Aparelho de eletrocardiograma: tipos, como funciona e como escolher o melhor
Escolher o aparelho de eletrocardiograma é uma etapa imprescindível para qualificar a oferta do exame.
Tanto o modelo quanto a marca do equipamento fazem diferença nos resultados.
Inclusive, esses são aspectos tão importantes quanto a técnica do profissional treinado para conduzir o ECG.
Independentemente de estar buscando um aparelho para comprar ou alugar, essa é uma escolha que deve ser embasada em critérios claros e rigorosos.
Afinal, existem diversos tipos de eletrocardiógrafos disponíveis.
Definir qual melhor atende à sua realidade e necessidades evita dores de cabeça na realização do exame.
Isso sem falar no diferencial importante que sua clínica ou hospital assume ao oferecer ao público um eletrocardiograma de alta qualidade.
Para te ajudar nessa tarefa, preparei um conteúdo completo.
A partir de agora, você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre o aparelho de eletrocardiograma.
Lendo até o final, verá também os benefícios da telemedicina cardiológica para otimizar a emissão de laudos no seu estabelecimento de saúde.
O que é um aparelho de eletrocardiograma?
Aparelho de eletrocardiograma é o dispositivo que viabiliza o estudo da atividade elétrica cardíaca.
Também conhecido como eletrocardiógrafo, esse equipamento é composto por um monitor, cabos e eletrodos.
Esses itens permitem captar e amplificar os sinais elétricos que movimentam o coração, traduzindo os batimentos cardíacos em um gráfico de linha, a fim de evidenciar anormalidades que sinalizam patologias.
A origem do aparelho de ECG remonta ao século passado, quando o médico pesquisador alemão Emil du Bois-Reymond, percebeu que era possível capturar a eletricidade da nossa pele, mesmo sem saber exatamente como ela era gerada.
Foi a partir do estudo da fisiologia que os pesquisadores descobriram que as células do coração são automáticas e geram a eletricidade que percebemos na pele.
Então, viu-se a necessidade de conseguir medir essa eletricidade e entender melhor o que ela representava.
Por meio da adaptação de um galvanômetro (aparelho usado por eletricistas para medir diferenças de potencial na rede elétrica da casa ou no carro), descobriu-se que era possível captar a energia da nossa pele.
Com a sua utilização e o posicionamento correto dos eletrodos no corpo, tornou-se possível desenhar a atividade elétrica do coração.
Ao longo dos anos, a indústria aperfeiçoou esse aparelho, viabilizando o exame de eletrocardiograma.
Hoje, os principais aparelhos de ECG superaram a era analógica, quando registravam no papel a atividade elétrica, para os modelos atuais, que realizam o eletrocardiograma digital.
Para que serve um aparelho de eletrocardiograma?
O dispositivo serve para registrar os impulsos elétricos cardíacos, retratando o padrão de batimentos para que um especialista possa analisar o ritmo cardíaco.
Nesse cenário, o aparelho de ECG se torna indispensável para a investigação de sintomas, diagnóstico de doenças cardiovasculares e outros agravos à saúde que impactam o funcionamento das células do coração.
Manifestações clínicas como dor no peito, síncope, palpitação, vertigem ou tontura e falta de ar são estudadas com o suporte do eletrocardiógrafo.
Assim como as seguintes doenças:
- Infarto agudo do miocárdio (IAM)
- Angina
- Arritmias
- Fibrilação ventricular e outros ritmos patológicos
- Doença arterial coronariana (DAC)
- Aterosclerose
- Bloqueio de ramo esquerdo ou direito
- Cardiopatias congênitas
- Insuficiência cardíaca
- Cardiomiopatia.
Na sequência, explico como o aparelho de ECG funciona.
Como funciona um aparelho de eletrocardiograma?
Forma convencional do exame, o ECG de repouso é feito por meio da medição do potencial elétrico pelo galvanômetro em diferentes pontos do corpo.
Geralmente, o eletrocardiógrafo oferece o resultado com o posicionamento de 12 derivações pelo corpo, sendo que cada uma registra a atual situação de determinadas partes do coração.
De modo bem simples, podemos dizer que:
- As derivações combinadas D1, D2, D3, AVF, laterais, referem-se ao lado esquerdo do ventrículo esquerdo, uma das partes laterais do coração (lembrando que temos o ventrículo direito que também pode ser analisado)
- As derivações inferiores observam a parte inferior do coração, mais especificamente o vértice do lado esquerdo do ventrículo, sobre o estômago
- As derivações de V1 a V6, colocadas no tórax do paciente, se encarregam de vistoriar a parede anterior do coração, a parte frontal do ventrículo esquerdo e a parte lateral alta
- A derivação aVR comprova se todas as outras derivações foram colocadas corretamente na área do coração e afirma o resultado obtido pelo processo.
Todas elas atuam por meio de despolarizações e repolarizações que possibilitam o estudo dos batimentos.
A posição dos eletrodos pode determinar variados aspectos.
Dependendo do que o profissional de saúde deseja verificar, podem ser avaliadas possibilidades de:
- Detecção de anomalias como bloqueios de ramo
- Identificação da condição atual do coração quanto a obstruções das coronárias
- Existência de alguma hipertrofia ou estenose mitral
- Verificação de superconcentração ou baixa de vitaminas
- Avaliação de minerais ou outros recursos importantes ao bom funcionamento do sistema cardiovascular, como o cálcio e o potássio
- Identificação de alguma doença não cardíaca, como embolia pulmonar e AVC
- Disfunção de marcapasso ventricular.
Desde a invenção do eletrocardiograma usando registros em papel até os dias atuais, com eletrocardiograma digital e análise vetorial, a função do aparelho não se modificou.
O que ocorreu foi uma melhora da qualidade do ECG e aprofundamento dos cálculos na análise vetorial para auxílio do diagnóstico em casos complicados, envolvendo distúrbios de condução.
O aparelho de eletrocardiograma também reduziu de tamanho, se integrou ao computador (ECG digital) e continuou mostrando os mesmos registros desde a sua invenção.
A diferença é que, agora, tem qualidade superior e permite o compartilhamento pela internet, a partir da utilização de uma plataforma de telemedicina.
Volto a falar desse processo mais à frente.
Tipos de aparelho de eletrocardiograma
Embora a modalidade digital seja popular atualmente, existem diferentes tipos de eletrocardiógrafo.
Os três principais são:
- Aparelho de eletrocardiograma analógico: como mencionei anteriormente, essa modalidade se refere aos equipamentos antigos, que precisam ser ligados na tomada ou possuir bateria para funcionar. Os resultados são impressos num papel especial, que deve ser comprado junto à fábrica
- Aparelho de eletrocardiograma digital: utilizando tecnologia moderna, esses modelos possuem diferentes funcionalidades e dispensam o papel para impressão, pois apresentam os gráficos na tela do monitor. A maioria tem cabo USB, podendo ser alimentado pela bateria de um notebook, além de ser compacta, leve e portátil
- Aparelho de eletrocardiograma com laudo: pode ter tecnologia analógica ou digital, com o diferencial de mostrar uma prévia com cálculos que apoiam o resultado do ECG. Entretanto, esse recurso não dispensa a interpretação feita por um médico especialista.
Aqui trago mais detalhes sobre o ECG com laudo.
Como operar o aparelho de eletrocardiograma?
Antes de iniciar o ECG, é importante verificar se o aparelho está devidamente conectado ao notebook, computador ou tomada, se está ligado e com todos os cabos conectados aos eletrodos e ao monitor.
Outra dica é testar os registros gerados, ligando o eletrocardiógrafo para identificar interferências.
Uma linha reta e contínua indica normalidade.
Com tudo ok, posicione o paciente de maneira confortável na maca da sala de exames e confira se há pelos no tórax.
Em caso positivo, faça uma tricotomia nos locais onde serão fixados os eletrodos.
O próximo passo é higienizar a pele com algodão e álcool a 70%, a fim de remover suor e outras impurezas que atrapalham a aderência dos eletrodos.
Depois, será preciso posicionar os eletrodos da forma correta, sendo que os eletrodos periféricos devem ser dispostos assim:
- Vermelho (R): no braço direito (Right)
- Amarelo (L): no braço esquerdo (Left)
- Verde (F): na perna esquerda (Foot)
- Preto (N): na perna direita (Neutro).
Enquanto os eletrodos precordiais, colocados no tórax, devem ser dispostos conforme as instruções:
- O primeiro eletrodo torácico (V1) precisa ficar no 4º espaço intercostal, à margem direita do esterno
- O segundo (V2) fica no 4º espaço intercostal, à margem esquerda do esterno
- O terceiro (V3) deve ser inserido no espaço entre V2 e V4
- O quarto (V4) fica no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha abaixo do ponto médio da clavícula (hemiclavicular)
- O quinto eletrodo (V5) deve ser posicionado também no 5° espaço intercostal, nível que V4, mais para a esquerda, na linha axilar anterior
- O último dispositivo (V6) deve ficar no mesmo nível que V4 e V5, pouco mais para a esquerda, na linha axilar média.
Entendido o posicionamento, vamos ver no próximo tópico como encontrar o aparelho de ECG ideal.
Como é o aparelho de eletrocardiograma ideal?
Para escolher um aparelho de eletrocardiograma ideal, não basta ser um equipamento que avalia a atividade cardíaca e está registrado na Anvisa – o que é básico.
Existem diversos aparelhos analógicos no mercado, além dos mais variados modelos de ECG digital.
Diante dessa diversidade de opções, o primeiro passo é descartar os analógicos e escolher o melhor entre os digitais.
Para isso, esteja atento a quatro características principais:
O aparelho deve ser compacto
Quanto menor o aparelho, mais fácil será de manusear e de guardar em local seguro e que não ocupe espaço.
Deve ser portátil
A portabilidade permite levá-lo para qualquer lugar, incluindo os diversos setores de um hospital – circulando pelos postos de atendimento sem que haja a necessidade de levar o paciente para a sala do exame.
Essa característica ainda permite levar o aparelho para as empresas onde são realizados exames ocupacionais.
Possa ser conectado ao USB do computador
Neste caso, tanto a transmissão dos dados, quanto a alimentação do aparelho de eletrocardiograma é realizada pelo cabo USB conectado a um notebook.
Isso permitirá realizar um exame onde não há energia elétrica, já que o aparelho poderá utilizar a bateria do notebook, trazendo total autonomia ao usuário.
O software para realizar o exame deve ser de fácil usabilidade
Um dos desafios de usar a tecnologia na medicina é a oferta de muitos recursos que não são necessários durante um exame com um aparelho de eletrocardiograma.
Por isso, é preciso optar por um software limpo, objetivo, de fácil manuseio, sem muitos cadastros e que traga rapidez à execução do exame.
Principais marcas de aparelhos de eletrocardiograma
Existem diversas marcas disponíveis atualmente, cada qual com seus modelos, funcionalidades e recursos.
Recomendo que você priorize os fabricantes que disponibilizam atendimento no Brasil, a fim de simplificar treinamentos, suporte e resolução de problemas.
Algumas empresas reconhecidas são HW, TEB, Micromed, Cmos Drake e Ventrix.
E se você tem dúvidas sobre a realização do exame, confira meu artigo com vídeo sobre curso de ECG.
Vantagens do laudo eletrônico do eletrocardiograma
Aplicada à cardiologia, a telemedicina possibilita a emissão de laudos eletrônicos com toda a comodidade e praticidade.
Basta que um médico ou técnico de enfermagem capacitado conduza o eletrocardiograma normalmente e, em seguida, compartilhe os gráficos via software de telemedicina em nuvem.
Para acessar o sistema, é só inserir login e senha a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
Assim que os registros ficam disponíveis, um cardiologista online os interpreta sob a luz da suspeita clínica e histórico do paciente.
Ele emite e assina digitalmente o laudo online, entregue em minutos via plataforma de Telemedicina Morsch.
Além da agilidade, economia de tempo e dinheiro com deslocamentos desnecessários, sua equipe ainda terá o serviço de telediagnóstico 24 horas por dia, 7 dias por semana, mesmo aos domingos e feriados.
Outra vantagem está na oportunidade de aderir ao aluguel em comodato, que permite o uso do aparelho de ECG sem custo adicional mediante a contratação de pacotes de telelaudos.
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Conclusão
O aparelho de eletrocardiograma evoluiu ao longo do tempo e isso fez com que surgissem inúmeros modelos no mercado.
Mas escolher o ideal para o seu negócio envolve uma análise detalhada sobre qual será o seu uso e o que você busca com esse equipamento.
Independente da situação, um aparelho de ECG digital traz mais recursos, o que permite maior facilidade e disponibilidade para a execução dos exames.
Além disso, existe ainda a opção do aluguel em regime de comodato, que permite um investimento menor inicial e também pode ser utilizado em conjunto com a plataforma de telemedicina para a emissão de laudos à distância.
Agora que conhece melhor o tema, não deixe de entrar em contato para saber mais sobre como se tornar parceiro da Morsch.
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