Consulta de psiquiatria online: o que é e como agendar

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de julho de 2021
Consulta psiquiatria

Quem busca uma consulta de psiquiatria está dando um passo importante para fortalecer a saúde mental.

No encontro com o psiquiatra, o paciente vai receber apoio e avaliação integral de aspectos físicos, mentais e emocionais que estão interferindo em seu dia a dia.

Dessa forma, poderá combater males como ansiedade, depressão e transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Vícios e problemas que afetam sono e alimentação também entram na lista de doenças tratadas pelo especialista.

Neste artigo, conto como é a consulta com o psiquiatra, informações que devem ser compartilhadas e diferenças entre a abordagem psiquiátrica e psicológica.

Trago, ainda, um passo a passo para agendar esse encontro online de forma simples e rápida.

Se o tema interessa, é só continuar a leitura.

O que é uma consulta de psiquiatria?

Consulta de psiquiatria é um atendimento médico focado na saúde mental realizado de forma síncrona, ou seja, com interações em tempo real.

O encontro pode ser feito de modo tradicional – presencialmente – ou via telemedicina, com a mediação de uma plataforma que permite conversas por videoconferência.

Em ambos os formatos, o paciente recebe assistência de um médico especializado em saúde mental.

O objetivo do atendimento é promover o bem-estar do doente, investigando condições e sintomas que estejam afetando a rotina de forma negativa. 

A consulta na psiquiatria vem ganhando popularidade à medida que as pessoas reconhecem a importância de manter o cérebro, os pensamentos e as emoções saudáveis.

Cuidar desse aspecto é tão relevante quanto cuidar do corpo, por isso, vale procurar ajuda médica sempre que houver suspeita de alguma desordem.

Assim como se busca por um pneumologista quando há uma crise de asma, deve-se buscar pelo psiquiatra se houver sinais como insônia, vícios e dificuldade excessiva para controlar os impulsos.

Consulta psiquiátrica x psicólogo: qual a diferença?

As principais diferenças entre a consulta em psiquiatria e com psicólogo são o tipo de abordagem e as formas de tratamento receitadas.

Para explicar melhor, ressalto que existe distinção desde a formação desses profissionais.

A psiquiatria é uma área médica, portanto, requer que o psiquiatra se gradue em Medicina para, em seguida, cursar especialização na área de saúde mental.

Já a Psicologia é um segmento à parte dentro do setor de saúde, no qual o profissional faz a graduação correspondente, com foco em saúde emocional.

Nesse contexto, a consulta na psiquiatria se enquadra no modelo de consulta médica.

Significa que, mesmo que tenha bastante espaço para a entrevista com o paciente (anamnese), o encontro inclui o complemento com testes.

Envolve, então, exame psíquico, solicitação de testes complementares e, caso seja recomendado, prescrição de medicamentos.

Por outro lado, a consulta psicológica se concentra na comunicação, comportamentos e técnicas como a terapia e psicanálise para tratar transtornos de ordem emocional.

Vale lembrar que o psicólogo não prescreve medicamentos.

Como é de se esperar, o trabalho desses dois profissionais tende a se complementar, o que faz com que atuem em conjunto em diversas ocasiões.

Ao diagnosticar uma depressão, por exemplo, o psiquiatra pode receitar um medicamento para a regulação de hormônios como a dopamina, e fazer o posterior acompanhamento.

Simultaneamente, o psicólogo usa as sessões para elevar a autoestima do paciente e ensiná-lo a lidar melhor com traumas e pensamentos negativos.

Consulta psiquiátrica

Anamnese é o nome dado à primeira conversa que o psiquiatra realiza com o paciente

Como é uma consulta com psiquiatra

A consulta com psiquiatra é parecida com qualquer outra consulta médica.

O especialista pode ser procurado com o objetivo de prevenção ou tratamento de sintomas.

Quem deseja prevenir patologias mentais pode incluir uma avaliação psiquiátrica em seu checkup anual, junto a consultas com o cardiologista, neurologista, ginecologista e outros.

Contudo, é mais comum buscar esse atendimento diante de sintomas e incômodos como disfunções alimentares.

Por vezes, doenças que afetam a mente podem se expressar com sinais físicos como palpitações e dores no corpo.

Nesses casos, um clínico geral, pediatra, geriatra ou especialista de outra disciplina podem encaminhar o paciente a uma consulta de psiquiatria.

Geralmente, o encontro começa com uma conversa em que o psiquiatra explica como funciona o atendimento e faz algumas perguntas.

A ideia é tanto envolver e ganhar a confiança do paciente quanto coletar informações que possam dar base a uma hipótese diagnóstica.

Mas a consulta não se resume ao diálogo.

Ela engloba exame físico, registro de queixas, análise do histórico do paciente, pedido por exames e receita de medicações, se for preciso.

Será feito, ainda, um exame psíquico para verificar a existência de algum transtorno da mente ou das emoções.

Semelhante ao que ocorre em consultas de outras especialidades, o atendimento psiquiátrico se dedica, num primeiro momento, a aplacar ou minimizar sintomas e seus impactos no dia a dia.

Seus efeitos se desdobram com a continuidade da avaliação, investigação dos sintomas, elaboração de diagnóstico e sugestão de um ou mais tratamentos.

Geralmente, a terapia se torna robusta quando tem abordagem multidisciplinar, incluindo o suporte de outros profissionais de saúde.

Psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e nutricionistas podem ajudar com o tratamento, assim como médicos de especialidades variadas.

Dependendo da manifestação da doença, vale ter o auxílio de cardiologistas, neurologistas, nutrólogos e outros profissionais.

Perguntas que o psiquiatra faz na primeira consulta

Na primeira consulta em psiquiatria, o médico colhe informações sobre o motivo de ter sido procurado, hábitos, estilo de vida e história familiar do paciente.

Algumas questões comuns são:

  • Qual a razão para você marcar esta consulta?
  • Tem alguma queixa ou sintoma físico que incomoda?
  • Tem alguma queixa ou incômodo que afeta a saúde da sua mente?
  • Possui vício em álcool, cigarro, remédios ou drogas ilícitas?
  • Com que tipo de pensamentos e emoções você mais convive?
  • Algum familiar próximo sofre com transtornos psíquicos?
  • Como anda o seu humor?
  • Costuma ter boas noites de sono?
  • Faz uso contínuo de algum medicamento?
  • Atualmente, você está em tratamento de alguma doença?

Tenha em mente que as informações servem para apoiar e qualificar o diagnóstico, e que o psiquiatra lida com distúrbios que podem não ter manifestações físicas.

Portanto, não tenha receio de responder a uma pergunta, ainda que pareça estranha ou fora de contexto.

Hoje em dia, sabe-se que uma série de situações aparentemente inofensivas têm o potencial de impactar as emoções e, por consequência, o funcionamento da mente.

Atendimento psiquiátrico

Na primeira consulta, o psiquiatra faz uma série de perguntas para conhecer melhor seu paciente

O que dizer ao psiquiatra na consulta?

Claro que você não vai, simplesmente, responder perguntas de um jeito automático.

O consultório de psiquiatria é um espaço neutro, seguro e aberto para que possa esclarecer dúvidas, expressar emoções e recordar experiências marcantes.

Lembre-se de que todas as informações compartilhadas são protegidas pela ética médica, sigilo médico-paciente e outros direitos.

Por isso, aproveite ao máximo a consulta, compartilhando medos, frustrações, detalhes sobre seus relacionamentos e histórico de saúde.

Sempre que sentir necessidade, questione o porquê de uma pergunta ou sugestão feita pelo psiquiatra.

Isso facilita a identificação de causas, sintomas, gatilhos para crises e pode até colaborar para o sucesso do tratamento adotado.

A terapia será mais efetiva se tiver total compreensão e aceitação por parte do paciente.

Exponha, da forma mais clara possível, como você se sente diante das situações, a dinâmica dos relacionamentos interpessoais e detalhes sobre sua autoimagem.

Essas informações são relevantes para que inicie seu processo de autoconhecimento, empoderamento e autonomia para gerir as emoções, com efeitos positivos para a saúde mental.

Embora as terapias, aconselhamentos, exames e medicamentos tenham sua parcela na recuperação, o posicionamento do paciente também conta.

Por que é comum chorar na consulta ao psiquiatra? 

Distúrbios mentais são, frequentemente, associados, desencadeados ou agravados por quadros emocionais.

E a emoção é, por definição, instável, surgindo mediante diferentes gatilhos.

Nesse cenário, faz sentido chorar na consulta com o psiquiatra, principalmente ao recordar fatos com grande carga emocional.

O choro costuma surgir como manifestação das emoções represadas ou despertadas quando o paciente se lembra de um episódio marcante.

Pode, inclusive, acontecer sem que haja transtornos ou maiores complicações, porque expressar as emoções é normal e saudável.

Ao tomar consciência sobre decisões e suas consequências, também é comum derramar lágrimas para aliviar sentimentos como culpa, mágoa e tristeza.

O importante é saber que o psiquiatra está ali para dar apoio e ajudar a melhorar sua qualidade de vida.

Quando consultar um psiquiatra

Vale consultar um psiquiatra sempre que reparar em mudanças bruscas no comportamento, sinais que afetam a mente e as emoções.

Confira, a seguir, alguns sintomas comuns que pedem uma avaliação psiquiátrica:

  • Sensação de angústia ou ansiedade frequente: pode se manifestar como peso ou dor no peito
  • Cansaço crônico: quando a fadiga se estende por dias e não passa depois de uma boa noite de sono ou de um dia de descanso
  • Alterações nos padrões de sono: insônia, excesso de sono ou interrupções constantes merecem avaliação
  • Mudanças nos hábitos alimentares: perda de apetite, episódios de ingestão compulsiva de alimentos e outros problemas com a alimentação pedem atenção quando são frequentes
  • Oscilações de humor: intercalar euforia com tristeza ou desânimo profundo
  • Dependência de substâncias lícitas e ilícitas: o psiquiatra é o especialista indicado para tratar o vício
  • Explosões emocionais constantes: episódios ocasionais de raiva, alegria ou tristeza são normais. Mas explosões desencadeadas por pequenos problemas requerem investigação
  • Pensamentos de suicídio e autodestruição: pensamentos são a base das emoções. Por isso, é preciso agir caso eles se tornem predominantemente negativos
  • Busca por isolamento: ficar sozinho de vez em quando é saudável e ajuda a se conhecer. Porém, o isolamento estendido pode sinalizar desordens emocionais
  • Prevalência de estados emocionais negativos: é verdade que as emoções oscilam ao longo do dia. Contudo, não é natural que se mantenham sempre negativas, afetando a motivação do indivíduo.
Psiquiatra online

A consulta psiquiátrica online é cômoda para o paciente e atende às exigências de órgãos de saúde

Consulta de psiquiatria online

Comentei, acima, que a consulta com psiquiatra pode ser feita presencialmente ou online.

A consulta online acontece em uma sala separada para essa finalidade, dentro de uma plataforma de teleconsulta.

Esse sistema é regulado e obedece a exigências de autoridades de saúde como o Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde.

Isso significa que a plataforma cumpre com requisitos de qualidade, sigilo e geração de documentos médicos válidos, validados com a assinatura digital do psiquiatra.

Após marcar a consulta, o paciente entra no sistema e conversa com o médico normalmente.

Neste momento, ele esclarece dúvidas e revela suas queixas.

As imagens e sons dão suporte para que o especialista avalie não apenas a conversa, mas também o tom do discurso e possíveis anormalidades que indiquem distúrbios.

O psiquiatra tem acesso ao prontuário digital, com informações prévias para qualificar o diagnóstico, e atualiza esse documento com dados coletados na consulta.

Atestados, encaminhamentos e receitas são gerados de modo automático dentro da plataforma e enviados ao paciente via e-mail ou WhatsApp.

Softwares modernos, como o da Telemedicina Morsch, inserem um QR Code na prescrição digital para facilitar a compra de medicamentos em farmácias cadastradas.

Basta apresentar a receita para que seja lida e mostre os dados dos remédios ao farmacêutico.

Como agendar consulta particular com psiquiatra

A teleconsulta dispensa a necessidade de deslocamento e proporciona maior conforto para compartilhar sua vivência com o psiquiatra.

Afinal, você vai estar acolhido em sua casa, com acesso ao atendimento médico mesmo em períodos de isolamento.

Usar a plataforma de teleconsulta Morsch é simples e prático, desde a marcação até a realização do encontro. 

É só seguir o roteiro:

  1. Acesse a página de agendamentos
  2. Use o campo de buscas para selecionar a especialidade Psiquiatria e escolha o profissional de sua preferência
  3. Confira os horários de agendamento, ao lado da identificação do médico, e clique sobre o mais adequado
  4. Você será redirecionado para uma página de login. Se não tiver cadastro, selecione “Criar conta”
  5. Preencha o formulário com informações de identificação e prossiga
  6. Crie uma senha e acesse o sistema
  7. Confirme o horário da teleconsulta e faça o pagamento.

Meia hora antes do atendimento, você vai receber o link de acesso à sala virtual via WhatsApp ou SMS.

Conclusão

Os benefícios da consulta na psiquiatria não se restringem aos pacientes com distúrbios graves.

Esse encontro é útil para qualquer pessoa durante momentos difíceis, viabilizando o tratamento adequado para manter a saúde mental.

Neste artigo, você conheceu os detalhes e sintomas que merecem uma avaliação do psiquiatra.

Se estiver sofrendo com algum deles, procure ajuda médica o mais breve possível.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin