Como estabelecer vínculo e construir a relação médico-paciente?

Por Dr. José Aldair Morsch, 28 de fevereiro de 2020
relação médico paciente

A atenção à relação médico-paciente é fundamental para que o profissional de saúde consiga realizar um trabalho de excelência.

Partindo do pressuposto de que estamos nos referindo a vidas humanas, adotar estratégias que melhorem essa interação permite a construção de um vínculo baseado no respeito e no acolhimento.

Tendo isso em vista, mostraremos algumas estratégias para conseguir melhorar essa relação.

Abordaremos, ainda, a importância de cuidar dessa interação com os pacientes e apresentaremos valiosas sugestões para que os médicos consigam criar um vínculo mais forte e fidelizá-los.

Quais as recomendações necessárias para melhorar a relação médico-paciente?

Um dos maiores desafios enfrentados para a classe médica é buscar estratégias para desenvolver a relação médico-paciente com sucesso.

Não raro, a impessoalidade nas consultas médicas acaba prejudicando tanto o médico quanto seus pacientes, já que muitos tratamentos iniciados com um profissional não têm continuidade.

Portanto, se você está em busca de alternativas para fidelizar mais pacientes, obter melhores resultados nos tratamentos e impulsionar os negócios, listamos algumas sugestões que podem ajudar você. Confira!

Priorize um atendimento humanizado

As metas de melhoria devem primar pelo desenvolvimento da humanização em todas as etapas do atendimento clínico.

Para alcançar sucesso na relação médico-paciente, uma opção seria a promoção de uma nova cultura de atendimento.

O ideal é estabelecer procedimentos nos quais os médicos deixassem de tratar somente a doença em si e desenvolvessem uma visão holística sobre o paciente.

Nessa perspectiva, os pacientes seriam considerados sob um contexto biopsicossocial.

Ou seja, como um ser humano com sentimentos e emoções que influenciam a dinâmica da doença, a dimensão dos seus problemas e suas necessidades específicas.

Na prática clínica, é muito fácil perceber que, quando alguém busca por um atendimento médico para cuidar de alguma doença crônica — como a hipertensão —, o paciente se encontra em uma condição de maior vulnerabilidade emocional, fragilidade e insegurança.

Logo, a forma como ele é atendido e a atenção que recebe do profissional impactam a percepção que ele terá sobre a sua experiência naquele local.

Além do mais, a humanização não deve se restringir apenas ao consultório.

Esse processo precisa ser extensivo a todos os ambientes em que ocorram alguma interação com o paciente. Essa atenção especial compreende desde a chegada ao consultório até o instante em que ele vai embora.

Na relação médico paciente, primeiro ouça antes de fornecer o diagnóstico

Ouvir o paciente com atenção — e demonstrar interesse pelo problema dele — para depois definir o diagnóstico é uma recomendação que, apesar de já ser bem discutida no meio médico, ainda é pouco praticada.

Esta prática ainda é um grande desafio para os médicos gestores de clínicas e de hospitais devido à alta demanda de consultas, o que torna o tempo escasso para dar conta de todas os agendamentos.

Entretanto, essa logística que envolve tempo, consulta e qualidade no atendimento precisa ser repensada, já que o ato de ouvir não pode se limitar apenas à coleta das informações e ao diagnóstico.

É necessário adotar condutas que o façam se sentir compreendido e confiante no profissional.

Reserve tempo suficiente para cada consulta

Dar atenção ao paciente é imprescindível à construção de uma imagem mais positiva do profissional.

São atitudes muito valorizadas, principalmente numa era em que a instantaneidade das relações é cada vez mais cultuada.

No entanto, na prática médica, o bom relacionamento promove maior alívio e conforto emocional, quesitos essenciais à redução dos impactos da doença sobre a qualidade de vida.

Portanto, vale a pena refletir sobre uma forma de buscar um equilíbrio entre a quantidade de consultas do dia e o tempo disponível para cada uma delas, de modo a manter a qualidade no atendimento.

Lembre-se de que o paciente é o seu cliente e, como tal, ele sempre está em busca de serviços que atendam a expectativa dele e preencham seus anseios.

Evite atrasos ao se relacionar com o paciente

Aquele que nunca chegou atrasado em algum compromisso importante que atire a primeira pedra!

Porém, isso não pode se tornar um hábito, pois atrasos frequentes podem chegar a um limite de não ser mais tolerados.

Na medicina, os profissionais que fazem fama por atrasos costumam ter uma agenda marcada pela rotatividade.

Essa rotatividade de pacientes pode assumir uma conotação muito negativa, já que dificulta a manutenção de uma clientela fixa e impossibilita a continuidade dos tratamentos.

Por isso, evitar atrasos que comprometem a qualidade dos serviços deve ser uma meta a ser atingida.

A maioria dos atrasos nas consultas resultam de causas que podem ser melhor gerenciadas e controladas, mas isso depende de um bom planejamento e da organização da agenda.

Fale a língua do paciente

Na prática clínica, o profissional pode se deparar com pacientes das mais variadas classes, diferentes culturas e contextos sociais.

Essa variedade engloba desde pessoas com um bom nível de formação até aquelas não alfabetizadas e que exigem um pouco mais de paciência para a interação.

Assim, convém evitar palavras muito difíceis, termos técnicos e expressões muito rebuscadas e de difícil compreensão.

Esse modo de comunicação pode fazer com que alguns de seus pacientes se sintam inseguros e desconfortáveis durante a consulta.

Nos casos mais extremos, eles podem até serem intimidados e não conseguir expressar o que realmente precisam.

Mediante isso, o diálogo deve ser o mais simples possível para facilitar a interação e evitar que o paciente oculte informações relevantes para a definição do diagnóstico.

Vale ressaltar, ainda, a importância de considerar que os pacientes são, na maioria, leigos e não estão acostumados com a linguagem utilizada pelos profissionais da saúde.

Invista no relacionamento pós-consulta

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A relação médico paciente pode ser levada para além das consultas, através de um acompanhamento mais próximo

Nos dias atuais, o mercado da saúde está cada vez mais competitivo e, por conseguinte, só assegura o seu espaço quem atende às expectativas e se adequa às exigências do público.

Esse panorama sugere a necessidade de utilizar estratégias cada vez mais alinhadas à conquista e à fidelização.

Investir no relacionamento pós-consulta contribui bastante para a construção de um relacionamento mais firme e duradouro.

Um dos objetivos da atenção à pós-consulta é acompanhar o progresso da recuperação do paciente e, posteriormente, aumentar as chances de retorno, caso surja alguma eventualidade.

Como você pôde ver, essas medidas auxiliam no desenvolvimento e na construção de uma relação médico-paciente mais sólida e que possa abrir possibilidades de ele, no futuro, fazer indicações para a clínica.

Além de influenciar o resultado do tratamento, a atenção à qualidade dessa relação é essencial a um marketing boca a boca mais positivo e à fidelização.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin