O que é exposição ocupacional, tipos e limites permitidos
Medidas de controle da exposição ocupacional preservam a integridade e saúde dos trabalhadores.
Elas existem para evitar o adoecimento decorrente do contato com substâncias nocivas durante a jornada laboral, eliminando ou diminuindo o risco ocupacional.
Como os patógenos podem estar presentes em qualquer empresa, eles devem ser monitorados e mitigados pelas equipes de medicina e segurança do trabalho.
Começando pela avaliação de exposição ocupacional e uso do Limite de Exposição Ocupacional (LEO), que são assunto deste texto.
Vou mostrar também oportunidades para otimizar a assinatura de documentos como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), usando a telemedicina.
O que é exposição ocupacional?
Exposição ocupacional é aquela que ocorre no local de trabalho, devido ao contato entre trabalhador e patógeno.
A exposição pode ser aguda ou crônica.
A forma aguda é menos frequente, mas descreve episódios de exposição a grandes quantidades de substância nociva, seja em forma de poeira, líquido, vapor, névoa, etc.
Geralmente, a exposição aguda é ocasionada por acidentes de trabalho, podendo causar lesões graves, internação ou até a morte instantânea de funcionários.
Já a exposição crônica é mais comum, fazendo referência ao contato prolongado com um agente nocivo no ambiente laboral.
Esse formato está na raiz de uma série de doenças ocupacionais, incluindo asma, surdez, pneumoconioses, LER/DORT e até câncer.
Para se ter uma ideia do problema, autoridades de saúde estimam que a exposição ocupacional provoque 10,8% dos casos de câncer em homens e 2,2% em mulheres no mundo.
Quais são os tipos de exposição ocupacional?
A exposição ocupacional pode ser classificada de acordo com o agente de risco em contato com o colaborador, dando origem a cinco grupos:
- Exposição a risco químico: decorre do trabalho com produtos químicos que tenham potencial cancerígeno, tóxico, corrosivo, inflamável, irritante aos olhos ou ao trato respiratório, ou perigoso para o sistema nervoso. Amônia, chumbo, cloro e mercúrio são exemplos de agentes químicos que possuem limites de tolerância definidos no Anexo 11 da Norma Regulamentadora 15
- Exposição a risco físico: resulta do contato com diferentes formas de energia no trabalho. Ruído, calor e radiações ionizantes têm limites de tolerância determinados pela NR-15
- Exposição a risco biológico: tem origem na manipulação de itens que contenham microrganismos patógenos, como vírus, bactérias, fungos e protozoários
- Exposição a risco ergonômico: é fruto da relação entre o homem e seu trabalho, englobando atividades monótonas e repetitivas, estresse e esforço físico intenso. Não possui limites de exposição
- Exposição a risco mecânico: gerada por condições físicas e tecnológicas inadequadas, que podem levar a ferimentos de maior ou menor gravidade. Não conta com limites de exposição.
Limite de exposição ocupacional permitido
Ao tratar das atividades e operações insalubres, a NR-15 esclarece que:
“Entende-se por ‘Limite de Tolerância’, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”.
Esse conceito se aplica aos agentes que dão direito ao adicional de insalubridade, pago aos trabalhadores que atuam nessas condições.
Para fins prevencionistas, as avaliações de exposição ocupacional costumam utilizar o Limite de Exposição Ocupacional (LEO), que adota parâmetros de proteção ao trabalhador.
O LEO é inspirado tanto em normas nacionais – como a própria NR-15 – quanto internacionais, a exemplo dos limites determinados pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH).
Para tanto, são considerados diferentes tipos de limites, como:
- Média Ponderada no Tempo: é usada para medir exposições prolongadas, com efeitos crônicos para a saúde dos funcionários
- Teto: corresponde à medida que não pode ser ultrapassada em nenhum momento da jornada laboral
- STEL: empregado na medição de efeitos agudos, o STEL se refere ao limite de exposição de curta duração
- Valor máximo e pico: serve para calcular exposições em nível máximo, evitando que ultrapassem o LEO
- Limites de superfície: aplicáveis a agentes que podem se depositar em superfícies e ser absorvidos pela pele dos colaboradores.
Como fazer a avaliação de exposição ocupacional
A avaliação da exposição ocupacional deve ser feita por um especialista em segurança e saúde do trabalho devidamente capacitado.
Esse profissional pode fazer parte do quadro de funcionários, SESMT da empresa ou ser contratado para coletar amostras e fazer análises.
Para uma avaliação eficaz, é fundamental adotar boas práticas como as que comento abaixo.
Conheça os perigos do ambiente de trabalho
Perigo é a fonte de origem do risco ou ameaça presente no ambiente laboral.
Antes de avaliar as exposições, é preciso conhecer essas fontes e as possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores.
Elabore o mapeamento de riscos
A partir dos perigos e danos em potencial, mapeie os riscos presentes nos diferentes setores da empresa.
Selecione os tipos de limites de exposição
Dependendo do patógeno analisado, cabe adotar a avaliação qualitativa ou quantitativa, ou mesmo uma combinação entre ambas.
A avaliação quantitativa exige a escolha dos tipos de LEO adotados.
É a partir deles que você saberá quais parâmetros serão empregados para medir a exposição ocupacional.
Documente as medições
Parâmetros, normas e valores encontrados devem ser registrados em documentos como PCMSO, PGR, PPRA, PCA e PPR.
Esses programas de saúde ocupacional devem englobar medidas de prevenção baseadas na avaliação das exposições, a fim de diminuir o contato dos colaboradores com substâncias nocivas.
Avanços da telemedicina na saúde ocupacional
Como acabei de citar, as informações sobre avaliação e controle da exposição ocupacional devem constar nos arquivos de SST.
Atualmente, os documentos podem ser gerados, armazenados, assinados e compartilhados online pelas empresas.
Além de ocuparem menos espaço e não serem danificados pelo tempo, as versões digitais possibilitam assinatura a distância, evitando atrasos na entrega aos órgãos governamentais.
Usando a plataforma de Telemedicina Morsch, sua equipe se conecta rapidamente com médicos do trabalho, engenheiros de segurança e outros especialistas responsáveis pela finalização dos arquivos.
E o melhor: dentro de um sistema seguro, protegido por mecanismos de autenticação e criptografia.
O serviço de emissão e assinatura digital está disponível para:
- PCA.
Acesse este link e confira todas as vantagens de contar com a parceria da Morsch.
Conclusão
Ao final deste artigo, espero ter contribuído para ampliar seus conhecimentos sobre exposição ocupacional.
Se achou o conteúdo interessante, compartilhe!
Siga acompanhando o blog para ficar por dentro das novidades em segurança e saúde do trabalhador.