A importância do treinamento em telemedicina para profissionais de saúde

Por Dr. José Aldair Morsch, 15 de julho de 2024
Importância do treinamento em telemedicina

Com o avanço da telemedicina, cresce a adesão de clínicas e hospitais para melhorar seus serviços.

É um movimento natural, já que a telemedicina facilita consultas e diagnósticos a distância, trazendo mais praticidade e eficiência para as instituições de saúde. 

No entanto, para que a implementação seja bem-sucedida, é fundamental que os profissionais de saúde sejam bem treinados para utilizar esse tipo de plataforma

O treinamento em telemedicina capacita médicos e enfermeiros a utilizarem bem as ferramentas disponíveis.

É o que garante uma boa integração com os especialistas que interpretam exames e emitem laudos. 

Sem essa preparação, o potencial da telemedicina pode ser comprometido. 

Por outro lado, com o treinamento adequado, clínicas e hospitais se habilitam a oferecer um atendimento mais preciso e eficiente

É sobre isso que vamos falar neste texto.

Tem objeções sobre a telemedicina e seus resultados? É hora de mudar isso.

Vamos explorar a importância desse treinamento e como ele pode ser implementado para você tirar proveito dos benefícios da tecnologia.

Qual a importância do treinamento em telemedicina?

A telemedicina é a prática de fornecer serviços de saúde a distância por meio de tecnologias de comunicação. 

Dentro desse campo, o telediagnóstico é um componente fundamental, permitindo que exames e laudos sejam analisados e emitidos por especialistas sem a necessidade de deslocamento físico. 

O uso da telemedicina tem crescido significativamente no Brasil e no mundo, especialmente após a pandemia de Covid-19, que acelerou a adoção dessas tecnologias como uma alternativa segura e eficiente ao atendimento presencial.

No entanto, a implementação da telemedicina não é isenta de desafios. 

E um dos principais está na adaptação dos profissionais de saúde às novas ferramentas e metodologias. 

Muitos médicos e enfermeiros não estão familiarizados com as tecnologias digitais necessárias para a telemedicina, o que pode resultar em dificuldades técnicas e falta de confiança durante o uso desse tipo de plataforma

Embora a interpretação de exames fique a cargo dos especialistas da plataforma contratada, é de responsabilidade dos profissionais da clínica ou hospital abastecê-la com as informações necessárias.

Ou seja, realizar o exame e enviar os dados ao sistema (o que ocorre automaticamente ao usar equipamentos digitais).

Isso também reforça a importância da integração dos sistemas de telemedicina com os fluxos de trabalho existentes nas instituições. 

Sem um treinamento adequado, a utilização dessas ferramentas pode ser ineficiente, levando a erros, retrabalho e até mesmo comprometendo a segurança do paciente

Também a falta de padronização nos processos de telemedicina pode resultar em inconsistências na qualidade do atendimento.

Como solucionar tantos desafios? Investindo em treinamento junto a uma escolha criteriosa da empresa de telemedicina parceira.

Vantagens do treinamento em telemedicina

Para clínicas e hospitais, investir em treinamento é uma decisão estratégica.

Esse tipo de iniciativa capacita os profissionais de saúde a utilizarem as ferramentas de telemedicina.

Como resultado, eles se tornam mais confiantes e proficientes no uso das tecnologias, o que se reflete em uma prática clínica mais eficaz.

Também há um impacto direto na precisão diagnóstica.

Isso porque a utilização correta das ferramentas de telediagnóstico permite que os profissionais obtenham e interpretem informações de maneira mais precisa, reduzindo a margem de erro e melhorando a qualidade do atendimento.

Além disso, cresce a eficiência dos serviços de saúde. 

Profissionais bem treinados conseguem realizar consultas e diagnósticos de forma mais rápida e eficaz, reduzindo o tempo de espera para os pacientes e melhorando a gestão do tempo nas clínicas e hospitais. 

A telemedicina ainda permite uma melhor coordenação dos cuidados, facilitando a comunicação entre diferentes especialistas e a integração de dados de saúde.

Outra vantagem importante do treinamento aparece na experiência do paciente junto ao estabelecimento. 

Quando os profissionais estão bem preparados para utilizar as ferramentas tecnológicas, as consultas se tornam mais fluidas, aumentando a satisfação do paciente

Veja, então, que a adoção bem-sucedida da telemedicina pode diferenciar a instituição no mercado, atraindo pacientes que buscam conveniência e qualidade no atendimento. 

Importância de aprender telemedicina

A telemedicina é a prática de fornecer serviços de saúde a distância por meio de tecnologias de comunicação

Competências necessárias para telemedicina e telediagnóstico

Para que clínicas e hospitais aproveitem ao máximo a telemedicina e o telediagnóstico, é importante que os profissionais de saúde desenvolvam um conjunto específico de habilidades e competências. 

Isso garante que os serviços sejam prestados com eficiência e qualidade, integrando perfeitamente os laudos fornecidos pelas plataformas de telemedicina.

Ao desenvolver as competências abaixo, os profissionais se habilitam a oferecer o melhor atendimento, impactando positivamente a eficácia operacional das clínicas e hospitais.

Habilidades técnicas

  • Familiaridade com ferramentas digitais: os profissionais devem estar confortáveis usando tecnologias de comunicação, como plataformas de videoconferência, prontuário eletrônico e equipamentos digitais para a realização de exames
  • Operação de equipamentos: saber utilizar dispositivos de telemedicina, como câmeras de alta definição, microfones e equipamentos de monitoramento remoto, é fundamental para realizar consultas e interagir com especialistas na plataforma
  • Realização de exames de imagem: profissionais de nível técnico devem saber operar equipamentos para a realização de exames de imagem, como raio-x, tomografias e ressonâncias. Eles devem ser capazes de realizar os exames com precisão e enviar os dados para a plataforma de telemedicina
  • Interpretação de dados: embora os laudos sejam fornecidos pelos especialistas da plataforma, os profissionais precisam saber utilizar esses dados para tomar decisões clínicas informadas.

Desenvolver habilidades técnicas resulta em diagnósticos mais precisos e um atendimento eficiente.

Habilidades de comunicação

  • Clareza e empatia na comunicação: a comunicação eficaz é essencial em consultas a distância e discussão de casos com especialistas na plataforma. Os profissionais devem ser claros ao explicar diagnósticos e tratamentos, além de demonstrar empatia e atenção às preocupações dos pacientes
  • Coleta de informações: saber fazer perguntas relevantes para obter todas as informações necessárias, mesmo a distância, é uma competência vital
  • Educação do paciente: os profissionais devem ser capazes de instruir os pacientes sobre o uso de dispositivos de monitoramento remoto (como um holter cardíaco) e a importância de seguir as orientações médicas.

Melhorar a comunicação assegura que os profissionais tenham uma compreensão ampla do caso, busquem uma segunda opinião quando necessária e prestem os esclarecimentos devidos aos pacientes.

Competências organizacionais

  • Gestão de tempo: com a telemedicina, a gestão eficiente do tempo é ainda mais importante. Saber organizar a agenda e priorizar atendimentos ajuda a otimizar o fluxo de trabalho
  • Documentação adequada: manter registros precisos e detalhados das consultas e exames é essencial para garantir a continuidade do cuidado e facilitar a integração com os laudos recebidos.

Como você pode ver, as competências organizacionais impactam o dia a dia do profissional de saúde, justificando a sua abordagem em treinamentos.

Habilidades de adaptação e aprendizado contínuo

  • Adaptação a novas tecnologias: a telemedicina está em constante evolução. Os profissionais precisam estar abertos a aprender e se adaptar a novas ferramentas e métodos
  • Participação em treinamentos: engajar-se em programas de treinamento contínuo garante que os profissionais estejam sempre atualizados com as melhores práticas e as tecnologias mais recentes.

É para desenvolver ou aprimorar habilidades como essas que o treinamento em telemedicina deve ser algo rotineiro e integrado à cultura da instituição.

Escolhendo a plataforma de telemedicina adequada

A responsabilidade pelo treinamento não é apenas da instituição de saúde, mas da empresa parceira nessa jornada tecnológica.

Escolher a plataforma de telemedicina certa facilita o aprendizado, integra os processos e melhora a eficiência do serviço.

Além disso, uma ferramenta intuitiva simplifica o treinamento dos profissionais de saúde, permitindo que eles se adaptem rapidamente às novas ferramentas. 

Entre outros benefícios, uma boa plataforma facilita o acesso e a utilização dos laudos de telediagnóstico, garantindo que os dados sejam integrados de forma eficaz ao fluxo de trabalho dos profissionais de saúde.

Confira agora os principais critérios de seleção:

  • Oferta de treinamentos: já que estamos falando sobre capacitação, vamos começar por ela. A plataforma parceira deve oferecer treinamento para a realização dos exames, de modo que seja corretamente abastecida para a posterior interpretação e emissão dos laudos
  • Usabilidade: a plataforma deve ser fácil de usar, com navegação intuitiva. Isso facilita a adoção pelos profissionais de saúde, independentemente de seu nível de familiaridade com a tecnologia
  • Funcionalidades completas: é essencial que a plataforma ofereça videoconferências de alta qualidade, compartilhamento seguro de documentos e integração com sistemas de prontuário eletrônico. Ferramentas para agendamento, gestão de consultas e monitoramento remoto também são importantes
  • Segurança de dados: a proteção dos dados dos pacientes é prioridade. A plataforma deve seguir normas como a LGPD no Brasil, garantindo que todas as informações estejam seguras contra acessos não autorizados
  • Suporte técnico e atualizações: um bom suporte técnico resolve rapidamente quaisquer problemas. Além disso, a plataforma deve oferecer atualizações regulares para incorporar as últimas inovações e melhorar continuamente a experiência do usuário
  • Compatibilidade e integração: a plataforma deve ser compatível com diferentes dispositivos e sistemas operacionais, além de permitir integração com outros sistemas de gestão de saúde usados pela clínica ou hospital.

Saiba como escolher o melhor provedor de telemedicina.

Treinamento em telemedicina

Com o treinamento eles se tornam mais confiantes e proficientes no uso das tecnologias

Treinamento em telemedicina para exames de imagem

A realização de exames de imagem de alta qualidade é essencial para diagnósticos precisos na telemedicina

Cada tipo de exame exige habilidades específicas e treinamento adequado para garantir que os dados sejam capturados corretamente e integrados à plataforma de telemedicina. 

Veja abaixo os principais exames e o que abordar no treinamento para cada um.

Antes, cabe lembrar que, se você não dispõe de algum equipamento, pode ser possível alugá-lo em regime de comodato.

Radiografias

  • Operação dos aparelhos de raios-X, incluindo ajuste de configurações e posicionamento do paciente
  • Protocolos de segurança para minimizar a exposição à radiação
  • Procedimentos para captura de imagens claras e detalhadas
  • Integração automática dos dados com a plataforma de telemedicina.

Leia também: Princípios básicos para interpretação de raio-X digital.

Tomografia computadorizada (TC)

  • Operação dos equipamentos de TC, incluindo ajustes técnicos e manutenção
  • Preparação do paciente, incluindo orientações sobre o procedimento
  • Protocolos de segurança, especialmente em relação ao uso de contraste
  • Envio das imagens em alta resolução para a plataforma de telemedicina, garantindo a integridade dos dados.

Leia também: Tomografia computadorizada (TC): como funciona o exame e quando solicitar.

Ressonância magnética (RM)

  • Uso do equipamento de RM, incluindo seleção de parâmetros e posicionamento do paciente
  • Protocolos de segurança, especialmente para pacientes com implantes metálicos
  • Captura de imagens detalhadas e verificação da qualidade antes do envio
  • Integração das imagens com a plataforma de telemedicina, garantindo a compatibilidade dos arquivos.

Leia também: Ressonância magnética: o que é, como funciona e para que serve?

Eletrocardiograma (ECG)

  • Colocação correta dos eletrodos e operação do equipamento de ECG
  • Procedimentos para garantir leituras precisas e evitar interferências
  • Monitoramento da qualidade dos dados capturados
  • Envio automático dos dados para a plataforma de telemedicina e verificação da recepção correta.

Leia também: Eletrocardiograma: como é feito o exame ECG e para que ele serve?

Espirometria

  • Uso do espirômetro, incluindo calibragem do equipamento e instrução ao paciente sobre como realizar o teste
  • Interpretação básica dos gráficos de fluxo-volume para garantir a qualidade do exame
  • Envio dos resultados para a plataforma de telemedicina, assegurando que os dados sejam corretamente armazenados e acessados.

Leia também: Espirometria: o que é, para que serve, como é feita e como interpretar

Eletroencefalograma (EEG)

  • Colocação dos eletrodos no couro cabeludo e operação do equipamento de EEG
  • Procedimentos para evitar artefatos e garantir a clareza das leituras
  • Monitoramento contínuo durante o exame para ajustar e corrigir possíveis problemas
  • Integração dos dados capturados com a plataforma de telemedicina para análise remota pelos especialistas.

Leia também: Eletroencefalograma (EEG): o que é, para que serve e como é feito?

Como implementar um programa de treinamento em telemedicina

A empresa de telemedicina deve oferecer treinamento e suporte para a operação.

Porém, cabe à instituição garantir que os profissionais de saúde utilizem corretamente a plataforma e seus recursos.

Essa capacitação deve ser bem estruturada, incluindo todos os aspectos necessários para adotar soluções de telediagnóstico e atendimento médico a distância. 

Veja quais são as principais etapas.

Estruturação do programa

O primeiro passo é definir uma estrutura clara e organizada. 

Isso envolve:

  • Definir objetivos: estabelecer o que o treinamento deve alcançar, como a familiarização com a plataforma de telemedicina, o uso eficiente dos equipamentos e a integração dos laudos médicos
  • Identificar necessidades: compreender as necessidades específicas dos profissionais que utilizarão a plataforma. Isso pode ser feito através de uma análise prévia das habilidades e conhecimentos atuais da equipe
  • Elaborar um plano de treinamento: criar um cronograma detalhado, definindo as etapas do treinamento, os conteúdos a serem abordados, os métodos a serem utilizados e os responsáveis por cada etapa.

Estruturado o programa, passamos ao detalhamento do seu conteúdo.

Conteúdos essenciais

Os conteúdos devem capacitar os profissionais a utilizar a plataforma de telemedicina. 

Os principais tópicos incluem:

  • Introdução à telemedicina: conceitos básicos, benefícios e como a tecnologia se integra ao atendimento clínico
  • Uso da plataforma: navegação na interface, agendamento de consultas, compartilhamento de documentos e acesso a laudos médicos
  • Operação dos equipamentos: instruções sobre como usar todos os dispositivos de telemedicina e equipamentos médicos necessários aos exames de imagem
  • Segurança de dados: práticas de proteção de informações e conformidade com normas de privacidade
  • Comunicação eficaz: técnicas para realizar consultas a distância com clareza e empatia.

Com os conteúdos definidos, é hora de definir a forma de transmitir o conhecimento.

Métodos de treinamento

Diversificar os métodos de treinamento ajuda a atender diferentes estilos de aprendizado. 

São opções:

  • Workshops: sessões presenciais ou online onde os profissionais podem aprender e praticar com orientação direta
  • Cursos online: aulas gravadas ou ao vivo que permitem flexibilidade de horário e revisão dos conteúdos
  • E-learning: plataformas de aprendizado online com módulos interativos que os profissionais podem completar no seu próprio ritmo
  • Simulações práticas: cenários virtuais onde os profissionais podem praticar consultas e diagnósticos a distância, recebendo feedback imediato.

O formato de aulas em vídeo é altamente aceito pelos profissionais, focando em aspectos práticos, como a operação dos equipamentos.

Veja abaixo, por exemplo, como funciona o treinamento da Telemedicina Morsch para a realização do ECG:

Conclusão

A importância do treinamento em telemedicina é marcante para clínicas e hospitais que desejam aproveitar ao máximo a plataforma e suas soluções. 

Ele garante que os profissionais de saúde estejam bem preparados para usar as ferramentas digitais, realizar exames e oferecer um atendimento eficiente e seguro. 

Treinamentos contínuos, feedback constante e parcerias com empresas de telemedicina são essenciais nesse sentido.

Esse investimento traz retornos significativos, melhorando a satisfação dos pacientes e a eficiência operacional das instituições.

A Telemedicina Morsch é referência em telediagnóstico, oferecendo treinamento completo da plataforma e como realizar os exames para interpretação remota.

Conheça o serviço de laudos a distância e entre em contato para solicitar um orçamento.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin