Dermatose ocupacional: causas, sintomas e ações de prevenção

Por Dr. José Aldair Morsch, 30 de maio de 2022
Dermatose ocupacional

Dermatose ocupacional é um quadro comum entre profissionais de limpeza, da saúde e da construção civil.

Por lidarem diretamente com substâncias irritantes da pele e das mucosas, esses e outros trabalhadores precisam redobrar os cuidados preventivos.

O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a sinalização das substâncias que representam perigo estão entre as principais medidas de proteção nesse contexto.

Comento outras ações importantes nas próximas linhas.

Leia até o final para conhecer também formas para otimizar a assinatura de laudos ocupacionais com a telemedicina.

O que é dermatose ocupacional?

Dermatose ocupacional é um termo que descreve um conjunto de patologias alérgicas que se manifestam na pele e têm relação com o ambiente de trabalho.

Como definem especialistas:

“Dermatose ocupacional é qualquer alteração da pele, mucosa e anexos, direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho”.

Geralmente, a doença surge após o contato com uma substância capaz de irritar pele e/ou mucosas.

Então, ela provoca alterações visíveis nesses tecidos.

Essa reação tende a desaparecer quando cessa o contato com o agente irritante.

Por isso, o afastamento da atividade laboral com melhora do quadro é um dos critérios aplicados para atestar que a dermatose tem origem ocupacional.

Sintomas de dermatose ocupacional

Os sinais variam de acordo com o tipo de dermatose.

Falo mais sobre isso nos próximos tópicos.

Por enquanto, confira uma lista com sintomas comuns:

  • Vermelhidão local
  • Coceira
  • Bolhas
  • Escamações
  • Feridas
  • Prurido
  • Fissuras
  • Edemas
  • Crostas
  • Ulcerações
  • Necrose
  • Nódulos.

O que pode causar a dermatose?

O contato com sensibilizantes sem a proteção necessária é a causa mais evidente para a dermatose ocupacional.

Os fatores que mais desencadeiam essas doenças são:

  • Contato com agentes químicos como solventes, contaminantes do cimento, níquel, cromo, aditivos da borracha, resinas, detergentes etc.
  • Contaminação por agentes biológicos, principalmente em hospitais e clínicas (fungos, bactérias, vírus, insetos e leveduras)
  • Exposição a agentes físicos, a exemplo do calor, frio, radiações ionizantes, vibrações, pressões anormais e traumas.

Também existem causas indiretas que predispõem certos trabalhadores a manifestar essa patologia.

Quanto mais jovens, por exemplo, maiores as chances de desenvolver quadros alérgicos, tanto pela falta de treinamento quanto por terem pele e mucosas mais delicadas.

Principais tipos de dermatoses ocupacionais

Como adiantei acima, existem diversas dermatoses que podem ter origem ocupacional.

A seguir, trago algumas das mais corriqueiras, de acordo com este guia da prefeitura de São Paulo:

  1. Dermatites de contato por irritantes (DCI): caracterizadas por lesões que se restringem à área de contato com a substância irritante, por exemplo, nas mãos. As DCI correspondem a 80% dos casos de dermatose ocupacional
  2. Dermatites Alérgicas de contato forte (DAC): resultam da sensibilização de pele e mucosas após longos períodos de exposição, de ao menos uma semana. Caso haja novos episódios de exposição, os sintomas tendem a se intensificar
  3. Dermatites de Contato com fotossensibilização: desencadeada pelo aumento da sensibilização diante da radiação ultravioleta emitida pela luz solar. É mais frequente em pessoas de pele clara
  4. Ulcerações: alergias por contato e reações a medicamentos podem causar feridas e ulcerações na pele e/ou mucosas
  5. Urticária de Contato: lesões avermelhadas que coçam, decorrentes, em geral, da ingestão de medicamentos ou alimentos, ou exposição a agentes físicos como frio e calor
  6. Erupções acneiformes: como o nome sugere, são semelhantes a espinhas, contendo o centro amarelado e as bordas avermelhadas. Podem surgir como manifestação de dermatites
  7. Discromias: são alterações na cor da pele, deixando-a mais clara ou escura. Costumam surgir como consequência à exposição ao sol
  8. Distrofias Ungueais: são males que afetam as unhas, provocando deformidades como espessamento e encurvamento
  9. Câncer Cutâneo Ocupacional: exposição à radiação ultravioleta e a agrotóxicos no trabalho estão entre os fatores de risco para o câncer de pele ocupacional.

Ações de prevenção à dermatose ocupacional

As medidas preventivas devem começar com avaliações ambientais para verificar a possibilidade de substituir os agentes alérgenos por outros.

Caso não seja possível, vale dar preferência a ações de proteção coletiva na segurança do trabalho, adotando EPIs quando elas não forem suficientes.

A seguir, listo algumas medidas de proteção contra a dermatose ocupacional:

  • Conscientize os funcionários sobre rotinas de higiene, a exemplo de lavar as mãos e outras partes do corpo que possam estar contaminadas, com frequência
  • Após a higienização, a pele deve ser hidratada com cremes sem fragrância
  • Roupas de trabalho devem ser mantidas limpas e secas
  • Equipes da construção civil podem tornar o cromo presente no cimento menos sensibilizante, adicionando sulfato ferroso à mistura
  • Promova a utilização de EPIs como botas, aventais, luvas, gorros e máscaras para afastar o empregado de substâncias irritantes
  • Trabalhadores que ficam horas ao ar livre devem usar proteções extras como camisetas de manga comprida, chapéus e protetor solar
  • Na hora de escolher as luvas de proteção, leve em conta que os colaboradores podem ter alergia ao látex ou acrilatos, exigindo materiais diferenciados
  • Só compre EPI com Certificado de Aprovação (CA) ativo
  • Garanta que todos os funcionários mantenham os exames periódicos em dia, seguindo o planejamento determinado na NR-07 e no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Dermatose no trabalho

Contato da pele com determinados agentes é a causa mais comum de dermatose ocupacional.

Telemedicina dá suporte à saúde ocupacional

Os riscos ocupacionais capazes de provocar dermatoses devem ser registrados e acompanhados por meio do Programa de Gerenciamento de Riscos.

Instituído pela Norma Regulamentadora 1, o PGR atual reúne dados ambientais referentes aos antigos Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT).

Outra novidade está na praticidade de poder assinar os documentos de saúde ocupacional na plataforma de telemedicina.

Dentro do sistema Morsch, sua equipe pode criar, compartilhar, assinar e receber os seguintes arquivos:

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Conclusão

Ações preventivas simples podem evitar o desenvolvimento da dermatose ocupacional.

Daí a importância de rastrear os riscos no ambiente de trabalho e monitorar os colaboradores através dos exames do PCMSO.

Você também pode contar com a Telemedicina Morsch para simplificar a emissão e assinatura de documentos de saúde ocupacional.

Assim, os especialistas do SESMT ganham mais tempo para zelar pela saúde no trabalho.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin