Arritmia cardíaca: o que é, sintomas, causas, diagnóstico e tratamento
Uma arritmia cardíaca pode ser benigna ou maligna.
Geralmente, alterações no ritmo do músculo cardíaco de pessoas jovens e saudáveis não causam qualquer complicação, pedindo apenas o acompanhamento junto ao cardiologista.
Contudo, distúrbios de condução e ritmo devem ser avaliados, em especial nos pacientes cardiopatas ou em grupos de risco.
Afinal, elas são potencialmente fatais e estão por trás da maioria dos casos de morte súbita.
Avance na leitura deste artigo em que aprofundo os conhecimentos sobre arritmia cardíaca, tipos, manifestações clínicas e tratamentos.
Apresento também soluções de telemedicina que aceleram o diagnóstico dessa condição.
O que é arritmia cardíaca?
Arritmia cardíaca é uma alteração no surgimento ou condução do impulso elétrico que movimenta o coração.
O coração geralmente pulsa num ritmo regular e a uma frequência considerada normal, que é medida em batimentos cardíacos por minuto (BPM).
Os batimentos cardíacos são comandados por impulsos elétricos emitidos pelo nó sinusal (grupo de células localizadas no alto do átrio direito), estabelecendo assim um ritmo cardíaco normal (contrações e dilatações).
Num adulto saudável em repouso, a frequência cardíaca varia de 50 a 100 BPM.
Arritmia cardíaca é uma alteração do ritmo sinusal dos batimentos cardíacos devido a alterações na emissão dos impulsos nervosos a partir desse nó ou da condução deles até os músculos cardíacos.
Tipos de arritmias cardíacas
De acordo com a classificação da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), existem 3 tipos principais de arritmias cardíacas:
- Taquicardias ou taquiarritmias: são caracterizadas pela aceleração da frequência cardíaca, elevando-a para mais de 100 BPM. Na taquicardia ventricular, por exemplo, a FC é maior ou igual a 120 BPM em pelo menos três batimentos consecutivos
- Bradicardias ou bradiarritmias: são arritmias de padrão lento, que diminuem a FC para menos de 40 BPM. Um exemplo são aquelas decorrentes de atrasos provocados pelo bloqueio de ramo direito (BRD)
- Descompasso cardíaco: como o nome sugere, consiste em batimentos irregulares. Séries de batidas extras (extrassístoles) e tremores que impedem a contração total dos átrios (fibrilação atrial) são exemplos.
Quais os sintomas de arritmia cardíaca?
Muitas arritmias são silenciosas.
Daí a importância do monitoramento da saúde cardíaca via realização de check up periódico, principalmente quando o paciente tem idade avançada ou fatores de risco para doenças cardiovasculares.
No entanto, há arritmias que desencadeiam manifestações clínicas como:
- Síncope ou quedas no nível da consciência
- Palpitações (sensações de batimentos anormais)
- Fadiga excessiva
- Dor no peito
- Tontura
- Confusão mental
- Hipotensão.
O que causa arritmia cardíaca?
Toda condição que altera a produção de impulsos nervosos ou a condução deles resulta numa mudança no ritmo cardíaco (arritmia ou disritmia).
Arritmias simples podem ser causadas por fatores externos precipitadores como cafeína, bebidas alcoólicas, estresse, fumo ou drogas.
Elas costumam ser passageiras, pois correspondem ao breve efeito dessas substâncias.
Outras, entretanto, são sintomas de doenças, a exemplo de:
- Malformações congênitas do coração
- Insuficiência cardíaca
- Infarto agudo do miocárdio (IAM)
- Apneia obstrutiva do sono
- Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
- Diabetes.
Porém, vale ressaltar que, na maioria das vezes, a arritmia tem causa multifatorial, partindo da combinação entre patologias, condições ambientais e fatores de risco.
Obesidade, idade avançada, altos níveis de colesterol no sangue e até o consumo de certos tipos de medicamentos, como anticoncepcionais, podem colaborar para o surgimento de alterações na FC.
Arritmia cardíaca é grave?
Isso depende do tipo de arritmia e do seu efeito sobre o aparelho cardiovascular.
Alterações passageiras e provocadas por agentes externos raramente são graves, enquanto aquelas desencadeadas por doenças e/ou em pacientes com fatores de risco para problemas cardíacos preocupam.
Em especial porque, quando não tratada, a arritmia cardíaca pode matar.
Segundo dados da Sobrac, 90% dos casos de morte súbita são causados por arritmia cardíaca.
Por que é importante diagnosticar a arritmia cardíaca?
A arritmia cardíaca por si só já é um demonstrativo de que algo está errado com o funcionamento do coração.
Logo, o diagnóstico e o tratamento precoce permitem que o órgão e o fluxo sanguíneo retorne à normalidade, reduzindo e até mesmo eliminando os desconfortos gerados.
Com isso, também evita-se que a arritmia piore a ponto de gerar problemas cardíacos mais graves, incluindo doenças no coração e a morte súbita, e disfunções em outros órgãos – devido à alteração na distribuição de sangue.
É importante lembrar que a arritmia é um sintoma e não o problema em si. Isso significa que o seu diagnóstico permite determinar a causa-raiz e tratá-la da forma mais adequada.
Por isso, é essencial ficar atento aos batimentos e a qualquer sintoma diferente, procurando um cardiologista para que ele solicite os exames necessários.
Quais são as causas da arritmia cardíaca?
Toda condição que altere a produção de impulsos nervosos ou a condução deles resulta numa mudança no ritmo cardíaco (arritmia ou disritmia).
Arritmias simples podem ser causadas por fatores externos precipitadores como cafeína, bebidas alcoólicas, estresse, fumo ou drogas. Outras são sintomas de doenças cardíacas.
Quais são os principais sinais e sintomas do descompasso cardíaco?
Algumas arritmias são muito brandas e sequer chegam a serem sentidas pelo paciente.
As demais arritmias (muito baixas, bradicardias; muito altas, taquicardias ou as que causam irregularidades no ritmo de batimentos cardíacos) afetam de tal forma o fluxo sanguíneo que causam sinais e sintomas relacionados a ele.
Elas podem ser sentidas como batidas anormais no tórax, na garganta ou no pescoço.
Em geral a pessoa percebe que seu coração “está batendo diferente” e sente palpitações (sensações de batidas anormais do coração) ou disparadas do coração, fadiga excessiva, quedas no nível da consciência ou desmaios.
A fibrilação ventricular por exemplo, onde sempre leva ao desmaio, é uma condição extremamente grave em que os batimentos cardíacos assumem uma tal desorganização que o coração já não é capaz de ejetar adequadamente o sangue (o coração já não pulsa, apenas tremula).
Mais grave ainda é a parada cardíaca, que pode resultar na morte.
Mais frequentemente as arritmias ocorrem em pacientes com doenças isquêmicas do coração, insuficiência coronariana, miocardites ou outras miocardiopatias e nos que já tiveram infarto do miocárdio, por exemplo.
Como é feito o diagnostico da disritmia cardíaca?
Em primeiro lugar o médico deve levantar uma detalhada história clínica e proceder a um exame clínico minucioso. Geralmente realiza também nesta fase um eletrocardiograma.
Em seguida, conforme a necessidade, pode solicitar um ecocardiograma para determinar o tamanho do coração, a espessura de suas paredes e as condições de suas cavidades.
Pode ser pedido também um teste de esforço para verificar como o coração se comporta durante a atividade física.
Em geral, o Holter-24 horas (um exame que registra o eletrocardiograma da pessoa ao exercer suas atividades rotineiras, durante 24 horas) também é utilizado porque fornece informações muito úteis.
Outros exames que podem ser pertinentes, a juízo médico, incluem estudo eletrofisiológico do coração e angiografia coronariana, também chamada de cateterismo cardíaco.
Arritmia cardíaca tem cura?
Algumas vezes, sim.
Certas arritmias são transitórias e cessam tão logo são removidas suas causas.
Falo tanto daquelas que resultam de agentes externos quanto das que podem ser corrigidas por meio de procedimentos médicos ou mudanças nos hábitos.
Por exemplo, parar de fumar ou diminuir a ingestão de álcool, pois ambos podem estar desregulando o ritmo cardíaco.
Outras arritmias, apesar de permanentes, são inofensivas, dispensando tratamento.
Algumas, contudo, são sinais de doenças cardíacas potencialmente perigosas e requerem pronto tratamento.
Tratamentos para arritmia cardíaca
Nas arritmias irreversíveis que causam diminuição dos batimentos cardíacos (bradicardias), a solução é a colocação de um marcapasso ou CDI (o cardioversor-desfibrilador implantável) para corrigir o ritmo cardíaco.
Naquelas caracterizadas por um aumento dos batimentos isolados (extrassístoles) ou agrupados (taquicardias), podem ser tentados medicamentos para reverter o quadro.
Também é uma opção fazer a ablação cirúrgica por cateter, a qual efetua a cauterização do local em que ocorre o distúrbio de formação do impulso nervoso.
Na arritmia cardíaca grave e potencialmente fatal, como a fibrilação ventricular, é essencial o uso do desfibrilador para tratar rapidamente as crises e impedir que elas provoquem danos neurológicos irreversíveis.
Medicamento para arritmia cardíaca
Fármacos antiarrítmicos como betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio são eficientes na reversão de certas arritmias.
Procedimento médico para arritmia cardíaca
Os principais procedimentos médicos para tratar alterações da FC são:
- Ablação por cateter
- Implante de dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEI), como marcapasso (MP), Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI) ou Ressincronizador.
Quais são os benefícios de um acompanhamento adequado?
Como mencionei, a arritmia cardíaca pode ter diversas causas, que podem ser desde problemas de saúde, como distúrbios da tireoide e obesidade, até fatores externos, incluindo o uso de substâncias estimulantes, como tabaco.
Isso significa que o tratamento pode envolver não apenas coisas pontuais para que os batimentos retornem a sua normalidade, mas também mudanças de hábitos.
Nesse sentido, o acompanhamento especializado é essencial, pois permite verificar as melhorias e avanços do paciente, promovendo novas alterações quando necessário.
Além disso, é importante realizar exames de rotina para verificar se o órgão está funcionando corretamente e se sua estrutura não sofreu alguma lesão.
Como prevenir a arritmia cardíaca?
As arritmias não podem ser completamente prevenidas, mas podem ser minimizadas adotando algumas providências básicas, de acordo com os fatores de risco vinculados:
- Evitar o estresse;
- Evitar o fumo, as drogas e as bebidas alcoólicas;
- Praticar exercícios regulares, desde que permitidos pelo cardiologista;
- Manter a pressão arterial e o colesterol sob controle;
- Tratar a enfermidade de base, se for o caso.
É importante lembrar que a arritmia cardíaca pode ser consequência de outros problemas de saúde, sendo os mais comuns:
- Apneia do sono;
- Distúrbios de tireoide;
- Hipertensão;
- Diabetes;
Logo, o tratamento destes distúrbios acaba sendo uma ação importante para prevenir a ocorrência de arritmia cardíaca.
A telemedicina como alternativa para investigar a arritmia cardíaca
Telemedicina é uma disciplina que consiste no atendimento médico remoto, usando Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs).
Um de seus serviços é o telediagnóstico, que permite a interpretação de exames e emissão de laudos a distância.
Funciona assim: após a realização de exames como o eletrocardiograma (ECG), por exemplo, o técnico de enfermagem compartilha os gráficos na plataforma de telemedicina Morsch.
Em seguida, um cardiologista avalia os registros pela internet e redige o laudo, que é assinado digitalmente para garantir a autenticidade.
Os resultados são liberados em minutos no sistema.
Assim, é possível diagnosticar doenças e distúrbios com mais agilidade e precisão, incluindo a arritmia cardíaca.
Além disso, a teleconsulta e telemonitoramento possibilitam realizar um acompanhamento mais próximo, garantindo que as indicações e os tratamentos estão surtindo os efeitos desejados.
Se for preciso, o paciente ainda conta com plantão clínico 24 horas por meio do sistema.
Basta contar com um dispositivo conectado à internet para acessar nosso software em nuvem e aproveitar todas essas vantagens.
Pequenos estabelecimentos de saúde podem contratar os serviços da Telemedicina Morsch em comodato, ganhando o direito de usar equipamentos modernos sem custo adicional.
O cliente só paga a mensalidade pelos laudos eletrônicos e tem todo o suporte para instalar e fazer a manutenção de aparelhos de ECG, holter, mapa de pressão arterial e outros.
Com isso, o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da arritmia cardíaca, assim como de outras doenças, se tornam muito mais ágeis e seguros.
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