Aparelho de ressonância magnética: tudo que você precisa saber para escolher o melhor
Adquirir um aparelho de ressonância magnética é uma decisão estratégica para qualquer serviço radiológico.
Principalmente pelo diferencial de oferecer o melhor exame de imagem disponível atualmente.
Contudo, esse equipamento exige um investimento alto, na casa dos milhões de reais – o que pode comprometer o fluxo de caixa se não houver planejamento financeiro.
Neste artigo, apresento os principais quesitos a se considerar para tomar a decisão correta.
Siga com a leitura e saiba mais sobre as funcionalidades, tecnologia envolvida e dicas para ampliar o portfólio de exames usando a telemedicina.
Como é um aparelho de ressonância magnética?
Existem diferentes tipos de aparelho de ressonância magnética.
O mais conhecido é o modelo de campo fechado, formado por uma maca e um grande tubo, onde fica o ímã responsável pela geração do campo magnético indispensável ao exame de RM.
Robusto e pesado, o equipamento de campo fechado fica instalado numa sala exclusiva para a realização das ressonâncias e possui as potências mais altas: 1,5 ou 3 Tesla.
Explico melhor o papel da potência nos equipamentos de RM mais à frente.
Por enquanto, vale citar que, além do campo fechado, o aparelho pode ter campo aberto – e isso interfere na potência, que se torna mais baixa.
Contudo, os equipamentos de campo aberto possuem maior mobilidade, o que amplia as possibilidades de uso.
Pacientes acamados, por exemplo, podem fazer ressonância por meio desse tipo de equipamento.
Quanto custa um aparelho de ressonância magnética?
O preço do aparelho depende do modelo, marca e funcionalidades, mas geralmente corresponde a alguns milhões de reais.
Nesse cenário, é essencial fazer uma pesquisa ampla para encontrar o melhor custo-benefício, priorizando as necessidades do seu hospital ou clínica.
Isso porque a escolha, por exemplo, por uma potência alta (3 Tesla) chega a adicionar alguns milhões de reais ao preço do aparelho de ressonância.
Assim como a preferência por um equipamento novo.
Conforme estimativas (em inglês), um aparelho novo custa aproximadamente US$ 1 milhão, sendo que modelos premium ultrapassam esse valor.
Para se ter uma ideia, em 2022 o governo de Alagoas pagou quase R$ 6 milhões por um equipamento de RM moderno.
Anos antes, em 2019, o Ministério da Saúde gastou mais de R$ 5,3 milhões com um aparelho de 3 Tesla e 65 canais, que foi instalado no Hospital de Caridade de Ijuí (RS).
Modelos de menor potência ou usados têm valor menor, mas é difícil encontrar preços abaixo de R$ 1 milhão.
A dica, então, é estabelecer suas prioridades, pois elas vão servir como parâmetro na escolha do equipamento mais vantajoso.
Geralmente, o aparelho de 1,5 Tesla é suficiente para serviços que realizam ressonâncias menos complexas.
Já a tecnologia mais potente é necessária para serviços de neurologia, por exemplo, que necessitam visualizar detalhes sutis para diagnósticos precisos.
Onde comprar aparelho de ressonância magnética?
Como mencionei, a jornada de compra do aparelho de RM deve começar com uma pesquisa, que pode ser feita pela internet.
Também é útil contar com consultores de lojas de equipamentos médicos e/ou fabricantes, que poderão comentar as funcionalidades em detalhes.
Assim, fica mais fácil comparar esses quesitos às necessidades do serviço de saúde, dando preferência aos aparelhos que possuem as características indispensáveis para a rotina na clínica ou hospital.
Em seguida, vale comparar os preços para verificar a alternativa de melhor custo-benefício.
Num primeiro momento, pode parecer melhor optar por um equipamento usado, mas é preciso incluir gastos com manutenção nesta conta para ver se um novo não compensa mais.
Faça uma avaliação ampla para selecionar o melhor local de compra, que pode ser:
- Loja de equipamentos médicos hospitalares, usando o site ou indo até o estabelecimento
- E-commerce com produtos variados, como Mercado Livre e OLX
- Direto com o fabricante, o que vale especialmente quando a decisão é por um aparelho de ressonância novo.
Como funciona o aparelho de ressonância magnética?
O aparelho de RM funciona a partir da combinação de um campo magnético intenso a ondas de radiofrequência.
Quando ligado, o equipamento usa um ímã para produzir o campo magnético, potencializado pela bobina – peça que fica posicionada acima da parte do corpo examinada.
Sob a ação do ímã, átomos de hidrogênio presentes nas moléculas de água que formam os órgãos e tecidos sofrem realinhamento, saindo de sua posição por um instante.
Eles logo retornam à posição normal, mas o movimento é suficiente para a emissão de ruídos altos, que são captados pelo equipamento para gerar imagens.
Os diferentes sinais emitidos dão base à composição do retrato dos tecidos de maior e menor densidade.
Esses sinais são enviados a um computador com software específico, que os traduz em pixels (os menores pontos numa imagem digital).
Assim, os registros podem ser vistos com qualidade na tela do computador.
Para que serve o aparelho de ressonância magnética?
O aparelho de ressonância magnética possibilita a realização do melhor exame de diagnóstico por imagem da atualidade.
Em primeiro lugar, porque a RM oferece registros a partir de um amplo campo espacial, o que eleva a qualidade das imagens.
Por causa dos registros nítidos mesmo para as partes moles, o exame é solicitado para esclarecer diagnósticos e complementar dados de outros procedimentos, como mamografia e tomografia computadorizada.
Em segundo lugar, devido à redução nos riscos aos pacientes, uma vez que a ressonância é raramente contraindicada.
Há restrições para pessoas que usam dispositivos implantáveis antigos, como marcapassos – em especial se o exame for feito com um aparelho de alta potência (3 Tesla).
Porém, mesmo crianças e mulheres grávidas podem ser examinadas com ressonância, já que o procedimento não emprega radiação ionizante.
Lembrando que os raios X possuem efeito cumulativo que aumenta o risco de câncer.
Outra vantagem está no tipo de contraste usado quando é preciso evidenciar certas estruturas.
A RM emprega compostos à base de gadolínio, um meio de contraste que não costuma gerar reações adversas – ao contrário dos compostos iodados utilizados na tomografia.
O equipamento de ressonância é capaz de detectar:
- Esclerose múltipla
- Espondilite Anquilosante
- Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico
- Tumores cerebrais, como na glândula pituitária
- Inflamações no sistema nervoso central ou articulações
- Tumores ósseos
- Hérnia de disco
- Tendinite e calcificações
- Rupturas e outras lesões nas articulações e ligamentos
- Nódulos, cistos e calcificações em partes moles, como as mamas.
Qual a diferença entre aparelho de tomografia e ressonância?
A principal diferença entre tomografia e ressonância se refere à tecnologia empregada em cada um desses exames radiológicos.
Mencionei nos tópicos anteriores que o equipamento de RM usa campo magnético e ondas de rádio para formar as imagens.
Já o aparelho de tomografia combina feixes de raio X a um tubo giratório para produzir registros em branco, preto e tons de cinza.
Aí está uma diferença fundamental: o uso de radiação ionizante na produção das imagens da TC, que são influenciadas pela densidade dos tecidos.
Partes duras ficam evidentes, retratadas em branco, enquanto tecidos moles aparecem em tons de cinza e o ar, em preto.
Esse efeito resulta da maior absorção dos raios X por tecidos densos, enquanto os de menor densidade deixam passar grande quantidade de raios.
Por sua vez, o aparelho de RM gera os registros a partir do desalinhamento dos átomos de hidrogênio, que emitem ondas de radiofrequência.
Assim, mesmo as partes moles são retratadas com clareza, uma vez que as imagens não dependem da densidade dos tecidos.
Tipos de aparelho de ressonância magnética
O equipamento pode ser classificado de acordo com características como a potência e se é novo ou usado.
Para simplificar a divisão, vou falar sobre os aparelhos de campo aberto e fechado, que possuem diferentes funcionalidades e limitações.
Aparelho de ressonância magnética de campo fechado
É a modalidade mais conhecida, na qual o grande ímã fica contido num tubo.
Antes de o exame começar, o paciente é posicionado sobre a maca e desliza para dentro do tubo, onde a bobina será direcionada à área estudada para produzir imagens internas.
Devido à sua estrutura robusta, o equipamento de campo fechado possibilita a inserção de peças para aumentar a potência, oferecendo desde versões médias, como 1,5 Tesla, até as avançadas, de 3 Tesla.
No entanto, tem pouca mobilidade, exigindo uma sala toda adaptada e exclusiva para o aparelho.
Aparelho de ressonância magnética de campo aberto
Já essa versão tem alta mobilidade, pois sua estrutura é menor e mais leve.
Como o nome sugere, o equipamento de campo aberto é ideal para pacientes claustrofóbicos, obesos ou que tenham dificuldade para permanecer imóveis dentro de um tubo.
O modelo também é bastante utilizado em ressonâncias de extremidades dos membros superiores e inferiores.
Sua desvantagem está na baixa potência – menor que 1 Tesla –, o que diminui a qualidade das imagens produzidas.
Como escolher um aparelho de ressonância magnética?
Como expliquei acima, a diferença de preço entre os diferentes aparelhos de RM fica na casa dos milhões de reais.
Portanto, errar na escolha do seu equipamento custa caro.
O responsável pode comprar uma máquina de ressonância magnética e ter:
- Um serviço superior ao que precisa e, com isso, perder dinheiro ao realizar os exames de ressonância magnética
- Um resultado inferior na qualidade das imagens geradas por aparelhos de ressonância sem qualificações para aquele tipo de exame.
Para evitar esses problemas, é importante considerar alguns critérios na seleção do equipamento.
Os principais são:
1. Potência do aparelho de RM
É avaliada pela intensidade do campo magnético, ou seja, do seu magnetismo.
Varia entre menos de 1 até 3 Tesla.
Potência abaixo de 1 Tesla
São equipamentos de campo aberto, usados para realizar exames de extremidades corporais, com baixa qualidade de imagens.
Potência de 1 Tesla
Está presente nos aparelhos fabricados até 2002.
Tem desenho de campo pouco eficiente, poucas funcionalidades e imagens de baixa qualidade.
Utilizados no campo veterinário hoje em dia.
Potência de 1,5 Tesla
São os queridinhos das clínicas de radiologia.
É o suficiente para a maioria dos exames de RM mais populares, com exceção de alguns procedimentos complexos.
Potência de 3 Tesla
É um equipamento de alta potência, capaz de detectar pequenas alterações para dar suporte a diagnósticos precisos.
Serviços de oncologia e neurologia estão entre os que se beneficiam da tecnologia 3 Tesla, que servia inicialmente à pesquisa e acabou sendo incorporada à rotina em alguns hospitais.
No entanto, não deve ser utilizado para examinar pacientes com dispositivos implantáveis antigos, como marcapassos que não possuem proteção suficiente para o campo magnético.
Também não há estudos suficientes para uso em mulheres grávidas.
2. Escolher aparelho de ressonância magnética de campo aberto ou fechado?
Essa característica se refere ao campo de magnetismo.
Campo aberto
Aparelhos em que o paciente não entra na máquina para realizar o exame.
Utilizado para:
- Claustrofóbicos
- Obesidade avançada
- Extremidades do corpo.
Neste caso, a potência de magnetismo é de menos de 1 Tesla.
Campo fechado
São os mais comuns do mercado, com desenho semelhante a uma tomografia e abertura de 60 a 70 cm na boca de entrada para o paciente para realizar o exame.
Neste tipo de aparelho de ressonância é que utilizam de 1 a 3 Tesla de potência.
3. Bobinas de gradiente
Este item é o principal a ser considerado na escolha do aparelho de RM.
Trata-se de pequenos ímãs dentro do aparelho, que servem para a localização espacial dos eixos magnéticos X, Y e Z.
Cabe considerar duas métricas referentes a essas bobinas:
Amplitude
Mede a distância do campo magnético em uma direção.
Velocidade de inclinação
Avalia o tempo que o sistema demora para sair do zero ao pico de amplitude.
O importante é valorizar as bobinas com maior potência nas duas categorias.
Porém, elas tendem a custar mais caro.
4. Relação sinal-ruído
Esta relação é a que define a melhor imagem gerada.
Por isso, a relação sinal-ruído deve ser a maior possível para garantir registros de qualidade.
5. Sistemas de radiofrequência (RF)
Quanto mais canais, melhor será o sinal de radiofrequência e maior a quantidade de recursos de aquisição de imagens paralelas.
Como a telemedicina ajuda a agilizar o laudo da ressonância magnética?
Atualmente, a telemedicina vem ganhando notoriedade e popularidade em diversos países, inclusive no Brasil.
E não é para menos, pois ela viabiliza a conexão entre pacientes, médicos e outros profissionais de saúde geograficamente distantes.
Isso resulta em uma série de soluções inovadoras, como o laudo eletrônico para ressonância magnética.
Realizado por meio do sistema de telemedicina, o serviço permite que radiologistas especializados na área da RM interpretem as imagens à distância.
Basta que os registros sejam enviados ao PACS da Telemedicina Morsch – o que pode ser feito automaticamente, a partir de configurações do aparelho de RM.
O médico ou técnico em radiologia responsáveis pelo exame seguem a rotina normal para o procedimento e, em seguida, as imagens são compartilhadas via plataforma de telemedicina.
Um de nossos radiologistas online analisa os registros sob a luz das informações do paciente, como histórico de saúde e suspeita clínica.
O profissional produz e assina digitalmente o laudo médico, liberando o documento na plataforma.
Dessa forma, os resultados são entregues em minutos.
Caso fique alguma dúvida sobre o laudo ou caso clínico, há opção de segunda opinião médica para que os detalhes sejam reavaliados junto a um especialista.
Todas as informações compartilhadas no software ficam protegidas por barreiras como senhas e criptografia, mas podem ser acessadas com facilidade por pessoas autorizadas.
Usando essa solução inteligente, clínicas e hospitais podem ampliar o portfólio de exames de ressonância magnética, delegando sua interpretação a especialistas do time Morsch.
Qual o aparelho de ressonância magnética ideal para a Telemedicina?
Qualquer aparelho de ressonância magnética ou tomografia tem em sua configuração a possibilidade de enviar os arquivos para o PACS em nuvem da Telemedicina.
No software do aparelho de ressonância magnética, há um campo para digitar o IP do servidor PACS para o qual se deseja enviar os arquivos após a finalização do exame.
O técnico em radiologia, ao finalizar o exame, pode salvar os registros e enviar ao PACS da Telemedicina Morsch, por exemplo.
Depois, é só aguardar a interpretação do exame com entrega do laudo online em poucos minutos.
Conclusão
Ao final deste texto, ressalto que, seja qual for o tipo aparelho de ressonância magnética, ele pode ser usado em parceria com a telemedicina.
No entanto, certos recursos podem elevar o preço do aparelho e até inviabilizar o retorno do investimento a médio e longo prazo.
Sem falar em valores consideráveis para montar a estrutura necessária para realizar o exame de RM.
É fundamental, nesse contexto, estudar bem as opções e contar com o time de especialistas Morsch para otimizar a entrega do laudo.
Se o seu aparelho de RM está parado, pense em oferecer mais opções de exames e delegue a interpretação aos nossos radiologistas online.
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