Tomografia do pulmão: como é feita e como obter resultado rápido

Por Dr. José Aldair Morsch, 15 de dezembro de 2021
Tomografia do pulmão

A tomografia do pulmão é um exame de imagem utilizado para estudar esses órgãos de forma não invasiva – ou seja, sem incisões ou cirurgias.

Pneumonia e câncer de pulmão estão entre as suspeitas clínicas investigadas com o suporte desse procedimento.

Desde 2020, o teste ganhou mais notoriedade por auxiliar no diagnóstico de Covid-19, já que a doença pode causar um tipo de pneumonia silenciosa em alguns pacientes.

Se está buscando aprofundar os conhecimentos a respeito da TC de pulmão, este artigo é para você.

A partir de agora, trago informações indispensáveis sobre como funciona o exame e de que forma otimizar os resultados com a telemedicina.

O que é uma tomografia do pulmão?

Tomografia de pulmão é um teste que capta imagens transversais desses órgãos, usando um feixe de raios X.

Esse tipo de estudo também pode ser solicitado como tomografia de tórax, já que os pulmões estão entre as principais estruturas vistas na avaliação torácica.

Como citei na abertura do texto, uma de suas vantagens é a possibilidade de visualizar estruturas internas sem qualquer incisão.

Simples e rápido, o procedimento tem poucas contraindicações e bom custo-benefício.

Isso porque, quando comparado a outros exames similares, como a ressonância magnética, o preço é menor.

Outro ponto positivo é a qualidade das imagens, que são bastante superiores às de uma radiografia simples.

E a tomografia com contraste do pulmão?

Antes de falar da TC de pulmão com contraste, vou voltar um passo para definir essa substância.

Contraste é um composto que confere destaque a uma área examinada, alterando sua capacidade de absorção de raios X.

Essa substância serve, então, para tornar certas estruturas mais nítidas nas imagens tomográficas.

Outra finalidade é na avaliação da parte interna dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões e região em redor.

Por ser líquido, o contraste simula a trajetória sanguínea, facilitando a identificação de obstruções e outras anomalias nas artérias e veias.

Existem diferentes tipos de contraste e vias de administração do composto.

Por enquanto, basta saber que, para a tomografia de pulmão, é utilizado contraste à base de iodo, administrado por via intravenosa.

Vale lembrar, ainda, que o contraste iodado costuma gerar reações adversas leves no paciente, como sentir gosto metálico na boca.

Nesse contexto, deve ser verificada a necessidade do teste para pessoas de grupos sensíveis, como aquelas que sofrem com insuficiência renal.

Embora eventos graves sejam raros, é importante indicar o procedimento que ofereça menor risco ao paciente.

A seguir, listo as possíveis complicações do uso de contraste iodado:

  • Calor
  • Gosto metálico enquanto o contraste é administrado
  • Náuseas
  • Urticária (irritação na pele)
  • Edema (inchaço) nas pálpebras e face
  • Vômito
  • Diarreia
  • Convulsões
  • Tontura
  • Dor de cabeça
  • Falta de ar
  • Hipertensão
  • Tosse, pigarro, rouquidão
  • Edema de glote
  • Arritmias (alterações na frequência cardíaca)
  • Insuficiência renal – perda súbita da capacidade dos rins de filtrar o sangue
  • Parada cardíaca – quando o coração para, ou bate em um ritmo insuficiente para bombear o sangue.

Para que serve a tomografia do pulmão

O teste serve para apoiar o diagnóstico de males que acometem os pulmões, estruturas vitais localizadas no tórax.

Os pulmões são órgãos esponjosos que exercem um papel indispensável para uma vida saudável: as trocas gasosas.

É graças a elas que o sangue recebe o oxigênio utilizado para dar energia às células de todo o corpo.

Esses órgãos são formados pelas seguintes partes:

  • Pleura: membrana que recobre os pulmões
  • Brônquios: tubos que nascem na traqueia, divididos entre pulmão direito e esquerdo
  • Bronquíolos: pequenas ramificações dos brônquios
  • Alvéolos: bolsas localizadas na extremidade dos bronquíolos, que contêm vasos sanguíneos muito finos – os capilares. É nessa área que ocorrem as trocas gasosas, captando oxigênio e expelindo gás carbônico.

Quando um agente infeccioso é inalado e alcança os alvéolos, provoca inflamação pulmonar, ou seja, pneumonia.

Alterações causadas por essa e outras reações inflamatórias podem ser vistas na tomografia.

Assim como estruturas hipervascularizadas, a exemplo de lesões e tumores.

O exame é particularmente útil para o rastreio do câncer pulmonar em fumantes ou indivíduos que tenham histórico dessa patologia na família.

Utilizando a TC com contraste, fica mais fácil visualizar o tumor e iniciar o estudo de suas características para sugerir o melhor tratamento.

Quando o diagnóstico é precoce, aumentam as chances de cura e a qualidade de vida para o paciente.

Tomografia com contraste do pulmão

Uma TC do pulmão é exame não invasivo, indolor e utilizado em uma variedade de indicações médicas

Indicações do exame

Embora seja mais específica que a TC de tórax, a tomografia do pulmão pode ser indicada para avaliar diversas doenças, como:

  • Pneumonia
  • Câncer de pulmão, que é crescimento desordenado de células doentes, levando ao comprometimento da capacidade pulmonar
  • Lesões pulmonares benignas
  • Enfisema pulmonar: perda da capacidade elástica dos pulmões devido a constantes agressões aos alvéolos, normalmente por causa do cigarro
  • Bronquite: inflamação nos brônquios provocada por bactérias ou vírus
  • Tuberculose: infecção causada pelo bacilo de Koch
  • Outra indicação importante ocorre na suspeita de infecção pelo coronavírus.

Casos graves costumam desencadear pneumonia no paciente e nem sempre apresentam os sintomas típicos dessa patologia.

É por isso que existem relatos médicos de uma pneumonia silenciosa relacionada à covid-19.

Ao contrário de casos típicos, a doença só foi constatada quando havia grave comprometimento pulmonar.

Daí a relevância de contar com um exame de imagem como a tomografia, que auxilia na detecção precoce ainda que não haja sintomas.

O teste também pode ser pedido pelo médico na presença de sinais como:

  • Hemoptise ou expectoração de sangue
  • Falta de ar
  • Respiração rápida e profunda
  • Baixa saturação de oxigênio
  • Febre alta
  • Tosse
  • Dor no peito
  • Confusão mental
  • Mal-estar generalizado
  • Secreção de muco purulento (catarro) de cor amarelada ou esverdeada
  • Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue)
  • Alterações da pressão arterial
  • Cansaço crônico.

Como é feita a tomografia do pulmão

A tomografia começa com uma orientação para que o paciente retire qualquer objeto metálico, a fim de evitar problemas com os artefatos.

Em seguida, o paciente deve se deitar sobre a maca que integra o aparelho de tomografia, chamado tomógrafo.

A maca tem a capacidade de deslizar para dentro do equipamento, colocando a área examinada sob o imenso tubo da máquina.

Caso seja preciso utilizar contraste, é feita uma punção para inserir a agulha e liberar o líquido aos poucos.

Depois, o técnico em radiologia responsável pela condução do exame liga o aparelho e vai para uma sala ao lado, onde fica a estação de comando.

Essa é uma precaução por causa da radiação ionizante emitida a cada tomografia, a fim de proteger a saúde do trabalhador.

Na estação de comando, ficam uma mesa, computador e software especial para converter os registros em imagens digitais.

Dali, o técnico coordena o teste, comunicando-se com o paciente se for preciso.

É natural que ele peça para que a pessoa se ajeite na maca, permitindo a captação de imagens de melhor qualidade.

Durante a TC de pulmão, o tubo do tomógrafo gira e emite raios X que são absorvidos em maior ou menor quantidade para formar imagens.

Os raios não absorvidos se chocam contra uma placa fotossensível posicionada abaixo do paciente, criando registros que são enviados ao software na estação de comando.

Esses sinais são transformados em pixels – os menores pontos de uma imagem digital.

Assim, é formado um tipo de fotografia interna dos pulmões.

TC Pulmonar

Na hora do exame, é feito o manejo correto do paciente, deixando-o na posição mais confortável possível

Qual o preparo para tomografia do pulmão?

O preparo pode incluir a suspensão temporária de medicamentos e jejum.

Mas isso depende da condição do paciente, da prescrição médica e da necessidade de contraste.

A única rotina que se mantém para qualquer exame é a retirada de itens metálicos como bijouterias, relógios etc.

E a orientação para que o paciente permaneça imóvel durante todo o procedimento.

Já os diabéticos que fizerem uso de certas medicações como Glucoformin devem suspender seu uso por alguns dias, sempre sob recomendação do médico.

Quem tiver pedido médico para que a tomografia seja com contraste precisa fazer jejum de 6 horas.

Também vale evitar o uso de cosméticos como cremes ou óleos na área torácica.

Resultado da tomografia do pulmão

O resultado do exame normalmente consiste em imagens em preto, branco e tons de cinza, parecidas com um negativo de fotografia analógica.

As estruturas aparecem em tonalidades diferentes, de acordo com sua densidade.

Ossos são muito densos e, portanto, absorvem grande quantidade de radiação, aparecendo em branco.

Já as partes moles absorvem poucos raios X, deixando a maior parte da radiação passar e se chocar contra a placa fotossensível.

Na hora de interpretar a TC de pulmão, também é essencial ficar atento a achados relacionados a determinadas condições.

Entre os infectados pelo coronavírus, por exemplo, existem características descritas neste estudo:

“Os achados tomográficos mais descritos na covid-19 consistem em opacidades em vidro fosco, pavimentação em mosaico e consolidações que, apesar de inespecíficas, geralmente apresentam distribuição torácica predominantemente bilateral, periférica e basal.”

Nessas situações, a conduta posterior é o isolamento do paciente e avaliação para recomendar o uso de medicamentos, administração de oxigênio ou intubação.

Mas as opacidades também são comuns em pneumonias provocadas por outros vírus, bactérias ou fungos.

Exames complementares como o raio X de tórax e cultura de escarro podem ser solicitados para apoiar a hipótese diagnóstica.

O tratamento envolve antibióticos e internação para casos graves.

Já no enfisema pulmonar, o espaço aéreo distal ao bronquíolo terminal fica aumentado de forma permanente, mostrando áreas de baixa atenuação, tipicamente sem paredes visíveis.

A terapia pode ser ministrada com broncodilatadores e outros remédios, além de fisioterapia para reabilitação pulmonar.

O que é considerada tomografia do pulmão normal?

Em uma tomografia de pulmão normal, os órgãos aparecem em preto, pois absorvem pouca radiação.

É possível observar gordura, água e músculos em tons acinzentados, e os ossos, em branco.

Não são vistas anormalidades como opacidades ou massas sólidas. Confira mais detalhes e imagens nesta aula.

TC de pneumonia

Nas imagens da tomografia do pulmão, aparecem tonalidades diferentes, em preto, branco e tons de cinza

Tecnologia qualifica a tomografia pulmonar

O próprio aparelho de tomografia representa uma evolução em relação ao raio X, pois coleta uma série de imagens em poucos minutos.

Mas algumas tecnologias desenvolvidas nas últimas décadas aperfeiçoaram o equipamento, resultando em benefícios para pacientes, médicos e gestores da área da saúde.

Uma delas foi a criação de anéis de deslizamento, que tomaram o lugar antes ocupado por cabos de raio-X de alta tensão no tomógrafo.

Essa invenção permitiu o desenvolvimento de aparelhos helicoidais, com dupla capacidade de captação de imagens em relação aos modelos da quarta geração (anteriores aos anos 1990).

Além de propiciar menor exposição aos raios X.

Mais tarde, os tomógrafos multislice chegaram para obter imagens a partir de diversos ângulos, de modo simultâneo.

Os mais modernos têm muitos canais, o que permite uma resolução impressionante para as imagens.

Unindo os registros, é possível até observar uma estrutura em 3D.

Além da tecnologia acoplada aos equipamentos, vivenciamos progressos na forma de comunicação e transmissão dos dados do exame.

Se, antes, era preciso levar ou mandar entregar filmes radiográficos pessoalmente, hoje em dia enviamos tudo pela internet, em poucos cliques.

E a inovação não para por aí, alcançando até o processo de interpretação da tomografia.

Laudos online de tomografia

Com o suporte da telemedicina, você pode reforçar seu time de radiologistas com laudos online.

Basta compartilhar os resultados do teste na plataforma Morsch para receber os resultados em minutos.

Os documentos são assinados digitalmente para garantir a autenticidade, e elaborados por nossa equipe de especialistas experientes.

Dessa forma, dá para aumentar o portfólio e as receitas sem sobrecarregar os radiologistas do seu quadro de funcionários.

Veja como é simples obter o laudo digital no software Morsch:

  1. Treine o técnico em radiologia para conduzir a TC em tomógrafo digital
  2. Configure o aparelho para enviar os registros automaticamente ao sistema de telemedicina ou compartilhe as imagens pelo computador após o exame
  3. Não se esqueça de inserir exames passados e outros dados sobre o paciente
  4. Aguarde pela avaliação do radiologista online, que interpreta os registros sob a luz desses dados e do histórico de saúde do doente
  5. Receba o laudo digital via plataforma
  6. Imprima e/ou compartilhe o resultado com o paciente via e-mail.

Conclusão

A tomografia do pulmão permite a identificação de achados importantes para o diagnóstico de uma série de patologias.

Daí a importância de ter esse exame entre os ofertados na sua clínica.

Como parceiro Morsch, você poderá adicionar esse e outros testes sem precisar manter todo um time de especialistas entre os colaboradores.

Basta delegar os laudos a nossa equipe e contar com a agilidade nas entregas.

Clique aqui e saiba mais sobre as vantagens de contratar um pacote de laudos online.

Se gostou deste texto, compartilhe.

Assine a newsletter para receber os próximos conteúdos.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin