Classificação dos riscos ocupacionais: o que é e quais os principais tipos?

Por Dr. José Aldair Morsch, 17 de outubro de 2022
Classificação dos riscos ocupacionais

A classificação dos riscos ocupacionais permite fazer uma gestão eficiente dos agentes nocivos no trabalho.

Assim, é uma estratégia para proteger a integridade e o bem-estar dos colaboradores, evitando acidentes e doenças ocupacionais.

Daí a importância de que o assunto seja conhecido não apenas pelos profissionais de segurança e saúde no trabalho, mas também pelas lideranças das empresas e os próprios empregados.

Neste artigo, explico mais sobre o tema, mostro como se dividem os riscos na legislação trabalhista brasileira e os seus principais exemplos.

Lendo até o fim, verá também um bônus para usar a telemedicina no controle dos riscos e emissão de documentos de saúde ocupacional.

O que é classificação dos riscos ocupacionais?

Classificação dos riscos ocupacionais é uma divisão realizada com base em aspectos semelhantes entre esses riscos.

Agentes biológicos, por exemplo, dão origem a riscos biológicos, enquanto formas de energia estão por trás dos riscos físicos.

Lembrando que o risco ocupacional não é determinado apenas pelo agente, mas por uma combinação entre probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde e sua severidade.

Ou seja, o risco só existe se houver exposição ocupacional a um agente nocivo, o que exige contato com o trabalhador.

Quer um exemplo simples?

O fato de haver energia elétrica num escritório, por si só, não significa que os funcionários estejam sujeitos a esse risco físico.

No entanto, caso haja fiação exposta próximo às estações de trabalho, o risco passa a existir.

Claro que, nesse caso, basta uma manutenção básica para eliminar a fonte de risco, afastando os colaboradores da eletricidade.

Já aqueles que atuam em instalações elétricas e serviços com eletricidade necessitam de medidas específicas para evitar acidentes, como orienta a Norma Regulamentadora 10.

Classificação dos riscos ocupacionais: quais os 5 tipos?

Existem diferentes critérios para classificar os riscos ocupacionais.

O mais conhecido foi dado pelas Normas Regulamentadoras, legislações que dispõem sobre segurança e medicina do trabalho, atreladas à CLT.

A nova versão da NR-01 aborda 5 tipos de riscos ocupacionais, que devem constar no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Esse é o documento em que são relatadas as fontes de risco, sua identificação, reconhecimento, avaliação e medidas de controle adotadas pela empresa.

A seguir, trago detalhes sobre cada uma das cinco classificações de riscos ocupacionais.

1. Riscos físicos

É um dos três tipos de riscos ambientais – que, como o nome sugere, estão relacionados ao ambiente de trabalho.

Os riscos físicos surgem da exposição a diferentes formas de energia, tais como:

  • Ruído: som capaz de prejudicar a capacidade auditiva, proveniente de oscilações geradas por vibrações
  • Frio: tarefas executadas a baixas temperaturas elevam as chances de congelamento, doenças respiratórias e lesões na pele
  • Calor: a exposição a altas temperaturas pode desencadear erupções cutâneas, queimaduras, desidratação, entre outros problemas
  • Vibração: lesões na coluna e articulações estão entre os principais danos provocados pela exposição a vibrações
  • Radiações ionizantes e não-ionizantes: emitem partículas com o potencial de perturbar diferentes funções do organismo, como os raios X (radiação ionizante).

Sempre lembrando que essa exposição ocorre ao longo da jornada laboral.

2. Riscos químicos

Como informa o site da Fiocruz:

“Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão”.

A manipulação desses produtos pode gerar uma série de complicações de saúde, que vão desde simples alergias até patologias graves como o câncer.

Sem falar nos acidentes de trabalho como vazamentos, incêndios e explosões, que colocam a vida em risco devido ao impacto instantâneo ou à inalação de substâncias perigosas.

Diversos agentes químicos têm efeito tóxico, corrosivo, inflamável, irritante aos olhos ou trato respiratório, cancerígeno ou perigoso para o sistema nervoso.

Benzeno, amianto, sílica, dióxido de carbono e mercúrio estão entre os mais conhecidos.

3. Riscos biológicos

São aqueles que surgem a partir da exposição a microrganismos patógenos, sendo os principais:

  • Bactérias
  • Fungos
  • Protozoários
  • Parasitas.

Este material da Fiocruz traz mais detalhes sobre riscos biológicos.

4. Riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos impactam as características psíquicas e fisiológicas dos colaboradores de forma negativa.

Veja uma lista com riscos ergonômicos abaixo:

  • Sobrecarga de trabalho
  • Postura inadequada
  • Excesso de força
  • Imposição de rotina de trabalho intensa
  • Metas inatingíveis
  • Bullying, assédio moral ou sexual
  • Monotonia
  • Tarefas repetitivas
  • Estresse
  • Levantamento de peso
  • Trabalho noturno.

Dependendo da intensidade e tempo de exposição, podem desencadear doenças como LER/DORT, burnout e depressão.

Classificar os riscos ocupacionais

Os riscos de acidentes se originam de condições e arranjos inadequados no trabalho, afetando o colaborador

5. Riscos acidentais

Conhecidos também como riscos mecânicos, os riscos de acidentes se originam de condições e arranjos inadequados nos locais de trabalho.

Nesses casos, existe a chance de lesões de maior ou menor gravidade, que ameaçam a integridade ou até a vida dos funcionários.

Máquinas e equipamentos sem proteção, armazenamento de itens perigosos sem os devidos cuidados e falta de sinalização de segurança são algumas condições que favorecem a ocorrência de acidentes de trabalho.

Como a telemedicina reduz os riscos ocupacionais?

Programas de saúde ocupacional são fundamentais para reduzir os efeitos dos riscos ocupacionais.

Um dos mais relevantes é o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que reúne medidas de monitoramento como o exame periódico.

Procedimentos como espirometria, eletrocardiograma e eletroencefalograma podem ser feitos nas dependências da empresa ou da consultoria em medicina do trabalho, mas exigem especialistas para produzir o laudo.

Aí é que entra a expertise da Telemedicina Morsch, que oferece o serviço de interpretação e laudos a distância.

Basta compartilhar os registros dos exames na nossa plataforma para receber os resultados em minutos, assinados digitalmente por uma equipe de médicos especialistas sob minha supervisão.

Seu time ainda pode otimizar a rotina de trabalho com a emissão, armazenamento e assinatura online dos laudos ocupacionais.

A requisição também é feita de maneira simples, dentro do sistema de telemedicina.

O serviço está disponível para os seguintes procedimentos:

Visite esta página e conheça todas as vantagens de ter a Morsch como parceira da sua empresa!

Conclusão

Conhecer a classificação dos riscos ocupacionais é um passo importante para tornar os ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.

Afinal, a identificação e reconhecimento dos riscos dá base aos programas e medidas de controle que preservam o bem-estar dos funcionários.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin