Exames radiológicos: entenda como funcionam e quais os principais tipos

Por Dr. José Aldair Morsch, 30 de novembro de 2017
tipos de exames radiológicos

O uso de exames radiológicos representa uma verdadeira revolução na medicina.

Ao permitir o estudo não invasivo de partes internas do organismo, esses procedimentos têm grande contribuição na redução da morbidade e mortalidade decorrentes de cirurgias.

Além de viabilizar o diagnóstico por imagem de forma ágil e precisa, apoiando o rápido tratamento e recuperação do paciente.

Nas próximas linhas, você vai conhecer melhor os principais exames radiológicos, aplicações e detalhes sobre o laudo médico, que pode ser emitido a distância via telerradiologia.

Acompanhe até o final e entenda como oferecer esse tipo de solução com qualidade e economia.

O que são exames radiológicos?

Exames radiológicos são aqueles que utilizam radiação para captar imagens internas do corpo.

Por mostrar esses registros, eles também são conhecidos como exames de imagem, e podem empregar diferentes tipos de radiação – que é uma forma de energia capaz de atravessar certos materiais.

Uma das mais conhecidas é a radiação ionizante, que possibilita a formação das imagens de exames como o raio-X e a tomografia.

Essas imagens permitem visualizar ossos, órgãos e tecidos, auxiliando no diagnóstico de doenças, fraturas, inflamações e outras condições. 

Realizados em clínicas e hospitais, esses exames são fundamentais para diagnósticos precisos e direcionamento adequado do tratamento médico.

Para que servem os exames radiológicos?

De maneira resumida, os exames radiológicos servem para diagnosticar e tratar doenças em várias partes do corpo.

Para explicar melhor suas aplicações, é importante recordar que a radiologia médica pode ser dividida em duas subáreas.

A primeira é o diagnóstico por imagem, que reúne os exames não invasivos, viabilizando a observação da anatomia e funcionamento de órgãos e sistemas internos.

Já a segunda subárea, chamada radiologia intervencionista, compreende procedimentos minimamente invasivos com função diagnóstica e/ou terapêutica.

Considerando ambos os segmentos, os exames radiológicos têm por finalidade:

  • Confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica a partir de imagens internas
  • Possibilitar exames de rastreamento para o diagnóstico precoce de patologias como o câncer de mama
  • Permitir o estudo da anatomia e funcionamento de tecidos distintos, incluindo vasos sanguíneos
  • Dar suporte ao pré-natal, monitorando o desenvolvimento do feto em diferentes etapas da gestação
  • Apoiar a adoção da terapêutica adequada, fornecendo registros nítidos para uma decisão bem embasada
  • Viabilizar terapias minimamente invasivas, como a ablação por cateter
  • Avaliar a eficácia de um tratamento anterior pela comparação entre imagens adquiridas antes e depois da terapia.

A seguir, explico como os exames radiológicos são realizados.

Exame radiológico

Realizados em clínicas e hospitais, esses exames são fundamentais para diagnósticos precisos

Como é feito um exame radiológico?

Falei anteriormente que os exames radiológicos empregam radiação, utilizando técnicas variadas para a aquisição das imagens internas.

Significa que um aparelho de mamografia tem funcionamento diferente de um aparelho de ressonância, por exemplo.

Mas todas essas tecnologias foram desenvolvidas a partir da evolução do equipamento de raio-X.

Afinal, a radiografia foi o primeiro exame radiológico criado, e seu funcionamento serve para ilustrar a dinâmica por trás de outros procedimentos.

Simples e rápido, ele começa com o posicionamento radiológico, que vai depender do tipo de raio-X solicitado.

Em seguida, o profissional responsável liga o aparelho, ativando o gerador de raios-X para que produza um feixe de radiação.

Esse feixe sai pela abertura do equipamento, que fica direcionada à área examinada.

Ao atravessar os tecidos, parte da radiação ionizante é absorvida, enquanto o restante dos raios chega até uma placa fotossensível instalada na mesa do aparelho.

Ali, os raios formam as imagens radiográficas, que se parecem com um filme fotográfico.

Em seguida, o aparelho é desligado e o paciente, liberado para realizar as atividades rotineiras.

Assim como o raio-X, muitos exames radiológicos empregam uma técnica indolor e não invasiva, representando baixo risco à maioria das pessoas.

Quais os tipos de exames radiológicos?

Neste tópico, trago detalhes sobre os oito principais exames radiológicos disponíveis atualmente.

Confira:

Raio-X

Comentei sobre a técnica empregada na radiografia no tópico anterior.

Basicamente, ela usa radiação ionizante para compor uma espécie de fotografia interna, colorida de acordo com a densidade dos tecidos atravessados.

Partes mais densas e rígidas, como os ossos, aparecem em branco ou cinza muito claro, enquanto órgãos e partes moles são retratados em cinza escuro.

E o ar corresponde aos trechos em preto nas imagens radiográficas.

Traumas, fraturas, luxação e quadros infecciosos como a pneumonia são algumas condições detectadas utilizando diferentes tipos de raio-X, a exemplo de:

Aproveite para ler sobre os diferentes tipos de raio-X.

Tomografia computadorizada

O aparelho de tomografia é capaz de gerar centenas de radiografias em minutos.

Ele combina a mesma radiação ionizante a um tubo giratório, que capta cortes transversais a partir de diferentes pontos de observação da área examinada.

É por essas e outras razões que a TC oferece imagens de qualidade a um bom custo-benefício, uma vez que exige investimento bem mais baixo que uma ressonância magnética, por exemplo.

Uma vez que o tomógrafo é ligado, seus detectores conectados ao tubo de raio-X giram 360º em torno do paciente, emitindo os raios diretamente sobre a parte estudada.

Semelhantemente à radiografia, parte da radiação é absorvida pelas estruturas anatômicas, que deixam passar alguns raios, captados por detectores de fótons dispostos no lado oposto ao tubo de raio-X.

Depois, os fótons são transformados em sinal analógico e transmitidos ao computador do tomógrafo, localizado na sala de comando.

Após passar por um software específico, eles são convertidos em pixels – os menores pontos numa imagem digital -, podendo ter os cortes sobrepostos para formar imagens em 3D.

Mamografia

Chamada também de radiografia das mamas, a mamografia é mais um exame de imagem que usa doses baixas de radiação ionizante.

No entanto, a técnica de uso do mamógrafo requer uma leve compressão da mama para viabilizar o estudo de diferenças no tecido mamário.

Esse método permite identificar pequenas alterações, como nódulos e calcificação na mama, além de massas comumente benignas como o cisto de mama.

Vem dessa capacidade a utilização da mamografia para o rastreamento do câncer de mama, que pode ser feito em estágio precoce, quando existem chances de cura superiores a 90%.

Densitometria óssea

A densitometria óssea emprega radiação ionizante junto à tecnologia DXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry) para verificar a presença de áreas porosas e/ou enfraquecidas devido à perda de cálcio.

O cálculo da densidade mineral óssea faz desse um exame bastante útil para detectar a perda de massa óssea (osteopenia), além de confirmar o diagnóstico de osteoporose.

Geralmente, ele foca na avaliação de três áreas muito suscetíveis a fraturas – colo do fêmur, vértebras e rádio distal.

Porém, dependendo da suspeita e condição clínica do paciente, o médico pode pedir uma densitometria de corpo total para analisar outros fatores.

Ressonância magnética

Melhor exame de imagem da atualidade, a ressonância magnética funciona a partir da formação de um campo magnético por um grande ímã.

Essa peça faz parte do aparelho de ressonância e é responsável pela movimentação dos átomos de hidrogênio momentaneamente.

Em seguida, eles se realinham, mas seu movimento é registrado com o auxílio de ondas de radiofrequência.

O sinal gerado é enviado ao computador do equipamento de RM, que possui um algoritmo específico para decodificar e converter o sinal em imagens de alta resolução.

Além dos registros de amplo campo espacial e nitidez, inclusive para partes moles, uma das vantagens da ressonância em relação ao raio-X e tomografia é o fato de que ela não utiliza radiação ionizante.

Portanto, pode ser feita até por gestantes, pois o feto não ficará exposto ao possível efeito da radiação no corpo, como malformações e o desenvolvimento de câncer.

Ultrassonografia ou ecografia

Realizado através de um transdutor, o ultrassom capta imagens dinâmicas da área estudada, apresentadas em tempo real ao médico.

Isso é possível graças à emissão de ondas sonoras de alta frequência (acima de 20.000 ciclos por segundo) enquanto o aparelho desliza pela pele do paciente.

Os sons ecoam pelos órgãos e tecidos (daí o nome ecografia), produzindo um retorno captado pelo transdutor e convertido em imagens.

A ultrassonografia pode ser feita em diferentes partes do corpo, sendo a cardíaca ou ecocardiograma uma das mais conhecidas.

Existe, ainda, a versão pré-natal desse exame, chamada ecocardiograma fetal, e que tem papel importante na detecção de cardiopatias congênitas do bebê durante a gestação.

Outro tipo de ultrassom comum emprega a técnica Doppler para observar o funcionamento das artérias e veias.

Angiografia

Conhecido também como arteriografia, consiste em um exame minimamente invasivo que utiliza um cateter e contraste para evidenciar trechos internos das artérias.

Esse procedimento pode utilizar diferentes métodos de diagnóstico por imagem, ou seja: raio-X; tomografia computadorizada (angiotomografia); ou ressonância magnética (angiorressonância).

Trombose, acidente vascular cerebral (AVC), embolia pulmonar e aneurisma são algumas doenças detectadas com o suporte da angiografia.

Fluoroscopia

Esse exame pode guiar a angiografia, além de outros procedimentos como a biópsia e cateterismo.

A fluoroscopia ou radioscopia utiliza um equipamento que emite raios X continuamente, viabilizando a formação de radiografias consecutivas que se parecem com um filme.

Nesse cenário, o médico consegue visualizar imagens instantaneamente e em tempo real, identificando movimentações em partes internas do organismo.

O que é contraste nos exames radiológicos?

Contraste é um composto químico que confere destaque a certas estruturas anatômicas.

Pode ser administrado por via intravenosa, oral, endocavitária ou intracavitária, dependendo do tipo de exame e da área estudada.

Há diferentes exames contrastados na radiologia médica, incluindo o raio-X com contraste, tomografia com contraste e ressonância com contraste.

Em todos eles, os meios de contraste alteram a densidade dos tecidos, tornando-os mais nítidos e permitindo a observação de detalhes que sinalizam doenças.

No caso de uma TC contrastada, por exemplo, o composto permite que a estrutura estudada absorva mais radiação, tornando-se mais clara nos registros.

Por isso, esses procedimentos são bastante utilizados em exames que avaliam áreas com órgãos sobrepostos, como o abdômen, que pode ser estudado via ressonância magnética da pelve ou tomografia abdominal.

Além dos procedimentos que estudam o interior dos vasos sanguíneos, como a arteriografia.

Exame médico radiológico

Os exames radiológicos empregam radiação, utilizando técnicas variadas

Como é feito o laudo de um exame radiológico?

Conforme determina o Conselho Federal de Medicina, o laudo médico só pode ser emitido por um radiologista especializado na área do exame.

Afinal, esse profissional detém o conhecimento necessário para a interpretação do exame corretamente, entendendo de anatomia, funções dos órgãos e sistemas e especificidades do procedimento realizado.

Utilizando esses saberes, o radiologista analisa as imagens à luz da suspeita clínica, histórico do paciente, exames anteriores e quaisquer outras informações relevantes.

Ele descreve os achados no laudo, registrando também sua conclusão para informar se o resultado é normal ou alterado.

Por fim, insere sua assinatura ao final do documento, confirmando a autenticidade.

Abaixo, listo a estrutura básica para qualquer laudo, de acordo com a Resolução CFM 2.381/2024:

  • Identificação do médico: nome e CRM/UF
  • Registro de Qualificação de Especialista (RQE), quando houver
  • Identificação do paciente: nome e número do CPF, quando houver
  • Data da realização do exame
  • Data de emissão do laudo
  • Assinatura qualificada do médico, quando documento eletrônico ou assinatura e carimbo ou número de registro no Conselho Regional de Medicina, quando manuscrito
  • Dados de contato profissional (telefone e/ou e-mail)
  • Endereço profissional ou residencial do médico.

A emissão de laudos de diversos exames radiológicos pode ser feita tanto presencialmente quanto via telemedicina radiológica, como explicarei a seguir.

Vantagens do laudo eletrônico em exames radiológicos

A interpretação a distância é permitida para exames radiológicos simples e que dispensem a presença de um médico.

Radiografias, tomografias, mamografias, densitometrias e ressonâncias podem ser interpretadas remotamente por médicos especialistas, através de uma plataforma de telemedicina.

Basta que sejam realizadas normalmente por um técnico em radiologia treinado, e tenham as imagens compartilhadas no sistema de telemedicina online.

Isso pode ser feito através de login na plataforma, mas empresas completas oferecem a integração direta com o PACS para a transmissão automática de imagens.

É o caso da Telemedicina Morsch, que simplifica o processo de entrega de resultados de exames online, conferindo maior praticidade à rotina dos serviços médicos.

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Conclusão

Apresentei, ao longo do artigo, os principais exames radiológicos e suas características.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin