Mapa de risco em segurança do trabalho: como fazer na sua empresa

Agentes capazes de provocar acidentes e doenças ficam mais visíveis em um mapa de risco de segurança do trabalho.
O documento combina a planta da empresa à sinalização de segurança, informando sobre os riscos ocupacionais de um jeito simples e claro.
Daí a importância de que cada empresa faça esse mapeamento e construa uma ilustração capaz de orientar os trabalhadores no dia a dia.
Neste artigo, vou mostrar para que serve e como fazer um mapa de risco, incluindo as cores e símbolos utilizados.
No final, você também confere um bônus com soluções de telemedicina ocupacional para as equipes do SESMT e CIPA.

O que é mapa de risco em segurança do trabalho?
Mapa de risco em segurança do trabalho é uma representação gráfica dos riscos ocupacionais presentes na empresa.
Por sua vez, os riscos ocupacionais são as ameaças à vida ou saúde dos trabalhadores, que surgem em razão de condições ou elementos que integram o ambiente laboral.
A identificação e avaliação de riscos é feita por especialistas em saúde e segurança do trabalho, como explicarei mais à frente.
Para que serve o mapa de risco em segurança do trabalho?
O mapa de risco em segurança do trabalho serve para comunicar a presença de fontes de risco e sua intensidade aos colaboradores.
Por meio da representação gráfica, esse instrumento informa se um local contém riscos ergonômicos, riscos químicos, físicos, riscos biológicos e/ou de acidentes (mecânicos) com agilidade.

Dessa forma, dá para diminuir a exposição ocupacional à radiação ionizante, por exemplo, evitando a entrada de pessoas não autorizadas na sala de raio-X em um hospital.
Basta que o funcionário observe o mapa de risco para notar um círculo verde ali, além da mensagem de “entrada proibida” ou “acesso restrito” na porta da sala.
O mesmo raciocínio se aplica à prevenção de acidentes de trabalho num canteiro de obras, a partir da sinalização de áreas de manuseio de equipamentos perigosos, como retroescavadeiras.
No mapa de risco, será possível visualizar um grande círculo azul neste local – que é uma dica para que nenhum empregado passe por ali desprotegido.

O mapa de risco em segurança do trabalho serve para comunicar a presença de fontes de risco
Qual a importância do mapa de risco?
O mapa de risco é uma ferramenta de segurança do trabalho que afasta os empregados de áreas perigosas, preservando sua integridade e saúde.
Ele tem papel fundamental para reverter o quadro preocupante de ocorrências em ambiente laboral no Brasil.
Segundo dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego, apenas em 2023, o país registrou quase 500 mil acidentes de trabalho, sendo 2.888 deles fatais, relacionados a queda de altura, soterramento e choque elétrico.
As ocorrências podem ser evitadas quando existe uma estratégia de SST que impeça, por exemplo, a circulação de colaboradores sem proteção por locais perigosos.
E o mapeamento de risco apoia essa conscientização da força de trabalho, ficando em lugares visíveis para prevenir o ato inseguro e condição insegura.
Nesse cenário, as doenças ocupacionais também são reduzidas, uma vez que somente profissionais indispensáveis adentram áreas de risco, sempre observando as medidas de segurança como o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI).

Por consequência, os funcionários adoecem menos e se ausentam menos, reduzindo as taxas de absenteísmo e afastamento do trabalho.
Quais são as cores do mapa de risco?
Cada elemento visual do mapa de risco tem um significado, inclusive as cores.
Elas são atribuídas de acordo com o tipo de risco ocupacional, o que resulta em 5 classificações:
Verde: risco físico
Essa modalidade se refere às diferentes formas de energia a que o trabalhador pode se expor ao longo de sua jornada laboral.
Calor, frio, ruído ocupacional, pressão, radiação ionizante e não ionizante são alguns exemplos.
Vermelho: risco químico
O contato ou manipulação de produtos químicos representa ameaça à integridade e/ou à saúde dos empregados.
Isso porque os materiais podem ser tóxicos, corrosivos, inflamáveis, irritantes aos olhos ou trato respiratório, cancerígenos ou perigosos para o sistema nervoso.
O risco químico pode se apresentar sob a forma de poeiras minerais, fumos, vapores, gases ou névoas.
Marrom: risco biológico
Esses riscos surgem a partir da exposição ou contato com microrganismos patógenos, capazes de se infiltrar no corpo humano através da pele, mucosas, vias aéreas etc.
Vírus, parasitas, bactérias, fungos ou protozoários oferecem risco biológico aos funcionários.
Amarelo: risco ergonômico
Ameaças que surgem da relação entre o homem e seu trabalho são classificadas como riscos ergonômicos.
Vale citar o levantamento manual de peso, movimentos repetitivos, monotonia, ritmo intenso, trabalho noturno, trabalho em turnos e riscos psicossociais.
Azul: risco de acidentes de trabalho
Conhecido também como risco mecânico, tem a capacidade de provocar lesões de maior ou menor gravidade devido ao trabalho em condições físicas e tecnológicas inadequadas.
Ele é encontrado, por exemplo, em locais com altas chances de explosão ou incêndio, máquinas obsoletas, iluminação deficiente, piso escorregadio, trabalho em altura etc.
Quem elabora o mapa de risco?
Mencionei, mais acima, que apenas profissionais de medicina e segurança do trabalho estão aptos a fazer esse mapeamento.
Eles podem pertencer ao SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) próprio ou terceirizado.
Se a empresa for pequena e não tiver SESMT, a tarefa pode ser realizada pelo encarregado da CIPA, desde que ele tome como referência as informações do PGR.
É a partir da análise e classificação dos riscos que são traçadas estratégias preventivas, que evitam o adoecimento, lesões ou mortes relacionadas ao trabalho.
Contudo, essa informação não tem muita utilidade se ficar restrita aos times do SESMT ou mesmo à Comissão Interna de Acidentes e de Assédio (CIPA) – formada por representantes do empregador e empregados.
Faz mais sentido se for compartilhada com todos os funcionários, e o mapa de risco é uma ferramenta importante para isso.

Como fazer um mapa de risco em segurança do trabalho?
Veja, a seguir, os 6 principais passos para montar um mapa de risco em segurança do trabalho.
1. Identifique os riscos ocupacionais
Como adiantei acima, a identificação e gestão de riscos cabe a especialistas do SESMT, que fornecem a base para a produção do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Ali, estarão descritas as ameaças em potencial e quais medidas são tomadas para minimizar seus efeitos.
2. Reúna a equipe responsável
Caso sua empresa tenha SESMT e CIPA, ambos os grupos podem contribuir para o registro gráfico dos riscos ocupacionais.
Em negócios pequenos, o encarregado da CIPA pode montar o mapa a partir das informações do PGR e da orientação de uma consultoria ou profissional de SST, como um técnico ou engenheiro de segurança.
3. Mapeie as fontes de risco
Nesta etapa, a equipe responsável aponta onde estão concentrados e qual a intensidade dos riscos presentes na empresa.
Eles serão representados por círculos de tamanhos diferentes, que corresponderão a:
- Baixo risco: círculo pequeno. Normalmente, trata-se de uma ameaça controlada, por exemplo, o risco biológico dos banheiros
- Médio risco: círculo médio. Risco considerável, mas que pode ser controlado. Por exemplo, risco de escorregar numa cozinha industrial
- Alto risco: círculo grande. Ameaça relevante e que não pode ser totalmente controlada. Por exemplo: risco de queda num terreno escavado.
Cada risco identificado deve receber uma classificação de acordo com essas categorias.
4. Use as cores do mapa de risco em segurança do trabalho
Depois de definir o tamanho dos círculos, é hora de determinar quais cores serão usadas.
Para isso, a equipe deve seguir o esquema padronizado de classificação dos riscos ocupacionais, conforme detalhei nos tópicos anteriores.
Vale recordar as cores e respectivos riscos representados por elas:
- Verde para risco físico
- Vermelho para risco químico
- Marrom para risco biológico
- Amarelo para risco ergonômico
- Azul para risco de acidentes ou mecânico.
Lembrando que as cores facilitam a observação e o entendimento por todos os interessados.
5. Ofereça treinamento a todos os funcionários
Finalizado o mapa, faça um treinamento rápido para que todos saibam identificar as informações contidas nele.
Você também pode inserir legendas para evitar confusões.
6. Imprima e espalhe cópias do mapa de risco pela empresa
Nem toda empresa necessita fixar seu mapa de risco em diferentes locais, principalmente se tiver grau de risco baixo (1 e 2).
Porém, é útil elaborar e manter o mapa de risco acessível a toda a equipe, num lugar de uso comum como a cantina, cozinha, auditório, recepção ou próximo aos banheiros.
Estabelecimentos com maior quantidade e intensidade de riscos devem ir além, espalhando os gráficos por todos os setores.

A identificação e a avaliação dos riscos são realizadas por especialistas em saúde e segurança do trabalho
Como engajar os colaboradores no uso do mapa de risco?
Anteriormente, comentei a importância da colaboração dos empregados para a efetividade do mapa de riscos.
Afinal, de nada adianta elaborar um gráfico completo se as pessoas não reconhecerem o valor dele no dia a dia para evitar ocorrências no trabalho.
Pensando nisso, listei algumas dicas para engajar os funcionários. Acompanhe:

- Mantenha todas as capacitações em dia, incluindo treinamentos periódicos e reciclagens que abordem o mapa de risco
- Use o mapeamento como tema para seus DDS (Diálogos Diários de Segurança)
- Sempre que possível, coloque cópias do mapa ao lado ou próximas às áreas perigosas
- Organize palestras, workshops e outros eventos de conscientização
- Peça feedback sobre o mapa de risco aos colaboradores, incentivando sua participação nas estratégias de SST.
Como a telemedicina ajuda a minimizar riscos no ambiente de trabalho?
A telemedicina permite a comunicação e compartilhamento de documentos como o PGR dentro de um ambiente virtual seguro, protegido por senhas e criptografia.
No sistema de Telemedicina Morsch, profissionais in loco podem contatar e até solicitar a assinatura digital para laudos ocupacionais em poucos cliques.
É só acessar a plataforma a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
A partir daí, é possível criar, atualizar, enviar e assinar arquivos de saúde ocupacional da empresa e colaboradores.
É tudo muito fácil, rápido e eficaz para as suas necessidades.
A opção de assinatura digital está disponível para:
Clique aqui e peça um orçamento sem compromisso!
Conclusão
O mapa de risco em segurança do trabalho tem grande importância para a sinalização de SST.
Por isso, a empresa deve manter esse registro sempre atualizado e acessível a todos os funcionários.
Achou este artigo interessante? Compartilhe!
Não deixe de conferir outros conteúdos sobre saúde ocupacional em nosso blog.