Monitor em UTI: tecnologia no acompanhamento do paciente
O uso de monitor em UTI é essencial para apoiar os cuidados prestados pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva.
Completo, o monitor multiparamétrico – equipamento presente nesses locais – oferece uma combinação de dados sobre os sinais vitais do paciente.
Dessa forma, médicos e profissionais de enfermagem conseguem acompanhar os doentes com maior segurança, revertendo rapidamente qualquer complicação.
Um exemplo são os alarmes disparados quando os valores de pressão, frequência cardíaca ou temperatura ficam fora do padrão.
Eles permitem agilidade no socorro e indicam que o tratamento precisa ser adaptado para melhorar os resultados.
Quer aprofundar os conhecimentos sobre como funciona o monitor de UTI, sinais vitais medidos e outros avanços em monitorização?
Então, este conteúdo é para você. Não perca uma só linha!
O que é monitor de UTI?
Monitor de UTI é um equipamento utilizado para captar sinais vitais em tempo real, exibindo esses valores de forma organizada para orientar as ações da equipe médica.
O dispositivo presente nas Unidades de Terapia Intensiva também é chamado de monitor multiparamétrico, pois faz a leitura de múltiplos dados simultaneamente.
A partir de uma programação de fábrica ou realizada pelos profissionais da unidade de saúde, o aparelho emite sinais sonoros e visuais caso verifique dados fora do padrão.
Além da UTI, CTI e centro cirúrgico, o monitor multiparamétrico qualifica o socorro em ambulâncias, helicópteros ou até no ambulatório.
Para que serve um monitor em UTI
O monitor em UTI serve para fornecer a leitura dos sinais vitais automaticamente, viabilizando a assistência simultânea a todos os pacientes e mostrando sua condição clínica.
Esse equipamento possibilita um acompanhamento qualificado, sinalizando o sucesso ou a necessidade de adaptação de um tratamento, medicação ou rotina.
Daí a importância do monitor multiparamétrico.
Claro que a medição de sinais vitais costuma ser uma tarefa simples, desde que haja tempo para usar cada dispositivo sem prejudicar a saúde do paciente.
Pense, por exemplo, num termômetro, que serve para medir a temperatura corporal.
É um aparelho bastante simples e de fácil manuseio, sendo usado, inclusive, por leigos para identificar se estão com febre.
Obviamente, a equipe médica e de enfermagem é mais do que capaz de usar esse dispositivo.
Mas essa lógica se aplica mesmo aos sinais vitais que pedem um monitoramento mais complexo – a exemplo do eletrocardiograma, que avalia o ritmo do coração.
Conduzir um ECG requer treinamento básico, porém, também não está fora da capacidade dos técnicos de enfermagem.
O problema é que, numa UTI, não existe apenas um doente internado, que pode receber toda a atenção dos profissionais de saúde.
São diversos pacientes que foram internados por condições distintas e necessitam de terapias diferentes.
Portanto, contar com um equipamento que faça as medições de forma automática e que ainda por cima avisa sobre anormalidades faz toda a diferença.
Não fosse por esse avanço tecnológico, muitos doentes ficariam sem o acompanhamento adequado, ou teriam de pagar caro para ter um profissional à disposição 24 horas por dia.
Sem falar na sobrecarga que as equipes de UTI enfrentariam para evitar eventos graves e mortes dos pacientes.
Como funciona o monitor de UTI
Basicamente, o monitor de UTI possui diversos conectores que são ligados a cabos para coletar e exibir dados na tela em tempo real.
Cada informação aparece em um determinado lugar da tela, sendo identificada por cores e marcações.
O traçado do eletrocardiograma aparece em verde, na parte superior da tela, ao lado da quantidade de batimentos por minuto (bpm).
Já a temperatura costuma ser exibida num dos cantos inferiores, em graus Celsius e na cor amarela.
Como mencionei acima, o monitor pode ser utilizado com as configurações vindas de fábrica ou ser configurado segundo as particularidades do atendimento ao paciente.
Essa configuração é relevante, porque o aparelho vai emitir sinais de alerta quando os valores estiverem fora do padrão estabelecido.
Dependendo da situação, os bipes podem atrapalhar o atendimento na UTI, alertando a equipe sem necessidade.
É o caso de um monitor configurado para a frequência cardíaca normal para um adulto, mas utilizado por uma criança.
Enquanto a quantidade normal de batidas por minuto para adultos é de 50 a 100 bpm, crianças registram mais batimentos, o que faria o aparelho disparar sinais sonoros e visuais.
No entanto, o ritmo do coração do paciente estaria normal.
Monitor multiparamétrico e sinais vitais
De acordo com a marca e o modelo, o monitor pode conter mais ou menos medições.
Contudo, quando usado em UTI e CTI, costuma reunir vários tipos de medidores, monitorando pelo menos os sinais vitais mais importantes:
- Batimentos cardíacos
- Pressão sanguínea
- Temperatura
- Frequência respiratória
- Saturação de oxigênio
- Nível de gás carbônico.
Veja detalhes sobre eles a seguir.
Batimentos cardíacos
Esse sinal é coletado com o suporte do ECG contínuo, cujo traçado é exibido no monitor multiparamétrico.
O cálculo da quantidade de batidas por minuto é feito de modo automático e atualizado a cada releitura enviada pelo eletrocardiógrafo.
Esse dispositivo fica conectado, de um lado, ao monitor e, de outro, aos eletrodos fixados em pontos específicos do corpo do paciente: no tórax, punhos e canelas.
A avaliação dos batimentos cardíacos auxilia na detecção de arritmias e distúrbios na condução, possibilitando correções e evitando problemas cardiovasculares.
Pressão sanguínea
Manter a pressão em níveis aceitáveis evita a sobrecarga do sistema circulatório, assim como a falta de oxigenação das células – o que prejudicaria o funcionamento de órgãos e tecidos.
Por isso, o monitor de UTI acompanha as variações da pressão arterial, exibindo valores para pressão invasiva ou não invasiva.
Em ambos os tipos, o valor de referência é 12 por 8 mmHg.
Em geral, é usado o mecanismo para leitura de pressão de forma não invasiva, mas alguns casos se beneficiam do monitoramento invasivo.
Por exemplo, se for preciso verificar a pressão intracraniana ou a pressão da artéria pulmonar.
Temperatura
Alterações na temperatura também indicam que algo não está bem, sinalizando infecções, inflamações e outras patologias.
Daí a necessidade de verificar a temperatura de maneira contínua, exibindo os graus na tela do monitor de UTI.
O ideal é que os valores fiquem entre 36,1ºC e 37,2ºC.
Frequência respiratória
Os valores que controlam a frequência respiratória costumam aparecer na parte inferior da tela, ao lado do traçado correspondente.
Eles revelam se há anormalidades no número de inspirações, o que pode mostrar hiperventilação e dificuldades para respirar.
Os valores normais dependem da idade do paciente, seguindo o padrão:
- Bebês até 11 meses: 30 a 40 FR/minuto
- Bebês entre 1 e 2 anos: 25 a 30 FR/minuto
- Crianças de 2 a 8 anos: 20 a 25 FR/minuto
- Crianças de 8 a 12 anos: 18 a 20 FR/minuto
- Adultos: 14 a 18 FR/minuto.
Saturação de oxigênio
Essa porcentagem mostra a quantidade de oxigênio que está sendo transportada pelo sangue para chegar a todos os tecidos e órgãos do organismo.
Por isso, é essencial medir a saturação de oxigênio na presença de doenças respiratórias ou que possam afetar o funcionamento dos pulmões – órgãos responsáveis por realizar as trocas gasosas necessárias para a manutenção do corpo.
O percentual deve estar entre 95% e 99% para uma pessoa saudável.
Valores de saturação mais baixos pedem terapias com administração artificial de oxigênio.
Nível de gás carbônico
Doentes internados na UTI frequentemente se beneficiam da capnografia para verificar o nível de dióxido de carbono eliminado pelo organismo.
Esse procedimento ajuda, por exemplo, na avaliação da retirada de respirador artificial e na sinalização de eventos graves como o choque hipovolêmico.
Lembrando que o choque hipovolêmico decorre da perda maciça de líquidos do sangue, dificultando seu bombeamento pelo coração e a nutrição das células.
Como usar um monitor de UTI no dia a dia
Na hora de utilizar o monitor multiparamétrico, vale ter atenção a aspectos técnicos e de gestão da equipe da Unidade de Terapia Intensiva.
É importante que todos saibam como funciona o equipamento e sua função na UTI, a fim de tornar a rotina mais simples.
Nesse contexto, a comunicação é essencial para uma coleta e análise de dados efetiva, que permita verificar o estado de saúde do paciente.
Acompanhe, abaixo, boas práticas que vão auxiliar no dia a dia com o monitor de UTI.
1. Conheça o tipo de monitor de UTI
Esse é o primeiro passo para um bom monitoramento dos doentes internados na UTI.
Embora sigam certos padrões, os monitores podem coletar mais ou menos dados para apresentá-los de formas diferentes na tela.
Portanto, é útil ler o manual, conversar com a equipe de manutenção e até pedir mais orientações ao fabricante, se for preciso.
Procure, ainda, adquirir aparelhos semelhantes para toda a UTI, evitando equívocos na hora de prestar assistência.
Isso também vai facilitar a manutenção dos equipamentos.
2. Priorize a qualidade
Como médico, você nem sempre terá voto na hora de adquirir novos monitores de UTI, porém, pode dar dicas ao gestor e aos colegas responsáveis pela compra.
Fale sobre a importância de equipamentos de qualidade, com medições simplificadas e modernas.
Mesmo que não seja possível comprar dispositivos de última geração, sugira marcas que você conhece e que tenham boa reputação no mercado.
3. Defina o papel de cada membro da equipe médica
A equipe médica que presta cuidados em UTI pode ser bastante variada, pois os pacientes têm necessidades diversas por higiene, alimentação e medicamentos, por exemplo.
Além de médicos e profissionais de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas e outros colegas costumam dar suporte no atendimento.
Todos devem ter suas funções bem delineadas, evitando a sobreposição de trabalho, o retrabalho, a sobrecarga e até a falta de cuidados necessários.
Quanto ao monitoramento, é fundamental que o time saiba seu papel, as leituras que lhe interessam, a quem informar e a quem pedir ajuda em caso de dúvidas.
4. Invista em treinamento
Em um primeiro momento, pode parecer exagero capacitar toda a equipe para o manuseio do monitor multiparamétrico.
Mas, acredite, não é.
Oferecer treinamento para todos qualifica o atendimento, evita distorções e permite a identificação de problemas com o aparelho.
Por isso, faz sentido reunir os profissionais que circulam com frequência pela UTI para que recebam capacitação sobre o monitor e os demais dispositivos presentes nesse ambiente.
5. Estabeleça prazos para manutenção preventiva
Ainda que os profissionais de saúde possam ser responsáveis por configurar o monitor de UTI, um ou mais colegas da área técnica precisam ficar de olho no aparelho.
Afinal, avaliações periódicas são indispensáveis para manter os dispositivos operando de maneira satisfatória, incluindo o monitor multiparamétrico.
Mesmo que tudo pareça funcionar bem, realize paradas estratégicas para a manutenção dos equipamentos, o que previne seu desgaste precoce.
Assim, não será preciso consertar nem trocar os monitores constantemente, poupando gastos desnecessários.
Telemedicina e a monitorização de pacientes
Não há dúvidas de que a monitorização em UTI é um fator crucial para preservar a vida e a saúde de pacientes em estado crítico.
No entanto, nem todos os doentes necessitam permanecer no hospital para receber a assistência de que precisam.
Indivíduos com doenças crônicas ou restrições à mobilidade, por exemplo, podem ser monitorados a distância, permanecendo no conforto de suas casas.
Graças ao avanço dos monitores, de outros equipamentos e de disciplinas como a telemedicina, eles não precisam ficar internados por muito tempo.
Assim que alcançam uma condição estável, podem ser acompanhados por meio do telemonitoramento, que usa uma plataforma específica para coletar e transmitir dados em tempo real à equipe médica.
Essa tecnologia permite que exames contínuos sejam laudados rapidamente para evitar eventos graves como o infarto.
Também possibilita o esclarecimento de dúvidas em home care com uma segunda opinião médica, que pode ser solicitada a qualquer momento via software de telemedicina.
Aparelhos como o eletrocardiógrafo, indispensáveis nos cuidados em domicílio, estão disponíveis para aluguel em comodato, barateando os custos para o atendimento a distância.
Essa estratégia ajuda a diminuir os custos com internações, sem deixar de lado o suporte ao paciente e familiares.
Conclusão
Ao longo deste texto, falei sobre como funciona, para que serve e dicas de uso do monitor de UTI.
Ligado a cabos, esse aparelho coleta dados para informar a condição clínica dos doentes, auxiliando na definição e ajuste de terapias.
Pacientes crônicos também podem se beneficiar da monitorização via telemedicina, garantindo cuidados de qualidade sem precisar sair de casa.
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