O que é e como funciona o sistema PACS

Por Dr. José Aldair Morsch, 3 de maio de 2019
Sistema PACS: o que é, como funciona, para que serve e benefícios

Se hoje vivemos uma era de compartilhamento de dados em saúde, devemos essa conquista a ferramentas como o sistema PACS.

Graças a ele, hospitais, clínicas médicas e consultórios podem enviar e receber arquivos médicos de forma ágil e com segurança.

O PACS também permitiu o desenvolvimento e a padronização de soluções que contribuem para a democratização de exames e resultados rápidos, como a telemedicina.

Se você está pensando em utilizar o PACS no seu negócio ou tem dúvidas sobre esse sistema, continue lendo este artigo.

A partir de agora, vou abordar de forma simples seu significado e aplicações, além de dicas para explorar ao máximo o potencial dessa ferramenta.

Boa leitura!

O que é sistema PACS?

Sistema PACS (do inglês, Picture Archiving and Comunication System) é uma ferramenta que viabiliza a comunicação e o arquivamento de imagens de maneira segura e padronizada.

Ela surgiu da necessidade de integração entre diferentes tecnologias utilizadas nessa tarefa.

Para explicar melhor, vamos retornar às décadas de 1980 e 1990, quando a internet e dispositivos digitais começaram a se popularizar em alguns países, abrindo um leque de possibilidades.

Na época, empresas iniciaram testes e a fabricação de aparelhos capazes de digitalizar informações médicas, o que, por si só, já provocou transformações profundas, especialmente porque tudo poderia ser arquivado em um computador.

O próximo passo era desenvolver mecanismos que permitissem a transmissão dessas informações, a fim de que pudessem ser acessadas de diversos setores e estações de trabalho.

Fabricantes de tecnologias para a saúde atenderam a essa demanda. No entanto, cada um deles tinha seu próprio sistema.

Isso dificultava a organização e o compartilhamento de dados, pois o sistema de um fabricante não servia ao outro.

Na linguagem técnica, não havia compatibilidade entre eles.

Ou seja, as informações arquivadas a partir de um mamógrafo do fabricante X não poderiam ser lidas num equipamento do fabricante Y.

Esse cenário mudou em 1993, ano em que surgiu o padrão DICOM, que foi a base para a criação do PACS.

Falarei mais do DICOM nos próximos tópicos.

Como funciona o sistema PACS?

O PACS proporciona a interação entre ambientes que possuam comunicação, visualização, manipulação e armazenamento de imagens médicas nos serviços de saúde.

De modo simplificado, o sistema consiste na realização de cinco etapas básicas.

  1. Primeiro, equipamentos utilizados em exames de diagnóstico captam imagens da parte do corpo estudada.
  2. Em seguida, os registros são transmitidos pelo equipamento a um servidor de imagens, através de um protocolo de transferência, que determina em que formato estarão (DICOM, HL7, entre outros).
  3. Na terceira etapa, os dados transmitidos são armazenados em um banco de dados do próprio servidor e/ou numa estrutura de dados externa, a exemplo da nuvem (local de arquivamento na internet).
  4. Uma vez armazenadas, as informações ficam disponíveis para visualização em estações de trabalho (offline) ou sistemas localizados na web, como as plataformas utilizadas por empresas de telemedicina.
  5. Por fim, os dados podem ser adquiridos por pacientes e profissionais de saúde, desde que estejam credenciados para baixar, imprimir ou salvar essas informações.

Para que serve o sistema PACS?

Dentre as muitas aplicações da ferramenta, vale destacar:

  • Possibilitar o armazenamento de grande quantidade de dados médicos
  • Padronizar os protocolos de armazenamento e transferência
  • Proporcionar a integração entre diferentes protocolos e linguagens
  • Construir bancos de dados de modo autônomo e confiável
  • Viabilizar o acesso a informações por diferentes profissionais, de maneira simples e rápida
  • Garantir maior segurança no arquivamento de dados do paciente, que só podem ser acessados mediante autorização
  • Permitir a pesquisa e cruzamento de informações armazenadas em bancos de dados.

E sistema DICOM, o que é?

Sistema DICOM (Digital Imaging Communications in Medicine) é um protocolo construído para padronizar os arquivos digitais produzidos a partir de exames de diagnóstico por imagem.

Esse padrão foi desenvolvido em um esforço conjunto entre a comunidade científica e os fabricantes de equipamentos utilizados nos exames, e existe desde 1993.

Como citei nos tópicos acima, antes disso, havia vários protocolos diferentes, o que impedia a comunicação entre aparelhos de diferentes fabricantes.

Por isso, hospitais e outros estabelecimentos de saúde que quisessem compartilhar os dados eram obrigados a adquirir dispositivos de apenas um fabricante, limitando os seus serviços e encarecendo todo o processo.

Ao superar essas barreiras, o DICOM se tornou bastante popular em poucos anos, sendo o principal protocolo adotado por unidades de saúde em todo o mundo.

Aliada aos avanços da web, a possibilidade de salvar e compartilhar imagens em formato DICOM trouxe mais uma importantíssima contribuição.

Ela abriu caminho para a invenção de um sistema de arquivamento e compartilhamento capaz de promover a integração entre diferentes ambientes clínicos-hospitalares: o PACS.

Quais benefícios o PACS oferece?

Quais benefícios o PACS oferece?

Quais benefícios o PACS oferece?

Agora que você já sabe como o sistema funciona, podemos avançar para seus principais benefícios, que, atualmente, impactam grandes, médios e pequenos estabelecimentos de saúde.

Afinal, o PACS é uma das tecnologias que permitem a criação de bancos de dados automaticamente, sem a exigir que todos os usuários façam manutenção constante ou tenham conhecimentos aprofundados em programação.

Na maioria das vezes, basta que o hospital, clínica ou consultório disponha de suporte técnico periódico e sigam regras básicas de utilização.

A seguir, confira detalhes sobre os principais benefícios que o PACS agrega aos serviços de saúde.

1. Acesso rápido às imagens e laudos dos pacientes

Há algumas décadas, era comum o paciente circular por diferentes unidades de saúde levando seu prontuário médico.

Isso porque, a cada atendimento, novas informações sobre consultas, prescrições de medicamentos, pedidos e laudos de exames são adicionadas ao prontuário.

Como esse documento só estava disponível em papel, seu compartilhamento era bastante restrito.

Podemos imaginar, então, a dificuldade existente na hora de buscar informações necessárias para a avaliação de exames e o diagnóstico de doenças.

Tudo isso ficou para trás com a digitalização dos arquivos e adoção do PACS para compartilhamento de dados.

Sempre que necessário, paciente, médicos e outros profissionais de saúde podem acessar o prontuário, consultando todo o histórico do paciente com apenas alguns cliques.

Mecanismos de busca permitem, ainda, que profissionais de saúde encontrem rapidamente as informações que lhes interessam naquele momento.

Se há suspeita de diabetes, é possível consultar os resultados de testes de glicemia, por exemplo.

2. Visão cronológica dos exames do paciente

O prontuário médico em papel também complicava a organização dos procedimentos, que se misturavam facilmente.

Dessa maneira, o médico precisaria ler cada registro se quisesse ter uma visão cronológica dos eventos de saúde do paciente.

Já com o sistema PACS, pouco importa a ordem em que os arquivos são armazenados ou consultados, já que podem ser organizados com a aplicação de filtros.

3. Diminui o risco de perda dos exames

Com o transporte do prontuário médico e das imagens por pacientes e profissionais de saúde, havia o risco da perda desses documentos.

Geralmente, as perdas exigiam a realização de novos exames, pois só havia uma cópia das imagens geradas.

Esse quadro mudou drasticamente com a digitalização e transmissão segura das imagens digitais (em pixels), que ficam armazenadas em bancos de dados, o que diminui o risco de perdas.

Mesmo que o arquivo seja apagado acidentalmente, é provável que existam outras cópias digitais salvas na nuvem, em servidores ou compartilhadas via e-mail.

No caso de imagens radiológicas, a digitalização e arquivamento do PACS eliminam a impressão em filmes e possíveis perdas devido ao manuseio errado deles.

4. Redução de custos

Filmes radiológicos precisavam ser adequadamente revelados, o que só acontecia com o uso de produtos químicos.

Esse processo envolvia a compra de equipamentos, filmes e produtos, além da separação de um espaço para a revelação das imagens radiológicas.

Daí já podemos ter uma ideia da economia proporcionada pelo PACS, uma vez que não é preciso imprimir as imagens.

Além da radiologia, testes de outras especialidades médicas também se beneficiam do sistema, pois não há necessidade de aquisição de impressora, papel específico ou tinta.

Claro que, quando necessário, os exames podem ser impressos e entregues ao paciente.

No entanto, a grande maioria dos arquivos fica salva na nuvem, em servidores ou plataformas que podem ser consultadas facilmente após o exame.

5. Maior padronização e qualidade dos processos

Expliquei antes que contar com o PACS significa padronizar a linguagem e a forma de compartilhamento das imagens nos estabelecimentos de saúde.

Com etapas claras e simples, o sistema pode ser facilmente compreendido e utilizado por diferentes profissionais, reduzindo a burocracia e aumentando sua eficiência.

Isso porque cada usuário pode contribuir com o banco de dados de modo direito e, indiretamente, com diagnósticos e atitudes assertivas no tratamento do paciente.

O resultado é um impacto positivo na comunicação das equipes de saúde, informações mais completas e aumento na qualidade dos processos realizados.

Afinal, os profissionais não precisarão dispor de muito tempo para localizar e transmitir dados do paciente.

Vantagens do Sistema PACS

Vantagens do Sistema PACS

Vantagens do Sistema PACS

Utilizar o PACS facilita a rotina dos profissionais de saúde, que economizam tempo na localização e compartilhamento de informações do paciente.

Nesse sentido, médicos têm uma vantagem adicional, pois podem acessar todo o histórico do paciente de forma simples e ágil, tomando decisões mais assertivas.

Também é possível acessar os dados remotamente. Ou seja, não há necessidade de estar na unidade de saúde para consultá-los.

Ao se dirigir ao hospital para uma cirurgia, por exemplo, o médico pode conferir a situação e histórico do paciente durante o caminho, de seu próprio smartphone.

Toda essa dinâmica leva a uma equipe mais produtiva e bem informada.

O acesso remoto permite, ainda, a formação de PACS geograficamente distribuídos, ou seja, a integração de dois ou mais sistemas que estão distantes fisicamente.

Essa opção resulta em um amplo compartilhamento de informações via internet, ao mesmo tempo em que oferece a seleção de dados para cada terminal.

Enquanto informações gerais ficam disponíveis para todos, dados específicos, como as imagens de um exame ainda não laudado, ficam restritas a alguns terminais da rede.

Desvantagens do Sistema PACS

Apesar de a maioria dos usuários não precisar conhecer as linguagens de programação, o sistema exige manutenção periódica, que deve ser feita por especialistas na área.

Falhas na operação do PACS podem resultar em dificuldades no acesso aos bancos de dados.

Outro desafio está na própria escolha pela empresa que irá implementar o sistema, que precisa ser minuciosa.

Uma dica é conferir a sua reputação e os protocolos de segurança adotados por ela, a fim de preservar os dados protegidos pelo sigilo médico-paciente.

Sistema PACS e Telemedicina

Comentei, ao longo deste texto, que o PACS pode ser integrado a uma plataforma de telemedicina, possibilitando serviços como a emissão de laudos médicos a distância e segunda opinião qualificada.

Essa combinação tem sido empregada com sucesso em diversas instituições no Brasil e no mundo.

O sistema PACS da Telemedicina Morsch é fácil e intuitivo. Os clientes enviam para a plataforma os registros de exames de várias especialidades e recebem em poucos minutos o resultado desses exames na forma de laudo médico feito por especialistas com assinatura digital.

Sobre a Telemedicina Morsch

Experiente na oferta de laudos médicos com qualidade e agilidade, a Morsch é parceira de clínicas e hospitais por todo o país.

Através do acesso uma plataforma de telemedicina, os clientes podem ampliar seu portfólio, reduzir filas e aumentar as receitas com a telemedicina.

Conduzidos por médicos ou técnicos em radiologia ou enfermagem, os testes de diagnóstico são feitos com equipamentos digitais, que enviam os registros a um computador com software específico.

Em seguida, as imagens são armazenadas na nuvem e compartilhadas via plataforma, ficando disponíveis para análise e interpretação.

Especialistas da Morsch acessam os registros e, sob a luz do histórico do paciente e suspeita clínica, elaboram o laudo médico do exame.

Esse processo permite que o documento seja assinado digitalmente e liberado no próprio portal de telemedicina, em até 30 minutos.

Pedidos urgentes ficam prontos em tempo real.

Assim, os pacientes não precisam aguardar os resultados por dias, o que agrega valor ao serviço prestado.

Clínicas médicas também podem ampliar sua oferta de exames, deixando os laudos sob a responsabilidade dos especialistas da Morsch.

Conclusão

Neste artigo, falei sobre a finalidade e principais vantagens no uso do sistema PACS.

Fica evidente a contribuição dessa ferramenta para serviços mais ágeis e inovadores, como a telemedicina.

Deixe que a Morsch dê o suporte para sua equipe, viabilizando a entrega de laudos a distância com rapidez e comodidade.

Entre em contato para saber mais, e aproveite para testar a plataforma gratuitamente.

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Referências Bibliográficas

MARTINI, Richard Augusto Schafer. Um Modelo de Gerenciamento de Rede PACS para o Sistema Catarinense de Telemedicina. 2008.

BERTOZZO JR, Nivaldo; FURUIE, Sergio S. Sistema de Armazenamento e Distribuição de Imagens médicas do PACS InCor.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin