Clínica de ressonância magnética: entenda o que faz e como abrir uma
Montar uma clínica de ressonância magnética pode ser uma opção interessante para quem deseja empreender na saúde.
Em especial porque existem diversas localidades que não contam com equipamentos de RM por perto, o que confere um diferencial para quem abrir esse tipo de clínica nos arredores.
Contudo, arcar com o alto custo das instalações e do próprio aparelho de ressonância antes mesmo da inauguração é desafiador.
Também será preciso ter conhecimentos em gestão em saúde para estruturar um negócio.
Nada que não possa ser organizado com muito planejamento, como explico neste artigo.
Avance na leitura e veja detalhes sobre o funcionamento e como montar uma clínica de ressonância magnética.
Vou mostrar também como a telemedicina ajuda a reduzir custos com a interpretação de exames.
O que faz uma clínica de ressonância magnética?
A clínica de ressonância magnética foca na oferta do melhor exame de imagem disponível atualmente.
Simples, rápido, indolor e não invasivo, o procedimento produz um tipo de fotografia interna de diversas partes do corpo sem usar radiação ionizante.
Isso faz toda a diferença para a segurança de profissionais e pacientes, uma vez que a exposição aos raios X de forma contínua aumenta o risco de câncer.
Os perigos são maiores para grupos sensíveis, como as gestantes, para as quais radiografias e tomografias são contraindicadas.
Já a ressonância magnética é uma alternativa segura a esses exames, podendo ser realizada com finalidade diagnóstica ou terapêutica.
No entanto, como exige alto investimento, não é comum encontrar clínicas que só realizam os diferentes tipos de RM.
Normalmente, são oferecidos também outros exames radiológicos para ampliar o portfólio e as receitas.
Outro formato é o de clínicas de especialidades médicas como neurologia e cardiologia, que podem oferecer exames especializados como a ressonância magnética.
O que é ressonância magnética?
Ressonância magnética é um exame que combina campo magnético e ondas de radiofrequência para formar imagens internas do organismo.
Conduzido por médicos ou técnicos em radiologia devidamente treinados, o procedimento gera imagens de alta resolução, permitindo a análise de detalhes de diversas estruturas anatômicas.
Ao contrário da tomografia e raio X, que produzem registros das partes moles em tons escuros de cinza, a RM oferece imagens nítidas de tecidos de baixa densidade, como órgãos e cartilagens.
A qualidade dos registros é maior quando o aparelho é de campo fechado – modalidade mais popular, composta por um grande tubo e uma maca onde o paciente é examinado.
Existe ainda a ressonância de campo aberto, que dispensa a permanência do paciente dentro do tubo, proporcionando maior conforto a pessoas claustrofóbicas.
Obesos e doentes acamados também se beneficiam desse tipo de equipamento, que gera imagens de menor resolução, porém.
Não deixa de ser útil para estudar extremidades do corpo, por exemplo.
O que a ressonância detecta?
Clínicas de ressonância magnética contribuem para uma série de diagnósticos, que são confirmados a partir dos resultados do exame.
Malformações congênitas, quadros inflamatórios e até pequenas massas cancerígenas podem ser observadas nas imagens de RM.
Listo algumas dessas condições abaixo:
- Esclerose múltipla
- Espondilite anquilosante
- Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico
- Tumores cerebrais, como na glândula pituitária
- Inflamações no sistema nervoso central ou articulações
- Tumores em outros tecidos, como nos ossos
- Hérnia de disco
- Tendinite, bursite e calcificações
- Rupturas e outras lesões nas articulações e ligamentos
- Nódulos, cistos e calcificações em partes moles, como as mamas.
Outras patologias podem ser detectadas através da angioressonância magnética, que fornece imagens internas dos vasos sanguíneos, a exemplo de:
- Trombose venosa profunda
- Doença arterial coronariana (DAC)
- Aneurismas
- Estenose
- Malformações dos vasos sanguíneos.
Aproveite para saber mais sobre a solicitação do exames em clínicas e consultórios.
Como funciona a ressonância magnética?
Antes de entrar na sala de RM, paciente e operador do equipamento devem retirar quaisquer objetos metálicos.
Geralmente, o serviço de saúde oferece aventais para facilitar esse preparo.
Em seguida, o paciente é posicionado na maca do equipamento de RM, recebendo orientações para que se mantenha imóvel durante todo o exame, a fim de evitar artefatos nas imagens.
Caso seja uma ressonância com contraste, é necessário fazer uma punção para administrar o composto à base de gadolínio, permitindo que o líquido chegue à área examinada no momento que as imagens forem captadas.
Com o paciente posicionado, o médico ou técnico em radiologia responsável pela condução do procedimento vai até a sala de comando, ao lado da sala de RM.
Ele liga o equipamento, permitindo a formação de um campo magnético intenso por parte do grande magneto presente no aparelho.
A força de atração do ímã provoca o desalinhamento de átomos de hidrogênio, que são abundantes nas células do corpo humano.
O desalinhamento dura apenas um instante, mas provoca a emissão de ondas de rádio (ruídos), que são captadas pelo equipamento.
Em seguida, são convertidas num sinal específico e enviadas a um computador com algoritmo próprio para o exame.
Então, o sinal é transformado em pixels, produzindo a imagem na tela do computador.
Mais tarde, os registros são interpretados por um radiologista especializado na área do exame, de maneira presencial ou online.
Qual a diferença entre ressonância e tomografia?
Como mencionei acima, a principal diferença entre tomografia e ressonância está na técnica de aquisição da imagem.
Enquanto a TC usa radiação ionizante, a RM emprega magnetismo e ondas de rádio para formar os registros internos.
A tecnologia contida em cada aparelho também interfere nas propriedades das imagens.
No caso da tomografia computadorizada, a clareza dos registros depende da densidade do tecido retratado.
Isso porque, quanto maior a densidade, mais raios são absorvidos, deixando poucos para escurecer as imagens.
Está aí a razão para os ossos aparecerem em branco, enquanto o ar é retratado em preto.
Partes moles surgem em tons de cinza que, muitas vezes, são escuros e impedem sua visualização em detalhes.
Já os registros da ressonância independem da densidade das estruturas, permitindo retratos mais nítidos das partes moles.
Por fim, vale citar também a diferença entre os meios de contraste utilizados.
A maioria dos exames de TC empregam contraste iodado, que pode provocar reações alérgicas em pacientes sensíveis.
Ao passo que a RM usa compostos feitos com gadolínio, um metal que raramente causa alergia.
Nesse cenário, a ressonância com contraste oferece maior segurança que a tomografia.
Onde tem uma clínica de ressonância perto de mim?
A clínica de ressonância mais próxima pode estar na mesma cidade ou até no mesmo bairro, para quem mora em capitais e centros urbanos brasileiros.
Porém, pode ser difícil encontrar serviços de saúde que tenham aparelho de RM em locais remotos ou cidades pequenas.
Segundo dados do Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema Saúde (PROADESS), o país conta com 1,38 equipamento de ressonância a cada 100 mil habitantes.
A distribuição da tecnologia é desigual, pois, enquanto na região Centro-Oeste essa razão é de 1,85, na Norte, cai para apenas 0,89.
Isso afeta a disponibilidade do exame, exigindo que pacientes viajem até municípios maiores para realizar uma RM.
Já em outras localidades, basta fazer uma rápida busca online ou consultar o livreto do plano de saúde para achar um serviço que oferece a ressonância.
Como montar uma clínica de ressonância magnética?
Comentei na abertura do texto que montar uma clínica de ressonância é um desafio.
Porém tudo fica mais simples quando dividido em etapas, o que permite estabelecer pequenas metas para alcançar o objetivo.
Pensando nisso, apresento os sete principais passos para abrir uma clínica de RM:
1. Capriche no planejamento
Uma gestão de qualidade pede a avaliação do cenário atual e do desejado, a fim de escolher o melhor caminho.
Essa é a premissa do planejamento que, quando aplicada a qualquer empresa, deve se iniciar com um plano de negócios completo.
Assim, dará para identificar pontos como o porte da clínica, investimento inicial, serviços ofertados, público-alvo, concorrentes, áreas com grande quantidade de pacientes, etc.
Com o documento em mãos, será possível planejar os primeiros anos de operação, adotando estratégias para diminuir as despesas e potencializar os lucros.
2. Atenção às regras para a localização
Mesmo que não utilize radiação ionizante, o equipamento de ressonância emite um forte campo magnético.
Portanto, a escolha do imóvel para a clínica deve considerar o espaço disponível para o aparelho de campo fechado, que é robusto e necessita de uma sala inteira para operar.
Observe as normas sanitárias e, se for preciso, consulte um arquiteto ou engenheiro experiente na área da saúde para que ele faça uma avaliação antes de você comprar ou alugar o imóvel.
3. Faça as reformas e adaptações no imóvel
Muitas vezes, será preciso fazer reformas, a não ser que a edificação tenha sido projetada para serviços radiológicos.
A sala de RM, por exemplo, tem de dar acesso a corredores largos para que haja uma rota de acesso que permita a passagem do magneto do equipamento.
Esse local também deve ficar distante de garagem, elevadores e aparelhos eletrônicos que possam gerar interferências no exame.
Piso, cabine de radiofrequência para isolamento da sala e climatização adequada são outros quesitos importantes, que devem obedecer às recomendações do fabricante e autoridades de saúde.
4. Providencie as licenças necessárias
Prefeitura, vigilância sanitária e Corpo de Bombeiros precisam conferir alvarás específicos para que a clínica esteja em conformidade com as normas de saúde, segurança e administrativas.
Solicite, assim que possível:
- Licença de Funcionamento Sanitária
- Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiros
- Cadastro no departamento de limpeza urbana.
Verifique a necessidade de atender a outras normas em sua cidade ou estado.
5. Compre ou alugue os equipamentos
Dependendo da demanda que você planeja atender, um único aparelho de RM será suficiente.
Faça uma pesquisa para comparar o custo-benefício do aluguel ou compra de um equipamento novo ou usado.
Também pode ser necessário comprar mais equipamentos médicos e outros insumos para os exames, como fones de ouvido, aventais descartáveis e móveis.
Não se esqueça dos materiais de escritório, mesas, cadeiras, computador, etc.
6. Contrate sua equipe
A clínica de ressonância deve ter um médico radiologista como responsável técnico.
Caso você não tenha essa formação, será preciso contratar esse especialista, que pode ter o auxílio de um técnico em radiologia e profissionais de enfermagem.
Além da equipe médica, é útil contratar funcionários para a recepção, limpeza e segurança, que podem ser terceirizados.
7. Promova seu negócio
Construir uma estratégia de marketing para clínicas médicas é essencial para atrair e fidelizar pacientes.
Ela pode envolver ações online, aproveitando o potencial do marketing digital para divulgar seus serviços.
Comece com um site e, se possível, monte um blog para compartilhar informações com o público-alvo.
Posts e anúncios em redes sociais e e-mail marketing são outras iniciativas interessantes para atrair pacientes.
Parcerias com empresas locais e prêmios para indicações são estratégias offline que podem ajudar.
Benefícios da telemedicina para clínicas de ressonância
Ao conectar a equipe local da clínica a especialistas online, a telemedicina otimiza a interpretação e emissão do laudo de RM.
Tudo por meio de um processo simples, que começa com a realização do exame normalmente pelo médico ou técnico em radiologia.
Empresas de telemedicina modernas, como a Morsch, permitem a integração entre o equipamento de ressonância e o sistema PACS.
Dessa forma, as imagens são enviadas automaticamente ao PACS. Ou podem ser compartilhadas pelo responsável pelo exame, após fazer login na plataforma de telemedicina.
Em seguida, um radiologista online avalia os achados sob a luz do histórico do paciente e suspeita clínica.
As informações são relatadas no laudo online, assinado digitalmente e liberado no sistema.
A dinâmica permite a entrega dos resultados em minutos via sistema Morsch, ou até em tempo real no caso de urgências.
Por dispensar deslocamentos e a contratação de todo um time de especialistas, o telediagnóstico diminui os gastos com laudos médicos.
Outra vantagem está no software em nuvem, que pode ser acessado pela internet a partir de qualquer dispositivo conectado.
Descubra todos os benefícios de contratar a Morsch como parceira da sua clínica.
Conclusão
Após ter conferido os passos para montar uma clínica de ressonância magnética, você pode se planejar com antecedência e aumentar as chances de sucesso do seu negócio.
Conte com a Telemedicina Morsch para reduzir gastos e aumentar o portfólio de exames.
Se gostou do artigo, veja mais conteúdos de radiologia aqui no blog.