Risco biológico: o que é, exemplos, classes de risco e como prevenir
O risco biológico costuma estar presente em hospitais, laboratórios e outros estabelecimentos de saúde.
Nesses locais, o trabalhador pode estar exposto à contaminação por microrganismos capazes de provocar doenças.
E isso pede a adoção de medidas de SST e de biossegurança.
Neste artigo, explico o que são, como são classificados e quais as principais ações para prevenir riscos biológicos.
Acompanhe até o fim para conhecer ainda serviços de telemedicina ocupacional que otimizam a rotina dos profissionais do SESMT.
O que é risco biológico?
Risco biológico é aquele que resulta do contato ou manipulação de microrganismos patógenos.
Uma definição mais específica – e em linguagem técnica – pode ser encontrada na publicação “Classificação de risco dos agentes biológicos”.
Ela define risco biológico da seguinte maneira:
“É a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos à saúde humana, animal, vegetal e ao ambiente em decorrência da manipulação de agentes, materiais biológicos infectados ou toxinas”.
Já os agentes biológicos são organismos ou moléculas com potencial ação biológica infecciosa sobre o homem, animais, plantas ou o meio ambiente em geral, incluindo microrganismos geneticamente modificados ou não, culturas de células, parasitas, toxinas e príons.
Diferença entre riscos físicos, químicos e biológicos
Muitas vezes, os riscos físicos, químicos e biológicos são citados em conjunto.
Existe uma razão para isso, pois todos eles são riscos ambientais, ou seja, provenientes das características, materiais, processos e técnicas empregados no ambiente laboral.
Contudo, há diferenças em sua natureza.
Os riscos físicos surgem a partir da exposição a diferentes formas de energia, a exemplo do ruído ocupacional, calor, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes.
Riscos químicos, por sua vez, têm origem no contato e manipulação de produtos químicos, que podem ser neblinas, poeiras, fumos, névoas, gases e vapores contendo amianto, benzeno, sílica e outras substâncias.
Ao passo que os riscos biológicos decorrem da exposição ocupacional a microrganismos que causam patologias.
Exemplos de risco biológico no trabalho
Diversos agentes de risco biológico podem ser encontrados nos locais de trabalho.
A seguir, elenco alguns deles:
- Vírus: coronavírus, HIV, vírus da febre amarela
- Bactérias: Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus
- Fungos: Candida albicans, Blastomyces dermatiolis, Histoplasma
- Protozoários: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, P. malariae
- Entidades acelulares: príons, RNA ou DNA e partículas virais (VPLs).
Saiba mais sobre a classificação dos riscos biológicos a seguir.
Como se classificam os riscos biológicos?
As diferentes classes de risco biológico constam nas principais legislações sobre o tema, como a norma regulamentadora 32 (NR-32), que aborda a Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.
E a Portaria 2.349/2017, que aprovou a Classificação de Risco dos Agentes Biológicos elaborada em 2017, pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), do Ministério da Saúde, definindo as seguintes classes.
Classe de risco 1
Reúne os agentes com baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, e com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis são alguns exemplos dessa classificação, que contempla microrganismos que não costumam causar doenças em humanos ou animais adultos sadios.
Classe de risco 2
Apresenta risco individual moderado para o trabalhador e baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.
Schistosoma mansoni, vírus da rubéola e demais agentes com risco 2 podem causar doenças ao ser humano, mas existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento para essas patologias.
Classe de risco 3
Corresponde a risco individual elevado para o trabalhador, com probabilidade de disseminação para a coletividade.
Inclui Bacillus anthracis, HIV e outros agentes capazes de causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4
Representa risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade.
Engloba os vírus ebola, da varíola e outros com grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro.
Eles têm o potencial de causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Como prevenir riscos biológicos no trabalho?
A prevenção começa com a estratégia de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que permite a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais – incluindo os biológicos.
Basicamente, ela inclui um inventário de riscos e plano de ação, formalizados através do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que substituiu o antigo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Além dessa estratégia, é importante realizar ações de biossegurança, como lista este artigo da Fiocruz:
- Garantir o conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança e dos riscos presentes no ambiente laboral pelo manipulador
- Oferecer treinamento e informação aos trabalhadores, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação por agentes biológicos pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha
- Respeitar as regras de saúde e segurança do trabalho, a exemplo da sinalização de segurança
- Adotar medidas e equipamentos de proteção coletiva (EPCs) como lava-olhos e kits de primeiros socorros
- Promover o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) como avental, luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção
- Realizar a autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum
- Utilizar desinfetante apropriado para inativação de um agente específico.
Você também pode usar a tecnologia a seu favor, como explico no próximo tópico.
Como emitir laudo do PPRA com a telemedicina?
Sistemas modernos como a Telemedicina Morsch disponibilizam a emissão e assinatura do PPRA online, conectando o SESMT local a especialistas como engenheiros de segurança e médicos do trabalho.
Basta usar um computador, tablet ou smartphone para acessar nosso software em nuvem, inserindo login e senha.
Dentro desse ambiente virtual, você poderá armazenar, compilar, compartilhar e produzir o PPRA (ou PGR) em poucos cliques.
E, em seguida, encaminhar o documento para ser assinado digitalmente.
Essa solução também contempla outros arquivos de medicina e segurança do trabalho, englobando:
Leve essa inovação para sua empresa clicando aqui!
Conclusão
Espero ter ajudado a expandir seus conhecimentos sobre risco biológico.
Esse é um tema complexo, mas que deve ser considerado para evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, preservando a saúde e integridade dos colaboradores.
Se achou o conteúdo interessante, leia mais artigos sobre medicina ocupacional que publico aqui no blog.