Risco químico: o que é, exemplos, como identificar e dicas de prevenção
Diferentes tipos de risco químico podem estar presentes nos ambientes de trabalho.
Seja em estado sólido, líquido ou gasoso, essas substâncias são capazes de provocar acidentes e doenças ocupacionais, principalmente quando não há um controle efetivo.
Daí a importância de identificar, avaliar e implementar medidas de segurança e saúde e do trabalho que eliminem ou pelo menos diminuam a exposição a essas ameaças.
Trago algumas sugestões neste artigo, além de exemplos de riscos químicos e como impulsionar as ações de SST usando a telemedicina ocupacional.
Vamos em frente?
O que é risco químico?
Risco químico é aquele proveniente da exposição ocupacional a agentes químicos capazes de penetrar o organismo por via respiratória, dérmica ou por ingestão.
Conforme define este material da Fiocruz:
“É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à exposição química incluem desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior severidade, causados por incêndio ou explosão”.
Lesões e doenças causadas pela exposição a um agente químico podem resultar tanto do contato rápido quanto de longa duração.
A manipulação de um produto corrosivo pode ocasionar rapidamente um ferimento na pele, enquanto a inalação de poeiras minerais pode desencadear patologias crônicas do sistema respiratório, nervoso, digestivo, entre outros.
Diferenças entre risco químico, físico e biológico
Riscos químicos, físicos e biológicos formam a categoria dos riscos ambientais, que são aqueles originados do ambiente laboral.
Todos eles são capazes de provocar danos à saúde, em função de sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de exposição.
Contudo, cada um se refere a diferentes tipos de agentes de risco ocupacional.
Os agentes químicos estão presentes em produtos químicos utilizados ou resultantes dos processos de trabalho.
Por sua vez, os agentes físicos correspondem a diferentes formas de energia presentes na rotina das empresas, a exemplo do ruído, pressão, vibração e radiações.
E os agentes biológicos são microrganismos patógenos encontrados em certos locais, incluindo vírus, bactérias, protozoários e fungos.
Exemplos de riscos químicos no trabalho
Os riscos químicos podem estar presentes no ambiente sob a forma de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.
Um dos mais conhecidos é o amianto ou asbesto, que já foi largamente empregado para a fabricação de telhas, caixas d’água e tubulações, bem como para isolamento acústico e térmico.
Trabalhadores atuantes na mineração, moagem e ensacamento de asbesto, fabricação de produtos de cimento-amianto, entre outras atividades ficam sujeitos à inalação da fibra de amianto, que é reconhecidamente cancerígena.
A exposição a esse agente químico pode causar asbestose, câncer de pulmão e um tipo de tumor raro e agressivo que afeta a membrana que reveste os pulmões, chamado mesotelioma.
Outros agentes químicos comuns nos ambientes de trabalho são:
- Benzeno
- Sílica
- Hidrogênio
- Dióxido de carbono
- Mercúrio
- Níquel
- Urânio.
- Aldeídos
- Propano
- Acetona.
A seguir, falo sobre a legislação aplicada ao enfrentamento dos riscos químicos.
O que diz a NR-32 sobre riscos químicos?
A Norma Regulamentadora 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde) aborda diversas medidas de identificação e mitigação dos riscos ambientais, inclusive aqueles ocasionados por agentes químicos.
Um dos destaques está no item 32.3, que determina a correta identificação de produtos químicos, afirmando que:
“Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento”.
A legislação também estabelece que todos os produtos químicos que impliquem risco à saúde do trabalhador devem ter uma ficha descritiva.
Identificação de risco químico: cor e símbolo
Riscos químicos são marcados em vermelho em instrumentos de classificação dos riscos ocupacionais, como mapas.
Existem ainda outras regras, descritas em documentos como a NR-26, que trata da sinalização de segurança.
A norma define que a rotulagem de produtos químicos deve atender aos critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos – GHS, da Organização das Nações Unidas.
Ou seja, sua embalagem deve conter os seguintes elementos:
- Identificação e composição do produto químico
- Pictograma(s) de perigo: símbolo preto com uma borda vermelha. Produtos tóxicos são ilustrados com uma caveira, enquanto os inflamáveis levam uma chama
- Palavra de advertência: alerta de “perigo” ou “atenção”
- Frase(s) de perigo: descrição do efeito danoso do produto
- Frase(s) de precaução: orientações para evitar ocorrências
- Informações suplementares.
Veja na sequência quais ações preventivas implementar na empresa.
Como prevenir os riscos químicos com a segurança do trabalho?
As medidas de prevenção devem fazer parte do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), detalhado no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e Programa de Proteção Respiratória (PPR).
O ideal é estabelecer as ações considerando a hierarquia do controle de riscos ocupacionais, que começa com a eliminação da fonte de risco.
Depois, vem a substituição do produto por um menos perigoso, seguida por soluções de engenharia, como o enclausuramento ou exaustão de produtos químicos.
Se essas medidas não forem viáveis ou suficientes, deve-se adotar ações de proteção coletiva, a exemplo da ventilação natural para que a concentração do agente fique abaixo do limite de tolerância.
Por fim, ainda dá para complementar a prevenção com equipamentos de proteção individual (EPI), a exemplo de máscara facial, avental, óculos e luvas de proteção.
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Conclusão
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