Tecnologia em Gestão Hospitalar: onde cursar e o que faz um tecnólogo
O curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar leva ao mercado profissionais que atuam na administração de diferentes unidades de saúde.
Desde clínicas e hospitais a laboratórios e operadoras de plano de saúde, os estabelecimentos do setor se beneficiam dos conhecimentos dessa formação superior.
Portanto, seguir esse caminho é uma boa pedida para quem se interessa pelo gerenciamento de instituições na área, que é desafiador.
Neste texto, apresento informações sobre a atuação, mercado de trabalho e como ingressar na profissão de tecnólogo em Gestão Hospitalar.
Acompanhe até o final se você deseja seguir essa carreira.
O que é o curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar?
O curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar é um tecnólogo, ou seja, uma graduação de curta duração que forma gestores para unidades de saúde.
Sua duração mínima é de 2,4 mil horas.
Pode ser cursado por qualquer pessoa que tenha concluído o Ensino Médio.
A formação mescla conteúdos de Administração e Saúde, a fim de capacitar o profissional para encabeçar projetos e rotinas ligadas ao setor.
Afinal, o bom funcionamento e a lucratividade das instituições de saúde dependem de um gerenciamento eficiente, o que exige conhecimentos além da área da saúde.
Nesse contexto, são muitas as oportunidades para os profissionais que decidem se dedicar a essa tarefa, uma vez que o setor representa 9,51% do PIB brasileiro.
Qual o conteúdo do curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar?
O futuro gestor hospitalar estuda disciplinas pertencentes às Ciências Humanas, Biológicas e Exatas.
Isso porque ele precisa reunir competências de liderança, solução de problemas, administração e assistência ao paciente para dar conta das atividades de trabalho.
Geralmente, terá de cursar uma grade curricular ampla, incluindo disciplinas como:
- Administração de serviços da saúde
- Arquitetura e estrutura hospitalar
- Biossegurança
- Comunicação, linguagem ou atendimento ao cliente
- Contabilidade geral e de custos
- Estrutura e funcionamento de sistemas de saúde pública e privada
- Ética em saúde
- Gestão da documentação de pacientes
- Gestão da qualidade
- Gestão de marketing
- Gestão de pessoas
- Gestão hospitalar integrada e interdisciplinar
- Gestão de planos de saúde e auditoria hospitalar
- Matemática empresarial
- Políticas de saúde
- Serviços de informação na área de saúde
- Serviços em enfermagem, farmácia e nutrição hospitalar
- Serviços laboratoriais e exames clínicos.
Outras disciplinas podem aparecer na grade curricular, dependendo da instituição de ensino escolhida.
Para quem é indicado o curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar?
Como mencionei acima, a única exigência para o curso é ter concluído o Ensino Médio.
Contudo, existem diferentes perfis profissionais, e alguns são mais adequados às rotinas dessa carreira.
Pessoas estrategistas e com visão sistêmica, que se interessam por resolver questões referentes a estabelecimentos de saúde e coordenar processos, provavelmente serão bem-sucedidas como gestoras hospitalares.
Também é interessante ter afinidade com área da saúde, legislação, metodologias de qualidade e tarefas administrativas.
O candidato ideal ainda possui perfil analítico, com habilidades de comunicação, flexibilidade, autonomia e disciplina.
O que faz um tecnólogo em Gestão Hospitalar?
De acordo com o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia do Ministério da Educação (MEC):
“O tecnólogo em Gestão Hospitalar atua no planejamento, organização e gerenciamento dos processos de trabalho em saúde, envolvendo a área de gestão de pessoas, materiais e equipamentos. Organiza e controla compras e custos, áreas de apoio e logística hospitalar, bem como acompanha e supervisiona contratos e convênios. Pelos princípios da gestão, qualidade e viabilidade dos serviços, presta suporte aos setores-fins”.
Dependendo da função exercida, o profissional pode ter como responsabilidade a aquisição e manutenção de equipamentos, gerenciamento de insumos e negociação com fornecedores.
A infraestrutura, posicionamento de aparelhos, limpeza e sinalização de segurança em locais como corredores também contam com sua supervisão.
Se estiver mais voltado à gestão de pessoas, avalia a quantidade e categorias profissionais necessárias para a unidade de saúde, sua alocação e escalas.
Vale lembrar que, embora seja teoricamente capacitado para assumir cargos de gestão, é natural que o tecnólogo inicie a carreira em outras posições do departamento administrativo.
Afinal, ele terá de acumular experiência para avançar e conquistar vagas de liderança, que exigem conhecimentos robustos sobre o funcionamento das instituições de saúde.
Principalmente se forem estabelecimentos com uma gestão complexa, como os hospitais, que demandam vivência e muito jogo de cintura para a tomada de decisões acertadas sobre diversos setores.
Nas posições mais altas, é preciso ter uma visão sistêmica, entendendo que existe uma interdependência entre serviços médicos, lavanderia, nutrição, etc.
Além de prezar pela qualidade da assistência, passando por auditorias e alcançando certificações como a ONA.
Quanto ganha um tecnólogo em Gestão Hospitalar?
A média salarial é de R$ 4.587,03 para um tecnólogo em Gestão Hospitalar, para uma jornada de 42 horas semanais em regime CLT.
Considerando a faixa salarial, temos o valor mínimo de R$ 4.002,50 e o teto de R$ 9.866,65, segundo pesquisa do site Salario.com.br, baseada em dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web.
Essa variação faz sentido devido às diferenças regionais do Brasil, custo de vida em diferentes municípios e o próprio patamar de carreira dos profissionais consultados.
Mercado de trabalho do graduado em Tecnologia em Gestão Hospitalar
O mercado da saúde oferece uma série de oportunidades, pois responde por quase 10% do Produto Interno Bruto Nacional.
Para dar uma ideia da amplitude desse setor, em 2022 havia 7.191 hospitais no país, revelando acréscimo de unidades desde 2010, quando havia 6.907.
Os números constam no estudo Cenário dos Hospitais no Brasil 2021-2022, publicado pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH).
Outro levantamento realizado pela CNSaúde mostrou um saldo positivo entre contratações e desligamentos de profissionais que prestam atividades de apoio à gestão de saúde.
Entre janeiro e setembro de 2022, 48.908 foram contratados, enquanto 28.463 foram desligados de seus empregos, resultando no saldo de 20.445.
No mesmo período, foram geradas milhares de vagas na área da saúde, distribuídas da seguinte forma:
- Atividades de Atenção à Saúde Humana (CNAE 86): 80.229
- Atividades de Atenção à Saúde Humana Integradas com Assistência Social, prestadas em residências coletivas ou particulares (CNAE 87): 5.116
- Serviço de Assistência Social sem Alojamento (CNAE 88): 14.167.
Tecnólogos em Gestão Hospitalar podem atuar em diversos estabelecimentos, por exemplo:
- Clínicas focadas em consultas, exames e procedimentos de saúde
- Policlínicas
- Hospitais públicos e particulares
- Maternidades
- Laboratórios
- Centros de diagnósticos
- Operadoras de planos de saúde
- Cooperativas de saúde
- Instituições de ensino
- Serviços de urgência e emergência
- Casas de repouso
- Centros de hematologia
- Spas.
Ou seja, o campo de atuação para quem se forma em Tecnologia em Gestão Hospitalar é bastante amplo.
Onde cursar Tecnologia em Gestão Hospitalar?
Existem opções para fazer o tecnólogo presencialmente, EAD (ensino a distância) ou em modelo híbrido.
Então, para decidir pelo curso ideal, vale avaliar qual modalidade se encaixa melhor no seu estilo de vida, propósito e orçamento.
Diversas instituições de Ensino Superior oferecem o curso.
A seguir, listo algumas delas:
Importante lembrar que esta lista é apenas informativa e não tem caráter de recomendação.
Como ingressar no curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar?
Existem diferentes caminhos para ingressar no curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar.
Como expliquei nos tópicos anteriores, o principal pré-requisito é ter concluído o Ensino Médio, pois o tecnólogo equivale a uma graduação.
Também por isso, pode ser acessado por meio de programas do Governo Federal que facilitam a entrada em faculdades, universidades e centros de ensino.
Alguns deles requerem a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou a conclusão dos estudos em escola pública, enquanto outros dispensam essa exigência.
Os três programas federais disponíveis são:
- Sistema de Seleção Unificada (Sisu): segundo o MEC, o Sisu é um sistema eletrônico que reúne vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a grande maioria delas ofertada por instituições federais (universidades e institutos). Elas são preenchidas pelos estudantes com as maiores pontuações no Enem, até o limite da oferta de vagas
- Programa Universidade Para Todos (Prouni): voltado a candidatos que se inscrevem em vestibulares de instituições de educação superior privadas, o programa disponibiliza bolsas de estudo integrais e parciais para estudantes sem diploma de ensino superior
- Fundo de Financiamento Estudantil (FIES): oferece financiamento a juros baixos para alunos de cursos superiores não gratuitos. As graduações devem ter avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e ser realizadas por instituições de educação superior não gratuitas aderentes ao programa.
Mesmo que não consiga participar dos programas acima, você pode cursar Tecnologia em Gestão Hospitalar buscando diretamente uma instituição de Ensino Superior.
Nas universidades públicas, a concorrência é maior, enquanto costuma haver mais vagas em faculdades privadas.
Atualmente, existem iniciativas que concedem bolsas e outros tipos de desconto, por isso é importante pesquisar antes de assinar o contrato.
Consulte também as opções de descontos concedidos pela própria instituição de ensino, modalidade do curso e materiais necessários.
Como funciona o curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar?
O tecnólogo poderá ser concluído em dois ou três anos, conforme a grade curricular da instituição escolhida.
Outro ponto de interesse é a modalidade do curso que, como mencionei antes, pode ser híbrido, presencial ou EAD.
Fazer o tecnólogo presencialmente é a forma tradicional, que implica em ter de se deslocar vários dias da semana até a faculdade para frequentar as aulas, entregar trabalhos e fazer as provas.
Já o ensino híbrido combina presencial a aulas remotas, com momentos em que o aluno precisa comparecer à instituição de ensino e outros em que pode acompanhar as rotinas online.
Por fim, o EAD é a modalidade que oferece maior flexibilidade, pois o estudante não precisa gastar tempo e dinheiro com deslocamentos.
Ele acessa os materiais dentro da plataforma da faculdade, onde também acompanha as aulas, entrega trabalhos e pode tirar dúvidas com professores e outros funcionários da instituição.
Isso agrega vantagens para quem não tem opções próximas ou tem uma rotina muito cheia, com trabalho, cuidados com casa e filhos, etc.
Ainda que escolha pelo tecnólogo EAD, você fará provas presenciais em locais determinados pela faculdade periodicamente.
Essa é uma regra do MEC que ajuda a nivelar capacitações presenciais e a distância, evitando fraudes e comprovando a proficiência do aluno.
Como o tecnólogo em Gestão Hospitalar pertence à área da saúde, é comum que os cursos exijam estágios para a liberação do diploma.
Como a telemedicina facilita o trabalho do tecnólogo em Gestão Hospitalar?
Quem já está no mercado conhece os desafios de administrar departamentos e unidades de saúde.
As tarefas são muitas e demandam zelo, esforço e atenção aos detalhes durante todo o expediente.
A boa notícia é que dá para otimizar o trabalho com ferramentas inovadoras, como a plataforma de telemedicina.
Falo de sistemas que combinam serviços úteis ao administrador hospitalar, reforçando a equipe médica, a organização de documentos e dando agilidade às agendas.
Softwares modernos, como a Telemedicina Morsch, fornecem várias soluções em poucos cliques, como:
- Prontuário digital com teleconsulta: um sistema que armazena os documentos dos pacientes com segurança na nuvem (internet), onde ficam protegidos por senhas e criptografia. Permite acesso a partir de qualquer dispositivo conectado à web, pesquisa para localizar e cruzar dados e funcionalidades como alertas de eventos. Seu time ainda aproveita salas virtuais para fazer consultas online com os pacientes
- Comodato de equipamentos médicos: é um tipo de aluguel em que, pagando uma única mensalidade, você utiliza aparelho de eletrocardiograma, espirometria e outros exames, além de receber pacotes com 30 laudos digitais mensalmente
- Telediagnóstico: consiste na interpretação a distância de exames de suporte ao diagnóstico, com laudos entregues em minutos na plataforma.
Leve essas vantagens para sua unidade de saúde hoje mesmo!
Conclusão
Ao final deste texto, espero ter sanado todas as dúvidas sobre o curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar.
Você pode prosseguir na carreira escolhendo a melhor formação para atuar no departamento administrativo de empresas de saúde.
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