Hipertrofia ventricular esquerda: o que é, sintomas, causas e tratamento
Embora não seja uma patologia em si, a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) aumenta o risco de eventos cardiovasculares.
Isso ocorre principalmente quando a condição surge em pacientes hipertensos, com idade avançada e outros fatores de risco associados.
Obesidade e dieta rica em sal são exemplos.
Afinal, a sobrecarga à câmara cardíaca inferior esquerda costuma sinalizar a presença de doenças de fundo que dificultam a circulação sanguínea.
Portanto, cabe ao cardiologista investigar e diagnosticar a patologia, a fim de evitar complicações como a insuficiência cardíaca.
Se o tema interessa, continue lendo este texto para saber mais sobre os sintomas, causas e exames que contribuem para o diagnóstico da HVE.
Você ainda vai entender como a telemedicina cardiológica contribui para detectar essa e outras alterações na anatomia e função do músculo cardíaco.
O que é hipertrofia ventricular esquerda?
Hipertrofia ventricular esquerda é o aumento no tamanho dessa câmara cardíaca.
Como define o estudo “Diagnóstico Eletrocardiográfico da Hipertrofia Ventricular Esquerda”:
“A Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE) é definida como um aumento da massa do ventrículo esquerdo (VE), que pode ser secundária a um aumento da espessura das paredes (HVE concêntrica), aumento do tamanho da cavidade (HVE excêntrica) ou ambos. A apresentação do VE hipertrofiado depende principalmente da doença subjacente, sendo a HVE concêntrica resultante na maioria dos casos da sobrecarga de pressão no VE (hipertensão arterial ou estenose aórtica), enquanto a HVE excêntrica depende principalmente das sobrecargas de volume no VE (insuficiências mitral e aórtica) e cardiomiopatias dilatadas”.
Quais são os sintomas de hipertrofia ventricular esquerda?
Mencionei, na introdução do artigo, que a HVE não é uma patologia.
No entanto, pode ser uma condição patológica quando o aumento da espessura ou cavidade do ventrículo esquerdo não decorre de alterações fisiológicas como exercício físico intenso ou gravidez.
A HVE patológica nem sempre apresenta sinais, em especial durante o estágio inicial.
Contudo, seu avanço provoca mudanças anatômicas e funcionais importantes no coração, desencadeando manifestações clínicas como:
- Dispneia aos esforços
- Fadiga extrema
- Dor precordial
- Palpitações
- Tontura
- Síncope, nos casos mais graves.
Sempre que o paciente relatar sinais como esse, a investigação deve ser ampliada.
O que causa a hipertrofia ventricular esquerda?
A hipertensão é a principal causa da HVE concêntrica, responsável pela maioria dos casos patológicos.
Ao elevar a resistência ao fluxo sanguíneo, a pressão alta aumenta o esforço necessário para o bombeamento do líquido pelo organismo – que é tarefa do ventrículo esquerdo.
Raciocínio similar se aplica à estenose aórtica, que dificulta o envio do sangue rico em oxigênio e nutrientes a cada célula do corpo.
Causas menos frequentes de HVE são:
- Insuficiência mitral
- Insuficiência aórtica
- Defeitos do septo ventricular
- Cardiomiopatia hipertrófica
- Alterações fisiológicas associadas ao treinamento de atletas de alta performance.
Sempre lembrando que identificar a causa é um passo importante para o diagnóstico e tratamento da hipertrofia ventricular esquerda.
Quais os riscos da hipertrofia ventricular esquerda?
Uma das complicações decorrentes da hipertrofia ventricular esquerda é a insuficiência cardíaca congestiva, devido à incapacidade do músculo para bombear o sangue necessário para nutrir as células do organismo.
A doença é consequência de alterações como a isquemia subendocárdica.
Segundo o artigo “Alterações cardiovasculares da hipertensão arterial: hipertrofia ventricular esquerda, doença arterial coronária e insuficiência cardíaca”, publicado na Revista Brasileira de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, essa isquemia:
“Surge pela redução da reserva coronária em decorrência de disfunção endotelial e também pelo próprio angustiamento das arteríolas promovido pela fibrose que se instala ao seu redor.
Além do mais, a retificação e o estiramento dos vasos que se destinam às porções subendocárdicas diminuem sua capacidade vasodilatadora, tornando-os menos adequados para fornecimento de fluxo para a massa aumentada”.
Outros riscos aumentados em pacientes com HVE são o de arritmias como a fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio e morte súbita.
Qual o tratamento para hipertrofia ventricular esquerda?
A abordagem terapêutica é condicionada à origem da hipertrofia ventricular, que deve ser tratada para que a condição patológica regrida.
Nesse cenário, o médico pode recorrer à terapia farmacológica e/ou não farmacológica, incluindo a realização de procedimentos invasivos como a substituição cirúrgica da válvula aórtica.
Já o tratamento farmacológico costuma empregar medicamentos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) para reduzir a pressão arterial.
Telemedicina acelera o diagnóstico da hipertrofia ventricular esquerda
O diagnóstico da HVE combina dados do exame clínico, como sintomas e história de hipertensão, a procedimentos complementares.
Por ter alta disponibilidade e baixo custo, o eletrocardiograma é utilizado na triagem, indicando alterações na voltagem que alertam para uma possível HVE.
Pacientes que apresentem essas mudanças são encaminhados à investigação aprofundada, utilizando métodos de diagnóstico por imagem.
O principal deles é o ecocardiograma, que permite o cálculo da espessura das paredes do miocárdio.
Casos complexos também se beneficiam da ressonância magnética, que fornece imagens em alta resolução do músculo cardíaco.
Tanto o ECG quanto a RM podem ser interpretados à distância via telemedicina.
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Basta acessar o sistema usando qualquer dispositivo conectado à internet e compartilhar os gráficos do ECG ou imagens da ressonância.
Em seguida, um especialista qualificado os avalia sob a luz da hipótese diagnóstica e histórico do paciente. Ele anota os achados e conclusões no laudo online, entregue em minutos através da plataforma.
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Conclusão
Nem sempre patológica, a hipertrofia ventricular esquerda exige atenção por parte do cardiologista e de toda a equipe médica.
Afinal, essa condição pode evoluir para eventos cardiovasculares críticos, incluindo a morte súbita.
Espero ter contribuído para a detecção precoce da HVE, que permite acelerar o tratamento.
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