Sala de mamografia: como deve ser e regras para montar

Por Dr. José Aldair Morsch, 16 de novembro de 2022
Sala de mamografia

A estrutura da sala de mamografia deve obedecer a uma série de regras da Anvisa.

Principalmente porque o mamógrafo usa radiação ionizante, o que exige medidas de segurança radiológica.

Blindagem e sinalização específica estão entre os requisitos para construir um ambiente adequado, cumprindo as determinações legais e preservando a saúde de pacientes e profissionais de saúde ao evitar a exposição excessiva aos raios X.

Neste texto, apresento as principais determinações e equipamentos e mostro como montar uma sala de mamografia segura.

Você também vai conferir dicas para agilizar a interpretação dos exames, usando um software de telemedicina.

Como deve ser a sala de mamografia segundo a Anvisa?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável por orientar e fiscalizar a estrutura de serviços radiológicos de saúde.

Para isso, publica normas como a RDC 611/2022, que estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista.

Segundo o Art. 51 da legislação, as salas onde se realizam procedimentos radiológicos devem:

  • Ser classificadas como áreas controladas
  • Possuir barreiras físicas com blindagem suficiente para garantir a manutenção de níveis de dose tão baixos quanto razoavelmente exequíveis, não ultrapassando os níveis de restrição de dose estabelecidos
  • Dispor de restrição de acesso e de sinalização adequada
  • Ter acesso exclusivo aos profissionais necessários à realização do procedimento radiológico, ao paciente submetido ao procedimento e ao acompanhante, quando estritamente necessário
  • Dispor apenas dos equipamentos e acessórios indispensáveis à realização dos procedimentos radiológicos.

Lembrando que cada sala pode abrigar um único mamógrafo, manuseado a partir da cabine de comando do equipamento.

O ambiente deve ter espaço suficiente para a livre circulação do operador do aparelho, paciente e acompanhante, quando necessário.

A cabine de comando precisa ser protegida por um biombo fixo, que garanta a segurança do operador durante as emissões de raio X.

Essa cabine deve estar posicionada de forma que o operador possa ver qualquer pessoa que acesse a sala de exames.

Regras para a blindagem da sala de mamografia

Todas as paredes, pisos, porta e teto da sala de mamografia devem ser blindados, respeitando os níveis de restrição de dose de radiação ionizante definidos na já citada RDC 611/2022.

É fundamental que as blindagens sejam contínuas e sem falhas, feitas de materiais como lençóis de chumbo e argamassa baritada.

O painel de controle, localizado na cabine de comando, deve incluir vidro plumbífero que permita a observação do paciente durante o exame, sem comprometer a proteção ao operador do mamógrafo.

A blindagem deve ser planejada desde a etapa de projeto da sala, considerando seu tamanho e as particularidades do equipamento de mamografia.

Uma sugestão está neste material de reciclagem para profissionais do SUS, que explica:

“A blindagem para uma sala de mamografia só é necessária para reduzir a exposição à radiação espalhada, uma vez que o feixe primário é limitado à área do suporte do receptor de imagem. Normalmente, uma porta de madeira maciça revestida com uma lâmina de chumbo de 0,3 mm de espessura e paredes com uma espessura total de 24 mm de gipsita (dry-wall) já são suficientes”.

Como montar uma sala de mamografia?

Para montar a sala de mamografia, é preciso começar selecionando um local adequado.

Por isso, vale consultar um arquiteto ou engenheiro com experiência na área da saúde antes de alugar ou comprar o espaço para a sua clínica ou hospital.

A tarefa fica mais simples para quem está construindo seu estabelecimento, pois as configurações necessárias podem constar desde a fase de projeto.

Veja os quatro principais passos para sua sala de mamografia a seguir.

1. Atenção à etapa de planejamento

Como acabei de comentar, é importante consultar um arquiteto ou engenheiro para criar um projeto que cumpra as determinações da Anvisa.

Ele irá observar o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, aprovado pela RDC 50/2002.

2. Autorização da Anvisa

Antes de começar a fazer mamografias, seu espaço precisa obter a Licença de Funcionamento Sanitária junto à Anvisa.

Essa licença contempla toda a unidade de saúde, não apenas a sala de mamografia.

3. Equipamentos para sala de mamografia

Conforme orienta a legislação, os equipamentos devem se restringir ao que for necessário ao exame.

Para exemplificar, trago os componentes listados nesta apresentação sobre o tema:

  • Mamógrafo
  • Banqueta giratória
  • Mesa auxiliar
  • Biombo plumbífero
  • Suporte para avental plumbífero
  • Balde porta-detritos com pedal
  • Negatoscópio.

Outros itens podem fazer parte da sala, desde que imprescindíveis ao exame, como comentei antes.

4. Sinalização de segurança

Outra especificidade está na sinalização de área controlada, começando por painel luminoso vermelho acima da face externa da porta de acesso.

A sinalização deve estar acompanhada de:

  • Símbolo internacional da radiação ionizante
  • Inscrição informando “Raios X, entrada restrita” ou “Raios X, entrada proibida a pessoas não autorizadas”
  • Alerta com os dizeres: “Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada é proibida”.

Lembrando que essa sinalização é fundamental para garantir a segurança do exame.

Sala de exames da mama

A sala de mamografia deve ter espaço suficiente para a livre circulação do operador do aparelho e paciente

Telemedicina agiliza o laudo da mamografia

Adaptar e equipar uma sala de mamografia exige investimento considerável.

Mas dá para economizar com o auxílio da tecnologia, optando, por exemplo, por mamógrafos digitais – que dispensam o uso de filme radiológico.

Outra solução que resulta em economia é o laudo a distância, elaborado por radiologistas de empresas de telemedicina.

Na Morsch, disponibilizamos centenas de especialistas em diversas áreas da medicina, a fim de manter o serviço de interpretação de exames de imagem funcionando sem interrupções.

Basta que um médico ou técnico em radiologia faça a mamografia normalmente e compartilhe os registros na plataforma de telemedicina.

Um radiologista qualificado inicia a avaliação das imagens sob a luz da suspeita clínica e histórico da paciente.

Ele relata sua conclusão no laudo, assinado digitalmente e liberado em minutos no sistema.

Dessa forma, dá para otimizar a entrega de resultados sem precisar manter um time de especialistas in loco.

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Conclusão

Ao final deste artigo, espero ter esclarecido os principais requisitos, equipamentos e cuidados na hora de montar uma sala de mamografia.

Conte com a Telemedicina Morsch para diminuir a carga de trabalho e dar mais rapidez à entrega de laudos!

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin