Enfisema pulmonar no RX: veja como identificar a doença

Por Dr. José Aldair Morsch, 1 de novembro de 2023
Enfisema pulmonar rx

Será possível visualizar o enfisema pulmonar no RX?

Na prática clínica, é comum que pacientes com sintomas sugestivos da doença, como dispneia e tosse crônica, sejam encaminhados ao raio X de tórax.

Afinal, trata-se de um exame com alta disponibilidade, simples, rápido e de baixo custo.

Contudo, é preciso fazer uma análise minuciosa dos registros radiográficos para apoiar a hipótese diagnóstica e prosseguir com a investigação.

Neste texto, apresento os pontos de atenção para formular o diagnóstico e como se beneficiar do laudo a distância.

Enfisema pulmonar no RX: é possível identificar?

Quanto se trata do diagnóstico de enfisema pulmonar no RX, a melhor resposta é: depende da manifestação e estágio da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Lembrando que a condição combina enfisema pulmonar e bronquite crônica.

Normalmente, alterações decorrentes do enfisema pulmonar só são visíveis em estágio avançado no raio X de tórax, como explica o texto “A radiografia de tórax e a DPOC”, divulgado no periódico Radiologia Brasileira:

“O rendimento da avaliação da DPOC pelo estudo radiológico simples é bastante limitado, não havendo anormalidade na radiografia se não existir aprisionamento de ar. Nestes casos, a principal alteração é a redução da vasculatura, o que somente é perceptível muito tardiamente na história natural da doença, além de ser um critério de extrema subjetividade”.

Tanto que o método diagnóstico por imagem indicado para o diagnóstico definitivo não é o RX, mas a tomografia do pulmão.

No entanto, existe um consenso entre as sociedades médicas de que a radiografia torácica nas posições póstero-anterior e perfil deve ser solicitada na avaliação de pacientes com suspeita de DPOC.

Embora o exame não possa esclarecer o diagnóstico, é capaz de afastar outras doenças, como pneumonia e insuficiência cardíaca.

Como identificar enfisema pulmonar no RX de tórax?

O raio X torácico apresenta baixa sensibilidade e especificidade no diagnóstico de DPOC.

Porém, é importante procurar por quatro alterações significativas nas imagens, como descreve o estudo “Diagnóstico Radiológico da DPOC”:

“A hiperinsuflação é o achado mais importante, refletindo a perda da tração elástica dos pulmões. A retificação ou o rebaixamento do diafragma abaixo do sexto espaço intercostal anterior, na inspiração máxima; o aumento do espaço aéreo retroesternal (maior que 3 cm); e o alongamento e a verticalização do diâmetro transverso do coração, na sua maior extensão, inferior a 11,5 cm e permanecendo afilado mesmo com aumento do ventrículo direito, são critérios de hiperinsuflação pulmonar”.

O aumento da radiotransparência pulmonar é um indicador não acurado, pois depende de aspectos constitucionais do paciente, podendo ser mascarado pela hiperinsuflação pulmonar e atenuação da trama vascular periférica.

Quanto às alterações vasculares, podem se manifestar via proeminência dos vasos hilares em contraste com o estreitamento periférico, determinando oligoemia.

Por fim, destaco o único achado específico do enfisema no RX, e que só aparece em um terço dos casos: a presença de bolhas.

Segundo o já mencionado artigo sobre diagnóstico radiológico, essa condição:

“É caracterizada por uma área de maior radiotransparência e zona avascular medindo mais de 1 cm de diâmetro, podendo ou não estar delimitada por fina linha radiopaca que constitui sua parede. Representa um lóbulo pulmonar distendido ou um grupo de lóbulos, podendo chegar a 20 cm de diâmetro, como resultado da coalescência de alvéolos rotos. São responsáveis pela piora funcional respiratória atribuída à compressão de tecido preservado adjacente, além de ser potencial gerador de pneumotórax”.

Laudo de RX com enfisema pulmonar

O laudo de RX com enfisema em que haja aprisionamento de ar poderá revelar algumas situações.

São elas:

  • Diafragma rebaixado ou retificado, abaixo do sexto espaço intercostal, anterior, na inspiração máxima
  • Aumento do espaço claro retroesternal (maior que 3 cm), persistência do aumento do espaço claro retroesternal na expiração
  • Coração alongado e verticalizado, com o diâmetro transverso, na sua maior extensão, inferior a 11,5 cm, permanecendo afilado mesmo com aumento do ventrículo direito
  • Presença de bolhas, identificável por meio de área de maior radiotransparência, avascular, podendo ou não estar delimitada por fina linha branca.

A seguir, falo sobre outros métodos para diagnóstico.

Outros métodos de diagnóstico do enfisema pulmonar

O diagnóstico da doença é dado a partir da combinação de manifestações clínicas, exames pneumológicos e/ou radiológicos.

Relatos de tosse persistente com muco e dispneia aos esforços levam à suspeita de enfisema, que deverá ser investigada utilizando exames complementares como o raio X e:

  • Espirometria: também chamada prova de função pulmonar, permite detectar o comprometimento da função ventilatória pulmonar
  • Tomografia computadorizada: utiliza radiação ionizante junto a um tubo giratório para captar imagens detalhadas dos pulmões, possibilitando observar o achado anatomopatológico de destruição de septos alveolares.

A escolha do exame depende da análise médica para cada caso.

Enfisema pulmonar raio x

Alterações decorrentes do enfisema pulmonar só são visíveis em estágio avançado no raio X de tórax

Qual é o tratamento para enfisema pulmonar?

Existem três linhas principais de tratamento: medicamentos, reabilitação pulmonar e cirurgia.

As duas primeiras são mais comuns, pois podem ser aplicadas na maioria dos casos.

Começando pela terapia medicamentosa, pode-se prescrever salbutamol, terbutalina e outros broncodilatadores para combater os sintomas de enfisema pulmonar.

Simultaneamente, são administrados corticoides inaláveis como a budesonida.

Técnicas de reabilitação pulmonar, incluindo exercícios e fisioterapia, também contribuem para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Casos específicos são candidatos à cirurgia de redução de volume pulmonar ou ao transplante de pulmão, indicado como último recurso.

Vantagens do laudo eletrônico de raio X

Disponível para a espirometria, raio X e TC pulmonar, o laudo online confere agilidade ao diagnóstico de enfisema pulmonar.

Isso porque ele conecta a equipe local a especialistas qualificados.

E isso rompe a barreira geográfica através da plataforma de telemedicina.

Basta acessar softwares em nuvem como a Morsch e compartilhar os gráficos ou imagens para que sejam interpretados a distância, sob a luz da suspeita clínica e histórico do paciente.

Então, o especialista responsável finaliza o relatório com sua assinatura digital, garantindo a confiabilidade.

Nesse cenário, o laudo eletrônico é entregue em minutos.

O que acha de aproveitar essas vantagens na sua clínica ou hospital?

Contrate o time Morsch para acelerar o diagnóstico na sua clínica.

Conclusão

Como mencionei, nem sempre é possível identificar o enfisema pulmonar no RX.

Entretanto, o exame tem importância ao descartar outras condições patológicas, colaborando com um diagnóstico preciso.

Sua equipe ainda pode contar com a Telemedicina Morsch para ter acesso ao laudo digital com segurança e rapidez.

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Aproveite para ler mais artigos sobre pneumologia que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin