Materiais hospitalares: tipos, como esterilizar e dicas para planejar a compra

Por Dr. José Aldair Morsch, 24 de julho de 2024
Materiais hospitalares

Materiais hospitalares são indispensáveis para o bom funcionamento dos estabelecimentos de saúde.

Alguns tipos de itens, como os descartáveis, ainda têm papel importante na redução do risco de contaminação, evitando o contato direto com produtos possivelmente infectados.

Neste texto, apresento os grupos de materiais hospitalares, sua aquisição e cuidados para higienização.

Ao final, trago ainda soluções de telemedicina para diminuir o custo com equipamentos hospitalares.

Vamos em frente?

O que são materiais hospitalares?

Materiais hospitalares são itens utilizados nas rotinas de saúde e assistência hospitalar.

Uma definição de interesse para esses insumos consta na RDC nº 751/2022 da Anvisa, que descreve o dispositivo médico ou produto médico como:

“Qualquer instrumento, aparelho, equipamento, implante, dispositivo médico para diagnóstico in vitro, software, material ou outro artigo, destinado pelo fabricante a ser usado, isolado ou conjuntamente, em seres humanos”.

Esses itens não têm a ação principal alcançada por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos no corpo humano, mas podem ser auxiliados por eles.

Também servem para algum dos seguintes propósitos médicos específicos:

  • Diagnóstico, prevenção, monitoramento, tratamento (ou alívio) de uma doença
  • Diagnóstico, monitoramento, tratamento ou reparação de uma lesão ou deficiência
  • Investigação, substituição, alteração da anatomia ou de um processo ou estado fisiológico ou patológico
  • Suporte ou manutenção da vida
  • Controle ou apoio à concepção
  • Fornecimento de informações por meio de exame in vitro de amostras provenientes do corpo humano, incluindo doações de órgãos e tecidos.

Na sequência, apresento os principais itens.

Diferença entre materiais e equipamentos hospitalares

Basicamente, os equipamentos hospitalares se referem a tecnologias aplicadas à saúde, como aquelas que viabilizam exames complementares.

Já os materiais costumam englobar também insumos utilizados na rotina hospitalar.

Quais os principais materiais hospitalares?

Os materiais hospitalares podem ser classificados em sete principais grupos, que listo a seguir.

Dispositivos para diagnóstico e monitoramento

São aqueles que fornecem informações com vista à detecção, diagnóstico, monitoramento, observação ou tratamento de estados fisiológicos, estados de saúde, doenças ou malformações congênitas.

Oxímetros, termômetros e medidores de pressão são alguns exemplos.

Material hospitalar descartável

Este grupo reúne os produtos fabricados para uso único, geralmente para preservar pacientes e profissionais de saúde, evitando contaminações.

Luvas descartáveis, toucas descartáveis, agulhas e seringas estão entre os mais comuns.

Dispositivos médicos implantáveis

São materiais parcial ou totalmente absorvidos pelo organismo a partir da introdução por um orifício ou inserção cirúrgica, com o objetivo de substituir órgãos e tecidos danificados e/ou recuperar sua funcionalidade.

Próteses com pinos, placas e marcapasso cardíaco se enquadram nessa classe.

Material hospitalar invasivo

Reúne itens capazes de penetrar o corpo, seja de forma parcial ou total, por meio de orifícios ou atravessando a superfície.

É o caso de instrumentos cirúrgicos como bisturis e tesouras.

Dispositivos para diagnóstico in vitro

São empregados na análise in vitro de amostras derivadas do corpo humano para fornecer informações para fins de diagnóstico, auxílio ao diagnóstico, monitoramento, compatibilidade, triagem, predisposição, prognóstico, predição ou determinação do estado fisiológico.

Tubos de ensaio e coletores de amostras fazem parte desse grupo.

Materiais terapêuticos ativos

São aqueles que mantêm, modificam, substituem ou restabelecem funções ou estruturas biológicas durante um tratamento ou atenuação de doença, lesão ou deficiência.

Máquinas de hemodiálise, nebulizadores e tanques de oxigênio estão entre os mais materiais com essa classificação.

Itens hospitalares

A esterilização serve para destruir todos os microrganismos que tenham se acumulado nesses itens

Como fazer a esterilização de materiais hospitalares?

Antes de mencionar alguns processos, vale lembrar que a esterilização é indicada para materiais críticos e semicríticos.

Materiais hospitalares críticos são aqueles que entram em contato com tecidos cruentos, enquanto os semicríticos são os que entram em contato com mucosas.

A esterilização serve para destruir todos os microrganismos que tenham se acumulado nesses itens por meio de processo físico ou químico, incluindo esporulados.

Conforme explica um artigo de Segunda Opinião Formativa, os processos físicos são mais comuns, utilizando, principalmente:

  • Estufa: usada para esterilizar instrumentais metálicos. Deve ser mantida fechada ininterruptamente durante 60 minutos com a temperatura a 170°C, ou 120 minutos com a temperatura a 160°C, ou seja, a porta não deve ser aberta neste período. Todos os materiais devem ser esterilizados dentro de recipientes metálicos
  • Autoclave a vapor: emprega diferentes ciclos, com diversidades de tempo e temperatura, dependendo do tipo, tamanho e marca da autoclave e dependendo dos tipos de instrumentais e materiais, invólucros e tamanho dos pacotes. Os ciclos mais comumente utilizados são: 3 a 4 minutos a 134°C, 15 minutos a 134°C e 30 minutos a 121°C.

No próximo tópico, falo sobre a aquisição dos materiais hospitalares.

Como planejar a compra de materiais hospitalares?

O planejamento financeiro e logístico é fundamental para que a compra dos insumos não se torne uma dor de cabeça para o gestor hospitalar.

Acompanhe algumas etapas básicas para realizar essa tarefa com sucesso:

  1. Mantenha um inventário atualizado: cada material adquirido deve ter seu registro, de preferência num software médico, a fim de que seja atualizado em tempo real
  2. Estabeleça metas de compra: é importante traçar o perfil do seu estabelecimento para identificar os padrões de compra, conhecendo quais os produtos mais demandados e com que periodicidade
  3. Faça a gestão do estoque: as compras devem estar alinhadas aos materiais adquiridos anteriormente, a fim de evitar desperdícios
  4. Compare fornecedores e preços: com os dados do hospital em mãos, providencie a pesquisa de mercado para encontrar as melhores comodidades e valores que caibam no orçamento. Consulte, por exemplo, distribuidoras de material hospitalar para ter acesso a diferentes marcas.

Quer economizar sem abrir mão da qualidade? Conheça na sequência o regime de comodato.

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Tanto materiais quanto equipamentos hospitalares são essenciais para a prestação de serviços de qualidade.

Contudo, é preciso investir em sua aquisição de maneira inteligente, sem comprometer as finanças do hospital.

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Conclusão

A aquisição e gestão de materiais hospitalares é uma tarefa dinâmica, que exige monitoramento constante.

Espero que tenha gostado dos insights que eu trouxe ao longo do artigo e compartilhe com seus contatos.

Veja também outros textos sobre gestão na saúde que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin