Equipamentos hospitalares: tipos, classes, como escolher, calibração e manutenção

Os equipamentos hospitalares são indispensáveis para o bom funcionamento dessas instituições e de outros estabelecimentos de saúde, como clínicas e consultórios médicos.
Eles contribuem decisivamente para o diagnóstico e tratamento de doenças, além de usos críticos como no suporte à vida na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Contudo, é necessário zelar pela qualidade, uso adequado e manutenção dos aparelhos, a fim de garantir a segurança do paciente e dos funcionários.
É sobre isso que falo ao longo deste texto.
Confira ter sucesso no gerenciamento dos equipamentos hospitalares, além de dicas para reduzir custos com sua aquisição, utilizando alternativas como o aluguel em comodato.

O que são equipamentos hospitalares?
Equipamentos hospitalares são dispositivos, máquinas e instrumentos utilizados em ambientes de saúde para diagnosticar, monitorar, tratar ou prevenir doenças.
Eles incluem desde itens básicos, como estetoscópios e termômetros, até equipamentos complexos, como tomógrafos, ventiladores mecânicos e monitores cardíacos.
São dispositivos essenciais para garantir a segurança e a eficácia dos cuidados médicos.
Por suas características, atendem às necessidades de pacientes e profissionais da saúde em hospitais, clínicas e outros estabelecimentos médicos.
Ainda sobre o conceito de equipamentos médicos hospitalares, vale citar a definição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária):

“Todos os equipamentos de uso em saúde com finalidade médica, odontológica, laboratorial ou fisioterápica, utilizados direta ou indiretamente para diagnóstico, terapia, reabilitação ou monitorização de seres humanos e, ainda, os com finalidade de embelezamento e estética.”
Eles fazem parte do grupo de dispositivos ou produtos médicos, que engloba outros materiais hospitalares, desde que sua principal ação pretendida não seja alcançada por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos no corpo humano.
Tipos de equipamentos hospitalares
Os tipos de dispositivos médicos são descritos na RDC 751/2022, resolução da Anvisa que aborda todos os produtos.
Quatro dentre os grupos estabelecidos na legislação podem se referir a equipamentos médicos.
São eles:
Equipamentos médicos ativos
De acordo com a já mencionada resolução da Anvisa, o dispositivo médico ativo tem funcionamento dependente de uma fonte de energia não gerada pelo corpo humano para esse efeito, ou pela gravidade.
Ele atua por alteração da densidade ou por conversão dessa energia, excetuando-se aqueles destinados a transmitir energia, substâncias ou outros elementos entre um dispositivo ativo e o paciente sem produzir qualquer alteração significativa.
Existem diferentes subgrupos, incluindo:
Equipamento médico ativo para diagnóstico e monitoramento
Aqui, se enquadram as tecnologias utilizadas isoladamente ou em combinação com outros dispositivos para fornecer informações visando a detecção, diagnóstico, monitoramento, observação ou tratamento de estados de saúde, doenças ou malformações congênitas.
Oxímetros, medidores de pressão e tecnologias para exames complementares, como o aparelho de eletrocardiograma e o equipamento de raio-X, fazem parte desse subgrupo.

Equipamento médico terapêutico ativo
É empregado isoladamente ou em combinação com outros dispositivos para manter, modificar, substituir ou restabelecer funções ou estruturas biológicas no âmbito de um tratamento ou da atenuação de uma doença, lesão ou deficiência.
Tanque de oxigênio e máquina de hemodiálise são alguns exemplos.
Equipamentos médicos não ativos
São equipamentos não implantáveis e inativos, que prestam apoio diagnóstico ou terapêutico durante exames e outras rotinas de saúde.
Entre eles, vale citar:
Equipamento médico terapêutico não ativo
Se enquadram aqui os dispositivos utilizados para substituir ou restabelecer funções biológicas, a exemplo da cadeira de rodas.
Mobiliário hospitalar
Macas, camas hospitalares, mesas cirúrgicas, cadeiras para exame, dentre outros produtos se enquadram nesse subgrupo.
Equipamentos médicos implantáveis
Conforme detalha a RDC 751/2022, esse tipo de dispositivo é destinado a:
- Ser introduzido totalmente no corpo humano
- Substituir uma superfície epitelial ou a superfície ocular, mediante intervenção clínica, e que se destine a permanecer neste local após a intervenção
- Ser introduzido parcialmente no corpo humano mediante intervenção clínica e a permanecer neste local após a intervenção por um período de, pelo menos, 30 dias.
Alguns exemplos são:
Marcapasso cardíaco
Aparelho que viabiliza o monitoramento contínuo dos movimentos executados pelo coração.
Cardioversor desfibrilador implantável (CDI)
Dispositivo utilizado para identificar e tratar arritmias cardíacas de maneira imediata e automática.

Equipamentos médicos são essenciais para garantir a segurança e a eficácia dos cuidados em saúde
Classes de equipamentos médicos
A Anvisa também atribui enquadramento sanitário aos equipamentos médicos, de acordo com o grau de risco associado à utilização dos itens.
Essa classificação é dada segundo a finalidade definida pelo fabricante dos itens e EM atendimento às 21 regras contidas no Anexo I da RDC 751/2022.
Conheça os 4 grupos de risco abaixo:
Classe I – baixo risco
Reúne a maioria dos equipamentos não invasivos, ou seja, que não penetram no corpo do paciente.
Inclui ainda os dispositivos médicos invasivos de uso transitório aplicáveis aos orifícios corporais, exceto os dispositivos cirurgicamente invasivos.
Classe II – médio risco
Neste grupo, estão os aparelhos destinados à condução ou armazenamento de sangue, fluidos, células ou tecidos corporais, líquidos ou gases com vistas a eventual perfusão, administração ou introdução no corpo, desde que:
- Possam ser conectados a um dispositivo ativo das classes II, III ou IV
- Sejam utilizados para a condução ou o armazenamento de sangue ou de outros fluidos corporais ou para o armazenamento de órgãos, partes de órgãos ou células e tecidos corporais.
Bolsas de sangue, usadas para coleta, armazenamento e transporte de sangue e seus componentes, são um exemplo.
Classe III – alto risco
Recebem essa classificação os equipamentos não invasivos destinados a alterar a composição biológica ou química de tecidos ou células de origem humana, sangue, outros fluidos corporais, ou outros líquidos para implantação ou administração no corpo.
Um exemplo são os aparelhos médicos invasivos aplicáveis aos orifícios corporais, exceto os dispositivos cirurgicamente invasivos, que se destinem ao uso de longo prazo.
Classe IV – máximo risco
Encontram-se nesta classe os dispositivos cirurgicamente invasivos destinados a uso transitório para controlar, diagnosticar, monitorar ou corrigir disfunções cardíacas ou do sistema circulatório central através de contato direto com essas partes do corpo.

Além dos dispositivos implantáveis ativos e os dispositivos cirurgicamente invasivos destinados a uso de longo prazo utilizados em contato direto com o coração, o sistema circulatório central ou o sistema nervoso central.
Equipamentos terapêuticos ativos com função diagnóstica integrada ou incorporada que direcionam significativamente a gestão do paciente.
É o caso de sistemas de circuito fechado ou desfibriladores automáticos externos.
Como escolher equipamentos médicos?
A diversidade de tecnologias na medicina pode tornar o processo de seleção de equipamentos hospitalares complexo.
Pensando nisso, montei um roteiro com as principais etapas e pontos de atenção, que você confere a seguir:
1. Faça um diagnóstico inicial
É necessário conhecer suas necessidades antes de pesquisar por equipamentos.
Assim, a busca ganha mais celeridade e praticidade, uma vez que você saberá quais setores do hospital precisam de um reforço nos aparelhos, e quais são os dispositivos requisitados.
Não se esqueça de verificar se o estabelecimento possui a infraestrutura e espaço adequados para cada equipamento.
Itens pequenos como o aparelho de espirometria não requerem grandes ajustes, porém, um aparelho de tomografia precisa de uma sala toda adaptada, com direito a elementos de proteção radiológica.
2. Defina o orçamento disponível
Muitas vezes, a quantidade e ordem em que os dispositivos serão adquiridos vai depender de um bom planejamento financeiro.
Principalmente se houver demanda por aparelhos hospitalares de alta tecnologia, que exigem o investimento de centenas de milhares, ou milhões de reais.
Considere o fluxo de caixa e a previsão para os próximos meses para limitar a quantia disponível para novas aquisições.
3. Busque por fornecedores
Uma vez que você sabe quais os itens desejados e valores disponíveis, avance para uma pesquisa de mercado.
A internet é uma boa aliada, entretanto, é importante verificar a reputação da empresa antes de fazer negócio. Consulte antigos clientes e sites como o Reclame Aqui para evitar dores de cabeça no futuro.
Contate também a equipe do fornecedor para se informar sobre as opções de equipamentos disponíveis e tirar as dúvidas iniciais.
Assim, será possível identificar se a empresa tem autoridade no segmento.
4. Compare as opções
Selecione os equipamentos adequados disponibilizados por fornecedores confiáveis e faça comparações em relação ao tipo de tecnologia, marca, modelo, preço, frete e instalação.
Um diferencial interessante fica para empresas que contemplam suporte, calibração e/ou manutenção periódica para os aparelhos, o que facilita sua conservação e um bom desempenho.
5. Decida com base no custo-benefício
Por fim, a dica é escolher o fornecedor que oferece o melhor custo-benefício para você.
Ou seja, aquele que atende as necessidades a um custo que cabe no orçamento, podendo também disponibilizar serviços agregados como o treinamento para manuseio dos aparelhos.

Qual a importância da calibração de equipamentos médicos?
Manter os equipamentos devidamente calibrados é fundamental para garantir seu funcionamento adequado.
Nesse cenário, a falta de calibração pode representar resultados distorcidos, que prejudicam o diagnóstico e efeito terapêutico desejado.
Além do mais, o uso das tecnologias fora das condições ideais indicadas pelo fabricante tende a comprometer seu desempenho.
Quando isso acontece, cresce a quantidade de eventos adversos e consequentes manutenções corretivas.
É recomendado, então, incluir pausas para calibração conforme a orientação do fabricante para utilizar os equipamentos com mais eficiência e segurança.
Como funciona a manutenção de equipamentos médicos?
Outras rotinas que devem fazer parte do gerenciamento de tecnologias na saúde se referem à manutenção.
Ela é fundamental para o funcionamento adequado dos aparelhos hospitalares, podendo inclusive evitar defeitos, falhas e paradas constantes.
Se você é administrador hospitalar, sabe o impacto negativo de um equipamento que vive sofrendo panes e precisando de reparos.
Geralmente, esse contexto causa uma série de transtornos para os pacientes, que precisam enfrentar filas de espera cada vez maiores, e para o estabelecimento, que não consegue dar conta da demanda por exames.
Daí a necessidade de prever dois tipos de manutenção na agenda:
- Manutenção preventiva: deve ser priorizada, porque viabiliza reparos antes que pequenos problemas provoquem estragos no aparelho. Assim como a calibração, a manutenção preventiva costuma ser recomendada pelo fabricante
- Manutenção corretiva: serve para corrigir panes e falhas de menor ou maior proporção. Esses eventos diminuem à medida que aumentam as rotinas preventivas.
Na sequência, entenda qual formato de aquisição de equipamentos hospitalares é o mais vantajoso.
Comprar ou alugar equipamentos médicos?
Decidir pela forma de aquisição é outra tarefa que requer análise.
É preciso considerar fatores como o tipo de equipamento, qual a real demanda por ele, preço e se existe urgência na aquisição.
Avaliando a demanda, por exemplo, é necessário entender se o aparelho tem uso diário ou demanda sazonal – que torna o aluguel mais atrativo, uma vez que o investimento só será limitado a certa época do ano.
Já os itens usados com frequência precisam estar disponíveis no estabelecimento de saúde, o que justifica a opção pela compra.
Até porque nem todos os equipamentos hospitalares estão disponíveis para alugar, e manter uma mensalidade entre os custos fixos da clínica ou hospital pode pesar no orçamento depois de alguns meses.
A boa notícia é que existe uma terceira opção que ajuda a manter as finanças em dia: o comodato de equipamentos médicos.
Falo mais sobre ele a seguir.
Vantagens do comodato de equipamentos médicos
Já ouviu falar em regime de comodato?
Trata-se de um serviço agregado que permite o uso de equipamentos médicos a custo zero, contanto que o cliente contrate um pacote de laudos online.

Funciona assim: seu estabelecimento de saúde firma parceria com uma empresa de telemedicina, que fornecerá o telediagnóstico para um ou mais exames complementares.
Ao adquirir um pacote mensal de laudos eletrônicos, sua equipe ganha o direito de utilizar dispositivos modernos sem qualquer valor adicional à mensalidade.
Empresas completas como a Telemedicina Morsch disponibilizam essas e outras vantagens, incluindo:
- Suporte e substituição de aparelhos sempre que necessário
- Treinamento online para o manuseio dos equipamentos de forma correta, acessível a qualquer hora do dia ou da noite
- Comodato disponível enquanto durar o contrato para telediagnóstico
- Telelaudos em minutos, elaborados sempre por médicos especialistas na área do exame
- Urgências avaliadas em tempo real
- Laudos a distância entregues 24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo domingos e feriados
- Possibilidade de ampliar o portfólio de exames, delegando os laudos ao nosso time de médicos online
- Espaço infinito de armazenamento em nosso software em nuvem, com proteção aos documentos por meio da criptografia e mecanismos de autenticação
- Teleinterconsulta com especialistas para discutir casos complexos
- Teleconsultoria para esclarecer dúvidas mais amplas de saúde.
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Conclusão
Apresentei, neste artigo, um panorama sobre a escolha, cuidados e tipos de equipamentos hospitalares disponíveis.
Espero ter contribuído para aprofundar seus conhecimentos sobre esse importante assunto, que faz parte do dia a dia de profissionais e gestores de estabelecimentos de saúde.
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