Cansaço mental é pior que o físico? Entenda suas causas e sintomas
Sentir cansaço mental já é rotina para muita gente.
Aos poucos, as tarefas do dia a dia e a falta de repouso mantêm o cérebro em estado de alerta, o que leva ao esgotamento.
Surgem, então, sintomas como lapsos de memória e mau humor constante, por vezes acompanhados de dores de cabeça e musculares.
Afinal, corpo e mente estão conectados, precisando um do outro para ter disposição, motivação e autoestima.
Caso contrário, aumenta o risco de sofrer com males cardiovasculares, diabetes e transtornos mentais como burnout e depressão.
Quer saber como evitar esses problemas ou como se recuperar?
Então, este artigo é para você.
A partir de agora, vou comentar sobre a diferença entre cansaço físico e mental, os principais sintomas e dicas para preservar a saúde mental.
Se observar uma sobrecarga mental frequente, vale consultar um psicólogo ou psiquiatra, seja pessoalmente ou via telemedicina.
O que é cansaço mental?
Cansaço mental é um estado de estafa cerebral que esgota a energia destinada às atividades diárias.
Geralmente, a pessoa percebe que ultrapassou seus limites e que não tem mais recursos mentais e emocionais para enfrentar desafios.
Até certo ponto, a fadiga pode ser considerada normal, principalmente depois de tarefas que exigem dedicação e concentração extremas.
Por exemplo, elaborar um artigo acadêmico ou uma apresentação importante para o trabalho.
Também é natural sentir a mente cansada após um dia estressante ou períodos atípicos como o isolamento social vivenciado recentemente.
Para se ter uma ideia, uma análise da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) constatou que mais de 40% dos brasileiros tiveram problemas com ansiedade nos últimos dois anos.
Em nível global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia apontado que 60% da população sofre com fadiga pandêmica.
Isso porque a pandemia de Covid-19 elevou a preocupação e alterou a rotina de todos, ao mesmo tempo em que prejudicou atividades relaxantes.
Sem condições de encontrar amigos e familiares, precisando encarar momentos de luto e outras perdas, a mente experimenta alta sobrecarga.
Quando conseguimos passar por estas situações e nos recuperar, tudo bem, mas ter o cansaço do cérebro como padrão leva ao adoecimento mental e físico.
Diferença entre cansaço físico e mental
Pode parecer óbvio, mas nem sempre é fácil diferenciar o cansaço físico do mental.
Isso porque, quando a mente está exausta, é comum que o corpo sinta os efeitos.
A chave para descobrir a origem do cansaço está em avaliar qual é a sua causa.
Se for puramente físico, será proveniente de tarefas que requerem esforço, como carregar peso, correr ou pedalar.
Logo depois de concluir essas atividades, o organismo estará cansado, pedindo por repouso imediato.
A sensação melhora rapidamente, depois do descanso.
E deve passar assim que o repouso for prolongado, como no caso de uma boa noite de sono.
Já o cansaço mental, por sua vez, não surge depois de uma tarefa física extenuante.
Ele tende a se manifestar após atividades que exigem esforço mental e/ou emocional, apesar de poder incluir sintomas físicos.
O quadro só é atenuado quando a mente se desliga das preocupações.
Cansaço mental é pior que o físico?
O cansaço mental pode ser mais perigoso que o físico, pois é mais difícil de reverter.
Enquanto o físico requer apenas períodos de repouso para o corpo, descansar a mente não é tão simples.
Em especial porque o cérebro nunca para de funcionar, nem mesmo durante a noite.
Para diminuir a tensão mental, é necessário reduzir a velocidade dos pensamentos, a fim de amenizar o trabalho dos neurônios.
Sem contar que a fadiga mental também pode estar por trás do cansaço físico.
Sintomas de cansaço mental
Considero importante notar que o cansaço mental pode indicar o início de transtornos emocionais.
Portanto, faz sentido que a maior parte dos sintomas se confunda com os dessas doenças.
No entanto, mesmo patologias físicas podem provocar cansaço mental, pois elevam o nível de estresse e sobrecarregam o cérebro.
Fique atento se reparar nos sinais mentais e físicos abaixo, principalmente quando vierem combinados e permanecerem por longos períodos:
- Lapsos de memória
- Problemas de concentração
- Raciocínio lento
- Irritabilidade
- Preocupação excessiva
- Alterações de humor
- Dificuldade para manter a disciplina
- Falta de motivação e energia
- Insônia, sono constante e/ou fragmentado
- Perda de apetite/fome frequente
- Diminuição da libido
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Desordens digestivas
- Imunidade baixa.
O que provoca cansaço mental?
Condições que mantêm o cérebro alerta têm o potencial de provocar cansaço mental, pois o estresse drena a energia, deixando uma sensação de esgotamento.
A seguir, vou detalhar cinco possíveis causas para a fadiga mental.
Bombardeio de informações e estímulos
Redes sociais, acúmulo de tarefas de trabalho, notícias, demandas pessoais.
A combinação entre tantos estímulos mentais torna quase impossível se desligar dos acontecimentos.
Quem sofre com essa hiper estimulação é o cérebro, que não consegue descansar para repor as energias.
Ausência de pausas no trabalho
Fenômenos recentes como a ascensão do home office vêm rompendo a barreira entre vida profissional e pessoal.
Por estarem trabalhando em casa, muitas pessoas deixam as tarefas pessoais em segundo plano, ignorando o autocuidado em nome da produtividade.
Entretanto, a falta de pausas tende a esgotar os recursos mentais, levando ao efeito inverso.
Ou seja, com o tempo, o cansaço mental gera queda na produtividade e na qualidade das entregas de trabalho.
Excesso de telas
Outra consequência do isolamento social é o excesso de telas.
Se antes o trabalho e o lazer eram realizados presencialmente, a pandemia fez crescer a dependência do smartphone, notebook e tablets para manter contatos.
O problema é que passar manhã, tarde e noite em frente às telas durante tantos meses leva ao acúmulo de informações, o que resulta em cansaço mental.
Distúrbios mentais e emocionais
Ansiedade, síndrome do pânico, depressão e burnout estão entre os transtornos mentais mais comuns.
Por gerarem desequilíbrio no sistema nervoso central, essas doenças costumam desencadear cansaço mental, que em alguns casos, é permanente.
Indivíduos com depressão, por exemplo, sentem uma desmotivação profunda e contínua, alimentada pela perda de interesse em atividades prazerosas.
Já o burnout pode ser definido como esgotamento generalizado, relacionado ao excesso de trabalho e despersonalização do paciente.
Sobrecarga de preocupações
É natural se preocupar diante de situações novas ou ameaças ao mundo que conhecemos, como a possibilidade de perder um ente querido.
Contudo, sofrer com esses pensamentos de forma recorrente é motivo para acender o sinal de alerta.
Rapidamente, os temores derrubam a disposição e a energia, resultando em estafa mental.
O que é bom para cansaço mental?
Buscando diminuir o impacto do cansaço mental, há quem utilize substâncias estimulantes como o pó de guaraná e a cafeína.
Embora forneçam energia instantânea, o efeito desses itens dura pouco tempo.
Além do mais, eles tendem a manter a mente acelerada, o que pode agravar o problema, em vez de resolver.
Outra armadilha está nas soluções milagrosas que usam chás, florais e suplementos, prometendo a recuperação da disposição e energia mental.
Antes de consumir esses produtos, é importante consultar seu médico e/ou nutricionista para prevenir efeitos indesejados.
Desconfie também de dietas da moda ou regimes prontos, que não levam em consideração a sua condição física.
Afinal, o que é bom para um amigo ou familiar pode não ser o ideal para o seu estilo de vida.
Então, respondendo à pergunta do início do tópico: bom para o cansaço mental é se desligar das tarefas e preocupações – e receber a assistência de especialistas em saúde mental sempre que necessário.
Como combater o cansaço mental
Agora, quero avançar para algumas opções utilizadas tanto para a prevenção do cansaço crônico quanto para o tratamento.
Inclua essas 9 estratégias abaixo na sua rotina e melhore a qualidade de vida.
1. Durma bem
Apesar de a atividade cerebral nunca parar por completo, é durante o sono que esse órgão mais descansa.
Nesse período, as memórias são consolidadas e alguns hormônios são liberados para garantir o bom funcionamento do organismo.
Sem contar o tempo para liberar a criatividade e a imaginação, já que não há regras ou padrões nos sonhos.
Então, é inteligente separar oito horas de sono por noite, em ambiente escuro, arejado e tranquilo, com horários definidos para ir para cama e para levantar.
2. Invista em alimentação saudável
Há casos em que a falta de energia vem da escassez de vitaminas, minerais e outros nutrientes necessários para o bom desempenho cerebral.
Portanto, adote uma dieta equilibrada, dando preferência a legumes, verduras e frutas, em vez de produtos processados e artificiais.
Alimentos que sejam fonte de proteínas, zinco, vitaminas C, D e do complexo B estão entre os itens que trazem benefícios ao cérebro.
3. Supere o sedentarismo
A falta de exercício físico diminui a disposição, resultando em cansaço físico e mental.
Pequenas mudanças na rotina ajudam a virar esse jogo, renovando os pensamentos e tirando a atenção dos problemas.
Dá para começar com pequenas caminhadas de 20 a 30 minutos, três vezes por semana.
Se não for possível, faça pausas de 5 ou 10 minutos para se alongar, dar uma volta no quarteirão, etc.
4. Desligue-se
Esvaziar a mente é uma ferramenta poderosa para reiniciar os pensamentos e reduzir o estresse.
Daí a popularização de práticas como a meditação e os exercícios de respiração, que concentram a atenção no presente.
Alguns minutos diários já fazem diferença.
5. Tenha momentos de lazer
Outra dica para relaxar a mente é passar tempo com quem você gosta, passear no parque, curtir um bom livro, série ou hobby.
Por mais que a rotina seja agitada, tente selecionar cerca de uma hora por dia para essas atividades.
6. Encare a vida com leveza
A saúde mental depende da nossa percepção do mundo, o que pede mais leveza no dia a dia.
Claro que haverá momentos de medo, angústia, tristeza e outras emoções negativas, mas não se esqueça que tudo passa.
Principalmente quando o assunto são as emoções, que estão sempre mudando.
Procure focar nas ações prazerosas que elevam sua motivação.
7. Planeje seu dia
Por vezes, a sobrecarga mental vem da ansiedade permanente, que por sua vez, nasce da falta de planejamento.
Sem saber o que precisa ser feito, qual o prazo e o que é prioritário, é natural viver preocupado.
Reverta esse quadro planejando cada dia, semana e mês.
8. Tire férias
Estou falando de períodos de pelo menos 10 dias consecutivos sem trabalhar, uma vez ao ano.
Melhor ainda se puder viajar ou passear por lugares novos para recarregar a energia mental e se desligar dos problemas.
9. Peça ajuda
Ter uma ou mais pessoas de confiança, com quem você possa conversar para aliviar a mente em épocas estressantes, é importante.
Além disso, há situações que pedem suporte de um profissional de saúde mental capacitado para conduzir sessões de terapia e, se necessário, receitar medicamentos.
Qual médico atende casos de cansaço mental e emocional?
O médico especializado em demandas de saúde mental e emocional é o psiquiatra.
Esse profissional realiza a avaliação integral de aspectos físicos, mentais e emocionais que estão interferindo no dia a dia do paciente.
A consulta psiquiátrica segue os moldes da assistência médica, sendo composta por anamnese, exame clínico e testes complementares.
Dependendo do caso, é feita uma abordagem multiprofissional junto ao psicólogo, que foca em técnicas não medicamentosas como terapia e psicanálise.
Ambos os profissionais podem atender pessoalmente ou via teleconsulta.
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A consulta online agrega uma série de vantagens ao paciente, que recebe cuidados de saúde sem sair de casa.
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Conclusão
Ao longo deste texto, procurei tirar dúvidas sobre as causas, o tratamento e a prevenção do cansaço mental.
Se ficou alguma questão em aberto, deixe um comentário a seguir.
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