo ajuda no combate e prevenção de diabetes tipo 2, depressão, ansiedade, problemas cardíacos e até câncer.
Também pode melhorar o condicionamento físico, a memória e saúde cerebral, proporcionando momentos de prazer pela liberação de hormônios como a endorfina.
A OMS recomenda que adultos se mantenham ativos, realizando entre 150 e 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana.

Para crianças e adolescentes, o ideal é uma hora, todos os dias.
3. Check up anual
Se a ideia é evitar agravos à saúde, é inteligente programar check-ups periódicos com bateria de exames para conferir se está tudo bem com os principais sistemas do corpo.
Exames físicos, testes de laboratório, eletrocardiograma (ECG) e outros procedimentos estão entre os mais comuns nessas ocasiões.
Através deles, o médico pode identificar alterações com antecedência, tratando de sintomas e doenças em estágio inicial.
Você pode consultar um clínico geral, nutricionista e muitas outras especialidades sem sair de casa com a Telemedicina Morsch.
4. Vacinação em dia
O incentivo à vacinação é uma das principais estratégias de promoção da saúde, pois previne doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e outros patógenos.
Além de imunizar as pessoas vacinadas, essa prática protege indivíduos que não podem se vacinar devido ao comprometimento imunológico e outras questões de saúde.
No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde existe desde 1973, e disponibiliza de forma gratuita 47 imunobiológicos (30 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas).
5. Gerenciamento do estresse
Lidar com o estresse em certos contextos é normal, uma vez que ele reflete uma resposta natural do organismo diante de ameaças.
No entanto, o estilo de vida atual vem aumentando a exposição a fatores estressantes relacionados tanto a demandas pessoais quanto profissionais, o que tende a resultar em quadros de estresse crônico.
Cenários de instabilidade, clima hostil e metas inatingíveis, por exemplo, podem desencadear o estresse ocupacional.
Identificar e combater os riscos ergonômicos, disponibilizar acompanhamento com psicólogo e psiquiatra estão entre as medidas que auxiliam no gerenciamento do estresse.
6. Abandono de hábitos nocivos
Mencionei, nos tópicos anteriores, a relação entre certos comportamentos e um maior risco de doenças e complicações de saúde como o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio.
O simples fato de abandonar esses hábitos não apenas previne essas condições, como também melhora a qualidade de vida.
Daí a importância da conscientização para que o paciente:
- Pare de fumar
- Diminua o consumo de bebidas alcoólicas
- Reduza a ingestão de sódio, alimentos gordurosos e itens ultraprocessados
- Abandone o sedentarismo, incluindo atividades físicas na rotina
- Tenha boas noites de sono.
Aliás, a qualidade do sono merece um tópico à parte.
7. Sono de qualidade
Muito se fala sobre alimentação saudável e exercício físico, mas o sono também tem papel essencial no bem-estar físico e mental.
Noites mal dormidas podem resultar em fadiga, cansaço mental, falta de concentração e até maior risco de acidentes de trabalho e outras ocorrências, devido à falta de foco.
Quadros crônicos de sono de má qualidade ainda elevam as chances de doenças como hipertensão, diabetes e demência.
Daí a necessidade de adotar medidas de higiene do sono, como a redução da exposição a telas e rituais de relaxamento.
Além de investigar possíveis estressores ou patologias que impactam na qualidade do sono, como a apneia e a depressão.
8. Saúde mental em foco
Muitas medidas que comentei acima dão suporte à manutenção da saúde mental.
Especialmente o gerenciamento do estresse, ter uma dieta balanceada, praticar atividade física e ter boas noites de sono.
Essas práticas simples ajudam a promover o bem-estar mental, e podem ser combinadas ao autoconhecimento e suporte psicológico preventivo.
9. Higiene pessoal e ambiental
Incluir a higiene na rotina é outra boa pedida para prevenir doenças.
Isso porque diversos patógenos e vetores são atraídos a locais sujos e úmidos, a exemplo do mosquito transmissor da dengue.
Enquanto microrganismos perigosos podem ser transmitidos através do contato com pele ou superfícies contaminadas.
Nesse cenário, hábitos como lavar as mãos, descartar água parada e manter o quintal limpo têm grande relevância para a saúde preventiva.

A educação em saúde é essencial para a sensibilização e conscientização das pessoas
Panorama da medicina preventiva no Brasil
O Brasil tem estratégias consolidadas em áreas como combate a doenças infecciosas e imunização, que conta com o já citado PNI.
No entanto, o cenário é desafiador, considerando estimativas da OMS como a de que o país terá a quinta maior população idosa do mundo em 2030.
Esse fato exige maior atenção às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que são evitadas com o suporte de algumas frentes de medicina preventiva.
Boa parte delas depende das ações de saúde pública coordenadas pelo Sistema Único de Saúde, uma vez que 75% da população brasileira depende exclusivamente do SUS.
O problema é que essas iniciativas estão subfinanciadas, pois os gastos com medicina preventiva respondem por apenas 24,4% do total de investimentos no SUS – que, em 2022, somaram R$ 143 bilhões.
Qual o papel da educação na medicina preventiva?
A educação em saúde é essencial para a sensibilização e conscientização das pessoas, favorecendo a tomada de decisões adequadas para seu bem-estar.
Observe que a maioria das estratégias de medicina preventiva requer o envolvimento do paciente, que, assim como a equipe médica, precisa assumir uma postura proativa.
Em vez de esperar pelo adoecimento, ele deve agir para evitar a perda da saúde e qualidade de vida.
Nesse contexto, campanhas informativas, orientação médica no consultório ou durante visitas de agentes de saúde vêm se tornando cada vez mais importantes para reforçar as medidas preventivas.
Importância da medicina preventiva no ambiente corporativo
Conceitos de medicina preventiva fazem parte das principais iniciativas de saúde e segurança do trabalho.
Inclusive do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), obrigatórios para grande parte das empresas no Brasil.
Ambos partem de ações visando evitar acidentes e doenças ocupacionais, a fim de promover a qualidade de vida no trabalho.

Uma das medidas mais conhecidas é a oferta do exame ocupacional, que pode conter exames complementares do PCMSO para permitir o diagnóstico precoce das patologias.
Para dar mais celeridade ao processo, a telemedicina ocupacional viabiliza a entrega de laudos online em minutos.
Além da assinatura digital para documentos de SST como:
Clínica de medicina preventiva online: cuide da saúde em casa
Agora, quero falar sobre outro avanço tecnológico importante.
É aquele que permite que qualquer usuário solicite e receba atendimento médico online no conforto de sua casa.
Tudo isso sem precisar se deslocar ou se expor a riscos desnecessários.
Usando os serviços da clínica digital, fica fácil agendar e participar de consultas online com toda a praticidade, comodidade e segurança, mantendo o acompanhamento médico em dia.
Na clínica online, você encontra profissionais atuantes em clínica médica, saúde da família, nutrição e educação física.
Também especialistas que podem ajudar com consultas e encaminhamentos preventivos, como cardiologistas e ortopedistas.
Você, médico, também pode se beneficiar utilizando a ferramenta de teleconsulta da Telemedicina Morsch para se conectar aos pacientes com toda a praticidade.
Como funciona a teleconsulta médica
Veja como é simples receber assistência remota pela plataforma de telemedicina da Morsch:
- Acesse esta página para marcar sua teleconsulta, escolhendo a data, hora e profissional que fará o atendimento
- Realize o pagamento
- Preencha um questionário com informações sobre sua queixa ou objetivo
- Você vai receber um link de acesso à sala virtual exclusiva por SMS ou Whatsapp, na data escolhida.
Então, basta acessar no horário selecionado para conversar com o médico online.
Conclusão
A medicina preventiva surgiu em oposição à abordagem meramente curativa, que priorizava apenas a resposta a doenças, deixando de lado o cuidado integral com o paciente.
Ela é baseada em ações de conscientização, diagnóstico precoce, mitigação de riscos e sequelas.
Devido aos muitos benefícios, essa especialidade deverá continuar crescendo, contando com o emprego de novas tecnologias para personalizar o atendimento, propor soluções que evitam agravos e elevam a qualidade de vida.
Uma dessas ferramentas é a telemedicina, que conecta usuários e profissionais para fortalecer a promoção à saúde.
A Telemedicina Morsch faz a sua parte com o serviço de teleconsulta, aproximando o paciente das soluções em saúde que ele precisa.
Se gostou do artigo, compartilhe com sua rede de contatos!
Acompanhe outras novidades sobre gestão na saúde que publico aqui no blog.
