Receita A1: o que é, lista de medicamentos, como pedir e validade

Por Dr. José Aldair Morsch, 31 de agosto de 2023
Receita A1

A receita A1 é emitida para o tratamento com medicamentos entorpecentes.

Muitos deles são substâncias de alta potência no combate a sintomas como dores crônicas, tratados com eficiência desde que o paciente siga a prescrição médica rigorosamente.

Assim, dá para evitar quadros de dependência, tolerância e overdose decorrentes do abuso desses remédios.

Neste texto, apresento os principais cuidados, exemplos de fármacos e como conseguir sua receita A1 de maneira segura.

Acompanhe até o final e descubra um método prático e econômico para renovar uma receita médica.

O que é receita A1?

Receita A1 é o documento destinado à liberação de remédios entorpecentes.

Devido à sua ação depressora do sistema nervoso central, esses medicamentos seguem regras rígidas para a prescrição e são marcados com tarja preta na embalagem.

Sua receita é emitida sempre em duas vias, sendo que a primeira serve como notificação de receita amarela, permitindo o rastreio por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para tanto, a primeira via fica retida na farmácia ou drogaria no momento da compra.

Já a segunda é carimbada e devolvida ao paciente, pois contém orientações importantes para o sucesso do tratamento.

Qual a diferença entre receitas A1, A2 e A3?

A1, A2 e A3 são grupos de remédios controlados pela Anvisa, conforme determina a Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, que instituiu o Regulamento Técnico das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

Como todos pertencem ao grupo A, são prescritos através da notificação amarela.

Sua diferença está na classe de medicamentos que compõem cada subgrupo, sendo:

  • A1: substâncias entorpecentes
  • A2: substâncias entorpecentes de uso permitido somente em concentrações especiais
  • A3: substâncias psicotrópicas, que inibem certas funções do sistema nervoso central.

Na sequência, listo os medicamentos da receita A1.

Lista de medicamentos com receita A1

A lista A1 é extensa, incluindo, por exemplo, fármacos derivados do ópio (opiáceos).

Essas substâncias são analgésicos fortes, usados para controlar dores intensas e/ou crônicas.

Uma vez no organismo, agem sobre os neurônios, podendo desencadear quadros de dependência – quando o organismo só funciona corretamente com a presença do remédio.

Quanto maior o tempo de uso, mais suscetível o paciente fica a outro problema: a tolerância, caracterizada pela busca de quantidades cada vez maiores de remédio para obter o mesmo efeito.

Nesse contexto, aumenta o risco de overdose, que é o consumo de um fármaco em dose tão alta que pode ser letal.

A seguir, trago a lista A1 atualizada conforme a RDC 804/2023, na qual consta um total de 93 substâncias entorpecentes.

Você pode acompanhar as próximas atualizações nesta página da Anvisa.

  1. Acetilmetadol
  2. Alfacetilmetadol
  3. Alfameprodina
  4. Alfametadol
  5. Alfaprodina
  6. Alfentanila
  7. Alilprodina
  8. Anileridina
  9. Bezitramida
  10. Benzetidina
  11. Benzilmorfina
  12. Benzilmorfina
  13. Betacetilmetadol
  14. Betameprodina
  15. Betametadol
  16. Betaprodina
  17. Buprenorfina
  18. Butorfanol
  19. Clonitazeno
  20. Codoxima
  21. Concentrado de palha de dormideira
  22. Dextromoramida
  23. Diampromida
  24. Dietiltiambuteno
  25. Difenoxilato
  26. Difenoxina
  27. Diidromorfina
  28. Dimefeptanol (metadol)
  29. Dimenoxadol
  30. Dimetiltiambuteno
  31. Dioxafetila
  32. Dipipanona
  33. Drotebanol
  34. Etilmetiltiambuteno
  35. Etonitazeno
  36. Etoxeridina
  37. Fenadoxona
  38. Fenampromida
  39. Fenazocina
  40. Fenomorfano
  41. Fenoperidina
  42. Fentanila
  43. Furetidina
  44. Hidrocodona
  45. Hidromorfinol
  46. Hidromorfona
  47. Hidroxipetidina
  48. Intermediário da metadona (4-ciano-2-dimetilamina-4,4-difenilbutano)
  49. Intermediário da moramida (ácido 2-metil-3-morfolina-1,1-difenilpropano carboxílico)
  50. Intermediário “a” da petidina (4-ciano-1-metil-4-fenilpiperidina)
  51. Intermediário “b” da petidina (éster etílico do ácido 4-fenilpiperidina-4-carboxilíco)
  52. Intermediário “c” da petidina (ácido-1-metil-4-fenilpiperidina-4-carboxílico)
  53. Isometadona
  54. Levofenacilmorfano
  55. Levometorfano
  56. Levomoramida
  57. Levorfanol
  58. Metadona
  59. Metazocina
  60. Metildesorfina
  61. Metildiidromorfina
  62. Metopona
  63. Mirofina
  64. Morferidina
  65. Morfina
  66. Morinamida
  67. Nicomorfina
  68. Noracimetadol
  69. Norlevorfanol
  70. Normetadona
  71. Normorfina
  72. Norpipanona
  73. N-oxicodeína
  74. N-oximorfina
  75. Ópio
  76. Oripavina
  77. Oxicodona
  78. Oximorfona
  79. Petidina
  80. Piminodina
  81. Piritramida
  82. Proeptazina
  83. Properidina
  84. Racemetorfano
  85. Racemoramida
  86. Racemorfano
  87. Remifentanila
  88. Sufentanila
  89. Tapentadol
  90. Tebacona
  91. Tebaína
  92. Tilidina
  93. Trimeperidina.

Aprenda na sequência como ter acesso a uma receita amarela A1.

Como solicitar receita amarela A1?

A receita A1 deve ser emitida por um médico com registro ativo no CRM de sua região e cadastro junto à autoridade regional de vigilância sanitária.

A prescrição conclui o ato médico, sendo realizada no encerramento de uma consulta online ou presencial.

O atendimento começa com uma conversa roteirizada chamada anamnese, durante a qual o profissional coleta dados importantes sobre fatores que podem interferir na saúde do paciente.

Falo dos sintomas, quando se iniciaram e qual o seu impacto no dia a dia, mas também do histórico do paciente, doenças preexistentes, alergias, remédios em uso atualmente, etc.

Depois, o médico avança para o exame físico, em que usa técnicas como inspeção e palpação para avaliar a anatomia e o funcionamento dos sistemas do organismo.

Caso seja preciso, ele solicita exames complementares para confirmar ou afastar a hipótese diagnóstica.

Só então, com um diagnóstico formulado, é que o médico prescreve o tratamento, que pode incluir fármacos entorpecentes.

Receita médica A1

A lista de receitas A1 é extensa e inclui fármacos derivados do ópio, usados para controlar dores intensas

Qual a validade da receita A1?

A receita A1 é válida por 30 dias, contados a partir da data seguinte à prescrição.

Ou seja, se foi emitida em 12 de junho (dia zero), a contagem se inicia em 13 junho (dia 1), e a validade se estende até 12 de julho.

Cada receita amarela serve para apenas um medicamento, podendo liberar quantidade suficiente para até 30 dias de tratamento – ou 5 ampolas, em caso de compostos injetáveis.

Como renovar uma receita A1?

O caminho convencional para renovar a receita amarela é comparecer a uma nova consulta médica.

Dependendo do caso, isso pode exigir que o paciente enfrente filas de espera, correndo o risco de descontinuar o tratamento e vivenciar sintomas intensos.

Porém, apresento um jeito mais simples e menos burocrático para quem deseja apenas trocar uma prescrição que está perdendo ou acaba de perder a validade.

Basta contar com a Telemedicina Morsch para renovar sua receita médica online em poucos cliques. Veja como é fácil:

E pronto!

Você vai receber um link de rastreamento para acompanhar o envio da receita A1 pelo correio.

Afinal, como expliquei nos tópicos anteriores, a prescrição desses fármacos só pode ser feita por meio de uma notificação amarela de receitas, que é impressa num talonário especial.

Apenas profissionais autorizados pela Anvisa têm acesso ao talonário, que impede a emissão de receita digital para remédios da lista A1.

Conclusão

A receita A1 é indispensável para a liberação de fármacos entorpecentes.

Agora que você está por dentro das principais normas envolvendo essas substâncias, pode fazer uso seguro e evitar a automedicação.

Caso precise esclarecer dúvidas, marque uma teleconsulta no sistema Morsch.

Veja também outros artigos sobre saúde que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin