Tarja preta: características, exemplos e como comprar esse medicamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 19 de outubro de 2022
Tarja preta

O uso de remédios tarja preta ainda é tabu para muita gente.

Principalmente porque diversos desses medicamentos servem para combater efeitos de distúrbios mentais.

Ao promover mudanças no funcionamento de neurotransmissores, os fármacos podem causar dependência.

No entanto, quando utilizados sob prescrição médica e junto a outras medidas terapêuticas, eles ajudam a equilibrar os estados emocionais.

É dessa forma que ajudam a elevar o bem-estar do paciente.

Antidepressivos e ansiolíticos são exemplos de medicações com tarja preta, como você vai descobrir ao longo deste artigo.

Cada um desses remédios é controlado pela Anvisa, exigindo um tipo especial de receituário para que sejam adquiridos.

Com o suporte da telemedicina, dá para renovar as receitas de um jeito simples, garantindo a continuidade do tratamento com segurança.

Vou mostrar tudo isso em detalhes neste texto.

Avance na leitura e saiba mais.

O que é tarja preta?

Tarja preta é uma sinalização inserida nas caixas de medicamentos controlados, a fim de alertar sobre seus riscos em potencial.

A coloração preta indica que as substâncias presentes nesses produtos têm impactos sobre o sistema nervoso central, podendo desencadear uma série de efeitos colaterais.

Entre os mais graves estão a dependência, tolerância e até a morte, em caso de uso indiscriminado – como em decorrência da overdose.

No Brasil, a venda de remédios de tarja preta é controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável também pelas normas de rotulagem dos fármacos.

Considerando os tipos de rótulo, o órgão divide os remédios em quatro grupos diferentes:

  1. Medicamentos isentos de prescrição (MIPs): são remédios que dispensam maior controle por parte da Anvisa e são vendidos sem receita médica. Analgésicos, antitérmicos e antiácidos estão entre os mais populares. Contudo, vale lembrar que mesmo os MIPs não devem ser tomados de modo indiscriminado, pois a automedicação coloca a saúde em risco
  2. Medicamentos de tarja amarela: a coloração amarela se refere aos remédios genéricos, ou seja, àqueles nomeados pelo princípio ativo (substância responsável pelo efeito proporcionado pela medicação). Medicamentos genéricos são seguros e eficazes, tendo como diferencial o custo menor que os remédios de referência. Caso o genérico contenha substâncias especiais, terá duas tarjas: uma amarela e outra preta ou vermelha
  3. Medicamentos de tarja vermelha: antibióticos e anti-hipertensivos são exemplos de remédios que recebem tarja vermelha. Eles só podem ser vendidos sob prescrição médica, como informa a mensagem em seu rótulo. Dependendo do produto, a receita precisará ficar retida na farmácia
  4. Medicamentos de tarja preta: neste grupo estão os remédios controlados pela Anvisa, que só podem ser comprados com receita especial (amarela ou azul).

A seguir, trago detalhes sobre as indicações desse tipo de medicamento.

Para que serve um remédio tarja preta?

A identificação visual dos medicamentos faz parte da estratégia de supervisão encabeçada pela Anvisa.

Nesse contexto, tanto a tarja preta quanto as demais cores integram ações do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, que, conforme define o site do Governo Federal:

“O SNGPC monitora as movimentações de entrada (compras e transferências) e saída (vendas, transformações, transferências e perdas) de medicamentos comercializados em farmácias e drogarias privadas do país, particularmente os medicamentos sujeitos à Portaria 344/1998 (como os entorpecentes e os psicotrópicos) e os antimicrobianos”.

Entorpecentes e psicotrópicos são as principais classes de medicamentos que recebem tarja preta, sendo prescritos para tratar, por exemplo:

Há uma série de outras condições que podem ter o tarja preta como abordagem médica.

Lista de medicamentos tarja preta

Como acabei de citar, os remédios de tarja preta podem ser receitados com diversas finalidades.

Em seu Anexo 1, a já citada Portaria 344/1998 elenca as substâncias controladas, descritas nas listas:

  • A1 (entorpecentes)
  • A2 (substâncias entorpecentes de uso permitido somente em concentrações especiais)
  • A3 (substâncias psicotrópicas)
  • B1 (psicotrópicos)
  • B2 (substâncias psicotrópicas anorexígenas).

Veja a seguir exemplos de medicamentos tarja preta com diferentes funções.

Remédio para dormir tarja preta

Dormir bem é uma das premissas para levar uma vida saudável.

Contudo, uma pesquisa realizada pelo Instituto do Sono em 2021 mostrou que 66,8% dos brasileiros enfrentam dificuldades para dormir.

Quando não se consegue adormecer ou se manter dormindo três vezes por semana, durante pelo menos três meses, provavelmente existe um quadro de insônia.

Esse distúrbio afeta a qualidade de vida, podendo ocasionar problemas de memória, raciocínio, irritabilidade, dores de cabeça, cansaço mental, entre outros incômodos.

Certos casos se beneficiam do tratamento com substâncias de efeito hipnótico, a exemplo do zolpidem.

Benzodiazepínicos também podem ser prescritos.

Remédios tarja preta

A venda de medicamentos tarja preta sem receita é proibida no Brasil, segundo determina a legislação

Calmante tarja preta

Conhecidos popularmente como calmantes, a classe de medicamentos benzodiazepínicos tem impacto tranquilizante sobre o sistema nervoso central.

Um dos representantes mais famosos é o clonazepam, usado no tratamento de doenças como transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Antidepressivos tarja preta

Amitriptilina, mirta-zapina, duloxetina e fluoxetina são alguns antidepressivos de tarja preta.

Sua ação no cérebro auxilia na reversão de estados emocionais negativos e pensamentos suicidas, comuns entre pacientes com depressão.

Vale ressaltar a importância da combinação entre os fármacos e medidas psicoterapêuticas para o sucesso do tratamento.

Remédio para ansiedade tarja preta

Com ação sobre neurotransmissores, os remédios de impacto calmante também podem ser prescritos para tratar a ansiedade.

Lembrando que ficar ansioso antes de grandes acontecimentos ou enquanto aguarda por respostas importantes é natural.  

Somente quando se vive sob estado de estresse permanente, com reflexos na rotina, é que há necessidade de abordagens contundentes.

Incluindo o uso de clonazepam e outros benzodiazepínicos.

Remédio para emagrecer tarja preta

Muito mais que uma questão estética, o combate à obesidade é relevante para diminuir o risco de complicações como pressão alta e diabetes.

Mudanças no estilo de vida, com a adoção de uma dieta balanceada e atividade física regular, são indispensáveis.

Entretanto, há pacientes com restrições aos exercícios, por exemplo, o que dificulta alcançar os resultados desejados.

Sem contar os casos em que dieta e exercícios não funcionam, pedindo o reforço por meio de medicamentos.

Aí é que entram os remédios para emagrecer, incluindo aqueles monitorados pela Anvisa e com ação no sistema nervoso central para inibir o apetite, causar sensação de saciedade etc.

Medicamentos à base de sibutramina são os mais conhecidos.

Remédio tarja preta para dor

Morfina, codeína e tramadol estão entre os medicamentos tarja preta empregados no tratamento de dores intensas e/ou crônicas.

O desconforto pós-operatório é um exemplo simples, mas certas doenças, como o câncer, também podem motivar a prescrição de fármacos para conter dores severas.

Remédio tarja preta antipsicótico

Clozapina e quetiapina são parte do grupo de medicamentos controlados que combatem sintomas psicóticos.

As perturbações da mente desencadeiam distúrbios como a esquizofrenia, com grande impacto sobre a vida profissional e social do doente.

Como é a caixa de um remédio tarja preta?

As caixas de medicamentos tarja preta são facilmente identificáveis, contendo a faixa e uma frase de advertência.

Esses requisitos foram estabelecidos nos Art. 80 e 81 da Portaria 344/1998, que afirmam:

“Art. 80. Os rótulos de embalagens de medicamentos a base de substâncias constantes das listas ‘A1’ e ‘A2’ (entorpecentes) e ‘A3’ (psicotrópicos), deverão ter uma faixa horizontal de cor preta abrangendo todos os lados, na altura do terço médio e com largura não inferior a um terço da largura do maior lado da face maior, contendo os dizeres: ‘Venda sob Prescrição Médica’ – ‘Atenção: Pode Causar Dependência Física ou Psíquica‘.

“Art. 81. Os rótulos de embalagens de medicamentos a base de substâncias constantes das listas ‘B1’ e ‘B2’ (psicotrópicos), deverão ter uma faixa horizontal de cor preta abrangendo todos seus lados, na altura do terço médio e com largura não inferior a um terço da largura do maior lado da face maior, contendo os dizeres: ‘Venda sob Prescrição Médica’ – ‘O Abuso deste Medicamento pode causar Dependência‘”.

Quanto aos demais detalhes, as embalagens são semelhantes a outros grupos de medicamentos, com informações sobre:

  • Nome comercial (se for remédio genérico, haverá somente o nome do princípio ativo)
  • Princípio ativo
  • Dosagem
  • Uso adulto e/ou pediátrico, dependendo do fármaco
  • Nome e logomarca do laboratório responsável
  • Código de barras
  • Resumo sobre a fórmula
  • Endereço e número de registro do laboratório
  • Advertência sobre o armazenamento do remédio
  • Tarja amarela, se for genérico.

Então, ao observar a cor preta na embalagem em uma faixa horizontal, não tenha dúvidas de que se trata de um remédio controlado.

Medicamentos tarja preta

A tarja preta no remédio indica que as substâncias presentes têm impactos sobre o sistema nervoso central

Efeitos colaterais dos medicamentos tarja preta

Dependendo do princípio ativo, quem faz uso de remédios tarja preta pode experimentar efeitos colaterais como os seguintes:

Se utilizados por longos períodos, existe ainda o risco de dependência e tolerância.

A dependência ocorre quando o organismo se habitua ao efeito do medicamento, condicionando seu funcionamento ao fármaco.

Ou seja, fica complicado ter uma boa noite de sono ou equilíbrio emocional caso a medicação seja suspensa.

Daí a necessidade de manter sempre o acompanhamento junto a um psiquiatra, que poderá avaliar a condição de cada paciente de maneira personalizada.

Geralmente, será preciso diminuir as doses de modo progressivo, dando tempo para o organismo se acostumar com a falta do medicamento tarja preta.

Se não, a tendência é que o doente sofra com sintomas de abstinência, que podem incluir tremores, insônia, crises de ansiedade, convulsões, entre outros problemas.

Já a tolerância se dá quando o corpo precisa de doses cada vez maiores de uma substância para obter o efeito desejado.

Nesse cenário, aumentam os riscos de overdose e morte devido à superdosagem.

Há como comprar tarja preta sem receita?

Não, a venda de medicamentos tarja preta sem receita é proibida, a fim de prevenir consequências adversas como as que mencionei acima.

Seu uso indiscriminado coloca em risco a saúde e a vida dos pacientes, uma vez que eles impactam no funcionamento do cérebro.

O perigo se eleva quando os medicamentos são combinados a outras drogas lícitas e ilícitas, como o álcool ou mesmo remédios simples para dor (os analgésicos).

Para se ter uma ideia do potencial destrutivo, uma pesquisa revelou que as mortes por overdose associada ao uso de medicamentos benzodiazepínicos responderam por 31% dos quase 23 mil óbitos relacionados a remédios controlados nos Estados Unidos, só em 2013.

Como comprar remédio tarja preta?

Para comprar os remédios, é necessário ter uma receita amarela ou azul, além de uma Notificação de Receitas.

Entorpecentes e psicotrópicos das listas A1, A2 e A3 são prescritos via receituário amarelo, enquanto os psicotrópicos das listas B1 e B2 exigem um receituário azul.

Em ambos os casos, o documento tem validade de 30 dias.

O receituário médico deve informar o nome da medicação recomendada, dosagens, vias de administração, forma e tempo de uso.

No caso dos remédios tarja preta, só é permitida a prescrição de um medicamento por receita, em quantidade suficiente para um mês de tratamento.

Dados do médico responsável, da unidade de saúde onde o atendimento foi realizado, do paciente, fornecedor e comprador também devem constar na Notificação de Receita.

É ela que viabiliza a dispensação do remédio, através de arquivo que será enviado à Anvisa, permitindo o monitoramento das substâncias controladas.

Como renovar a receita de um remédio tarja preta de modo simples e ágil?

Afirmei acima que a receita para remédios de tarja preta tem validade de 30 dias corridos.

Porém, a indisponibilidade da medicação e problemas de logística podem atrasar a aquisição desses produtos, comprometendo a eficácia do tratamento.

Nesses casos, seria necessário passar novamente em consulta com o psiquiatra para solicitar uma nova prescrição.

Mas esse processo fica mais simples com o suporte da tecnologia.

Quem possui uma receita que está perdendo a validade, pode acionar o serviço de renovação online da Telemedicina Morsch e receber um novo receituário pelos Correios, acompanhando o deslocamento com segurança via link de rastreamento.

Essa é uma opção rápida e acessível, a um preço que cabe no seu bolso.

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Conclusão

Junto a outras medidas terapêuticas, os remédios de tarja preta têm papel importante na recuperação de muitos pacientes.

Se utilizados conforme a prescrição médica, os benefícios superam os ricos, colaborando para melhorar a qualidade de vida.

Graças aos avanços da telemedicina, você pode renovar a receita de medicamentos pela internet, com toda a confiança para dar seguimento ao tratamento.

Conte com a Morsch para esses e outros cuidados de saúde!

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin