Radiografia: para que serve, tipos, como funciona e vantagens do laudo eletrônico

A radiografia segue exercendo um importante papel no diagnóstico por imagem, mesmo nos dias de hoje, com técnicas mais avançadas.
Esse fato se deve a fatores como a simplicidade, rapidez, alta disponibilidade e custo reduzido na comparação com uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Bastam alguns minutos para obter registros a partir do aparelho de raio-X, acelerando o diagnóstico e o tratamento.
Continue a leitura deste artigo para conferir um panorama completo sobre a radiografia, incluindo as aplicações, tipos, cuidados e riscos do raio-X.
Você ainda vai descobrir os benefícios da telemedicina e laudo a distância para esse e outros exames radiológicos.

O que é radiografia?
Radiografia é um exame que forma imagens internas utilizando radiação ionizante.
Em referência ao tipo de energia empregado, o procedimento também é chamado de raio-X.
Trata-se de um exame simples, indolor e não invasivo, que pode ser realizado por um técnico em radiologia treinado e tem poucas contraindicações.
Quem inventou a radiografia?
Foi o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen quem descobriu os raios-X, em 1895.
No dia 22 de dezembro daquele mesmo ano, o cientista conduziu a primeira radiografia, mostrando o interior da mão esquerda de sua esposa, Anna Bertha Roentgen.

Para tanto, ele usou um aparelho experimental e colocou a mão de Anna sobre o chassi, mantendo-a parada por 15 minutos para permitir a passagem da radiação ionizante e sua chegada ao filme radiológico.
Em seguida, Roentgen revelou o filme, observando nitidamente os ossos, rodeados por partes moles e menos densas.
Sua invenção representou uma revolução na medicina mundial, pois viabilizou o estudo não invasivo do organismo.
Para que serve a radiografia?
O exame dá suporte ao diagnóstico de doenças e lesões em diferentes partes do corpo.
Um exemplo clássico são as fraturas, facilmente visíveis nas imagens radiográficas.
Aliás, outros problemas nos ossos, como malformações e até fissuras, também ficam evidentes nos registros, pois o tecido ósseo é muito denso.
Essa característica faz com que ele apareça em branco e nítido, o que permite detectar pequenas alterações.
Mas o raio-X possibilita também observar outras estruturas anatômicas, incluindo articulações, pulmões e outros órgãos dos sistemas digestivo, urinário e reprodutor – que ganham maior clareza com o uso de contraste.
Como funciona a radiografia?
Conforme a tecnologia disponível, o procedimento utiliza um aparelho de raio-X digital ou analógico.
Ambos têm um funcionamento similar, com exceção da formação das imagens.

Eles contêm um tubo de raios-X, onde o feixe de radiação é produzido.
Quando o equipamento é ligado, esse feixe de raios-X sai através de uma abertura, que deve ser posicionada sobre a área do corpo examinada.
Parte da radiação é absorvida pelos tecidos, enquanto o restante os atravessa e chega até uma chapa fotossensível (no caso da radiografia analógica) ou detectores (instalados na mesa do aparelho de RX digital).
Se o equipamento for analógico, os raios não absorvidos queimam o filme radiológico, viabilizando a geração da imagem que será exibida após sua revelação.
Já a tecnologia digital dispensa a etapa de revelação, pois o sinal captado pelos detectores é transmitido a um algoritmo específico.
Na sequência, o software os converte em imagem digital, composta por pequenos pontos ou pixels e visível diretamente na tela do computador.
O que a radiografia pode identificar?
Uma série de patologias e anormalidades pode ser detectada com o suporte desse exame de imagem, a exemplo de:
- Fraturas, fissuras e luxações
- Malformações ósseas
- Nódulos
- Calcificações
- Pneumonia e outras infecções
- Pneumotórax
- Tuberculose
- Enfisema pulmonar
- Cálculo renal e biliar
- Aneurisma da aorta abdominal
- Obstrução intestinal e fecalomas
- Pneumoperitônio – vazamento de ar para a cavidade abdominal
- Hérnia de disco
- Artrose
- Sinusite
- Cardiomegalia (coração aumentado)
- Hidrocefalia
- Tumores
- Metástases.
Em certos casos, a radiografia possibilita o diagnóstico precoce ou mesmo o rastreamento de doenças como o câncer de mama.
Com o suporte da mamografia, que é uma modalidade de radiografia das mamas, pequenos nódulos e microcalcificações são identificados, viabilizando o tratamento em fase inicial.
Nesse cenário, as chances de cura superam os 90%, e a paciente pode não precisar de terapias agressivas, agilizando sua recuperação.

Em referência ao tipo de energia empregado, o procedimento também é chamado de raio-X
Tipos de radiografia
Extremamente versátil, a radiografia pode ser solicitada para visualizar diversas partes do corpo.
Entre os principais tipos de raio-X estão:
- Radiografia do tórax: permite a visualização de ossos, pulmões, coração e estruturas adjacentes. Também existe a versão adaptada para medicina ocupacional (o RX de tórax OIT), que é importante para identificar doenças como as pneumoconioses
- Radiografia da coluna: pode ser feita na versão RX da coluna total ou para retratar uma das porções da coluna vertebral: cervical, dorsal, lombar e lombossacra
- Radiografia do pulmão: possibilita o estudo de anormalidades nesses órgãos, como infecções, enfisema pulmonar, nódulos e tumores
- Radiografia da cabeça: solicitada para a observação de aspectos cranianos como forma, simetria e tamanho, além das cavidades paranasais, espessura e densidade óssea
- Radiografia dos seios da face: o estudo dos seios paranasais e estruturas em redor é feito por meio desse exame, que revela agravos à saúde como desvio de septo e sinusite
- Radiografia do abdome: pode exibir várias estruturas localizadas na região abdominal, tais como estômago, intestino, aorta abdominal, rins, bexiga etc. Geralmente, o raio-X de abdome é um exame contrastado, porque as partes moles não são vistas facilmente numa radiografia sem contraste
- Radiografia dos membros superiores: trechos do ombro, braços e mãos são observados com o suporte das imagens radiográficas
- Radiografia dos membros inferiores: pernas, joelhos e pés se beneficiam da avaliação por meio desse tipo de raio-X.
Mencionei, anteriormente, que existem outros exames que correspondem a variações da radiografia, a exemplo da mamografia digital ou analógica.
O densitômetro ou aparelho de densitometria óssea também emprega radiação ionizante, junto à técnica DXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry), para calcular a densidade mineral óssea.
Como é feita uma radiografia?
O exame começa com o posicionamento radiológico adequado para a modalidade de radiografia solicitada, sendo a posição mais comum o decúbito dorsal, que oferece conforto para que o paciente permaneça imóvel durante o procedimento.
O médico ou técnico em radiologia responsável devem utilizar os devidos EPI (equipamentos de proteção individual), a fim de se protegerem dos efeitos adversos da radiação.
Dependendo do caso, pacientes e acompanhantes também dispõem de aventais de chumbo e outros itens protetores.
Com tudo preparado, o profissional responsável liga o equipamento de raio-X, que emite um feixe de raios-X sobre a área examinada.
Conforme mencionei anteriormente, parte da radiação é absorvida de acordo com a densidade dos tecidos.
Quanto mais denso, mais raios-X um tecido capta, deixando pouca radiação chegar à chapa ou detector.

É por isso que partes duras, como os ossos, aparecem em branco, enquanto partes moles são vistas em tons de cinza, apresentando variações na nitidez conforme sua densidade.
Por ter alta radiotransparência, o ar é retratado em preto.
Após finalizar as incidências descritas no pedido do exame, o médico ou técnico em radiologia desliga o equipamento e libera o paciente para suas atividades de rotina.
Preparo para a radiografia
Geralmente, a radiografia não precisa de preparo.
Basta que o paciente seja orientado a retirar objetos metálicos como joias, bijuterias, óculos relógios, a fim de evitar a formação de artefatos nas imagens.
No entanto, se for uma radiografia com contraste, será necessário jejum de até 10 horas – caso de exames do trato digestivo – e, por vezes, dieta e ingestão de líquidos preparatórios para esvaziar o intestino.
A radiografia contrastada ainda requer a administração do composto antes da aquisição das imagens, o que pode ser feito por via intravenosa, via oral ou retal.
Geralmente, o contraste iodado é administrado por via intravenosa, enquanto compostos à base de bário são ingeridos por via oral.
Quais os riscos do raio-X?
Mencionei, na abertura do texto, que a radiografia tem contraindicações.
Embora raras, elas existem para preservar fetos em formação, por exemplo, que têm maior sensibilidade em relação ao efeito da radiação no corpo humano.
Por terem alta energia, os raios-X são capazes de alterar o DNA das células, desencadeando malformações fetais, diminuição da taxa de leucócitos, catarata, entre outros potenciais agravos à saúde.
A exposição a essa radiação também pode causar câncer, principalmente se for contínua e duradoura.
Isso porque a radiação ionizante tem efeito cumulativo no organismo, fazendo aumentar o risco de doenças conforme se elevam as oportunidades, tempo de contato e quantidade de raios-X absorvidos pelo corpo.
Nesse cenário, são raras as complicações para pacientes.
Entretanto, profissionais como técnicos em radiologia e médicos radiologistas devem redobrar os cuidados de proteção radiológica para reduzir a exposição ocupacional.
Para tanto, é necessário blindar a sala de raio-X, permanecer no local pelo tempo mínimo possível e utilizar os EPIs da radiologia corretamente, como avental de chumbo, óculos plumbífero e protetores para áreas sensíveis como a tireoide.
Outro risco está no uso de contraste, em especial de compostos iodados em solução hipertônica (tipo iônico), que podem provocar reações adversas.
Na maioria das vezes, elas são leves e passageiras, mas há casos de maior gravidade.
Listo as possíveis reações a seguir:
- Urticária (irritação na pele)
- Gosto metálico na boca
- Edema nas pálpebras e face
- Náuseas, vômito e diarreia
- Tontura
- Dor de cabeça
- Aumento na pressão arterial
- Convulsão
- Falta de ar
- Tosse, pigarro, rouquidão
- Edema de glote
- Arritmias (alterações na frequência cardíaca)
- Insuficiência renal
- Parada cardiorrespiratória.
Veja na sequência como analisar e interpretar uma radiografia.

Como analisar uma radiografia?
A análise e interpretação do raio-X é reservada a médicos radiologistas especializados na área do exame, de acordo com as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Esses são os profissionais aptos a produzir o laudo médico do exame, com base em conhecimentos sobre anatomia, possíveis alterações patológicas e características das imagens radiográficas.
Dentre os aspectos avaliados, vale citar:
- Incidências da radiografia: póstero-anterior (PA), ântero-posterior (AP), oblíquas AP ou PA, médio-lateral ou látero-medial. Elas informam a trajetória ou direção do raio central emitido pelo equipamento de raio-X, e geralmente são marcadas no canto superior dos registros do exame
- Estruturas presentes na área retratada e possíveis sobreposições, especialmente em locais como abdome e tórax
- Distorções no formato das estruturas anatômicas, conforme a incidência e o ponto de vista da radiografia
- Rotação do paciente, que é uma falha comum decorrente do mau posicionamento na hora do exame, bem como movimentos de inspiração e expiração
- Penetração dos raios-X, que deve ser precisa para permitir a observação de alterações radiopacas.
A partir dessas e outras informações, o especialista elabora o laudo, apontando, na conclusão, se o resultado é normal ou alterado.
Veja, agora, os benefícios de contar com o serviço de telediagnóstico, que viabiliza a interpretação a distância da radiografia.

O exame pode ser realizado por um técnico em radiologia treinado e tem poucas contraindicações
Vantagens do laudo eletrônico de radiografia
Expliquei, acima, que apenas radiologistas qualificados podem interpretar o exame.
O que acaba atrasando a emissão de laudos em locais que não dispõem de radiologistas durante todo o seu horário de funcionamento.
Mas é possível reverter esse quadro contando com a Telemedicina Morsch, que supre a carência de radiologistas responsáveis pelo laudo do raio-X.
Basta treinar o técnico em radiologia para que realize normalmente o exame e, em seguida, compartilhe os resultados em nosso software de telemedicina em nuvem.
Se o aparelho de radiografia for digital, você pode configurá-lo para o envio automático das imagens ao PACS da Morsch, permitindo que sejam analisadas com rapidez por um radiologista de plantão.
Ele produz e insere a assinatura digital no telelaudo, que agrega vantagens como:
- Laudos produzidos por especialistas com CRM e RQE ativos
- Resultados emitidos 24 horas por dia, mesmo aos domingos e feriados
- Laudos online entregues em minutos
- Plataforma de telemedicina com registro no CRM, atendendo às determinações das autoridades de saúde
- Teleinterconsulta para discutir casos complexos
- Segunda opinião médica como opção para encaminhar os pacientes.
Descubra todas as vantagens da telemedicina radiológica aqui!
Conclusão
É inegável a contribuição da radiografia para os avanços da tecnologia na medicina, viabilizando o diagnóstico por imagem.
Sua clínica ou hospital pode agilizar a emissão dos resultados por meio da telemedicina, dando fim às filas de espera.
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