Inteligência artificial na medicina: 7 aplicações e benefícios

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de abril de 2021
Inteligência artificial na medicina é tendência

O uso da inteligência artificial na medicina já é realidade.

Claro que ainda não existem robôs capazes de substituir o trabalho médico em sua totalidade.

No entanto, é inegável a contribuição dessas tecnologias para otimizar tarefas e melhorar a precisão das avaliações.

Tudo acontece graças ao suporte de tecnologias como big data, machine learning e algoritmos sofisticados.

É o que torna possível analisar e processar uma quantidade imensa de dados de pacientes, apoiando áreas como o diagnóstico e tratamento.

As máquinas são ágeis e racionais, elevando a acurácia da hipótese diagnóstica.

Também identificam sintomas relacionados a doenças e avisam sobre erros na dosagem de medicamentos.

Se você quer saber como isso acontece, é só avançar na leitura.

A partir de agora, trago informações sobre os principais avanços, benefícios e aplicações da IA na medicina.

Lendo até o final, você também vai conferir alternativas para aproveitar essas vantagens no seu consultório, clínica ou hospital.

Inteligência artificial na medicina: o futuro chegou

A inteligência artificial, ou apenas IA, é uma tecnologia que permite que sistemas informatizados reproduzam o comportamento humano na realização de tarefas.

São máquinas e algoritmos com capacidade de dar respostas racionais a situações diversas e cada vez mais complexas – o que inclui demandas da medicina.

O trecho abaixo, retirado do artigoInteligência Artificial e Medicina“, de Luiz Carlos Lobo, aponta para a amplitude das possibilidades que a IA agrega à medicina.

“Inteligência Artificial em medicina é o uso de computadores que, analisando um grande volume de dados e seguindo algoritmos definidos por especialistas na matéria, são capazes de propor soluções para problemas médicos.”

Dispositivos vestíveis (wearable devices) permitem a coleta, armazenamento e envio de dados do paciente em tempo real ao médico, criando oportunidades de monitoramento inéditas.

Tecnologia de inteligência artificial é utilizada na medicina

Tecnologia de IA na medicina está em dispositivos que coletam dados de pacientes

Big data e algoritmos, combinados ao prontuário eletrônico do paciente (PEP), avaliam uma série de componentes de seu histórico de saúde, identificando riscos e ajudando a formular terapias personalizadas.

A IA também reúne e compara uma infinidade de imagens, construindo bancos de dados completos para dar suporte no diagnóstico.

Tudo isso parece coisa de ficção científica, mas já faz parte do dia a dia de unidades de saúde em diversos países, incluindo instituições brasileiras.

Um dos escopos em evidência no país é a telemedicina.

Ela utiliza ferramentas de IA para facilitar o atendimento remoto, emitir laudos a distância e qualificar o diagnóstico.

Evolução da IA na medicina mundial

Há centenas de anos, a humanidade sonha com objetos dotados de certa inteligência, capazes de executar ações complexas e de pensar.

Contudo, a ideia de inteligência artificial como conhecemos hoje parece ter nascido na década de 1940.

Foi quando Warren McCulloch e Walter Pitts abordaram, em texto, estruturas artificiais que imitavam o sistema nervoso humano.

Posteriormente, o matemático Alan Turing projetou uma dinâmica que marcou a filosofia da inteligência de uma máquina – o famoso teste de Turing.

No experimento, proposto no artigo “Computing Machinery and Intelligence“, um humano e um computador deveriam responder, por escrito, a perguntas de uma pessoa, que tentaria identificar qual deles era a máquina.

Caso o computador conseguisse enganar o ser humano, fazendo-o pensar que conversava com outro humano, ele teria adquirido a capacidade de pensar.

Outro fato marcante se deu em 1964, com a invenção do primeiro chatbot do planeta, chamado Eliza.

Um algoritmo e conjuntos de palavras-chave lhe davam a capacidade de imitar as respostas de psicanalistas, representando a possibilidade de aplicação da IA na saúde.

Porém, depois do início promissor, a IA passou por um período de descrença e frustração até que a capacidade de processamento dos computadores fosse otimizada.

Assim, chegamos ao início do século 21, com a popularização da internet e a geração e a coleta de dados em massa.

Em 2011, a IBM concebeu o supercomputador Watson, fruto de tecnologia que usa redes neurais artificiais para armazenar e comparar dados médicos. 

A máquina já assimilou milhões de informações em formato de livros, artigos científicos e prontuários de pacientes, tornando-se uma rede de dados sobre oncologia.

Também a Google lançou o supercomputador Deep Mind, trabalhando dados de milhares de pacientes para aprender sobre sintomas e a evolução de doenças.

Dados sobre inteligência artificial na medicina

Dados da Accenture estimam que o mercado mundial voltado à assistência médica com o suporte da IA ultrapasse os US$ 7 bilhões nos próximos anos.

Entre os investimentos, destaque para a contratação de softwares, de hardwares e de serviços de suporte em todo o planeta.

Já um levantamento realizado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) aponta que IA e machine learning (aprendizado das máquinas) serão as principais tecnologias utilizadas.

A pesquisa coloca a saúde como o segundo setor mais impactado por elas, sendo citado por 18% dos respondentes. 

O segmento ficou atrás somente de manufatura, com 19%.

Ainda segundo o estudo do IEEE, 16% dos Chief Information Officers (CIOs) e Chief Technology Officers (CTOs) ouvidos apoiam o uso de robôs em cuidados hospitalares.

Vale lembrar que já destaquei aqui no blog que as cirurgias realizadas a distância são uma revolução em andamento.

Para se ter uma ideia do potencial da IA na medicina, o DeepMind, supercomputador da Google, superou especialistas ao analisar conjuntos de imagens para verificar quais estavam relacionadas ao melanoma.

A máquina obteve uma performance de 76%, contra 70,5%.

Já a tecnologia EyePACs da IBM obteve acurácia de 86% no diagnóstico de retinopatia diabética, com base na avaliação de 35 mil imagens de retina.

Benefícios da inteligência artificial na medicina

A aplicação da inteligência artificial na medicina agrega uma série de vantagens.

A lista é extensa, mas vale a pena observar cada item com atenção:

  • Rápida pesquisa, recuperação e correlação de dados
  • Organização automática de agendas e documentos 
  • Favorece a transformação digital em hospitais e clínicas médicas
  • Formação de bibliotecas e bancos de dados qualificados
  • Cálculo da dosagem correta de medicamentos
  • Melhora a produtividade dos funcionários, que passam a contar com a automação de tarefas repetitivas
  • Agilidade no diagnóstico através de imagens coletadas em exames 
  • Monitoramento remoto de pacientes em tempo real
  • Otimização da triagem de pacientes e informações em unidades de saúde
  • Identificação de tendências em populações específicas
  • Previsões quanto ao risco de doenças
  • Composição de tratamentos personalizados, elaborados de acordo com o histórico do paciente
  • Coleta, armazenamento e cruzamento automático de dados para melhorar os diagnósticos
  • Realização de cirurgias a distância
  • Suporte ao autocuidado, dando informações assertivas ao paciente
  • Análise de perigos e envio de lembretes para evitar eventos graves, como infarto e AVC
  • Apoio à gestão de consultórios, clínicas e hospitais.

 

Benefícios da machine learning são muitos na medicina

Na IA, dados são utilizados para ações de prevenção, tratamento e gestão em saúde

Desvantagens da inteligência artificial médica

Como toda tecnologia disruptiva, a inteligência artificial também possui pontos de atenção a observar.

Primeiramente, ela deve seguir princípios éticos para não desrespeitar premissas essenciais, a exemplo do sigilo médico-paciente.

Para tanto, é importante dispor de dispositivos e plataformas que estejam de acordo com a legislação.

Também é necessário que tenham o aval de autoridades da área médica, como Conselho Federal de Medicina (CFM), Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Informática em Saúde.

Esse cuidado garante que a coleta, armazenamento e análise de dados mantenham informações sensíveis protegidas.

Afinal, os dados de saúde pertencem ao paciente.

Qualquer uso sem autorização prévia pode gerar punições na esfera legal.

Assim, entre as desvantagens da inteligência artificial na medicina, cabe destacar a dificuldade por parte de profissionais do setor, devido à descrença ou falta de familiaridade com a tecnologia.

Nesse cenário, em vez de otimizar o trabalho, as ferramentas de IA acabam adicionando barreiras e desperdício de tempo à jornada do médico.

Porém, esse não é um fator impeditivo para o uso da tecnologia.

É urgente que os profissionais sejam capacitados para uso das inovações em medicina.

7 aplicações da inteligência artificial na medicina

Atualmente, estabelecimentos de saúde e suas equipes dispõem de diversas opções dessas tecnologias, como descrevo a seguir.

1. Suporte ao diagnóstico

Graças à capacidade de coletar, avaliar e processar enormes quantidades de dados (big data), os algoritmos ajudam a encontrar padrões a partir da comparação de informações relevantes.

Assim, verificam sinais de doenças antes mesmo que elas se desenvolvam, colaborando para o diagnóstico precoce e a medicina preventiva.

2. Associação entre sintomas e doenças

Empregar ferramentas de IA também eleva as chances de diagnósticos precisos.

Tudo começa com a formação de bancos de dados com texto, imagem, áudio e vídeo para apoiar ou contestar uma hipótese.

Computadores conseguem estabelecer correlações entre os dados com maior agilidade e acurácia, eliminando problemas como o erro humano.

3. Interpretação e reconhecimento de imagens

Essa aplicação da IA tem feito a diferença nas avaliações de exames de imagem.

Sobretudo, posso citar as radiografias, as tomografias e as mamografias.

Partindo de uma performance superior no reconhecimento de padrões visuais, softwares e algoritmos comparam milhares ou até milhões de imagens em segundos.

Assim, conseguem apontar alterações em órgãos e tecidos humanos.

Um resultado promissor foi relatado neste texto assinado pelo especialista em transformação digital Tiago Magnus.

Ele relata resultados de análises de imagens pela IA com precisão entre 5% e 10% maior que a média dos médicos.

Também é possível combinar essas análises à plataforma de telemedicina, obtendo ainda mais agilidade na emissão de laudos médicos a distância.

Além disso, há a vantagem de diminuir o custo com esses documentos.

Aplicações do aprendizado de máquina são variadas na medicina

Ganhos com a inteligência artificial na medicina diagnóstica são relevantes

4. Monitoramento de pacientes

A principal ferramenta para o monitoramento remoto são os dispositivos vestíveis, como pulseiras e relógios usados pelo paciente.

Eles captam dados como a saturação de oxigênio, pressão sanguínea e batimentos cardíacos, que ficam armazenados para comparação ou envio imediato ao médico responsável.

5. Realização de cirurgias e procedimentos complexos

Há centros médicos que contam com opções de cirurgias feitas por robôs, o que permite o controle do cirurgião a distância e eleva as taxas de sucesso.

Um dos maiores ganhos está nas operações minimamente invasivas.

Acima de tudo, as incisões são reduzidas, o que diminui riscos e resulta em recuperações mais rápidas.

Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que o uso da cirurgia assistida por IA reduziu em 5 vezes as complicações em cirurgias ortopédicas.

6. Envio de alertas

Além de coletar e armazenar dados, a inteligência artificial na medicina pode ser programada para enviar alertas quando identificar sintomas ou alterações significativas.

Um exemplo dessa aplicação está na combinação com os wearables, possibilitando que um médico seja avisado imediatamente em caso de registro de taquicardia do paciente.

7. Pesquisas e recuperação de dados

O auxílio da IA evita a perda de minutos e até horas preciosas buscando por uma informação

Isso acontece porque o sistema é capaz de encontrar o que se busca a partir de um clique ou comando por voz.

O mesmo raciocínio vale para a recuperação de dados, que ficam arquivados em locais protegidos da internet – na nuvem – e se tornam disponíveis no acesso às plataformas.

Como se beneficiar da tecnologia na medicina hoje mesmo

Ao longo deste artigo, você conheceu oportunidades viabilizadas pela IA para melhorar a prestação de serviços médicos.

Dar um passo em direção a esse novo mundo abre uma série de oportunidades para consultórios, clínicas e hospitais, qualificando o atendimento para fidelizar o paciente.

Por isso, recomendo a adoção de tecnologias inovadoras na sua unidade de saúde, a exemplo da telemedicina, que conecta médicos e pacientes em diferentes localidades.

Com a plataforma de telemedicina Morsch, sua equipe vai contar com laudos a distância, monitoramento remoto do paciente e teleconsulta de um jeito simples.

O sistema não exige a instalação de programa ou aplicativo, pois fica hospedado na nuvem.

Assim pode ser acessado a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.

Basta enviar as informações de exames de imagem para receber os resultados em minutos.

Outra possibilidade é esclarecer dúvidas por meio da segunda opinião médica, sempre que necessário.

E tem mais: se desejar economizar na aquisição de equipamentos médicos, solicite o aluguel em comodato para utilizar aparelhos modernos e contratar laudos digitais pagando uma mensalidade única.

Clique aqui e comece agora mesmo a aproveitar esses benefícios.

Tecnologia de inteligência artificial qualifica a telemedicina

Tecnologia já oferece importante apoio ao médico e ao paciente a distância

Conclusão

Aplicações da inteligência artificial na medicina vêm revolucionando a oferta de serviços nessa área.

Acima de tudo, como vimos neste texto, há vantagens importantes, como cirurgias minimamente invasivas e diagnósticos mais precisos.

Desde que respeitados os princípios éticos, essa tecnologia tem tudo para acrescentar uma série de benefícios aos pacientes, médicos e unidades de saúde.

Para não ficar de fora dessas transformações, uma opção inteligente é ingressar no campo tecnológico optando pela telemedicina.

Esse é um serviço moderno e eficaz, que rompe com a barreira geográfica para agregar valor aos cuidados de saúde.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin