Ressonância magnética da pelve: para que serve e como avaliar com a telemedicina

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de agosto de 2022
ressonância magnética pelve

A ressonância magnética da pelve é empregada na avaliação de quadros inflamatórios, doenças e malformações em órgãos como bexiga, ureteres e reto.

O exame também oferece imagens de qualidade para o estudo do aparelho genital feminino ou masculino.

Sem contar a contribuição para diagnosticar e monitorar a evolução no tratamento do câncer.

Tudo isso a partir de registros detalhados.

Estão aí algumas das razões por que a RM pélvica fornece dados complementares a outros exames de imagem, como a ultrassonografia.

Neste texto, trago um panorama completo sobre o procedimento, sua importância e possíveis resultados.

Além de um bônus com soluções de telemedicina para simplificar a rotina das equipes médicas, a exemplo do telediagnóstico.

O que é ressonância magnética da pelve?

Ressonância magnética da pelve é um exame que registra imagens internas do nosso corpo, por meio de ondas de rádio e um campo magnético intenso.

A partir das imagens, é possível visualizar órgãos do sistema urinário, excretor e reprodutor, além de ossos e músculos pélvicos.

Lembrando que a área pélvica, ou abdômen inferior, corresponde ao trecho que começa abaixo do umbigo e vai até a linha logo acima da região púbica.

Dependendo do caso, a RM da pelve pode ser solicitada como parte da RM de abdômen total, o que permite uma avaliação completa das estruturas anatômicas abdominais.

Outras variações estão nos aparelhos de ressonância magnética, que podem ser de campo aberto ou fechado.

A RM de campo fechado é a mais tradicional, utilizando um equipamento semelhante a um túnel com sensores para captar os registros internos.

Já o aparelho de campo aberto possui três lados abertos para dar mais conforto ao paciente.

Esse equipamento costuma ser recomendado para gestantes, obesos e pacientes claustrofóbicos, que têm dificuldade em permanecer dentro do túnel durante o procedimento.

A ressonância magnética da pelve ainda pode incluir contraste à base de gadolínio, como explico nos próximos tópicos.

Para que serve uma ressonância magnética da pelve

Indolor e não invasivo, esse método dá suporte ao diagnóstico e tratamento de uma série de doenças.

Também chamada ressonância nuclear magnética, ela possibilita a avaliação de tecidos em detalhes, sem a necessidade de cirurgias.

Infecções, tumores benignos e malignos e calcificações são alguns dos problemas detectados com o auxílio da ressonância pélvica.

Sem falar nas patologias específicas que acometem estruturas anatômicas do aparelho reprodutor masculino ou feminino.

Isso faz da RM uma forte aliada de médicos generalistas e especialistas em segmentos como saúde da mulher.

Conforme afirma este estudo sobre o tema:

“A RM aplicada à ginecologia oferece informações adicionais da anatomia da pelve feminina em relação a outras modalidades de imagem, como a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC). Por este motivo, a RM é o método de escolha no diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta e detecção de recidiva após tratamento de neoplasias ginecológicas”.

Tamanho do tumor, contornos, quantidade de lesões, presença de edema e necrose, relação com estruturas adjacentes, alterações fisiológicas e do metabolismo celular podem ser estudadas através da RM pélvica.

Principais indicações

A avaliação do câncer é uma das indicações para a ressonância da pelve, mas está longe de ser a única.

Afinal, a região abriga vários órgãos e tecidos sobrepostos, o que pede alta tecnologia para uma visualização mais completa.

E o aparelho de RM contempla essa necessidade.

Porém, muitas vezes o procedimento é solicitado para complementar e esclarecer dúvidas após a realização de outros exames de imagem.

Isso porque a ressonância magnética tem custo mais alto que a radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada, por exemplo.

Essa limitação financeira diminui a disponibilidade da RM em serviços de saúde mais básicos, limitando o acesso ao método.

De qualquer forma, a ressonância pélvica pode ser indicada diante de:

  • Tomografia, raio X ou US pélvica inconclusiva
  • Suspeita de inflamações e infecções
  • Sintomas sugestivos de patologias, como dor pélvica, constipação, sangramento etc.
  • Disfunção do movimento pélvico
  • Cistos no ovário, incluindo a síndrome dos ovários policísticos (SOP)
  • Miomas uterinos (massas formadas por tecido muscular)
  • Endometriose (crescimento de tecido endometrial fora do útero)
  • Tumores benignos ou malignos em tecidos femininos, como ovário e colo do útero
  • Hiperplasia benigna ou maligna da próstata (pelve masculina)
  • Câncer em trechos do reto, bexiga, entre outros órgãos
  • Avaliação do progresso após tratamento para o câncer, identificando recidivas.

As variadas aplicações do exame justificam a sua importância, mas há mais a saber sobre o seu papel na atenção à saúde – como explico na sequência.

RM pelve

Um radiologista pode interpretar o exame e apontar se o resultado encontrado é normal ou alterado

Importância do exame de ressonância magnética da pelve

Como adiantei no início do artigo, a ressonância magnética da pelve quase não possui contraindicações.

Com exceção de indivíduos com insuficiência renal, o exame pode ser realizado em quaisquer outros pacientes.

Inclusive aqueles que pertencem a grupos sensíveis como grávidas, crianças, idosos e obesos.

O segredo está na tecnologia empregada na RM, que combina um campo magnético a ondas de rádio – dispensando qualquer tipo de radiação.

Ao contrário do que ocorre em outros procedimentos relevantes, como radiografias e tomografias.

Para formar as imagens, eles emitem feixes de radiação ionizante sobre a área examinada, fazendo com que representem perigo, devido ao acúmulo de raios X no organismo.

A exposição a esse tipo de radiação eleva as chances de vários tipos de câncer.

Outra vantagem da ressonância magnética está no campo espacial mais amplo que os demais procedimentos, oferecendo imagens de qualidade superior à ultrassonografia.

Esse detalhe é muito importante em áreas com vários tecidos sobrepostos, como é o caso de toda a extensão do abdômen.

Nesse contexto, a RM pélvica oferece maior acuidade e detalhamento das estruturas anatômicas, ainda que estejam parcialmente encobertas.

Como é feita a ressonância magnética da pelve

A ressonância magnética da pelve começa com o posicionamento do paciente na maca do equipamento de RM.

Ele deverá ser orientado a permanecer imóvel durante todo o procedimento, a fim de evitar tremores e artefatos que prejudiquem a qualidade das imagens.

Se o aparelho utilizado for convencional, a maca deslizará para dentro de um grande túnel onde se encontram peças utilizadas na captação de registros internos.

Após orientar o paciente, o operador do equipamento vai até a estação de aquisição de imagens, que costuma ficar ao lado da sala da RM.

Geralmente, ele pode ver o paciente através de uma parede ou janela de vidro.

Também dá para se comunicar, fazer recomendações e tranquilizar o paciente usando um intercomunicador.

Assim que o aparelho de ressonância é ligado, ímãs potentes produzem um campo magnético, emitido pela parte de cima do equipamento diretamente sobre a pelve.

Esse campo agita e realinha os prótons presentes em átomos de hidrogênio.

São essas partículas que dão base à formação de imagens, com o auxílio de ondas de rádio.

Os prótons são “lidos” com o suporte de um computador que possui um algoritmo específico, capaz de transformá-los em pixels (os menores pontos de uma imagem digital).

Por fim, o aparelho é pausado e o paciente, liberado para realizar as tarefas diárias normalmente.

As imagens em alta resolução serão interpretadas por um radiologista especializado em RM, que será responsável pela elaboração do laudo médico.

Ressonância magnética pélvica

É preciso retirar todos os objetos metálicos ao fazer o exame de RM, pois eles podem afetar as imagens

Preparo para ressonância magnética da pelve

Dependendo da prescrição médica, o preparo para o exame pode incluir dieta específica, em especial quando for requisitada uma RM de abdômen total.

No entanto, mesmo que a ressonância avalie somente região pélvica, será necessário retirar todos os objetos metálicos.

Isso porque eles podem ser atraídos pelo ímã do equipamento de RM, com efeito negativo para as imagens.

A seguir, listo os itens que devem ser deixados fora da sala do exame:

  • Joias e bijuterias
  • Grampo de cabelo
  • Óculos
  • Peruca
  • Sutiã com aro
  • Relógio
  • Celular
  • Pager
  • Bips
  • Bomba de infusão
  • Aparelho auditivo
  • Notebook.

Com o objetivo de evitar a entrada de objetos metálicos na sala da ressonância, muitos serviços de saúde disponibilizam um avental para o paciente.

Dessa forma, há garantia de que não haverá botões, zíperes e outros acessórios com traços metálicos nas roupas.

Portadores de dispositivos internos, como próteses ortopédicas e marcapasso, devem ter liberação médica para fazer a ressonância de modo seguro.

Por fim, mas não menos importante, o exame requer jejum quando há prescrição de contraste.

Normalmente, é preciso se abster de alimentos nas seis horas que antecedem o procedimento.

Quanto tempo demora uma RM da pelve?

A duração da RM pélvica depende de fatores como suspeita clínica, indicação de contraste e tolerância do paciente.

Exames simples demoram aproximadamente 40 minutos.

Contudo, a necessidade de administrar contraste ou sedação ao paciente estendem esse período.

A sedação pode ser útil para diminuir o desconforto de crianças e pessoas que sofrem com claustrofobia ou têm dificuldade para se manter imóveis.

Ressonância magnética pelve com contraste

Mencionei acima que a RM da pelve pode ser feita com ou sem contraste.

Esse é um composto capaz de evidenciar certas estruturas, mostrando-as com maior nitidez nas imagens da ressonância.

Principalmente se forem hipervascularizadas, como os tumores, ou mesmo para avaliar a parte interna dos vasos sanguíneos, permitindo a identificação de doenças como a aterosclerose.

O tipo de contraste usado na ressonância magnética é feito à base de gadolínio, o que representa mais uma vantagem em relação a outros exames radiológicos.

Enquanto raio X e tomografia costumam utilizar contraste iodado, que tende a causar reações alérgicas, o gadolínio raramente provoca efeitos colaterais.

Caso seja empregado, será necessário fazer uma punção para administração por via endovenosa, o que aumenta o tempo de preparo para a RM pélvica.

Resultado de ressonância magnética da pelve

A tecnologia presente no equipamento de RM possibilita a conversão dos sinais captados em pixels, formando imagens em alta resolução.

Uma vez que apareçam na tela do computador, os registros podem ser salvos junto ao prontuário digital do paciente – e, claro, interpretados por um radiologista, que vai apontar se o resultado é normal ou alterado.

Essa informação consta na conclusão do laudo médico.

Antes de chegar à fase final, o especialista precisa avaliar os registros sob a luz da suspeita clínica, histórico do paciente e queixas atuais.

O que pode demorar dias, postergando a entrega do resultado da RM.

A demora costuma causar preocupação no paciente e familiares, principalmente se estiverem aguardando detalhes sobre um tumor com suspeita de malignidade.

A boa notícia é que existe uma solução para agilizar esse processo, chamada plataforma de telemedicina.

Como avaliar uma ressonância magnética da pelve com a telemedicina

Segundo determina o Conselho Federal de Medicina, exames radiológicos como a ressonância magnética podem ser conduzidos por um técnico em radiologia.

No entanto, apenas radiologistas especializados estão aptos a laudar o procedimento, o que pode deixá-los sobrecarregados – e, como eu mencionei antes, atrasar a entrega de resultados importantes.

Nesse cenário, a telemedicina surge como alternativa para aliviar a sobrecarga de trabalho dos especialistas in loco e conferir agilidade ao laudo da RM.

Isso porque o software de telemedicina permite o compartilhamento dos registros com toda a segurança e praticidade.

Assim, eles podem ser interpretados a distância pelo time de especialistas da empresa de telemedicina.

Laudo online de RM da pelve

A emissão do laudo online no sistema de Telemedicina Morsch é simples.

Basta que a ressonância magnética da pelve seja realizada normalmente, e as imagens, enviadas para a plataforma hospedada na nuvem.

Esse é um local da internet protegido por senhas e criptografia, a fim de preservar o sigilo médico quanto às informações de saúde.

Uma vez que os registros sejam compartilhados, um de nossos radiologistas online inicia sua avaliação.

Em seguida, elabora e assina digitalmente o laudo a distância, garantindo sua autenticidade.

Dessa forma, o documento é liberado rapidamente no sistema, acabando com a espera pelos resultados.

O médico responsável, paciente e até acompanhantes podem acessar o laudo digital a partir de qualquer dispositivo, desde que tenham login e senha.

Acesse esta página e leve hoje mesmo toda a inovação da telerradiologia para sua clínica ou hospital.

Conclusão

Abordei neste artigo a finalidade, tipos e indicações da ressonância magnética da pelve.

Além de opções para otimizar a emissão do laudo desse exame, usando o software da Telemedicina Morsch.

Se quiser esclarecer dúvidas ou complementar as informações, deixe um comentário abaixo.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin