Câncer ocupacional: o que é, tipos, sintomas e diagnóstico

Por Dr. José Aldair Morsch, 5 de dezembro de 2022
Câncer ocupacional

Sabia que existem 38 tipos de câncer ocupacional?

Dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) alertam ainda que 85% das mortes relacionadas ao trabalho estão ligadas aos 10 principais agentes cancerígenos.

Câncer de pulmão, pele e bexiga, mesotelioma e leucemia estão entre as modalidades mais frequentes, que prejudicam a qualidade de vida do trabalhador.

Muitas vezes, as vítimas morrem pouco tempo após o diagnóstico.

Em geral, devido ao comprometimento de funções vitais como a respiração.

No entanto, o câncer ocupacional pode ter desenvolvimento silencioso, levando anos ou até décadas para se manifestar, o que dificulta sua associação a fatores laborais.

Daí a importância de apostar nas medidas preventivas, tanto aplicadas ao ambiente de trabalho quanto ao monitoramento da saúde dos colaboradores.

Começando pela conscientização sobre sintomas, tipos e quais os carcinógenos mais presentes nas empresas, que são assuntos tratados neste artigo.

Apresento também soluções para otimizar a emissão dos documentos ocupacionais com a telemedicina.

Acompanhe até o final para ficar bem informado.

O que é câncer ocupacional?

Câncer ocupacional é uma doença que surge á partir de alterações celulares provocadas ou intensificadas pelo contato com patógenos no trabalho.

Esses patógenos são agentes químicos, físicos ou biológicos, ou seja, agentes ambientais que possuem potencial carcinogênico, conforme define a Occupational Safety and Health Administration (OSHA):

“Um potencial carcinogênico ocupacional significa qualquer substância, combinação ou mistura de substâncias, que causam um aumento da incidência de neoplasias benignas ou malignas, ou uma substancial diminuição do período de latência entre a exposição e o aparecimento da doença”.

Embora seja uma patologia multifatorial, o câncer ocupacional pode ser identificado através de marcadores característicos, além da história de exposição aos riscos ambientais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença foi responsável por 472.124 mortes apenas em 2018, além de estar na raiz de 4 a 17% de todos os casos de câncer no planeta.

Qual a relação entre fatores ocupacionais e câncer?

Como mencionei acima, o câncer tem origem multifatorial, resultando da combinação entre fatores internos e externos.

Quesitos internos como predisposição genética e idade não podem ser modificados, no entanto, as interações ambientais externas têm impacto sobre o desenvolvimento da doença.

Geralmente, o efeito é cumulativo, levando ao agravo da patologia à medida que aumentam tempo de exposição e dose diária absorvida.

Vem daí a relação entre câncer e trabalho, descrita na publicação “Vigilância do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente”:

Nos ambientes de trabalho podem ser encontrados agentes cancerígenos como o amianto, a sílica, solventes aromáticos como o benzeno, metais pesados como o níquel e cromo, a radiação ionizante e alguns agrotóxicos, cujo efeito pode ser potencializado se for somada a exposição a outros fatores de risco para câncer, como a poluição ambiental, dieta rica em gorduras trans, consumo exagerado de álcool, os agentes biológicos e o tabagismo”.

Tipos de câncer ocupacional

Neste espaço, trago detalhes sobre tipos de câncer com alta prevalência entre trabalhadores brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde e Inca.

Câncer de pulmão

Agrotóxicos, amianto, compostos do carvão, benzeno, radiação ionizante e metais como níquel e cromo fazem parte da lista extensa de patógenos capazes de provocar câncer de pulmão.

Esse é o tipo mais prevalente da doença em todo o mundo, respondendo por 54 a 75% do total de casos de câncer relacionado ao trabalho.

Trata-se de uma doença agressiva que se manifesta apenas nos estágios avançados através de tosse com sangue, perda de peso, dor e chiado no peito.

Mesotelioma

É um tipo raro de câncer que acomete a membrana que reveste o interior do tórax e abdômen (o mesotélio).

Geralmente, a patologia se desenvolve a partir do tecido que recobre a parte externa dos pulmões – a pleura – e está relacionada à exposição ocupacional ao amianto.

Homens acima dos 60 anos são os mais afetados, uma vez que o diagnóstico do mesotelioma só costuma ser dado de duas a cinco décadas após o contato com o asbesto.

Câncer de pele

Pescadores, bombeiros, pedreiros e empregados de indústrias de inseticidas estão entre os grupos de risco para o câncer de pele não melanoma relacionado ao trabalho.

Eles se expõem com frequência a radiação solar, arsênico, fuligem e outros carcinógenos.

Câncer de bexiga

Piche de alcatrão de carvão, radiação ionizante e tetracloroetileno estão entre os agentes químicos e físicos com o potencial de desencadear câncer de bexiga.

Desde pintores até metalúrgicos e técnicos em radiologia são expostos aos patógenos, presentes no dia a dia de 28 profissões.

Leucemia

O contato com benzeno, formaldeído e ciclofosfamida aumentam as chances de sofrer com esse tipo de câncer, que afeta a medula espinhal.

Trabalhadores que lidam com agrotóxicos, solventes e atuantes no setor petroquímico são afetados pela exposição ocupacional a esses agentes químicos.

Câncer relacionado ao trabalho

O câncer ocupacional tem origem multifatorial, resultando da combinação entre fatores internos e externos

Sintomas do câncer ocupacional

Os sintomas dependem do tipo de câncer ocupacional.

O câncer de pele não melanoma, por exemplo, se manifesta através de lesões que não cicatrizam depois de quatro semanas.

As feridas podem sangrar, arder ou descamar e são mais frequentes em partes do corpo expostas ao sol constantemente, como as mãos, rosto e pescoço.

hematomas, sangramento nasal e infecções sucessivas são sinais do comprometimento das células de defesa do organismo (glóbulos brancos), provocado pela leucemia.

De forma geral, vale ficar atento à perda abrupta de peso, dor local persistente, fadiga, febre intermitente, mudanças no padrão das fezes e urina

Esses são sintomas comuns a diversos tumores malignos.

Como a telemedicina acelera o diagnóstico do câncer ocupacional?

Trabalhadores expostos a carcinogênicos devem ser monitorados através do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).

O que inclui exames periódicos que contribuem para o diagnóstico precoce do câncer, maiores chances de cura e prevenção de sequelas.

Usando a telemedicina, sua equipe recebe laudos online em minutos para espirometria, eletrocardiograma, raio X de tórax padrão OIT, entre outros exames ocupacionais.

Basta solicitar os resultados via plataforma de telemedicina Morsch para ter um time de 300 especialistas à disposição.

O sistema ainda facilita a emissão de relatórios por médicos do trabalho, disponibilizando a assinatura digital para os seguintes documentos:

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Conclusão

Agora que você conhece as principais informações sobre câncer ocupacional, pode reforçar o monitoramento dos colaboradores e prevenir o avanço dessa doença.

Conte com a Telemedicina Morsch para otimizar o diagnóstico e entrega do laudo ocupacional com eficiência!

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin