o que é Saúde Digital? Conheça a legislação e seus benefícios

Por Dr. José Aldair Morsch, 21 de novembro de 2018
Saúde Digital - o que é, legislação, benefícios e desafios

O conceito de saúde digital tem se mostrado revolucionário.

Também chamada de saúde 4.0 ou e-Saúde, reúne tendências para o futuro da medicina mundial.

Isso sem falar nos impactos imediatos sobre a população, como qualidade de vida e diagnósticos mais ágeis e precisos.

Se você deseja saber mais sobre saúde digital, não deixe de ler este artigo até o fim.

A partir de agora, vou falar sobre iniciativas e exemplos de digitalização na saúde.

O que é saúde digital?

Saúde digital é uma área que usa tecnologias da informação e comunicação (TICs) para tratar pacientes, realizar pesquisas, promover aprendizagem e treinamento e também acompanhar doenças.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos principais objetivos da saúde digital ou e-Saúde é o monitoramento da saúde populacional.

Por isso, a maioria das ações em saúde digital consiste em unificar informações sobre pacientes, como medicamentos, consultas e exames, integrando softwares e dispositivos por meio da tecnologia atualmente disponível.

Sistemas para rastreamento de surtos de doenças com crowdsourcing e mensagens de texto para prevenção e gerenciamento de doenças como o diabetes são exemplos de tecnologias de saúde digital.

Crowdsourcing, vale dizer, é um processo colaborativo que se baseia na interação de comunidades para construir soluções em conjunto.

O futuro da saúde e da medicina

A digitalização nos consultórios acompanha a transformação

O futuro da saúde e da medicina estão na Telemedicina

Inovações tecnológicas sempre impactaram a área da saúde e a medicina, proporcionando grandes avanços a partir da invenção de equipamentos e sistemas que permitem a transmissão e compartilhamento de informações por longas distâncias.

Desde o final do século XX, com a popularização da internet, pesquisadores, gestores e profissionais de saúde vislumbraram novas possibilidades para ampliar o acesso a serviços e à prevenção de doenças.

Inteligência artificial, big data, automação, aplicativos, wearables (dispositivos vestíveis) e telemedicina são, ao mesmo tempo, realidade e tendência para os próximos anos.

Essas novidades agregam possibilidades animadoras, como a impressão de órgãos em 3D, o que eliminaria filas para transplante, além da edição genética para a cura de doenças.

A partir de uma maior conscientização, pacientes também começam a ter um papel ativo na promoção de sua saúde e até da sua comunidade.

Ao que tudo indica, o conceito de saúde digital deve influenciar o futuro da saúde e da medicina de forma profunda.

Não se trata de uma previsão empírica, até por que essas mudanças já começaram.

Um ótimo exemplo está no uso de robôs para auxiliar em diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e realização de cirurgias.

Esse tipo de procedimento, inclusive, tem oferecido ganhos consideráveis, como maior precisão, cortes mínimos e redução no tamanho das cicatrizes.

No Hospital Samaritano no Rio de Janeiro/RJ, pelo menos 700 cirurgias robóticas foram registradas entre 2012 e 2015, conforme relata este artigo publicado na scielo.

Outra tendência para o futuro da medicina é o big data.

O termo se refere a um grande volume de dados gerados e armazenados, que necessitam de ferramentas ágeis para processamento e interpretação.

E não para por aí.

Segundo esta reportagem da ISTOÉ, o grupo de laboratórios Dasa firmou parceria com Hospitais de Harvard para disponibilizar uma tecnologia que tornará o diagnóstico de câncer de próstata mais preciso.

A inovação permite que imagens produzidas por exames de ressonância magnética sejam comparadas com um banco de dados de hospitais.

O sistema oferece apoio para que especialistas determinem o grau de malignidade de tumores, levando a um tratamento mais adequado.

Revolução da Saúde 4.0

Revolução 4.0

Entenda como revolução da Saúde 4.0 vai impactar positivamente nossas vidas.

Inspirado no conceito de indústria 4.0, o termo saúde 4.0 se refere a uma cadeia colaborativa, na qual a Internet das Coisas (IoT) e a computação em nuvem são utilizadas para evitar doenças.

A Internet das Coisas envolve sistemas que se comunicam e cooperam entre si, além de interagir com seres humanos, em tempo real.

Esse novo prisma representa uma revolução na forma de pensar a saúde, priorizando a busca por qualidade de vida, bem-estar e longevidade.

Como define a OMS, saúde vai além da ausência de doenças, sendo um estado de completo bem-estar físico, mental e social.

Para alcançar tal condição, 480 companhias brasileiras criaram a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS).

A entidade tem o propósito de padronizar linguagens e informações para o uso de dispositivos médicos na melhoria das condições de saúde.

A ABIIS dividiu essas tecnologias em quatro setores principais:

  • Dispositivos médicos no sentido restrito: como máquinas, aparelhos e instrumentos usados na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças ou sintomas
  • Equipamentos médicos: aparelhos usados para diagnósticos em saúde através de exames que geram laudos médicos
  • Diagnóstico in vitro: itens como aparelhos, instrumentos ou reagentes, usados para examinar amostras de tecidos humanos
  • e-Saúde ou saúde digital: engloba serviços e produtos que utilizam tecnologia da informação para educação, automonitoramento, diagnóstico e atendimento à distância.

Saúde Digital, cibermedicina e e-Health

A cibermedicina é a disciplina que estuda a relação entre saúde e internet.

Basicamente, é o estudo das ferramentas da web, como e-mails, sites e softwares utilizados para marcação de consultas, por exemplo.

Já o termo saúde digital, e-Saúde ou e-Health é mais amplo, incluindo tecnologias que funcionam offline e também ações dos usuários.

Para entender melhor, pense em uma consulta virtual.

Nesse caso, a cibermedicina se concentra em avaliar a aplicação de sistemas e programas para possibilitar que o médico examine o paciente.

Já a e-Health aborda, também, a própria interação entre médico e paciente.

Benefícios da inovação na saúde digital

A aplicação de novas tecnologias em saúde traz inúmeras vantagens para pacientes, gestores, profissionais de saúde e toda a sociedade.

Tanto é assim que está na pauta da OMS desenvolver uma estratégia global sobre saúde digital para o maior uso dessas tecnologias na promoção de uma cobertura universal de saúde.

Alguns países já adotam iniciativas amplas nesse sentido.

Um exemplo é a plataforma My Health Record, uma base de dados que permite o registro e acesso a informações de saúde por pacientes, profissionais de saúde e provedores de serviços na Austrália.

A plataforma se tornou realidade após a aprovação da Estratégia Nacional de Saúde Digital daquele país, em 2008, e tem ampliado o acesso da população a dados de qualidade.

Apoio ao diagnóstico

Como já destacado, bancos de dados e aplicativos reúnem informações sobre pacientes e populações, contribuindo para diagnósticos mais assertivos.

Ao acessar os dados, médicos têm conhecimento sobre cirurgias realizadas, resultados de exames anteriores, doenças crônicas, consultas e hábitos do paciente.

Comodidade

Poder comparecer a consultas e contar com laudos médicos à distância confere comodidade e aproxima médico e paciente.

Automação de processos

Unidades de saúde podem eliminar falhas e reduzir custos a partir da automação de atividades repetitivas.

Esse processo resulta na melhoria da assistência, compilando e organizando dados dos pacientes e dos serviços de saúde.

Monitoramento e auxílio ao paciente

Por meio de aplicativos e dispositivos vestíveis (wearables), os pacientes desempenham funções importantes na prevenção e até no tratamento de males crônicos.

Os dispositivos mostram e arquivam informações importantes, como frequência cardíaca e quantidade de calorias gasta, além de emitir alertas para a ingestão de medicamentos.

Também é possível compartilhar os dados com médicos e outros profissionais de saúde.

Quais são os desafios da saúde digital?

Transformação digital nos hospitais

O que teremos de obstáculos para implementar a saúde digital?

Como bem destacado no artigo Desafios e oportunidades na saúde digital, de Ana Franco e Gabriela Gomes, um dos maiores obstáculos está na regulamentação ampla das iniciativas em saúde digital, como os aplicativos.

Em um mundo fragmentado, a informação está espalhada e pode ser compartilhada por muitas pessoas ou organizações.

Em 2017, por exemplo, havia 10 mil apps relacionados à saúde mental disponíveis para tablets e smartphones.

Muitos deles possuíam base em informações verídicas, enquanto outros disseminavam recomendações que podem prejudicar a saúde.

Esse é um dos fatores que motivam a OMS a criar uma estratégia unificada para os países membros.

No Brasil, também existem dificuldades para investimentos em dispositivos modernos, além da desconexão entre mercado e produção científica nas universidades.

Outra grande barreira é a escassez de capacitação profissional específica em saúde digital.

A lei aplicável à saúde digital

Quando o assunto é leis e normas, o apoio vem de resoluções da Organização Mundial de Saúde.

A WHA 71.7 (Digital Health), de maio de 2018, é composta por requisições para fortalecer iniciativas de e-Saúde pelo planeta.

Nacionalmente, o Ministério da Saúde lançou, através da Resolução CIT nº 19, de 22 de junho de 2017, a estratégia de saúde digital no Brasil – digiSUS.

Como informa o portal do órgão, o digiSUS tem como meta aumentar a qualidade e ampliar o acesso à atenção no Serviço Único de Saúde.

Até 2020, a e-Saúde deverá estar incorporada ao SUS como uma dimensão fundamental.

Completam os instrumentos legais a Resolução CIT nº 6/13 (Regras para implantação de novos aplicativos, sistemas de informação em saúde ou novas versões de sistemas ) e a Resolução CIT nº 7/16 (Definição do prontuário eletrônico para registro das ações de saúde na atenção básica).

Vale dizer ainda que serviços específicos, como o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, têm sua própria legislação.

Essa é uma iniciativa do Ministério da Saúde para melhorar a qualidade da atenção básica no SUS, a partir da teleconsultoria, telediagnóstico, teleducação e segunda opinião formativa.

Exercício das profissões de saúde na internet

Avanços em saúde digital dependem de uma mudança de paradigma entre profissionais da área, que veem suas atribuições aumentarem.

Afinal, não basta que tenham conhecimentos técnicos em saúde.

Cada vez mais, é preciso que entendam sobre o funcionamento da web, aplicativos e outras tecnologias digitais para que as unidades de saúde contem com serviços de e-Saúde.

Divulgada em outubro de 2018, a pesquisa TIC Saúde revelou que apenas 17% dos médicos e 26% dos enfermeiros de estabelecimentos de saúde no país haviam realizado algum curso ou treinamento na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) nos 12 meses anteriores ao estudo.

Entretanto, 93% dos médicos e 91% dos enfermeiros reconhecem melhorias na eficiência dos processos de trabalho das equipes após a adoção de sistemas eletrônicos.

A maioria deles (85% dos médicos e 88% dos enfermeiros) também tem uma percepção positiva quanto a melhorias em todo o processo de atendimento ao paciente.

Por outro lado, iniciativas de capacitação para profissionais de saúde têm surgido a passos lentos.

Como exemplo, temos o Programa de Pós-graduação em Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) iniciado em 2003, com foco em gestores.

Já o primeiro Mestrado Profissional em Telemedicina e Telessaúde pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), confere dois títulos: especialista e professor em Telessaúde.

Exemplos de saúde digital e e-Saúde

A saúde digital é um campo extenso, que envolve inúmeras tecnologias.

A seguir, comento iniciativas já adotadas por clínicas e hospitais brasileiros, com resultados promissores.

Prontuário Eletrônico Médico e de Saúde

O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é um documento digital e padronizado, que reúne informações sobre o histórico clínico do paciente.

Segundo a pesquisa TIC Saúde, 81% dos estabelecimentos de saúde no Brasil já contam com sistemas eletrônicos para armazenar dados dos pacientes.

O PEP agiliza o atendimento ao paciente, reduzindo o índice de erros em marcações de consultas, por exemplo.

Os prontuários eletrônicos costumam, ainda, diminuir custos, pois liberam funcionários de tarefas repetitivas.

Prescrição eletrônica

Hoje, existem softwares e sistemas desenvolvidos para facilitar o preenchimento de prescrições médicas.

Os modelos de prescrição eletrônica apresentam vantagens, como facilidade de leitura, organização, praticidade e redução nos erros de prescrição.

Na UNIFESP, por exemplo, a implantação de um sistema informatizado de prescrição eletrônica resultou em avanços importantes.

Entre eles, a padronização de dietas e medicamentos, a diminuição no tempo de elaboração de prescrições e a redução de processos burocráticos.

Telemedicina

Essa disciplina utiliza tecnologias da informação e comunicação para possibilitar laudos à distância e uma segunda opinião médica.

Foi a partir da aplicação da telemedicina na saúde pública que surgiu o conceito de e-Saúde.

Vantagens da Telemedicina e saúde digital

A telemedicina tem sido aprimorada conforme surgem novas TICs, como o telefone e a internet.

Através de uma plataforma digital, ela permite que exames de diagnóstico sejam interpretados por especialistas de qualquer parte do país.

Como vantagem, a tecnologia também possibilita o armazenamento de dados em nuvem, que podem ser acessados a qualquer momento, mediante login e senha.

As informações podem ser compartilhadas e comparadas a outros registros, através de pesquisa na plataforma.

O processo é seguro e regulamentado por entidades como o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina (CFM), que exigem que os laudos sejam emitidos apenas por especialistas qualificados.

Esses documentos são produzidos de forma ágil e assinados digitalmente.

Clínicas e hospitais também podem contar com a expertise dos profissionais da empresa de telemedicina para uma segunda opinião sobre exames.

Assim, não é preciso investir pesado na contratação de um time com diversos especialistas, de modo a cobrir todo o horário de funcionamento da unidade, além de férias, feriados e plantões.

A Telemedicina como realidade na revolução da saúde digital

A Telemedicina é uma revolução digital

A Telemedicina é o maior exemplo de saúde 4.0

Você acabou de descobrir que a telemedicina foi a precursora da saúde digital.

Por eliminar distâncias e oferecer laudos de qualidade, mesmo para locais remotos, ela tem ampliado o acesso a serviços de saúde em todo o mundo.

Por meio de um processo simples, até pequenas clínicas longe dos grandes centros urbanos podem se beneficiar.

No caso da Telemedicina Morsch, ao contratar seus serviços, elas recebem apoio no treinamento de técnicos para realizar exames e, se necessário, podem reduzir custos optando pelo comodato.

Essa modalidade permite pagar por um pacote de laudos online e utilizar gratuitamente equipamentos digitais para a realização de exames.

Depois do procedimento, o técnico envia as informações para a plataforma de telemedicina, e aguarda o resultado.

Os laudos online ficam prontos em apenas 30 minutos e são disponibilizados na plataforma de telemedicina.

Em urgências, na Telemedicina Morsch, o atendimento ocorre em tempo real.

Conclusão

conceitos e aplicações da saúde digital no Brasil e no mundo

Telemedicina, telediagnóstico e teleconsulta são as principais especializações do futuro.

Neste artigo, você conferiu conceitos e aplicações da saúde digital no Brasil e no mundo.

Investir em tecnologia tem reduzido custos, elevando a competitividade dos negócios em saúde.

Sua clínica ou hospital também pode participar dessa revolução, contando com laudos médicos à distância.

Permita que a Telemedicina Morsch dê o suporte durante esse processo.

É rápido, seguro e os valores cabem no seu orçamento.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin