Segurança e privacidade em telemedicina: o que você precisa saber
A telemedicina vem transformando rapidamente a forma como acessamos cuidados de saúde.
E ela faz isso oferecendo conveniência e eficiência, tanto para pacientes quanto para equipes médicas e gestores de saúde.
No entanto, à medida que mais serviços médicos são realizados à distância, a segurança e a privacidade dos dados de pacientes se tornam o foco das atenções.
Proteger essas informações é uma necessidade para manter a confiança e a integridade dos serviços de saúde digital.
Falo mais sobre isso ao longo do texto, destacando boas práticas especialmente na área de telediagnóstico, que envolve a análise e emissão de laudos de exames médicos remotamente.
Segurança e privacidade em telediagnóstico
O telediagnóstico é um componente fundamental da telemedicina, permitindo que médicos analisem e interpretem exames médicos a distância.
Esse processo não só agiliza o atendimento ao paciente, como também aumenta o alcance dos serviços médicos a regiões onde especialistas são escassos.
A jornada dos dados começa com a coleta de exames, como imagens de ressonância magnética ou radiografias, que são então enviadas digitalmente para um especialista via internet.
Ele analisa as imagens, produz um laudo detalhado e o envia de volta à clínica ou hospital de origem, onde o tratamento será baseado nas informações fornecidas.
Tudo acontece na plataforma de telemedicina, um sistema seguro e hospedado em nuvem.
Dada a natureza delicada desses dados — que incluem informações pessoais e detalhes críticos da saúde do paciente —, a segurança é uma preocupação constante.
Qualquer falha na proteção pode levar a consequências sérias, como o uso indevido de informações pessoais ou erros de diagnóstico devido à corrupção de dados.
Por isso, é essencial garantir a segurança em todas as etapas, desde a coleta até a emissão e armazenamento dos laudos.
Proteger o fluxo envolve implementar medidas como criptografia de dados durante a transmissão e armazenamento e controle de acesso rigoroso para garantir que apenas pessoal autorizado possa acessar as informações, além de auditorias regulares para verificar a conformidade com as normas de privacidade e segurança.
Essas práticas ajudam a manter a integridade e a confidencialidade dos dados, assegurando que o telediagnóstico seja uma ferramenta segura e eficaz na medicina moderna.
Autenticação e controle de acesso às informações
A autenticação e o controle de acesso visam garantir que apenas pessoas autorizadas cheguem aos dados de saúde durante o processo de telediagnóstico.
Implementar sistemas de autenticação robustos ajuda a prevenir acessos não autorizados, que podem comprometer a privacidade do paciente e a integridade dos dados.
Um método comum de autenticação é o uso de credenciais, como nome de usuário e senha.
No entanto, muitas organizações de saúde estão adotando autenticações mais fortes, como a verificação em duas etapas.
Isso pode incluir algo que o usuário sabe (uma senha), algo que ele possui (um token gerador de código ou aplicativo no smartphone) ou algo que é parte do usuário (biometria, como impressões digitais ou reconhecimento facial).
Na prática, esses métodos são aplicados, por exemplo, quando um radiologista acessa um sistema de telemedicina para interpretar imagens de raios-X enviadas de um hospital.
Antes de visualizar e analisar as imagens, o radiologista deve passar por várias camadas de autenticação para confirmar sua identidade.
Isso garante que apenas profissionais credenciados possam acessar e interpretar os exames.
Além da autenticação, as políticas de controle de acesso cumprem um papel fundamental.
Elas definem quem tem permissão para acessar, modificar ou compartilhar dados específicos.
Por exemplo, enquanto um técnico em radiologia pode carregar imagens no sistema, ele talvez não tenha permissão para visualizar os laudos finais.
Essas políticas ajudam a limitar o acesso aos dados conforme a necessidade de conhecimento e função de cada usuário, aumentando a segurança.
Criptografia de dados: protegendo informações críticas
A criptografia é um método que protege os dados de saúde, de modo que informações sensíveis permaneçam seguras e privadas durante a transmissão e enquanto armazenadas.
Em telemedicina, isso é fundamental para manter a confiança dos pacientes e a conformidade regulatória.
A chamada criptografia em trânsito se refere à proteção de dados enquanto eles são transferidos de um ponto a outro, como do consultório médico para um centro de telediagnóstico.
Por exemplo, quando um cardiologista envia um eletrocardiograma (ECG) de um paciente para análise remota, o arquivo é criptografado com protocolos seguros, como TLS (Transport Layer Security), garantindo que apenas o destinatário pretendido possa acessar e interpretar os dados.
Já a criptografia em repouso é aplicada a dados que estão em sistemas de armazenamento, protegendo-os contra acessos não autorizados, resultantes de invasões ou outras formas de ataques cibernéticos.
Hospitais e clínicas que armazenam prontuários eletrônicos em servidores se valem da criptografia AES (Advanced Encryption Standard) para assegurar que, mesmo em caso de acesso físico aos servidores, os dados permaneçam inacessíveis sem as chaves de criptografia adequadas.
A criptografia na prática
Um hospital que utiliza um sistema de telediagnóstico para análise de imagens de ressonância magnética pode empregar criptografia para proteger essas imagens tanto durante sua transferência para radiologistas remotos quanto no armazenamento de longo prazo dos laudos resultantes.
Já uma clínica de telessaúde que oferece consultas virtuais pode garantir que todas as comunicações entre médicos e pacientes sejam criptografadas, incluindo o envio de prescrições médicas e resultados de exames, o que protege a privacidade do paciente e a integridade dos dados médicos.
Redes seguras e protocolos de comunicação em telediagnóstico
Manter redes seguras e usar protocolos de comunicação adequados também são cuidados necessários para proteger os dados transmitidos durante o telediagnóstico.
Essas tecnologias atuam para prevenir acessos não autorizados.
Também garantem que as informações dos pacientes sejam manipuladas de forma segura e confidencial.
Importância das VPNs e redes privadas
VPNs (Virtual Private Networks) e redes privadas são usadas para criar um canal seguro entre os locais onde os dados são coletados e analisados.
Esses métodos ajudam a garantir que apenas pessoas autorizadas possam acessar ou interceptar os dados.
Em telediagnóstico, onde exames e laudos precisam ser compartilhados rapidamente entre diferentes locais geográficos, usar uma VPN é uma maneira eficiente de proteger informações sensíveis.
Imaginemos um hospital que utiliza telediagnóstico para análise de exames de imagem.
A configuração de uma rede segura neste cenário pode incluir:
- Estabelecimento de uma VPN: o hospital configura uma VPN para conectar seguramente os dispositivos de imagem, como tomógrafos e aparelhos de raio-X, ao data center onde os radiologistas acessam e analisam as imagens
- Autenticação forte: todos os dispositivos conectados à rede do hospital precisam passar por processos de autenticação múltipla para acessar a VPN. Isso inclui senhas, tokens de segurança ou biometria
- Firewalls e filtros de conteúdo: firewalls são configurados para monitorar e controlar o tráfego de entrada e saída na rede do hospital, garantindo que apenas tráfego legítimo e seguro possa passar.
É importante que essas medidas sejam implementadas corretamente, pois só assim haverá melhorias na segurança dos dados.
Armazenamento e gerenciamento de dados médicos
Como vimos até aqui, gerenciar e armazenar dados médicos de forma segura é parte obrigatória da telemedicina, especialmente quando lidamos com imagens médicas e registros de saúde.
Nesse sentido, adotar práticas recomendadas protege contra perdas e acessos não autorizados, além de assegurar que as informações estejam disponíveis sempre que necessárias.
Algumas delas já foram abordadas, mas vale o reforço.
Acompanhe.
Criptografia de dados em repouso
É fundamental que todas as imagens médicas e registros de saúde armazenados sejam criptografados.
Isso adiciona uma camada de segurança que impede o acesso aos dados, caso haja uma brecha física ou digital.
Backups regulares
Manter cópias de segurança regulares dos dados é vital.
Esses backups devem ser armazenados em locais seguros e, preferencialmente, em ambientes diferentes dos dados originais para proteção contra desastres naturais ou falhas sistêmicas.
Controle de acesso rigoroso
O acesso aos dados armazenados deve ser estritamente controlado e limitado a profissionais autorizados.
Isso envolve o uso de autenticação forte e monitoramento constante de quem acessa os dados e quando.
Armazenamento distribuído
Utilizar soluções de armazenamento distribuído pode ajudar a aumentar a disponibilidade e redundância dos dados.
Isso significa que os dados não estão localizados em um único ponto, mas sim distribuídos por vários servidores, muitas vezes em diferentes locais geográficos.
Atualizações e manutenção de segurança
É importante manter os sistemas de armazenamento atualizados com as últimas correções de segurança.
Além disso, uma revisão periódica das práticas adotadas deve ser feita para se adaptar às novas ameaças cibernéticas.
Testes de recuperação de dados
É preciso testar regularmente a capacidade de recuperação de dados.
Isso garante que, em caso de necessidade, os dados possam ser restaurados de forma rápida e completa.
Monitoramento e resposta a incidentes de segurança em telemedicina
Manter um ambiente de telemedicina seguro não termina com a implementação de medidas de segurança iniciais.
Requer também um monitoramento contínuo e uma resposta rápida a qualquer incidente de segurança.
Essa vigilância é essencial para proteger as informações sensíveis dos pacientes e manter a integridade dos sistemas de saúde.
Hospitais e clínicas devem utilizar sistemas de detecção de intrusão para monitorar continuamente a rede em busca de atividades suspeitas.
Esses sistemas são configurados para alertar as equipes de TI sobre qualquer comportamento anormal que possa indicar uma tentativa de invasão ou uma brecha de segurança.
Além do monitoramento em tempo real, as auditorias de segurança são realizadas periodicamente para revisar e avaliar a eficácia das políticas e práticas de segurança existentes.
Isso ajuda a identificar e corrigir possíveis vulnerabilidades antes que sejam exploradas.
Já quando um possível incidente de segurança é detectado, equipes especializadas de resposta a incidentes devem ser mobilizadas imediatamente.
Elas são treinadas para lidar com a situação de maneira eficiente, minimizando os danos e restaurando a segurança do sistema o mais rápido possível.
Em um hospital que utiliza telemedicina, um alerta de segurança pode ser acionado por uma tentativa de acesso não autorizado aos registros médicos.
Ao receber o comunicado, a equipe de TI deve dar início imediato aos protocolos de resposta.
Eles incluem isolar os sistemas afetados, identificar a fonte do ataque e implementar medidas para prevenir futuras ocorrências.
Avaliando e escolhendo plataformas de telemedicina seguras
O que vimos até aqui diz respeito às medidas que clínicas, consultórios e hospitais devem adotar como reforço à segurança e privacidade em telemedicina.
Porém, essa é uma responsabilidade compartilhada.
Escolher a plataforma de telediagnóstico certa é fundamental para garantir a eficácia e segurança dos serviços médicos oferecidos.
Então, vamos dar uma olhada nos critérios utilizados para avaliar a segurança do portal de telemedicina, além de dicas para a escolha do seu parceiro.
Conformidade regulatória
Verifique se a plataforma está em conformidade com as normas de privacidade e segurança locais e internacionais, como a brasileira LGPD, além das estrangeiras HIPAA e GDPR.
É fundamental que a plataforma siga os padrões legais rigorosos para a proteção de dados.
Recursos de segurança avançados
Avalie se o provedor de telemedicina utiliza criptografia de ponta a ponta para proteger dados tanto em trânsito quanto em repouso.
Além disso, sistemas de autenticação multifator e controles robustos de acesso podem assegurar que apenas usuários autorizados tenham acesso aos dados.
Infraestrutura e capacidades de monitoramento
Confirme se a plataforma possui uma infraestrutura sólida com monitoramento contínuo de segurança.
Isso inclui a detecção proativa de ameaças e uma resposta rápida a incidentes de segurança.
Obtenha opiniões e avalie experiências anteriores
Fale com gestores da saúde que já utilizaram plataformas de telemedicina e descubra por que algumas soluções não atenderam às suas expectativas.
Isso pode incluir problemas de usabilidade, falhas de segurança ou inadequação às necessidades específicas de suas operações.
Teste e demonstração
Antes de finalizar a escolha, solicite demonstrações para conhecer melhor a plataforma escolhida.
Utilize essas oportunidades para verificar se a interface é amigável e se integra bem com os sistemas existentes no seu ambiente de trabalho.
Suporte e serviços de manutenção
Verifique o nível de suporte técnico fornecido.
Uma boa plataforma deve oferecer suporte responsivo e contínuo, além de treinamento adequado para os usuários.
Conclusão
A segurança e privacidade em telemedicina são fundamentais para proteger os pacientes e seus dados sensíveis.
Nesse sentido, adotar práticas rigorosas atende às normas legais e também fortalece a confiança nos serviços de saúde digital.
Para instituições que buscam excelência em telediagnóstico, é essencial escolher parceiros que priorizam esses aspectos, como a Telemedicina Morsch.
Descubra agora como as nossas soluções seguras e eficientes podem ajudar a transformar sua prática médica!