Como facilitar e otimizar o atendimento pediátrico na sua clínica?

Por Dr. José Aldair Morsch, 2 de abril de 2021
Atendimento pediátrico: como otimizar esse processo na sua clínica?

Assim como as demais áreas da saúde, o atendimento pediátrico é um serviço que pode ser muito beneficiado com o auxílio da tecnologia.

A Telemedicina é uma modalidade que cresce exponencialmente ao redor do mundo, e que recentemente teve sua regulamentação muito avançada no Brasil.

Além de viabilizar atendimentos à distância, ela torna o contato com os pacientes e seus familiares mais prático, viável, seguro e dotado de inúmeras possibilidades.

Para que você entenda os benefícios dessa prática e descubra como aprimorar os atendimentos pediátricos na sua clínica, preparei este artigo completo sobre o tema. Saiba mais sobre:

  • Regulamentação da medicina remota;
  • Sua importância em tempos de pandemia;
  • Eficácia em relação aos métodos tradicionais;
  • Principais métodos, regras e recomendações;
  • Além de possibilidades de otimização.

É possível fazer atendimento pediátrico à distância?

De acordo com o Código de Ética Médica, estabelecido pela Resolução CFM n° 2.217/2018 e editado pelas Resoluções CFM nº 2.222/2018 e 2.226/2019, os médicos não podem prescrever tratamentos e outros procedimentos sem exames diretos.

Contudo, a Resolução CFM nº 1.643/2002 prevê uma série de métodos interativos de comunicação de dados e audiovisual para a prestação de assistência via Telemedicina, com responsabilidade profissional inerente ao médico assistente.

Ou seja, essas normas permitiam a realização da saúde à distância, mas eram desalinhadas aos avanços que já ditavam a saúde ao redor do mundo. Uma vez que, impossibilitavam a realização de teleconsultas, teleorientação, telemonitoramento e teleintersconsultas.

Isso mudou com o ofício CFM 1756/2020, que foi aprovado em caráter excepcional para o combate da pandemia da COVID-19 e passou a reconhecer a possibilidade e a eticidade dessas práticas ligadas à Telemedicina.

As mudanças fazem com que, atualmente, as tecnologias e as ferramentas médicas remotas agora sejam liberadas em suas amplas possibilidades, inclusive para atendimentos pediátricos.

Por mais que a liberação deva durar apenas durante a crise sanitária e de saúde pública, a tendência é que novas normativas, leis e diretrizes sejam editadas posteriormente para que a Telemedicina seja regularizada definitivamente.

Afinal, milhares de médicos e pacientes passaram a explorar suas possibilidades e a perceber seus benefícios.

Dessa forma, essa modalidade que já era crescente deve se consolidar ao fim do período pandêmico, visto que os avanços legais em saúde jamais devem retroceder em relação aos seus interessados.

Qual é a importância da pediatria online em tempos de pandemia?

Por falar em pandemia, não podemos nos esquecer que as principais recomendações para a prevenção da COVID-19 incluem o isolamento social e práticas de higienização.

Dessa maneira, mais do que permanecer em casa, as pessoas devem evitar ao máximo comparecer às unidades de saúde, já que as mesmas estão sobrecarregadas e mais sujeitas aos riscos de contágio pela doença.

Apesar disso, é válido destacar que todos os problemas ou condições de saúde, derivados do coronavírus ou não, devem seguir sendo avaliados, tratados e monitorados com a devida atenção médica.

Nesse contexto, a Telemedicina é a alternativa ideal, pois permite a interação e as intervenções entre especialistas e pacientes, sem que isso signifique uma maior exposição aos perigos ligados ao vírus.

Utilizando os atendimentos pediátricos como exemplo, os pais e responsáveis podem manter um contato constante com o pediatra de seus filhos, mas de maneira remota.

Assim, o especialista pode seguir orientando tratamentos, tirando dúvidas e até solicitando exames para garantir a saúde integral da criança.

Em casos de urgência, ou em que há necessidade de intervenção física imediata, o profissional pode encaminhar o paciente para um ponto de atendimento. Porém, isso só será feito quando for estritamente necessário.

Ou seja, a Telemedicina pode substituir inúmeras possibilidades de atenção à saúde, tornar o contato junto aos médicos ainda mais constante e viável, e ainda servir como um importante meio de triagem para encaminhamento às unidades presenciais.

O atendimento pediátrico online é tão eficaz quanto presencial?

Como destaquei acima, a Telemedicina pode melhorar significativamente o relacionamento do médico com os pacientes e suas famílias.

Isso porque, trata-se de uma prática que amplia e facilita os meios de comunicação e de atendimento, que se tornam mais ágeis e viáveis para todos os envolvidos.

Por mais que a saúde remota não tenha o nível de contato do ambiente físico, ela pode ter seus benefícios explorados para que sejam tão relevantes quanto aqueles dos atendimentos presenciais.

No atendimento pediátrico, isso depende muito da inclusão e do engajamento dos pais, bem como da empatia e do poder de percepção do especialista.

É essencial que o médico assuma a responsabilidade pela prática da Telemedicina e a ofereça com total segurança, em comum acordo com os desejos dos pais.

A partir disso, uma relação de respeito mútuo deve ser construída, com foco na confidencialidade das informações trocadas online, na independência da opinião do profissional para a realização das consultas e dos tratamentos, bem como na autonomia do paciente e de seus responsáveis.

Normalmente, é indicado que ao menos uma consulta presencial seja feita com o paciente antes que a rotina de Telemedicina seja estabelecida.

Contudo, em muitos casos isso não é necessário, como em atendimentos de rotina, em consultas simples e que não demandam avaliação física e principalmente durante os riscos e dificuldades gerados pela atual pandemia.

Como funciona o atendimento pediátrico via Telemedicina?

O atendimento pediátrico online é eficaz?

Em geral, o atendimento pediátrico via Telemedicina, assim como nas demais áreas médicas, deve seguir todos os padrões éticos e normativos comuns aos atendimentos físicos.

Isso significa que o médico deve ter autonomia para decidir, sempre com a aceitação do paciente ou de seus responsáveis, se a medicina remota será utilizada em determinada situação.

Ou seja, ao optar pela Telemedicina, o único fator a ser considerado é a relação de benefícios que isso pode ser gerado à pessoa atendida.

Uma vez que, nem todos os quadros clínicos podem ser tratados apenas com atendimentos remotos, é fundamental o discernimento do especialista envolvido.

Durante o emprego da Telemedicina, a responsabilidade integral do caso é do profissional de saúde. Isso vai muito além da consulta, incluindo também o diagnóstico, opinião médica, tratamento e demais intervenções.

Também cabe ao médico responsável informar ao paciente e sua família sobre todas as possíveis limitações que a medicina à distância pode gerar no caso específico.

Com todas essas questões esclarecidas, é preciso que tudo seja registrado por meio do Consentimento Livre e Esclarecido, que obrigatoriamente é inserido no Prontuário Eletrônico do Paciente.

Em relação aos pagamentos, é importante destacar que só são custeados pelo poder público aqueles que são exclusivamente prestados pelo SUS. No caso dos pacientes privados, a contraprestação segue os mesmos parâmetros de precificação presencial.

Nesse sentido, também é importante verificar o regulamento dos planos de saúde, para conferir como funciona sua cobertura na Telemedicina, além das publicações da ANS sobre o tema.

O atendimento pediátrico pode ser realizado a partir das práticas básicas da Telemedicina, que incluem:

Teleconsulta

Como o próprio nome indica, teleconsulta diz respeito às consultas à distância. Elas são realizadas via sistemas de Telemedicina, com o apoio de ferramentas de videoconferências e recursos como prontuários e receituários eletrônicos, autenticados via assinatura digital.

Teleinterconsulta

Ao contrário do caso anterior, não prevê a interação entre médicos e pacientes, mas sim entre profissionais de saúde e especialistas. Serve para:

  • Troca de informações;
  • Auxílios diagnósticos e terapêuticos;
  • Busca de segunda opinião médica;
  • Entre outras interações que podem aprimorar a visão e as intervenções sobre os pacientes.

Telemonitoramento

Assim como os monitoramentos presenciais em saúde servem para o acompanhamento integral dos parâmetros e das condições do paciente, o telemonitoramento visa uma supervisão médica mais contínua e recorrente, feita à distância. 

É recomendado principalmente para pacientes especiais, como idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

Teleorientação

A teleorientação funciona de forma semelhante às teleconsultas, mas visa um contato mais breve entre o médico e o paciente. Seja para oferecer explicações, tirar dúvidas, prestar orientações ou realizar a triagem dos indivíduos que precisam, ou não, de encaminhamento a uma unidade presencial de saúde.

Como melhorar o atendimento pediátrico com o uso da tecnologia?

Quando tratamos sobre atendimentos pediátricos, muitos profissionais sabem que certos cuidados são fundamentais para aprimorar a experiência das crianças e de seus pais.

No ambiente presencial, investir em uma boa decoração infantil, ter uma equipe solicita e de confiança, bem como uma infraestrutura aconchegante são alguns dos diferenciais que enriquecem o contato do pediatra com os pacientes e garantem mais conforto para os atendimentos.

Já na Telemedicina, os pontos que destacam os pediatras dos demais e os aproximam de seu público são mais ligados à tecnologia.

Em primeiro lugar, é preciso trabalhar o marketing digital, para que o especialista se posicione como uma autoridade na sua área e se demonstre disposto a auxiliar as famílias em suas demandas.

Mais que um recurso para ampliar o público, essa é uma forma de dar mais tranquilidade aos responsáveis em relação à pessoa que guiará o atendimento de seus filhos.

Depois, é preciso considerar como a plataforma de Telemedicina será capaz de transmitir ao ambiente online todos os benefícios que podem ser conferidos no consultório.

Muito além de oferecer as ferramentas necessárias para as teleconsultas e prontuários eletrônicos, esses sistemas precisam contar com recursos extras, que possibilitem atendimentos mais completos e humanizados.

Essas funcionalidades devem incluir desde facilidades simples, como agendamentos e alertas automáticos, até recursos como curva de desenvolvimento da criança, registro de histórico e notas extras, para que o pediatra acompanhe melhor os pormenores, preferências e peculiaridades de cada paciente, tornando as consultas ainda mais personalizadas e próximas das pessoas.

Muitas são as possibilidades da Telemedicina para complementar o atendimento pediátrico.

O ideal é consultar cada solução disponível e analisar como ela pode fazer com que você se diferencie em relação aos demais especialistas e humanize ainda mais as suas consultas.

Quais regras devem ser seguidas no atendimento pediátrico?

Todos os médicos que desejam aderir à Telemedicina precisam utilizá-la sob os preceitos éticos fundamentais de não maleficência, beneficência, autonomia e sigilo de informações.

De acordo com a legislação vigente, os especialistas têm a possibilidade de emitir atestados, receitas e até assinar prontuários via plataformas eletrônicas remotas, inclusive lidando com a documentação dos pacientes à distância.

Contudo, isso só é válido mediante assinaturas eletrônicas, que precisam ser devidamente validadas através de certificados emitidos pelo ICP-Brasil ou CRM Digital.

Quais regras devem ser seguidas no atendimento pediátrico?

Assim como nas práticas tradicionais de saúde, o atendimento pediátrico via Telemedicina deve integrar a proteção, recuperação e promoção de saúde do paciente.

Para isso, é preciso ir além das consultas, dos tratamentos e dos diagnósticos da criança, considerando também as particularidades das suas diferentes fases de desenvolvimento.

Outro ponto importante na pediatria à distância, tanto ou mais do que na presencial, é orientar e engajar os pais, para que prestem assistência junto ao médico para seus filhos e tenham papel ativo na comunicação e atendimento de suas necessidades.

Recomendações para quem deseja prestar atendimento pediátrico online

Segundo a Portaria nº 467/GM/MS, os atendimentos feitos via Telemedicina devem ser registrados via Prontuário Eletrônico do Paciente.

Nesse documento digital, algumas informações devem ser preenchidas durante cada contato com a pessoa atendida.

Os dados precisam incluir tudo aquilo o que é necessário para a boa condução do caso, como:

  • A tecnologia empregada para a teleconsulta;
  • CRM do profissional;
  • Bem como data e hora do atendimento.

Manter o prontuário sempre atualizado é imprescindível, com as informações recebidas, as recomendações passadas pelo profissional, método de identificação do paciente e parecer sobre os meios de recebimento dos dados.

Como mencionei ao longo do artigo, atestados e receitas podem ser emitidos via Telemedicina, por meio de assinatura eletrônica autenticada pelo ICP-Brasil ou CRM Digital.

Nesses documentos, dados como identificação do médico, CRM, informações do paciente e registros de data e hora também são fundamentais.

Por fim, vale reforçar que o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é indispensável e obrigatório no prontuário eletrônico.

Ele deve ser encaminhado antes do atendimento pediátrico para que os responsáveis o analisem, tirem dúvidas e o preencham corretamente.

Nele, as possibilidades e limitações da Telemedicina devem ser informadas de maneira clara, para que todos estejam de acordo com suas condições.

A plataforma da Telemedicina Morsch pode ser sua aliada

Se você deseja prestar serviços de telepediatria, as ferramentas e benefícios da Telemedicina Morsch são ideais para as suas demandas.

A plataforma da Telemedicina Morsch pode ser sua aliada

Desde 2005, oferecemos uma plataforma completa e com tecnologia de ponta, com dados em nuvem que conferem maior praticidade aos envolvidos.

Contamos com sólidos protocolos de segurança, para garantir o respeito à privacidade de médicos e pacientes.

Entre nossos serviços, estão as funcionalidades de:

  • Teleconsulta e telemonitoramento;
  • Soluções de telediagnósticos com laudos à distância;
  • Prontuário eletrônico do paciente;
  • Teleinterconsultas, com mais de 50 especialistas de todas as áreas da medicina.

Ainda, oferecemos cobertura integral, relatórios e estatísticas para aprimorar o seu desempenho, além de suporte, treinamentos e custos especiais para você começar com a garantia de sucesso.

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Conclusão

Os serviços de atendimento pediátrico, a exemplo das demais áreas da medicina, podem e devem ser aprimorados com o auxílio da tecnologia.

Na Telemedicina, é possível garantir um contato mais constante e seguro com os pacientes e seus responsáveis, fato que não só amplia a atenção à saúde, como também torna as consultas mais viáveis e livres de riscos ligados à atual pandemia.

Contudo, para que tudo seja feito com conformidade, é preciso ficar atento às normas do CFM e do Governo Federal, bem como às diferentes ferramentas e possibilidades oferecidas pelas melhores plataformas de medicina remota do mercado.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin