Duloxetina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 19 de junho de 2023
Duloxetina

Quer saber mais sobre a duloxetina?

Conhecida pelo efeito antidepressivo, ela também ajuda no tratamento de dores crônicas.

A substância é comercializada em cápsulas de 30 mg ou 60 mg nas farmácias e drogarias,

Para tanto, exige a receita de controle especial.

Nos próximos tópicos, apresento os detalhes de uso, principais indicações e respostas para dúvidas sobre esse medicamento.

O que é duloxetina?

Duloxetina é um medicamento antidepressivo da classe dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN).

Seu mecanismo de ação sobre o sistema nervoso central (SNC) colabora para o tratamento de doenças mentais, além de patologias que causam dores continuamente, como a fibromialgia.

Contudo, o uso seguro deve seguir estritamente a prescrição médica para evitar a dependência física e psíquica.

Para que serve a duloxetina

Disponível na forma cloridrato de duloxetina, o medicamento serve para tratar sintomas de transtornos depressivos, ansiosos e dores intensas.

Geralmente, a terapia tem meses de duração e deve ser monitorada pelo médico que fez a prescrição, a fim de prevenir reações adversas.

Ao inibir a recaptação de serotonina e noradrenalina, a duloxetina aumenta a oferta desses neurotransmissores no organismo, elevando a sensação de bem-estar.

Está aí a chave de seu efeito antidepressivo e analgésico sistêmico.

Principais indicações

Segundo a bula, o remédio é usado para tratar:

  • Dor neuropática periférica diabética, proveniente de uma doença que provoca lesão dos nervos devido aos altos níveis de glicose no sangue
  • Fibromialgia (FM) em pacientes com ou sem transtorno depressivo maior
  • Estados de dor crônica associados à dor lombar crônica
  • Estados de dor crônica associados à dor devido à osteoartrite de joelho (doença articular degenerativa) em pacientes com idade superior a 40 anos
  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Outras indicações dependem da avaliação médica.

Como tomar cloridrato de duloxetina

Encontrado em cápsulas de 30 mg ou 60 mg, o medicamento deve ser engolido de uma vez, com ou sem alimentos, nos horários prescritos pelo médico.

O tratamento pode ser diferente conforme a doença, se é inicial ou de manutenção (quando há uso contínuo da duloxetina).

Por isso, trago as orientações divididas de acordo com a patologia:

  • Transtorno depressivo maior: geralmente, o tratamento inicial consiste em uma dose de 60 mg, administrada uma vez ao dia, ou de 30 mg/dia por uma semana, a fim de que o organismo se adapte. A dose máxima recomendada é de 120 mg/dia. Caso seja necessário manter o tratamento por meses, a dose recomendada é de 60 mg/dia
  • Dor neuropática periférica diabética: a terapia medicamentosa com duloxetina também é iniciada com uma dose de 60 mg, administrada uma vez ao dia. O uso contínuo é recomendado pelo período máximo de 12 semanas
  • Fibromialgia: a dose usual para o começo do tratamento fica em 60 mg/dia, ou 30 mg/dia para permitir a adaptação ao remédio. A opção por tratamento contínuo é individualizada, considerando a resposta de cada paciente. A eficácia da duloxetina nesses casos foi comprovada para períodos de até 3 meses
  • Dor lombar crônica e dor devido à osteoartrite de joelho: a dose inicial pode ser de 60 mg ou 30 mg diários, conforme a prescrição médica. Depois de alguns dias, a dosagem se mantém em 60 mg, administrados uma vez ao dia, podendo ser aumentada para até 120 mg/dia, por até 13 semanas
  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): o tratamento deve ser iniciado com uma dose de 60 mg/dia, ou 30 mg durante a primeira semana. Caso seja preciso, a dose será aumentada gradualmente até o limite de 120 mg diários.

Você encontra mais detalhes na bula.

Receita de duloxetina

Como mencionei na introdução do artigo, a duloxetina só é adquirida mediante apresentação da receita branca do tipo C1.

Ela tem validade de 30 dias e pode liberar remédio para o tratamento durante um mês.

O documento é emitido em duas vias, sendo que uma fica retida na farmácia ou drogaria, enquanto a segunda se destina à orientação do paciente sobre o tratamento.

A via retida atende às exigências da Anvisa para remédios controlados, permitindo o rastreio das substâncias para coibir seu uso indiscriminado.

Para tanto, a agência governamental enquadra antidepressivos como a duloxetina no grupo C1, que também possui medicamentos anticonvulsivantes, antiparkinsonianos e antipsicóticos.

O objetivo é diminuir riscos relacionados à sua ação sobre o sistema nervoso central, como a tolerância, que faz o paciente ingerir doses cada vez maiores para conseguir o mesmo efeito.

Ou a dependência, que condiciona o funcionamento normal do organismo à presença do fármaco.

Dúvidas frequentes sobre duloxetina

Abaixo, esclareço algumas perguntas corriqueiras sobre o medicamento.

Quais os efeitos colaterais do cloridrato de duloxetina?

As reações adversas mais comuns incluem:

Caso observe sintomas mais graves, como batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), garganta se fechando, febre e queimação nos olhos, procure ajuda médica imediatamente.

Pacientes em tratamento para depressão maior e TAG também devem ficar atentos a mudanças nos padrões de comportamento, alertando o psiquiatra se perceberem pensamentos suicidas, agressividade, impulsividade ou crises de pânico.

Quem tem ansiedade pode tomar duloxetina?

Mencionei acima a indicação de duloxetina para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Porém, o remédio só deve ser usado sob prescrição médica, pois existem diferentes quadros de distúrbios ansiosos, e nem todos se beneficiam da substância.

Quem não pode tomar duloxetina?

O medicamento tem contraindicação para:

  • Indivíduos que tenham alergia à duloxetina ou componentes da fórmula
  • Pacientes menores de 18 anos
  • Gestantes ou mulheres que estejam amamentando
  • Pessoas que tenham utilizado remédios inibidores da monoamina oxidase (IMAO), como moclobemida e tranilcipromina, nos últimos 14 dias.

Converse com seu médico para o uso seguro da duloxetina.

Conclusão

Agora que sabe mais sobre a duloxetina, você pode fazer o uso consciente desse remédio, evitando a automedicação.

Caso desconfie de depressão, ansiedade e outras doenças mentais, marque uma consulta com o psiquiatra.

Outras patologias também podem ser avaliadas via teleconsulta no sistema Morsch, com rapidez e comodidade.

É só acessar a página, usar o filtro de especialidades e prosseguir para concluir seu agendamento.

Se estiver precisando apenas renovar uma prescrição que está perdendo a validade, existe um caminho ainda mais simples.

Escolhendo o serviço de renovação online, você solicita uma nova receita digital em poucos cliques, sem ter de aguardar por uma consulta.

Acesse a página, preencha um pequeno formulário e receba a prescrição por e-mail.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin