Posicionamento em mamografia: orientações para um exame perfeito

Executar o posicionamento em mamografia de forma adequada é fundamental para obter as imagens a partir das incidências prescritas.

É a partir delas que o médico radiologista fará a interpretação correta do exame, identificando anormalidades que permitem a detecção precoce do câncer de mama.

Além de outras doenças que acometem o tecido mamário, permitindo seu tratamento e a recuperação da paciente.

Quando o técnico em radiologia domina o posicionamento e outras rotinas da mamografia, também há benefícios como redução da dor decorrente da compressão dos seios e menor exposição aos raios X.

Confira mais detalhes sobre o tema nos próximos tópicos, incluindo vantagens da telemedicina para laudar a radiografia das mamas.

Qual é a importância do correto posicionamento na mamografia?

O posicionamento em mamografia é um dos principais fatores que influenciam na qualidade do exame.

Isso porque se trata de um raio X mamário, que retrata o tecido em duas dimensões – o que representa uma limitação para as imagens.

Caso o técnico responsável não compreenda detalhes das posições corretas, o espalhamento das mamas fica comprometido.

O resultado são registros de trechos menores que o necessário, borrados ou mesmo com artefatos que impedem uma interpretação fidedigna dos achados.

Sem falar num maior desconforto para a paciente, por vezes submetida a compressões mais fortes que o necessário.

Ou mais fracas, o que vai obrigá-la a repetir a mamografia para conseguir os registros solicitados pelo médico com finalidade diagnóstica ou para rastreamento do câncer de mama.

Daí a importância de receber capacitação e treinar o posicionamento mamográfico, evitando problemas com as imagens e/ou para a paciente.

Orientações para posicionamento em mamografia

A técnica usada na mamografia combina compressão e posicionamento em frente ao mamógrafo, conforme as incidências solicitadas no pedido do exame.

Para procedimentos simples e de rastreamento, duas incidências podem bastar: craniocaudal e médio-lateral oblíqua.

Caso haja suspeita de lesões, o médico pode pedir por manobras específicas, usando incidências complementares (craniocaudal forçada, cleavage, médio-lateral ou perfil externo, lateromedial ou perfil interno e caudocranial).

Independentemente das incidências, vale aplicar compressão eficiente, entre 13 e 15 kgf, para aumentar a resolução da imagem e reduzir distorções.

Apresento a seguir as etapas para o posicionamento com o objetivo de registrar as incidências mamográficas básicas, descritas neste manual do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Começando pelo posicionamento em mamografia para incidência craniocaudal.

Posicionamento para incidência craniocaudal (CC)

• Tubo vertical, feixe perpendicular à mama
• Paciente de frente para o receptor, com a cabeça virada para o lado oposto ao exame; do lado examinado, mão na cintura e ombro para trás ou braço ao longo do corpo, com o ombro em rotação externa
• Elevar o sulco inframamário para permitir melhor exposição da porção superior da mama, próxima ao tórax
• Centralizar a mama no bucky, mamilo paralelo ao filme
• Filme mais próximo dos quadrantes inferiores
• As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica
• Para melhorar a exposição dos quadrantes externos, pode-se tracionar a parte lateral da mama, antes de aplicar a compressão.

Agora, falo sobre o posicionamento para incidência médio-lateral oblíqua.

Posicionamento para incidência médio-lateral oblíqua (MLO)

• Rodar o tubo até que o bucky esteja paralelo ao músculo grande peitoral, variando a angulação entre 30º e 60º (pacientes baixas e médias de 30º a 50º; pacientes altas, até 60º)
• Feixe perpendicular à margem lateral do músculo grande peitoral
• Paciente de frente para o bucky com o braço do lado examinado fazendo 90º com o tórax, encaixar a axila e o grande peitoral no ângulo superior externo do bucky, puxar o peitoral e a mama para o bucky (colocar a mama para cima, “abrindo” o sulco inframamário); rodar o paciente (lado oposto ao exame para fora) e comprimir
• Centralizar a mama, mamilo paralelo ao filme
• Filme mais próximo dos quadrantes externos
• As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica, com a mesma angulação.

Há, ainda, preocupações quando ao posicionamento em mamografia no homem, como explico a seguir.

Posicionamento em mamografia masculina

Não há grandes diferenças no posicionamento para a mamografia masculina.

Quando possível, as incidências CC e MLO devem ser executadas normalmente, junto a técnicas complementares necessárias.

Caso a mama seja muito pequena, pode-se recorrer à projeção caudo-cranial (RCC) ou From Below (FB), que consiste numa incidência craniocaudal de baixo para cima.

Posicionamento de mamografia com prótese

A mamografia também pode ser indicada para rastreamento ou diagnóstico de câncer de mama em mulheres com próteses de silicone.

No entanto, nesses casos o exame tem menor precisão, pois próteses e implantes são radiopacos e, portanto, podem obscurecer lesões.

Para melhorar a qualidade das imagens, é realizada a manobra de Eklund, que afasta a prótese para fora dos registros radiográficos, permitindo analisar o tecido mamário com maior precisão.

Livros sobre posicionamento em mamografia

Conheça agora duas obras que vão ajudar nos estudos sobre posicionamento em mamografia.

Acompanhe as dicas:

Guia prático de posicionamento em mamografia

Escrito por Aimar Aparecida Lopes, Henrique M. Lederman e Renato Dimenstein, o livro dá suporte à necessidade de educação continuada para empregar boas práticas na condução e interpretação da mamografia.

Com base nos conhecimentos práticos dos autores, são apresentadas estratégias de orientação de pacientes, posicionamento e características dos mamógrafos.

Mamografia – Posicionamentos Radiológicos

Ao longo de 189 páginas, a autora Nancy de Oliveira Costa dá dicas simples para apoiar o posicionamento correto, evitando problemas com as imagens radiográficas das mamas.

Benefícios da telemedicina no laudo da mamografia

A telemedicina reforça o time de especialistas de clínicas e hospitais, que não precisam despender horas para a interpretação de mamografias e outros exames radiológicos.

Contratando o serviço de laudos online da Telemedicina Morsch, dá para delegar essa tarefa aos nossos radiologistas de plantão.

Basta que o técnico faça a mamografia normalmente e compartilhe os registros em nossa plataforma na nuvem.

Esse é um sistema moderno, acessível mediante login e senha.

Se o mamógrafo for digital, é possível configurar o aparelho para que envie as imagens diretamente ao nosso PACS.

Em seguida, um de nossos especialistas avalia os achados sob a luz da suspeita clínica e histórico do paciente.

Ele produz o laudo eletrônico, validado por meio de sua assinatura digital.

Graças a essa dinâmica, o documento é liberado em minutos no sistema.

Acesse esta página e leve já essa inovação para o seu negócio!

Conclusão

Executar o posicionamento em mamografia corretamente é indispensável para obter imagens de qualidade, como expliquei ao longo do artigo.

Também abordei técnicas específicas e a contribuição da telemedicina para o diagnóstico de anomalias no tecido mamário.

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