Viminol: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 24 de junho de 2024
Viminol

Recentemente, o viminol entrou para a lista mais restrita de remédios controlados no Brasil.

Isso porque este medicamento tarja preta apresenta risco de dependência física e psíquica e deve ser utilizado com cautela.

Explico mais sobre a finalidade, posologia e prescrição do viminol neste artigo, além de mostrar como você pode solicitar sua receita médica online com agilidade.

O que é viminol?

Viminol é um analgésico opioide sintético, ou seja, uma substância derivada do ópio, assim como a morfina, sendo comercializado sob a forma de cápsulas duras de 70 mg.

Vale ressaltar que o uso consciente desse remédio exige que o paciente siga à risca a prescrição médica, reduzindo as chances de reações adversas.

Para que serve viminol

Viminol serve para tratar diferentes tipos de dor, a exemplo daquelas decorrentes de câncer, traumas osteoarticulares e pós-operatório.

Seu mecanismo de ação deprime o sistema nervoso central (SNC), mas não costuma causar alterações na circulação ou respiração.

O efeito é percebido em até uma hora após a ingestão do fármaco e dura quatro horas, podendo provocar leve sonolência e alterações discretas na coordenação motora.

Principais indicações

Existe apenas um medicamento à base de viminol no Brasil, chamado Dividol®.

De acordo com a bula desse remédio de referência, as indicações incluem:

  • Dores osteoarticulares: artralgia e osteoartrose cervical e lombossacral, discopatias intervertebrais, fraturas, luxações e traumas
  • Dores neuríticas: isquialgias, radiculites, polineurites diabéticas e alcoólicas e herpes
  • Dores vasculares: arteriopatias obliterantes dos membros com dor isquêmica, coronariopatias obstrutivas e infarto do miocárdio
  • Dores viscerais: dor decorrente a derrame pleural e pericardite, cólicas abdominais, anexites, espasmos uterinos e dismenorreia
  • Dores neoplásicas: neoplasias de origem e estado evolutivo, mieloma múltiplo, leucemia e outras hemopatias dolorosas
  • Dores diversas: cefaleia (dor de cabeça) tipo hemicrania, mialgias, dores dentárias e estados dolorosos em pós-operatórios diversos.

Qualquer indicação depende de uma avaliação médica.

Como tomar hidroxibenzoato de viminol

As cápsulas de 70 mg devem ser tomadas por via oral, com a ajuda de um copo d’água.

É recomendado que sejam administradas após as refeições.

Não corte, mastigue ou abra as cápsulas e viminol.

O esquema terapêutico será definido a critério médico e de maneira individualizada para atender às necessidades de cada paciente.

A seguir, reproduzo as doses recomendadas na bula do remédio:

  • Tratamento da dor: 1 a 2 cápsulas por administração, até o máximo de 8 cápsulas ao dia, pela via oral. É conveniente iniciar o tratamento com a dose mais baixa (1 cápsula por vez), aumentando-a somente se necessário. Nas dores crônicas, é aconselhável fracionar a dose diária em 3 ou 4 administrações regularmente espaçadas ao dia.

Geralmente, o tratamento é curto, cabendo ao médico fazer as adequações quando necessária uma terapia prolongada, que exige um controle cuidadoso e regular do paciente.

Receita de viminol

O acesso a esse medicamento pede uma receita A1.

Trata-se de um documento emitido em duas vias diferentes, sendo a primeira uma notificação de receita amarela, impressa em talonários sob a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Além de dados do médico prescritor e paciente, ela contém informações sobre o estabelecimento onde o profissional atua, fornecedor e comprador.

Cada folha do talonário é numerada, permitindo o rastreio por parte da Anvisa, já que esta primeira via é retida pela farmácia ou drogaria no momento da compra.

Ao passo que a segunda via é carimbada e devolvida ao paciente ou cuidador, que terão sempre à mão a orientação médica necessária para o sucesso do tratamento.

Essas normas rígidas se aplicam ao viminol porque essa é uma substância entorpecente que possui efeito depressor do SNC, assim como os demais medicamentos da lista A1 da Portaria SVS/MS nº 344/1998.

Ao instituir o regulamento de remédios controlados, a legislação criou regras diferenciadas para coibir o abuso de entorpecentes e seus riscos, a exemplo da dependência física e psíquica.

Outro problema é a tolerância, que pede doses cada vez maiores do medicamento para conseguir o mesmo efeito inicial.

Nesse cenário, o paciente fica tentado a ingerir uma dose potencialmente fatal (overdose), o que representa ameaça à vida.

Cada receita A1 só pode conter um fármaco, tem validade de 30 dias e pode liberar quantidade suficiente para até um mês de tratamento – ou 5 ampolas, em caso de drogas injetáveis.

Dúvidas frequentes sobre viminol

Acompanhe as principais perguntas e respostas referentes ao uso desse medicamento a seguir.

Por que viminol agora é controlado?

Segundo uma nota da Anvisa, a inclusão do viminol na lista de entorpecentes foi motivada por estudos que demonstraram o potencial de abuso e dependência da substância, bem como os riscos à saúde pública associados ao seu uso.

O fármaco passou a ser tarja preta recentemente, em novembro de 2023.

Quais são os efeitos colaterais do viminol?

As reações adversas mais comuns são:

  • Sonolência
  • Vômito
  • Náusea
  • Astenia (fraqueza).

No entanto, alguns pacientes podem apresentar dependência, sedação, torpor (diminuição da consciência), euforia, ondas de calor, palpitação ou problemas para urinar.

Na ocorrência de manifestações graves ou intensas, procure ajuda médica.

Quem não pode tomar viminol?

O remédio é contraindicado para:

  • Pessoas com hipersensibilidade (alergia) ao viminol ou outros componentes da fórmula
  • Mulheres grávidas ou que estejam amamentando.

A prescrição para pacientes com tendência a abusar de drogas ou dependência de drogas deve ser realizada com cautela, por períodos curtos e sob rigorosa supervisão médica.

Conclusão

Espero que tenha gostado deste artigo sobre viminol.

Lembre-se de seguir a recomendação médica, evitando a automedicação ou interrupção abrupta do tratamento.

Se precisar de assistência, marque uma consulta online ou presencial para receber o diagnóstico e terapia corretos.

Dá até para aproveitar o atendimento médico online sem sair de casa, usando a plataforma de Telemedicina Morsch.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin