Tarja vermelha: o que é, para que serve e lista com exemplos de medicamentos

Diversos tipos de remédios têm embalagem com tarja vermelha.
Essa sinalização indica que devem ser liberados somente mediante prescrição médica.
Certas classes desses medicamentos ainda devem atender à venda com retenção de receita, como explicarei nas próximas linhas.
Avance na leitura para conferir um guia completo sobre a tarja vermelha, com diferenças em relação a outras tarjas.
Saiba também como adquirir a receita médica online para ter acesso a esses fármacos de maneira segura.

O que é tarja vermelha?
Tarja vermelha é um símbolo que indica medicamentos com venda condicionada à receita médica.
Essa e outras tarjas obedecem às exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que é o órgão responsável por estabelecer as regras para a rotulagem dos medicamentos no Brasil.
Atualmente, elas são regidas por legislações como a RDC 768/2022, que afirma, em seu Art. 20:
“Os rótulos das embalagens secundárias dos medicamentos com venda sob prescrição devem conter uma faixa vermelha ou preta, a depender da categoria do medicamento, na face frontal.”
No interior da tarja, também deve ser incluída a frase “VENDA SOB PRESCRIÇÃO“, em letras maiúsculas.
Para que serve a tarja vermelha nos medicamentos?
Além de atender às leis sobre rotulagem, a tarja vermelha contribui para a segurança do paciente.
Ela permite o controle do acesso a substâncias potencialmente perigosas, que oferecem risco intermediário de reações adversas e, portanto, devem ser utilizadas com cautela.
Afinal, fármacos não são simples bens de consumo.
Seu uso indiscriminado pode levar a complicações de saúde, incluindo até eventos graves.
Falarei mais sobre os riscos nos tópicos seguintes.
Por enquanto, vale dizer que a tarja vermelha é importante para a conscientização do paciente ou comprador a respeito dos perigos de utilizar fármacos por conta própria.
Bem como para garantir que o remédio certo será dispensado pelo farmacêutico, de acordo com a orientação médica para cada caso.
Nesse contexto, as regras de rotulagem acabam contribuindo para o sucesso do tratamento com diferentes medicações.
Tarja vermelha precisa de receita?
Sim. Conforme mencionei acima, os remédios tarja vermelha só devem ser dispensados mediante a apresentação da receita médica.
Mais especificamente, de uma receita branca em que constem informações como o nome do medicamento, dosagem, quantidade prescrita, horários, via de administração e duração do tratamento.

Certos itens tarjados em vermelho, como fármacos psicotrópicos, se enquadram como remédios controlados, devendo ser comprados apenas com um receituário de controle especial.
Nesses casos, é requerida a retenção da receita para monitoramento de sua comercialização por parte das autoridades de saúde.
Qual a diferença entre tarja vermelha e tarja preta?
A principal diferença entre elas é que a tarja preta é usada para medicamentos com alto risco de efeitos colaterais.
O abuso desses fármacos pode levar à dependência física e psíquica, condicionando o funcionamento do sistema nervoso central à presença das substâncias no organismo.
Outro problema é a tolerância, que exige doses cada vez maiores para conseguir o mesmo efeito inicial dos remédios tarja preta.
Nesse cenário, o usuário fica tentado a aumentar a dose sem conhecimento do médico, o que eleva as chances de overdose ou superdosagem – evento que coloca a vida em risco.
Daí o motivo de a Anvisa aplicar as normas mais rígidas aos medicamentos tarja preta, que geralmente são entorpecentes e psicotrópicos capazes de modificar o comportamento, humor e cognição do paciente.
Todos eles são vendidos com retenção de receita, e sua prescrição consiste em duas vias diferentes, sendo a segunda via destinada à orientação sobre o tratamento.
Já a primeira via é uma notificação de receita de cor amarela ou azul, documento que reúne informações sobre paciente, médico prescritor, comprador e fornecedor.
Tarja amarela
Cabe, ainda, citar a tarja amarela, inserida na embalagem de remédios genéricos, que têm o nome do princípio ativo e custo menor que os de marca.
Se o genérico for controlado, recebe duas tarjas: uma amarela e outra vermelha ou preta.
Medicamentos sem tarja
Há também os fármacos disponibilizados nos corredores das farmácias e drogarias, que podem ser comprados sem receita.
Falo dos medicamentos isentos de prescrição (MIP), a exemplo de antiácidos e analgésicos empregados no tratamento de condições de evolução lenta ou inexistente.
Embora não sejam controlados, esses itens só são aprovados para venda após ter sua qualidade, segurança e eficácia comprovadas por meio de testes.

Essa e outras tarjas obedecem às exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Quais são os remédios com tarja vermelha?
Medicamentos com diferentes finalidades podem receber a tarja vermelha.
Isso porque o símbolo não faz referência a uma ou mais classes de fármacos, e sim ao risco intermediário de efeitos colaterais.
A seguir, conheça alguns grupos de remédios que contém itens com tarja vermelha:
- Anti-hipertensivos: medicamentos usados para tratar a hipertensão – doença que mantém a pressão alta na maior parte do dia
- Antidiabéticos: ou seja, remédios para diabetes tipo 1, 2 e certos casos de pré-diabetes
- Antibióticos: aqueles que combatem infecções por bactérias, como a pneumonia bacteriana
- Anticoncepcionais: utilizados para evitar a gravidez e/ou tratar doenças que afetam o aparelho reprodutor feminino, como a endometriose
- Antidepressivos: empregados em casos de depressão e outras doenças mentais
- Antipsicóticos: indicados para combater sintomas de psicose presentes em doenças como a esquizofrenia
- Estabilizadores de humor: prescritos para evitar oscilações bruscas de humor que resultam em episódios maníacos ou depressivos que surgem por exemplo, em pessoas com transtorno afetivo bipolar (TAB).
A seguir, trago exemplos de medicamentos que recebem a tarja vermelha.
Lista de medicamentos com tarja vermelha
Não existe uma lista oficial que contemple todos os remédios de tarja vermelha.
Até porque ela seria muito extensa e precisaria de atualização constante, uma vez que teria de citar fármacos comuns e controlados de diversas classes.

Conheça alguns dos mais populares abaixo:
- Anti-hipertensivos: losartana, hidroclorotiazida, metoprolol, furosemida
- Antidiabéticos: insulina, metformina, semaglutida, gliclazida
- Antibióticos: amoxicilina, ciprofloxacino, azitromicina, cefalexina
- Anticoncepcionais: desogestrel, drospirenona, levonorgestrel, etinilestradiol
- Antidepressivos: sertralina, venlafaxina, desvenlafaxina, fluoxetina, bupropiona, escitalopram
- Antipsicóticos: quetiapina, risperidona
- Estabilizadores de humor: lítio, valproato, carbamazepina.
Fique atento ao uso de medicamentos controlados, como explico na sequência.
Lista de medicamentos controlados tarja vermelha
Alguns remédios citados acima pertencem ao grupo C de substâncias controladas pela Anvisa, cujas listas completas podem ser consultadas nesta página.
O grupo C possui 4 subdivisões, para as quais apresento alguns exemplos a seguir:
- Grupo C1 (Outras substâncias sujeitas a controle especial): amitriptilina, cetamina, clorpromazina, celecoxibe, etoricoxibe, dissulfiram, fenitoína, fluoxetina, halotano, haloperidol, isoflurano, lítio, misoprostol, sevoflurano, sertralina
- Grupo C2 (substâncias retinoicas): acitretina, adapaleno, bexaroteno, isotretinoína, tretinoína
- Grupo C3 (substâncias imunossupressoras): talidomida, lenalidomida, pomalidomida
- Grupo C5 (substâncias anabolizantes): estanozolol, metiltestosterona, nandrolona, testosterona, somatropina.
No próximo tópico, esclareço sobre os riscos desse tipo de medicamento.
Quais os riscos dos medicamentos com tarja vermelha?
Todo fármaco tem seus riscos, inclusive os vendidos sem receita.
No entanto, as chances de eventos adversos aumentam para os medicamentos de tarja vermelha.
A utilização, alteração da dose ou via de administração, continuação ou descontinuação do tratamento por conta própria expõem o paciente aos perigos da automedicação.
Entre eles, vale destacar:
- Interação medicamentosa: ocorre quando o efeito de uma droga é modificado pelo uso concomitante de outra substância, o que pode potencializar a ação terapêutica de um ou ambos os fármacos, diminuir sua eficácia ou desencadear respostas adversas de gravidade variada. Um exemplo é a combinação entre ácido acetilsalicílico (AAS) e insulina, que causa hipoglicemia (redução da taxa de açúcar no sangue). Já o uso de anticoncepcionais orais junto a anti-hipertensivos anula o efeito do remédio para pressão alta
- Reações alérgicas: o consumo de remédios sem orientação do médico eleva o risco de reações alérgicas, que podem ser leves, moderadas ou graves. Muitas vezes, o paciente não conhece todos os componentes da fórmula e, portanto, não poderia prever esses eventos
- Intoxicação: a administração de remédios acima das doses seguras pode levar à intoxicação, que se manifesta através de sintomas como suor intenso, vômito, diarreia, tontura, palpitação e confusão mental
- Resistência a medicamentos: um exemplo clássico é o das superbactérias, criadas a partir do uso excessivo de antibióticos, que culmina na redução do efeito desses fármacos sobre os microrganismos. Dessa forma, as infecções se tornam mais fortes e difíceis de tratar, exigindo remédios cada vez mais potentes, até que pode não restar alternativa de tratamento
- Complicação de doenças: muitas vezes, a automedicação mascara sinais e sintomas da doença, que tende a se agravar com o tempo. Isso porque o paciente tende a demorar a procurar o tratamento correto.
Descubra como ter acesso ao medicamento que precisa na sequência.

Os remédios tarja vermelha só devem ser dispensados mediante a apresentação da receita médica
Como comprar medicamentos com tarja vermelha?
Para adquirir um remédio tarja vermelha, você deve ir até a farmácia, utilizar um site ou aplicativo que comercialize medicamentos.
Presencialmente, solicite o item no balcão, pois o fármaco não costuma estar nas prateleiras.
Mostre a receita para o farmacêutico ou atendente, que fará a dispensação segundo a prescrição médica.
Caso seja um remédio controlado, a primeira via ficará retida, enquanto a segunda será carimbada e devolvida a você.
Aproveite para esclarecer dúvidas sobre as versões disponíveis, cuidados na administração e possíveis efeitos colaterais para ficar atento.
Se a compra for online, insira o nome do fármaco no campo de buscas.
Em seguida, confira o resultado que tiver o nome comercial ou o nome da substância ativa, caso o remédio seja genérico, e confirme se a dosagem está correta.
Não se esqueça de verificar a forma farmacêutica – comprimidos, gotas, solução injetável, creme tópico, etc.
Adicione o fármaco ao carrinho de compras e avance para o pagamento.
Será necessário anexar a receita médica para que o produto seja liberado.

Como obter receita para remédio de tarja vermelha?
Para conseguir uma receita, você deve passar em consulta médica presencial ou em teleconsulta, realizada via plataforma de telemedicina.
Ambas as modalidades permitem que o médico realize a anamnese, que é uma entrevista roteirizada para entender aspectos do histórico do paciente, queixa principal, início e intensidade dos sintomas.
O profissional também pergunta sobre comorbidades, tratamentos anteriores e atuais e o estilo de vida do indivíduo.
Esse relato é complementado pela avaliação física, na qual o médico verifica alterações na aparência e no funcionamento dos tecidos do corpo.
No caso da consulta online, ele consegue analisar a postura, fala, raciocínio e outros detalhes durante a interação por videoconferência, podendo também ter acesso a resultados de exames, fotos e outros documentos de interesse.
Reunindo as informações dessas etapas do exame clínico, o profissional elabora uma hipótese diagnóstica e, se necessário, faz a solicitação de exames complementares para confirmar ou afastar sua suspeita.
Partindo do diagnóstico, ele realiza a prescrição eletrônica ou em papel, recomendando as medidas terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas adequadas para o tratamento.
É nessa última etapa que o médico emite a receita digital, impressa ou manuscrita e a entrega ao paciente ou cuidador.
Passo a passo para agendar sua teleconsulta
Ao escolher a teleconsulta na plataforma Morsch, o processo de marcação do atendimento online é rápido e simples, pedindo apenas alguns cliques:
- Comece acessando a página de agendamentos
- Digite o nome do médico, especialidade ou área de interesse no campo de busca avançada
- Os resultados da pesquisa vão mostrar uma lista de profissionais e seus perfis. Selecione o médico de sua preferência
- Observe as datas e horários em que o profissional está disponível, informadas à direita da foto dele, e escolha uma opção
- Você será direcionado para uma página com os dados da teleconsulta. Para prosseguir, faça login no sistema
- Se for seu primeiro acesso, clique em “Criar conta” e preencha os dados solicitados para concluir a ação
- Avance para o pagamento.
Você receberá uma mensagem de confirmação contendo o link de acesso à sala virtual exclusiva onde será feita a teleconsulta – clique sobre ele no dia marcado para falar com o médico online.
Se precisar contatar um médico agora, clique aqui!
Qual a validade da receita para remédios de tarja vermelha?
Em geral, a validade das receitas médicas é de 30 dias, contados a partir da data seguinte à emissão.
Contudo, existem algumas exceções, como os antibióticos, cuja prescrição vale por 10 dias.
Ou os remédios de uso contínuo, cuja receita pode ter a validade estendida por 6 meses ou mais, a critério do médico.
Mas você não precisa se preocupar caso a prescrição esteja perdendo a validade, porque dá para renovar a receita via Telemedicina Morsch.
Basta acessar este link e preencher um pequeno formulário para solicitar a revalidação da receita.
Em seguida, avance para o pagamento e confirme o pedido.
Conclusão
Ao final deste artigo, você está por dentro dos medicamentos e finalidade da tarja vermelha.
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