Tomografia da coluna: o que é, para que serve e como é feita

Por Dr. José Aldair Morsch, 4 de novembro de 2022
Tomografia da coluna

A tomografia da coluna é um método de diagnóstico por imagem de grande importância.

A técnica e padrão das imagens tomográficas permitem avaliar cada osso dessa estrutura em detalhes, mostrando até pequenas lesões.

Junto ao contraste, tomógrafos modernos evidenciam até mesmo partes moles, além de estruturas hipervascularizadas como os tumores.

Daí o interesse de radiologistas, ortopedistas, reumatologistas, cirurgiões e outros médicos nos detalhes desse exame.

Técnicos em radiologia podem conduzir o procedimento, que deve ser interpretado por um radiologista qualificado.

Usando um software de telemedicina, sua equipe deixa o laudo para um especialista online, otimizando as atividades na unidade de saúde.

Falo sobre isso e muito mais neste artigo com panorama completo sobre a TC da coluna.

O que é tomografia da coluna?

Tomografia da coluna é um método diagnóstico que capta cortes transversais da coluna, usando radiação ionizante.

Isso é possível porque o equipamento usado na TC (sigla para tomografia computadorizada) possui um tubo giratório que coleta imagens a partir de diferentes ângulos.

Esses cortes são como radiografias, ou seja, fotografias internas da estrutura examinada.

No caso da coluna, que é extensa, há opções que cobrem sua estrutura inteira ou algumas partes.

A escolha entre as diferentes modalidades depende da suspeita clínica e histórico do paciente, o que possibilita avaliar a necessidade de obter imagens de um trecho maior ou menor.

O estudo viabilizado pela tomografia representa avanços significativos, pois dispensa procedimentos invasivos numa área delicada e indispensável ao equilíbrio do corpo.

Inclusive, o exame tem relevância para a decisão e planejamento de cirurgias nas vértebras, permitindo sua observação prévia para fazer interferências localizadas e certeiras.

Dessa forma, dá para diminuir riscos de lesões em áreas sensíveis, capazes de comprometer movimentos e até a locomoção do paciente.

Para que serve a tomografia da coluna?

A tomografia da coluna pode ser solicitada com várias finalidades.

Como acabei de mencionar, uma delas é a avaliação pré-cirúrgica da estrutura, a fim de orientar incisões e procedimentos invasivos.

O exame ainda auxilia no pós-operatório, com o intuito de analisar os resultados da cirurgia, detectar possíveis lesões e hematomas.

Como relata este artigo sobre “TC da coluna lombar após artrodese com emprego de material metálico”:

“Nos estudos da coluna, geralmente, é utilizado um filtro para a visualização óssea e outro para tecidos moles, nos planos axial, sagital e coronal. Entretanto, para a avaliação de artrodese com material metálico, se fazem necessárias reconstruções mais detalhadas para reduzir artefatos, envolvendo inclusive imagens em três dimensões, e para isso, a utilização de diferentes filtros”.

Outras indicações são a avaliação de doenças e sintomas aparentemente relacionados a problemas na coluna.

Entre as patologias, vale citar:

  • Hérnia de disco
  • Fraturas
  • Calcificações
  • Espondilose ou artrose na coluna
  • Estenose vertebral
  • Desvios (escoliose, cifose, lordose)
  • Inflamações
  • Tumores benignos e malignos
  • Malformações congênitas
  • Efeitos da esclerose múltipla e outras patologias inflamatórias desmielinizantes.

Na sequência, falo sobre os sintomas investigados nesse exame.

Sintomas investigados pela TC da coluna

Quanto aos sintomas, cabe ressaltar que mesmo os inespecíficos podem ter relação com doenças que afetam a coluna.

Afinal, essa estrutura dá sustentação a todo o corpo, podendo gerar, por exemplo, dores que irradiam para os membros inferiores.

Nesse contexto, a associação entre alguns sinais inespecíficos pode motivar o pedido pela tomografia, a fim de confirmar ou afastar a suspeita do médico.

Os principais sinais avaliados pela TC de coluna são:

  • Dor nas costas
  • Dor ciática
  • Desvios de coluna
  • Limitação de movimentos
  • Paresias – a perda súbita de força na região
  • Dor de cabeça
  • Parestesias – mudança na sensibilidade
  • Febre
  • Vertigens
  • Tonturas.

Quando um ou mais sintomas são relatados, o médico pode solicitar uma tomografia para ampliar a investigação.

TC da coluna

Existem vários tipos de tomografia da coluna, indicados conforme a necessidade de estudar um ou mais trechos

Como é feita a tomografia da coluna?

A técnica da TC de coluna é rápida, simples, indolor e não invasiva.

O único desconforto para o paciente costuma ser a necessidade de que permaneça imóvel, a fim de evitar artefatos nas imagens do exame.

Nesses casos, o paciente pode se comunicar com o profissional responsável pelo procedimento, pedindo sua interrupção, mas isso é raro.

Geralmente, o método diagnóstico é realizado sem complicações.

Primeiro, o paciente é posicionado em decúbito dorsal (de barriga para cima) na maca do tomógrafo.

Em seguida, o técnico em radiologia vai para uma sala adjacente, onde fica a estação de comando do equipamento.

Assim que ligado, o aparelho de TC emite feixes de raio X através de um tubo capaz de girar 360 graus ao redor da estrutura avaliada.

Ou seja, do trecho da coluna ou coluna inteira.

A radiação ionizante atravessa as partes examinadas, sendo absorvida de diferentes formas.

Tecidos densos, como os ossos, absorvem a maioria dos raios X, deixando pouca radiação passar.

Tecidos de menor densidade, como cartilagens e partes moles, captam menos radiação, deixando a maior parte atravessá-las.

Os raios X restantes se chocam contra uma placa fotossensível, localizada na maca do aparelho de tomografia.

Esses sinais são captados e enviados a um computador com algoritmo específico, que os transforma em imagens.

Assim, partes densas aparecem mais claras, enquanto as menos densas são vistas em tons de cinza.

Tomógrafos modernos permitem ajustes quanto aos filtros utilizados, dando maior nitidez a partes moles.

Outro recurso é o uso de contraste para conferir destaque a certas áreas.

Volto a falar desse assunto mais à frente.

Preparação para a tomografia da coluna

A tomografia de coluna raramente exige algum preparo.

Com exceção do exame com contraste, que pede jejum de pelo menos 4 horas.

Já a TC sem contraste requer apenas que o paciente seja orientado a tirar todos os acessórios metálicos antes de entrar na sala do exame.

Joias, bijuterias, relógio, celular, cintos, fivelas, presilhas, sutiãs com aro metálico e óculos estão entre os objetos que devem ser removidos.

Muitas vezes, a clínica ou hospital fornece um avental para o exame, facilitando essa etapa do preparo.

Caso o paciente tenha alguma prótese, isso deve ser informado na ocasião de agendamento do exame.

Também vale orientar o indivíduo para que se mantenha parado enquanto o tomógrafo estiver ligado, garantindo a captação de imagens de qualidade.

Se não, o exame poderá ser estendido e até ter de ser repetido para obter os registros necessários ao diagnóstico ou terapia pretendidos pelo médico solicitante.

Tomografia computadorizada da coluna

Os serviços que oferecem tomografia com contraste devem estar preparados para atender emergências

Tipos de tomografia da coluna

Como mencionei antes, existem vários tipos de tomografia da coluna, indicados conforme a necessidade de estudar um ou mais trechos.

Isso porque a coluna vertebral é uma estrutura extensa e complexa, que cumpre funções indispensáveis para a locomoção.

Suas 33 vértebras (ossos articulados) permitem que o corpo se equilibre com rigidez, mas também seja flexível para realizar uma série de movimentos, servindo como suporte.

Além do mais, a coluna dá proteção à medula espinhal, que é parte indispensável do sistema nervoso central (SNC).

Os ossos rijos impedem que traumas e outros impactos danifiquem a medula.

Do pescoço ao cóccix, a coluna vertebral é composta pela seguinte sequência:

  • 7 vértebras cervicais
  • 12 vértebras torácicas
  • 5 vértebras lombares
  • 5 vértebras sacrais (fundidas)
  • 4 vértebras que formam o cóccix (também fundidas).

As vértebras são separadas por estruturas cartilaginosas, chamadas discos intervertebrais.

Esses discos servem tanto para impedir o atrito entre os ossos quanto para amortecer os diversos impactos que podem atingir a coluna.

Os trechos dessa grande estrutura óssea servem de base para sua visualização através de exames de imagem, como a tomografia computadorizada.

Apresento os diferentes tipos de TC da coluna a seguir.

Tomografia da coluna cervical

Refere-se à aquisição de imagens internas do trecho mais alto da coluna, na região do pescoço.

A TC da coluna cervical cobre as sete primeiras vértebras, de C1 a C7.

Possíveis desvios e dores estão entre as razões para a realização do exame nessa parte da coluna.

Tomografia da coluna torácica ou dorsal

A região dorsal compreende a maior porção da coluna, incluindo 12 vértebras, de T1 até T12.

Essa área fica logo atrás do tórax e pode ser acometida por alterações como desvios e osteofitose (bico de papagaio).

Má postura e sobrecargas podem aumentar a curvatura natural da coluna, gerando desvios.

Enquanto os osteófitos surgem do desgaste dos discos intervertebrais, fazendo surgir tecido ósseo ao redor deles.

Tomografia da coluna lombar

A região lombar vem logo após a coluna torácica, formada por cinco vértebras: de L1 a L5.

Essa parte tem uma curvatura natural, convexa e para a frente.

Osteofitose, infecções e hérnia de disco estão entre os problemas na coluna lombar investigados com o auxílio da tomografia.

O deslocamento do conteúdo gelatinoso de um disco intervertebral (hérnia de disco) está entre os principais motivos para dores nas costas.

Nesse cenário, o tecido pode comprimir uma raiz nervosa da medula espinhal, gerando o incômodo.

Tomografia da coluna lombossacra

É a TC que incide sobre as vértebras que formam o sacro, logo abaixo da parte lombar.

Ou seja, as cinco vértebras fundidas de S1 a S5.

Tomografia da coluna total

Dependendo da suspeita clínica ou doença investigada, o médico pode pedir um estudo tomográfico de toda a coluna.

Infecções e metástases estão entre as patologias que pedem esse exame mais completo, que permite avaliar a extensão dos danos.

O mesmo raciocínio vale para desvios da coluna.

Como é feita a tomografia da coluna com contraste?

A TC contrastada da coluna consiste no mesmo método diagnóstico para a aquisição de imagens por meio do tomógrafo, mas com o acréscimo de um meio de contraste.

Esse composto é empregado quando há necessidade de evidenciar partes moles ou hipervascularizadas, como infecções e câncer.

Para tanto, é usada uma substância que mantém a opacidade quando atravessada pelos raios X, ou seja, um agente radiopaco.

No caso da TC da coluna, o composto utilizado é à base de iodo e aplicado por via intravenosa.

Sua administração começa antes de ligar o tomógrafo, enquanto o paciente é preparado para o exame.

Desse modo, o contraste atinge a localização precisa enquanto são captadas imagens da coluna.

O composto iodado confere destaque a tecidos menos densos, permitindo sua análise pelo médico radiologista.

No entanto, é preciso observar possíveis reações adversas no paciente.

Em geral, elas são leves e passageiras, como gosto metálico na boca e calor no local da punção para inserir o contraste.

Mas há casos de maior gravidade, que provocam edema de glote, arritmias e até parada cardiorrespiratória, pedindo socorro imediato.

Por isso, os serviços que oferecem tomografia com contraste devem estar preparados para atender emergências.

Como a telemedicina agiliza o laudo da tomografia da coluna

A telemedicina promove a conexão entre equipes locais e especialistas à distância.

Dentro de um sistema seguro e intuitivo, seu time pode se comunicar com médicos de diferentes áreas, solicitando segunda opinião ou telediagnóstico.

Plataformas completas como a Telemedicina Morsch disponibilizam esses serviços em poucos cliques.

Basta fazer login para pedir uma segunda opinião e esclarecer dúvidas sobre uma suspeita clínica ou resultado de exame.

No mesmo software, você encontra centenas de especialistas prontos para interpretar a tomografia da coluna remotamente, assim como outros métodos de diagnóstico por imagem.

Oriente seu técnico em radiologia para que faça o exame normalmente e compartilhe os registros em nosso software.

Em seguida, um radiologista qualificado avalia os achados considerando o histórico do paciente e suspeita clínica.

Ele elabora e assina digitalmente o laudo online, liberado na própria plataforma.

Assim, dá para entregar o laudo médico em minutos ao paciente, seja impresso, enviado por e-mail ou até visualizado no sistema mediante login e senha.

Além da agilidade, suas informações ficam protegidas por criptografia, podendo ser vistas apenas por pessoas autorizadas.

Nosso sistema obedece a todas as exigências do CFM, Ministério da Saúde e Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Saiba mais sobre as vantagens de ter a Morsch como sua parceira neste link.

Conclusão

A tomografia da coluna é um dos exames mais modernos e relevantes para a investigação de doenças que acometem o sistema locomotor.

Também auxilia na orientação pré-cirúrgica e avaliação após operações nessa estrutura.

Com o suporte da Telemedicina Morsch, sua equipe deixa a interpretação e laudo da TC de coluna para nossos especialistas, diminuindo a carga de trabalho dos radiologistas locais.

Além de ganhar rapidez na entrega dos resultados.

Achou este artigo interessante? Então, compartilhe com seus contatos!

Inscreva-se em nossa newsletter e continue aprendendo sobre tecnologia e medicina.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin