Telemedicina e saúde: entenda a relação e os benefícios no atendimento

Por Dr. José Aldair Morsch, 20 de junho de 2023
Telemedicina e saúde

Telemedicina e saúde de qualidade andam de mãos dadas.

Isso porque o atendimento médico online complementa o presencial, oferecendo vantagens ao desafogar os serviços públicos e particulares.

Além de romper com a barreira geográfica, conectando pacientes, médicos e outros profissionais de maneira ágil e segura.

Neste artigo, comento a relação entre telemedicina e saúde, conquistas das últimas décadas e como aproveitar os recursos da medicina online na sua clínica ou hospital.

Leia até o final e fique bem informado.

Qual a relação entre telemedicina e saúde?

A relação entre esses dois segmentos é notória, pois a telemedicina é um braço da telessaúde.

Ou seja, ela faz parte da prestação de serviços de saúde a distância, com o suporte de tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Para explicar melhor, vamos voltar um passo e falar sobre a telessaúde – uma área abrangente que permite a reorganização dos processos de saúde a partir da quebra da barreira da distância física.

Usando telefone, internet e outras TICs, é possível democratizar a oferta de serviços de saúde, alcançando até mesmo localidades remotas.

Além da telemedicina, que é mais focada em serviços assistenciais, a telessaúde como um todo compreende atividades de:

  • Tele-educação sanitária
  • Redes de investigação e tele-epidemiologia
  • Redes de administração e gestão em saúde.

A seguir, vamos entender o que é telemedicina e como ela funciona.

O que é telemedicina?

Telemedicina é o braço da telessaúde dedicado à oferta de serviços médicos remotamente.

De acordo com a Resolução CFM 2.314/2022, principal legislação que regulamenta a telemedicina no Brasil, trata-se de:

“O exercício da medicina mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação (TDICs), para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde”.

Como funciona a telemedicina?

A telemedicina funciona por intermédio de um sistema de registro em saúde (SRES), que pode ficar hospedado na nuvem ou num servidor (computador local).

Conhecido como plataforma de telemedicina, esse software tem as versões mais modernas disponíveis na nuvem, um espaço de armazenamento da internet.

Para acessar o sistema, o usuário precisa inserir seu login e senha.

Em seguida, ele pode visualizar o menu e selecionar o serviço desejado para, em seguida, compartilhar os dados necessários.

Se for uma consulta online, por exemplo, o paciente insere informações pessoais para agendar o atendimento.

Já para o telediagnóstico, o médico ou técnico em radiologia ou enfermagem enviam os registros do exame complementar realizado, a fim de que seja interpretado a distância por um especialista.

O Conselho Federal de Medicina reconhece sete tipos de serviços de telemedicina:

  1. Teleconsulta: é a consulta entre médico e paciente que se encontram em diferentes localidades
  2. Teleconsultoria: ato de consultoria que pode envolver médicos, profissionais de saúde ou administração, serve para orientar sobre questões administrativas e ações amplas de saúde
  3. Teleinterconsulta: é a consulta realizada entre médicos que tem como objetivo oferecer suporte diagnóstico ou terapêutico, clínico ou cirúrgico
  4. Telediagnóstico: corresponde à emissão de laudo ou parecer de exames, por meio de gráficos, imagens e dados enviados pela internet
  5. Telecirurgia: são operações feitas com o auxílio de um robô, que é controlado a distância pelo cirurgião
  6. Televigilância ou telemonitoramento: ato realizado sob coordenação, indicação, orientação e supervisão de parâmetros de saúde ou doença, por meio de avaliação clínica ou aquisição direta de imagens, sinais e dados de equipamentos ou dispositivos agregados ou implantáveis nos pacientes
  7. Teletriagem: avaliação de sintomas e condição clínica a distância, com o objetivo de encaminhar o paciente ao serviço de saúde ou especialista adequado.

Todos são essenciais para uma assistência de qualidade.

Como a telemedicina tem transformado a saúde?

A telemedicina otimiza rotinas dos serviços de saúde, ampliando sua capacidade de atendimento de um jeito prático.

Seu potencial era conhecido desde a década de 1990, porém, ficou mais evidente durante a pandemia, quando o distanciamento social era importante para evitar o contágio.

Para se ter uma ideia, em 2020 a adesão dos hospitais a ferramentas tecnológicas foi tão grande que chegou a 75% das unidades de saúde particulares.

Como resultado, houve melhora na performance de 77,8% dos estabelecimentos de saúde.

De acordo com nota divulgada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), 69% dos gestores avaliaram a telemedicina como importante fonte de receitas.

E não é à toa.

Optando pela telemedicina, é possível disponibilizar assistência de qualidade via teleconsulta e telemonitoramento, dispensando o deslocamento de pacientes e médicos.

Dessa forma, casos que se enquadram na atenção primária à saúde (APS) podem ser solucionados a distância, com índice de resolutividade de 91%, como ressalta a Federação Brasileira de Hospitais (FBH).

Segundo estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), essas demandas simples podem atender de 80% a 90% das necessidades de saúde de um indivíduo ao longo de sua vida.

Profissionais e gestores em saúde também aproveitam facilidades como o esclarecimento de dúvidas em poucos cliques, via videoconferência.

O suporte ao diagnóstico ainda conta com laudos eletrônicos, emitidos em minutos por um time de especialistas qualificados.

Nesse cenário, equipes que atendem em cidades distantes dos centros urbanos passam a dispor do auxílio de especialistas online a qualquer hora do dia ou da noite.

Medicina online e saúde

A telemedicina funciona por intermédio de um sistema de registro em saúde, que pode ficar hospedado na nuvem

Quais os benefícios da telemedicina na saúde?

Ao conectar pessoas em localidades distantes, a telemedicina agrega uma série de benefícios aos profissionais, gestores de estabelecimentos de saúde, pacientes e acompanhantes.

Discorro sobre alguns deles a seguir.

Democratiza o acesso à saúde

A telemedicina leva soluções de saúde para negócios de todos os portes e regiões.

Basta que tenham acesso à internet para acrescentar opções de segunda opinião médica, laudos online, monitoramento remoto e muito mais.

O investimento para implementar essa inovação tecnológica na sua empresa cabe no orçamento e, inclusive, pode adicionar novas fontes de receita.

Sob o ponto de vista do paciente, as teleconsultas custam menos que o atendimento presencial e oferecem maior comodidade.

Amplia o contato com especialistas

Embora o Brasil tenha atingido a marca de 562.229 médicos em 2023 (2,6 médicos por mil habitantes), existe uma concentração muito alta desses profissionais nos grandes centros.

De acordo com a Demografia Médica 2023, há 312.246 médicos atendendo as 27 capitais brasileiras, que somam 50.916.038 habitantes.

Ou seja, elas dispõem de 6,13 médicos por mil habitantes, enquanto nos municípios do interior, essa razão cai para 1,84.

Há apenas 225.996 médicos para atender os 123.117.424 habitantes de cidades do interior.

Essa desigualdade está por trás da carência de especialistas nos interiores – demanda que pode ser solucionada com a telemedicina.

Usando uma plataforma, médicos e profissionais locais esclarecem dúvidas, recebem laudos de exames e orientações de especialistas de modo rápido.

Pacientes podem consultar especialistas sem precisar se deslocar.

Acelera os resultados de exames

Como acabei de comentar, nem sempre há especialistas suficientes para atender à demanda dos serviços de saúde.

Nesse contexto, a entrega de resultados de exames complementares é afetada, pois o CFM exige que sejam interpretados por médicos especializados na área do procedimento.

Por vezes, o paciente precisa aguardar dias ou até semanas para receber o laudo e recomendações sobre o tratamento.

Mas dá para reverter esse quadro com o suporte dos laudos a distância, emitidos via sistema de telemedicina.

Uma empresa completa como a Morsch mantém um time de especialistas sempre a postos para avaliar e produzir os resultados em minutos, acelerando o diagnóstico e abordagem terapêutica adequada.

Saúde e telemedicina

A telemedicina otimiza rotinas dos serviços de saúde, ampliando sua capacidade de atendimento de um jeito prático

Corta gastos com deslocamentos

A combinação entre recursos de áudio e vídeo e documentos digitais acaba com a necessidade de se deslocar.

Como resultado, a telemedicina proporciona economia de tempo e dinheiro que seriam destinados a passagens, combustível, hospedagem, etc.

Também enxuga as despesas com impressão e guarda de arquivos em papel.

Organiza o histórico do paciente

Falando em documentos impressos, eles sofrem desgaste pelo tempo.

Além dos cuidados adicionais com alguns tipos de papel.

É o caso dos filmes radiológicos que resultam de equipamento analógico.

A digitalização resolve essas questões, tornando os arquivos sempre disponíveis e intactos, salvos na nuvem e contando com a proteção de senhas e criptografia.

No prontuário eletrônico, fichas, laudos, atestados, receitas e outros registros ficam organizados e podem ser encontrados com poucos cliques, através da busca online.

História da telemedicina na saúde brasileira

Pode até parecer que essa é uma área nova, mas as primeiras iniciativas de telemedicina no Brasil datam dos anos 1990.

Foi em meados daquela década que a Rede Sarah empregou um programa de videoconferência para permitir a troca de informações entre suas unidades hospitalares.

A Telecardio também estava iniciando a oferta de laudos de eletrocardiograma a distância.

Em seguida, o Instituto do Coração (Incor), enviava os resultados por fax aos clientes, além de criar o serviço ECG-Home, serviço de monitoramento dos pacientes em casa.

Teleconferências, laboratórios e disciplinas envolvendo o ensino da telemedicina em universidades foram surgindo a partir dessas primeiras conquistas.

Até que, em 2002, a telemedicina ganhou seu primeiro marco legislativo, pautando a Resolução CFM 1.643/2002, que reconheceu serviços de diagnóstico e consultoria mediados pelas TICs.

Vale destacar ainda o protagonismo do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, que funciona por meio de núcleos instalados em universidades e outros pontos, levando a telemedicina para o SUS.

A iniciativa foi formalizada em 2011, mas já existia desde 2007, possibilitando a realização de teleconsultorias, envio de laudos a distância e segundas opiniões formativas para orientar profissionais de saúde.

A expansão dos serviços permitidos prosseguiu e, em 2020, a teleconsulta foi aprovada em caráter provisório, durante a emergência de saúde pública causada pela pandemia de Covid-19.

O teleatendimento entre médico e paciente foi incorporado de forma definitiva em 2022, quando o CFM aprovou um novo marco regulatório para a telemedicina – a já mencionada Resolução CFM 2.314/2022.

Telemedicina e saúde pública

Uma das iniciativas mais expressivas é o Programa Telessaúde Brasil Redes, que usa a telemedicina para qualificar as ações do SUS.

Nos primeiros três anos de funcionamento, a iniciativa havia entregue 56.075 teleconsultorias, 419.691 laudos online e 643 segundas opiniões formativas.

Outras ações descentralizadas vêm transformando a realidade de grupos como as comunidades ribeirinhas da Amazônia, que receberam assistência via medicina online.

O teleatendimento ainda possibilitou a identificação e monitoramento de casos suspeitos de Covid-19, através do TeleSUS.

Somente entre abril e junho de 2020, esse app e chat do Ministério da Saúde alcançou 73,3 milhões de brasileiros, que passaram por triagem, acompanhamento e encaminhamento à consulta online, se fosse preciso.

Como implementar a telemedicina em uma clínica ou hospital?

É simples implementar a telemedicina na sua clínica, hospital ou mesmo no consultório.

Comece verificando se você possui internet banda larga, para garantir a estabilidade durante os atendimentos de maneira síncrona (em tempo real).

Também será necessário dispor de um computador, notebook ou outro dispositivo com conexão à rede para acessar a plataforma de telemedicina.

Caso esteja planejando usar o telediagnóstico, vale a pena contar com aparelhos de exames digitais para facilitar a transmissão de dados.

O aparelho de raio X digital, por exemplo, permite o envio automático das imagens ao PACS da Telemedicina Morsch.

Avalie ainda quais são os serviços necessários para escolher uma parceira de telemedicina que atenda às necessidades do seu negócio.

Dê preferência a softwares em nuvem, pois eles fornecem ampla acessibilidade às pessoas autorizadas e são atualizados em instantes.

E não se esqueça de checar a reputação da empresa escolhida em sites como o Reclame Aqui, a fim de contratar um sistema de telemedicina de qualidade.

Principais recursos de uma plataforma de telemedicina

Toda plataforma de telemedicina deve obedecer às exigências das autoridades de saúde, oferecendo um ambiente protegido e intuitivo.

Os recursos de áudio e vídeo devem ter qualidade suficiente para aproximar a teleconsulta da consulta presencial, permitindo a observação de alterações importantes no aspecto e comportamento do paciente.

A assinatura digital no padrão ICP-Brasil é outro requisito para a emissão de documentos médicos online com segurança.

Considere ainda funcionalidades como:

Com a plataforma de Telemedicina Morsch, você aproveita esses e outros recursos para otimizar a rotina da sua equipe.

Solicite um orçamento para saber mais.

Conclusão

Abordei neste texto a parceria bem-sucedida entre telemedicina e saúde.

O uso dessa e outras tecnologias de saúde digital vem proporcionando diversos avanços no Brasil e no mundo.

Sua empresa pode fazer parte dessa transformação digital hoje mesmo, aproveitando as vantagens da Telemedicina Morsch.

Se gostou do conteúdo, leia mais artigos de telemedicina aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin