Como funciona a via parenteral na administração de medicamentos

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de abril de 2022
Via parenteral

Profissionais de enfermagem e equipes médicas devem conhecer a via parenteral.

Reunindo diferentes formatos de administração de medicamentos, essa via contribui para a segurança do paciente, alívio de sintomas e condições adversas.

Desse modo, as medicações ganham agilidade para surtir efeito sistêmico, alcançando a corrente sanguínea rapidamente.

O acesso parenteral não serve apenas para medicar o paciente, mas é importante em outras atividades, como a nutrição.

Abordo detalhes sobre o tema ao longo deste artigo.

Siga com a leitura para saber mais sobre os tipos de vias parenterais, quando estão indicadas e como reforçar o treinamento do seu time usando a telemedicina.

O que é via parenteral?

Via parenteral é a via de administração de medicamentos através de injeção.

Esse é um dos principais formatos para medicar pacientes, oposto à via enteral.

Estudando cada nomenclatura, fica fácil compreender seu funcionamento, porque ambos os nomes vêm da palavra grega enteron, que se refere ao intestino.

Portanto, as vias enterais são aquelas que proporcionam a absorção das medicações pelo intestino, passando por uma ou mais partes do sistema digestivo.

A mais clássica é a via oral, na qual as substâncias são engolidas e percorrem o mesmo caminho dos alimentos no trato digestivo, mas há também as vias sublingual e retal.

Já a via parenteral se refere a algo fora que não passa pelo intestino e aparelho digestório.

Como funciona a via de administração parenteral

A via de administração parenteral funciona com o suporte de ampolas e agulhas.

Os materiais são específicos para cada tipo de via parental, conforme explico no próximo tópico.

Por enquanto, basta dizer que os medicamentos são aplicados por via endovenosa, subcutânea, intramuscular, etc.

Eles alcançam a corrente sanguínea mais rapidamente do que os administrados por via enteral.

Para tanto, devem estar em forma líquida e livre de contaminantes, ministrados por meio de materiais estéreis e descartáveis.

Caso contrário, o doente correrá o risco de sofrer infecções e outros agravos à saúde.

Além do mais, o time de enfermagem deve seguir a prescrição médica à risca, zelando para que a medicação seja administrada lentamente.

Esse cuidado é essencial para prevenir a ruptura dos finos vasos capilares.

Tipos de vias parenterais

Existem diversos tipos de vias parentais, pois elas reúnem todos os meios injetáveis para medicar o paciente.

Listo aqui as mais populares:

  • Endovenosa (EV) ou intravenosa (IV): antibióticos e adrenalina são exemplos de compostos aplicados por via endovenosa ou intravenosa. Essa opção é muito utilizada diante de urgências e emergências, pois permite a liberação da medicação diretamente na corrente sanguínea
  • Intramuscular (IM): ideal para aplicações com pouco volume e que possam provocar sensibilidade na área cutânea, pois o músculo é menos sensível. Alguns tipos de vacinas e anticoncepcionais são administrados por via intramuscular, normalmente na região das nádegas, braços ou coxas
  • Subcutânea (SC): emprega uma agulha para injetar o medicamento na camada abaixo da pele, resultando em absorção lenta pelo organismo. É uma opção para pacientes em condições especiais, como idosos e bebês que apresentem dificuldade no acesso à via endovenosa. Substâncias que tratam trombose e a insulina necessária para diabéticos costumam utilizar a via subcutânea, alternando entre locais como abdômen, braços, dorso e coxas para garantir o sucesso das terapias
  • Intradérmica (ID): mais superficial que a subcutânea, essa via compreende a área entre a derme e a epiderme. Uma de suas aplicações está em terapias para combater infecções e testes alérgicos.

 

Qual a via parenteral mais rápida?

Uma das opções mais rápidas é a via intravenosa, pois a medicação vai direto para a corrente sanguínea.

No entanto, cabe ressaltar que nem todos os compostos podem ser administrados dessa forma, seja por características específicas ou limitações do paciente.

Quando usar a via parenteral?

As duas indicações básicas da via parenteral estão na administração de medicamentos e na nutrição de pacientes com comprometimento do sistema digestivo.

Veja a seguir três situações em que essa via pode ser utilizada.

Paciente inconsciente

Ministrar compostos, comprimidos ou cápsulas por via oral representa um risco para pessoas inconscientes.

Elas podem se engasgar e ter outras dificuldades para engolir, portanto, a via parenteral é recomendada.

Doente impedido de engolir

Condições como doenças degenerativas, neurológicas e traumatismo crânio encefálico podem desencadear a disfalgia.

Assim, o paciente tem grande dificuldade para engolir, ainda que esteja consciente.

Vias parentais

Medicamentos administrados via parenteral alcançam a corrente sanguínea mais rapidamente do que por via enteral

Indivíduo com problemas no aparelho digestivo

Patologias que afetam o trato digestivo também devem motivar a preferência pela administração de medicamentos por via parenteral.

Na presença de agravos severos como tumores, doença de Crohn e pancreatite, é indicada ainda a nutrição parenteral, feita por via endovenosa.

Fármacos que não devem ter contato com sucos digestivos

Dependendo da composição dos fármacos, eles podem interagir com substâncias presentes no estômago e outros locais do sistema digestivo.

Alguns podem até se ligar a certos alimentos e, portanto, não devem passar pelo trato digestivo.

Vantagens e desvantagens da via parenteral

Maior segurança na dosagem e rápido efeito das medicações são as vantagens de escolher a via parenteral.

Esse meio ainda permite a administração de medicamentos em situações delicadas, como as que comentei acima, dando suporte terapêutico.

Também há desvantagens, a exemplo da complexidade das técnicas e risco de infecção ao perfurar a pele do paciente.

Além disso, o uso de agulhas tende a causar dor e desconforto, ainda que de forma breve.

Como a telemedicina auxilia profissionais da saúde

Atividades complexas como a administração de medicamentos por via parenteral, posicionamento do paciente e condução de exames de imagem necessitam de treinamento.

Sem capacitação, aumentam as chances de cometer erros, comprometendo a qualidade da assistência em saúde.

Porém, nem sempre há opções de treinamento presencial para as equipes de consultórios, clínicas e hospitais.

A boa notícia é que dá para ampliar os conhecimentos com o auxílio da plataforma de telemedicina Morsch.

Basta acessar a qualquer hora do dia ou da noite para conferir conteúdo didático em vídeo, áudio e texto e aprimorar os saberes – clique aqui e saiba mais.

Conclusão

A via parenteral representa uma opção importante para o tratamento e nutrição do paciente.

Daí a necessidade de dominar esse tema, a fim de ofertar o melhor atendimento nas unidades de saúde.

A Telemedicina Morsch contribui para qualificar a assistência, disponibilizando treinamento online 24 horas por dia.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin