Cuidados com a segurança do paciente em serviços de saúde

A segurança do paciente é muito relevante e precisa ser priorizada em todas as clínicas e consultórios médicos.
A ideia é que sejam tomadas medidas protetivas para evitar problemas, que vão desde o vazamento de informações até o agravamento ou surgimento de doenças nas pessoas.
Dentro desse contexto, são diversos os cuidados que devem ser tomados em relação à segurança do paciente. Na sequência, falarei sobre os principais deles.
Confira agora mesmo!
1. Identificação do paciente
O primeiro cuidado que precisa ser tomado é em relação à identificação do paciente.

É essencial que existam protocolos, como o uso de pulseiras ou crachás, que tornem os pacientes identificáveis, por nome e outras características.
Um dos objetivos da identificação é evitar que os enfermeiros ou técnicos de enfermagem se confundam e administrem medicamentos de forma incorreta.
Além dos itens de identificação, os profissionais devem ser orientados a sempre questionarem os pacientes ou seus cuidadores, para evitar que erros desse tipo ocorram.
Afinal, um medicamento administrado incorretamente pode levar as pessoas até mesmo a óbito, como vou exemplificar mais adiante.
Alguns hospitais utilizam metodologias próprias para identificar pacientes, como por número.

Embora isso não seja proibido, sempre se recomenda que o nome completo do paciente seja grafado junto aos seus algarismos de identificação.
Isso reforça a identificação e garante que o próprio paciente ou seus cuidadores possam identificar alguma falha que venha a acontecer durante a realização dos atendimentos.
2. Higienização das mãos e cuidados gerais
Também é muito importante que haja um protocolo de higienização das mãos dos profissionais das clínicas.
Esse procedimento pode ser feito com água e sabão ou álcool em gel.
A higienização das mãos tem o objetivo de evitar a transmissão de doenças e microrganismos de um paciente para outro.
Por isso, sempre que médicos e enfermeiros encerrarem o atendimento a uma pessoa, devem se higienizar e, assim, evitar que contaminações aconteçam.
Ainda sobre esse tema, os profissionais de saúde também precisam ter alguns cuidados extras.
Não deve ser permitido que médicos e enfermeiros saiam na rua usando jalecos, por exemplo, já que podem trazer contaminações para os pacientes, colocando-os em risco.
3. Proteção à radiação
Fazer procedimentos de raio-X é importante para o diagnóstico de muitas situações e doenças.
Porém, os pacientes precisam ser protegidos da radiação, uma vez que, em excesso, ela é prejudicial à saúde.

Quando uma pessoa recebe uma dose muito forte de radiação, ela pode ter aumentadas as suas chances de desenvolver o câncer.
Assim sendo, devem ser providenciados equipamentos de proteção eficientes, como os coletes de chumbo.
4. Sigilo de informações pessoais
A segurança do paciente não se relaciona apenas com as questões voltadas à sua saúde, mas, também, às suas informações pessoais.
É preciso que as clínicas tenham cuidados na forma como coletam e manipulam os dados dos pacientes, para que seja mantido o sigilo.
Isso tem tido ainda mais evidência nos últimos tempos, devido à aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que dá mais poder para as pessoas em relação aos seus dados.
Essa legislação permite que as empresas só possam manter dados de indivíduos armazenados se tiverem o devido consentimento para isso.
A lei também trabalha com os chamados dados sensíveis. Tratam-se de informações que são de cunho íntimo de cada pessoa, como a sua orientação sexual e histórico de doenças.
Os dados sensíveis são úteis para fins médicos, mas não podem ser vazados para outras pessoas.
Por conta disso, recomenda-se o uso de sistemas criptografados, que têm uma espécie de camada protetora para os códigos de programação.
Isso evita que as informações se percam ou sejam acessadas por pessoas indevidas, como no caso dos ataques de hackers.
Uma das melhores maneiras de garantir a segurança da informação dos pacientes é utilizando os prontuários eletrônicos.
Os prontuários eletrônicos, para serem acessados, precisam de nome do usuário e senha. Dessa maneira, podem ser criados diferentes níveis de acesso.
As secretárias, por exemplo, pode tem acesso apenas aos dados de contato do paciente, como o número do telefone e o e-mail, para confirmar consultas.
Já as informações de cunho íntimo, dados sensíveis mencionados durante a consulta, só podem ser acessados pelos profissionais.
Vale lembrar que os prontuários eletrônicos também são mais seguros do que os de papel, quando falamos em armazenamento e descarte de informações.
Os prontuários de papel geralmente são guardados em pastas ou fichários que podem ser acessados por qualquer pessoa.
Logo, o vazamento de informações sigilosas dos pacientes é algo que pode ocorrer com muita facilidade.
O mesmo vale no momento em que é feito o descarte desses dados.
Imagine que passou o tempo obrigatório por lei para guardar os documentos do paciente e que você vai descartá-los.
Se isso for feito em um prontuário eletrônico, basta excluir as informações.

Porém, se os arquivos físicos forem simplesmente descartados em uma lixeira, poderão cair em mãos erradas.
5. Carga horária dos médicos e enfermeiros
Quando os médicos e enfermeiros estão muito cansados, a probabilidade de eles cometerem erros, como administrar medicamentos de forma incorreta, são maiores.
Por isso, devem ser evitados plantões muito longos e que exijam muito dos profissionais.
Todos precisam ter cargas horárias adequadas, para que possa ser mantida uma rotina saudável, com pausas para descanso e para que se possa dormir a quantidade de horas necessária por dia para uma pessoa.
Portanto, cuidar da saúde e qualidade de vida dos médicos, enfermeiros e outros profissionais das clínicas e consultórios é uma boa medida para melhorar a segurança do paciente.
Isso se justifica porque uma coisa interfere na outra.
6. Serviços de medicina a distância
A tecnologia tem se desenvolvido de tal forma que a prática da medicina a distância já é uma realidade.
Isso ajuda a garantir a segurança do paciente, principalmente em comunidades mais afastadas, longe dos grandes centros urbanos.
Por meio de um sistema moderno, os médicos podem enviar as informações coletadas em exames, como raio-X, eletrocardiograma, entre outros e enviar para uma central de laudos.
Nesse local, especialistas em cada área elaboram os laudos dos exames e os enviam novamente para o médico solicitante.
Além disso, em situações de emergência, como quando um paciente está enfartando e não há um cardiologista de plantão, os primeiros socorros podem ser feitos por intermédio de um especialista da empresa de telemedicina contratada.
Isso garante mais segurança para o paciente, que terá a garantia de um bom atendimento, independentemente de sua localização geográfica.
Além disso, também são seguras as informações, uma vez que os sistemas de telemedicina têm a proteção necessária.
7. Cirurgia segura

Médico preocupado com a segurança dos pacientes
Quando falamos em segurança do paciente, não podemos deixar de citar os protocolos para que se façam cirurgias seguras.
Por mais simples que um procedimento cirúrgico seja, ele requer alguns cuidados, para evitar que o paciente tenha sequelas ou até mesmo entre em óbito.
É preciso que seja verificado como o paciente está antes da indução anestésica, analisando sempre a pressão arterial.
Também deve ser feito o monitoramento da incisão cirúrgica e checar o paciente antes de ele sair da sala de cirurgia.
Em muitos casos, como em pessoas que já têm idade avançada ou condições de saúde peculiares, também se recomenda que uma série de exames pré-operatórios sejam realizados para garantir a segurança do paciente.
8. Uso de cateteres e sondas
Os médicos e principalmente os enfermeiros, por serem os responsáveis por essa atividade, devem estar atentos ao uso de cateteres e sondas em pacientes.
Deve-se ter o cuidado de todas as conexões serem realizadas de maneira correta, evitando que ocorra retorno de sangue, por exemplo.

Vale destacar que um cateter mal colocado pode causar até mesmo a morte de um paciente.
Afinal, os medicamentos injetados pelas seringas poderão seguir o caminho errado e isso ser fatal.
Aqui vemos a necessidade de sempre disponibilizar métodos de capacitação para os profissionais da saúde. Também fica clara a importância do trabalho em equipe para a segurança do paciente.
Não é suficiente que os médicos tenham cuidados, os enfermeiros, técnicos de enfermagem e qualquer outro profissional que tiver contato com um paciente precisam estar atentos para evitar erros.
9. Administração de sangue e hemocomponentes
Quando um paciente necessita fazer uma transfusão de sangue ou de hemocomponentes, como as plaquetas, também é necessário um trabalho extremo.
No banco de sangue da clínica ou hospital, é necessário que tudo seja catalogado com muita clareza.
É inadmissível que se guarde sangue do tipo A, sendo que ele é do tipo B, por exemplo.
Afinal, isso pode causar danos fatais aos pacientes e também para a imagem do estabelecimento de saúde.
A infusão de sangue só deve ser iniciada depois de uma série de checagens serem realizadas.
Deve, primeiramente, verificar a identidade do paciente, para se ter a certeza de que não houve uma troca de materiais, por engano.
Depois devem ser feitas testagens para analisar a compatibilidade do paciente com o produto. Somente assim se tem a certeza de que o procedimento poderá ser realizado de forma segura.
Aqui citamos o exemplo do sangue, mas isso também vale para os glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma, glóbulos brancos, entre outros hemocomponentes que podem ser aplicados por meio de infusão ou transfusão.
10. Orientações ao paciente

cuidado com a segurança do paciente
Quando comentei que os cuidados com os pacientes são de responsabilidade de todos, quis dizer que realmente todos estão envolvidos.
Até mesmo o próprio indivíduo que está recebendo o atendimento deve colaborar.
Os médicos e enfermeiros que fazem o atendimento inicial ao paciente devem orientar a pessoa para que ela interaja e possa passar informações relevantes.
Exceto em casos de o paciente estar inconsciente, ele pode ajudar, alertando sobre componentes ou medicamentos a que tem alergia, por exemplo.
Além dos pacientes, familiares ou acompanhantes também devem ser ouvidos.
É preciso envolver a todos presentes na situação, para que se possa obter o máximo de êxito ao prestar o atendimento de forma segura.
11. Comunicação eficiente
No livro “Comunicação tem remédio”, a enfermeira, professora e pesquisadora Maria Júlia Paes da Silva aborda sobre a importância da comunicação para o atendimento humanizado e bem-estar do paciente.
A obra mostra como o atendimento humanizado deve ser praticado, de modo que os profissionais da saúde precisam ter mais empatia e saber se colocar no lugar de quem recebe um atendimento.

Uma pessoa que sofreu um acidente e foi levada para um hospital, por exemplo, pode estar muito nervosa pelo que aconteceu.
Esse nervosismo afeta não apenas o paciente que está sendo atendido, mas também a equipe.
Dessa maneira, se um médico ou enfermeiro fica nervoso, as chances de ocorrerem erros que comprometem a segurança do paciente aumentam.
Por isso, os profissionais da saúde também precisam ter preparo psicológico, bem como usar da boa comunicação e da psicologia para acalmar os pacientes.
Tudo isso faz parte do atendimento humanizado.
Quando isso acontece com naturalidade, as chances de acontecerem erros que podem atrapalhar a segurança do paciente são menores.
12. Prevenção de quedas
Ao tratar pacientes, também é recomendado que se tenham cuidados relacionados a quedas.
Isso precisa ser redobrado quando as pessoas atendidas são crianças ou idosos.
Se alguém tem dificuldade para se locomover, estiver com problemas neurológicos, visão reduzida ou excesso de ansiedade, pode cair e se machucar.
Por isso, os profissionais de saúde devem estar sempre atentos a isso.
A administração hospitalar também deve ter cuidados para que todos os ambientes tenham uma boa iluminação e pisos que não sejam escorregadios.
Assim, se evitam as quedas não apenas dos pacientes, mas também dos profissionais envolvidos nos cuidados.
Conclusão
Apresentei aqui alguns dos principais cuidados que são necessários para garantir a segurança do paciente em uma clínica.
Agora você pode colocar tudo isso em prática na sua clínica ou consultório e incorporar esses hábitos em sua cultura organizacional.
Uma boa forma de fazer isso é por meio de treinamentos.
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