Ruído ocupacional: o que é, consequências e como medir
Presente em diversos ambientes de trabalho, o ruído ocupacional pode desencadear uma série de problemas de saúde.
Dor de cabeça, insônia e pressão alta estão entre as mais comuns, assim como diferentes níveis de perda auditiva.
Quando existe exposição contínua a níveis de pressão sonora superiores a 85 decibéis, há chances de perda auditiva severa (surdez) relacionada ao trabalho.
Portanto, o ruído ocupacional deve ser avaliado corretamente pela equipe do SESMT.
É o que permite a implementação de ações preventivas como o Programa de Conservação Auditiva (PCA).
Neste artigo, falo sobre os efeitos desse agente físico, como calcular a dose de exposição e quais as principais medidas de controle.
Acompanhe até o fim para entender como a telemedicina otimiza a assinatura de documentos de saúde ocupacional.
O que é ruído ocupacional?
Ruído ocupacional é um conjunto de perturbações vibratórias que originam sensações auditivas desagradáveis no local de trabalho.
Em termos técnicos do protocolo do Ministério da Saúde, o ruído é definido como:
“Um sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências que não apresentam relação entre si”.
O ruído ocupacional pode ter origem em diferentes fontes, a exemplo de máquinas, equipamentos e atividades que produzem um tipo de som.
Nesse cenário, trabalhadores de diversas áreas podem estar expostos a esse agente físico – desde músicos e operadores de som até pedreiros e operários de fábricas.
Quais as doenças causadas por ruído ocupacional?
Quanto maior for a intensidade e o tempo de exposição ao ruído ocupacional, maiores são as chances de desenvolver Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO).
Essa é a doença com relação mais evidente a esse agente físico, mas não a única.
Profissionais continuamente expostos podem sofrer com uma série de perturbações, incluindo:
- Irritabilidade
- Cansaço crônico
- Dor de cabeça
- Insônia
- Pressão alta
- Aumento no ritmo cardíaco (taquicardia)
- Problemas digestivos.
Além do efeito nocivo à saúde, um estudo revelou que empregados expostos ao ruído ocupacional intenso apresentavam risco três a quatro vezes maior de sofrer acidentes de trabalho quando comparados a colaboradores não expostos.
Pode haver perda auditiva por ruído ocupacional?
Sim, pode.
Estudos estimam que 25% das pessoas expostas ao ruído ocupacional sofrem perda auditiva em algum grau.
Geralmente, a patologia é resultado da exposição contínua a níveis de ruído acima dos 85dB durante as oito horas diárias de trabalho.
A PAIRO responde por 19% dos anos vividos com incapacidade, considerando todas as doenças e agravos decorrentes de fatores ocupacionais no planeta.
Os trabalhadores afetados experimentam problemas que vão além da esfera profissional, como explica o artigo “Exposição ao ruído ocupacional: reflexões a partir do campo da Saúde do Trabalhador”:
“A perda auditiva traz dificuldades na comunicação, que podem, por sua vez, gerar estresse, ansiedade, irritabilidade, diminuição da autoestima, isolamento social e perda de produtividade, e assim prejudicar o desempenho das atividades de vida diária, resultando em custos para o indivíduo, família, empresa e sociedade”.
Como calcular ruído ocupacional?
O cálculo da dose de ruído ocupacional deve ser feito por um profissional de segurança e saúde do trabalho.
Ele deve estar habilitado a realizar a dosimetria de ruído, a fim de identificar se a dose está dentro do limite de exposição definido na Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho.
De forma resumida, essa tarefa é realizada em quatro etapas:
- Uso de dosímetro para medir o ruído ambiente, principalmente próximo ao ouvido do trabalhador
- Comparação dos valores ao descrito na tabela de exposições máximas do Anexo 1 da NR 15
- Aplicação dos valores à fórmula Cn/Tn = dose de ruído, na qual: Cn = tempo de exposição real e Tn = tempo máximo de exposição normalizado, ou seja, o período máximo permitido de exposição
- O resultado corresponderá à dose de exposição, que não deve ultrapassar 1.
Se ultrapassar, haverá exposição acima do limite de tolerância, caracterizando trabalho em condição insalubre.
Como emitir o laudo de ruído ocupacional
Por se tratar de documento técnico, o laudo de ruído ocupacional só pode ser emitido e assinado por especialistas em SST, normalmente pelo engenheiro de segurança.
Toda empresa que registre níveis de ruído incômodos deve contratar esse profissional ou uma consultoria especializada em segurança e medicina do trabalho para elaborar o laudo.
O relatório deverá descrever informações sobre a dosimetria, fontes de emissão de ruído, valores de referência e dados do dosímetro utilizado.
Quando há ruído ocupacional, cabe à empresa implementar o Programa de Conservação Auditiva
Medidas de controle do ruído ocupacional
Quando há ruído ocupacional, cabe à empresa implementar o Programa de Conservação Auditiva para diminuir o impacto desse agente nocivo.
O gerenciamento do ruído começa com a adoção de medidas ambientais, que protegem todos os funcionários ao combater o som incômodo na fonte ou realizar sua atenuação no ambiente.
Por isso, é importante priorizar ações para extinguir a fonte de ruído, limitar seus efeitos ou reduzir sua dose, como o uso de barreiras físicas e isolamento acústico.
Mudanças na organização do trabalho também ajudam a preservar a saúde dos colaboradores, afastando-os da fonte de ruído ou diminuindo o tempo de exposição.
Caso a implantação dessas medidas seja insuficiente ou inviável, o empregador deve oferecer equipamento de proteção individual.
Lembrando que o EPI deve ser utilizado durante todo o período de exposição ao ruído, com o suporte de treinamentos e supervisão para que ofereça atenuação suficiente.
Por fim, mas não menos importante, o PCA deve ser integrado ao PCMSO, prevendo exames periódicos de monitoramento da saúde auditiva, como a audiometria.
Como a telemedicina ajuda a melhorar a saúde ocupacional?
A telemedicina auxilia no arquivamento, compartilhamento e assinatura online de documentos de saúde ocupacional, como o PCA.
Mesmo que sua empresa não disponha de um médico do trabalho ou engenheiro de segurança, é simples contatar esses profissionais para que emitam laudos a distância.
Basta acessar a plataforma de Telemedicina Morsch e solicitar o compartilhamento e assinatura digital dos arquivos, enviados com toda a segurança.
Afinal, o sistema conta com mecanismos de autenticação e criptografia para preservar seus arquivos, armazenados na nuvem (internet).
Portando login e senha, o médico ou engenheiro acessam e assinam os documentos online, a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
O serviço está disponível para:
- PCA.
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Conclusão
Abordei neste artigo as características e doenças que podem ser causadas pelo ruído ocupacional.
Também comentei sobre o cálculo da dose de exposição, laudos e medidas preventivas.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão, deixe seu comentário.
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