Desvenlafaxina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 15 de maio de 2023
Desvenlafaxina

Desvenlafaxina é um remédio usado no combate à depressão.

Pode ser adquirido nos formatos comprimido revestido de liberação prolongada de 50 mg ou 100 mg.

Além disso, o fármaco deve ser tomado com cautela para prevenir efeitos colaterais.

Neste artigo, explico mais sobre as indicações, como tomar e como conseguir a receita médica.

Adianto que a telemedicina traz uma inovação que facilita a vida de pacientes que precisam desse medicamento.

O que é desvenlafaxina?

Desvenlafaxina é um fármaco antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN).

Seu efeito auxilia no equilíbrio desses neurotransmissores, revertendo os sintomas da depressão.

O uso seguro deve ser feito de acordo com a prescrição médica.

Para que serve a desvenlafaxina

A desvenlafaxina serve para tratar quadros depressivos.

Seu mecanismo de ação aumenta a disponibilidade das substâncias serotonina e noradrenalina no cérebro, contribuindo para estabilizar o humor em pacientes com depressão.

Isso porque é comum que os hormônios estejam presentes em quantidade reduzida nas pessoas que sofrem com a doença, o que explica seus principais sintomas.

A carência de serotonina, por exemplo, pode impactar no humor, apetite e até na memória.

A noradrenalina, por sua vez, também interfere sobre o humor e controle da ansiedade, que tendem a ser prejudicados quando não há quantidade satisfatória desse neurotransmissor.

Principais indicações

Na bula, consta uma única indicação: Transtorno Depressivo Maior (TDM).

Essa patologia é definida como estado de profunda e persistente infelicidade ou tristeza, acompanhado de uma perda completa do interesse pelas atividades diárias normais.

Vale ressaltar que a desvenlafaxina é contraindicada para pacientes pediátricos.

Como tomar succinato de desvenlafaxina

A dose usual de succinato de desvenlafaxina monoidratado corresponde a 50 mg, uma vez por dia, com ou sem alimentos.

Dependendo do quadro e tolerância do paciente, pode ser necessário aumentar a dose de forma gradativa, geralmente em intervalos de sete dias.

A dose máxima não deve ultrapassar 200 mg por dia.

Por se tratar de comprimidos revestidos de liberação prolongada de 50 mg ou 100 mg, não é recomendado partir os comprimidos.

Eles devem ser tomados inteiros, com a ajuda de um pouco d’água, no horário determinado pelo médico para otimizar seus efeitos.

Há alguns ajustes sugeridos para casos específicos, como detalho abaixo:

  • Pacientes com Insuficiência Renal (prejuízo na função dos rins): a dose inicial recomendada em pacientes com insuficiência renal grave ou doença renal em estágio terminal (DRET) é de 50 mg, em dias alternados
  • Pacientes com Insuficiência Hepática (prejuízo na função do fígado): não é recomendada a administração de doses superiores a 100 mg/dia.

A seguir, explico como você pode ter acesso à desvenlafaxina.

Receita de desvenlafaxina

A prescrição exigida para a compra da desvenlafaxina é a receita branca C1.

Isso significa que a substância faz parte da lista de remédios monitorados pela Anvisa, devido ao impacto sobre o sistema nervoso central (SNC).

No grupo C1 são encontrados anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, antidepressivos e antipsicóticos.

A liberação desse tipo de medicamento só é feita mediante a apresentação da receita de controle especial, que deve ser emitida em duas vias, permitindo que a primeira fique retida na farmácia ou drogaria no momento da dispensação do fármaco.

Já a segunda permanece com o paciente ou cuidador, a fim de fornecer orientações para que o tratamento seja feito corretamente.

A validade da receita de desvenlafaxina é de 30 dias, contados a partir do dia seguinte ao da prescrição médica, e pode dar acesso a doses suficientes para até um mês de tratamento.

Dúvidas frequentes sobre desvenlafaxina

Agora que você conhece o mecanismo de ação e posologia, aproveito para esclarecer dúvidas recorrentes sobre o uso da desvenlafaxina.

Quais são os efeitos colaterais de desvenlafaxina?

Para responder a essa pergunta, trago uma lista com as principais reações adversas ao medicamento, começando pelas mais comuns:

  • Insônia
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Sonolência
  • Náusea
  • Boca seca
  • Hiperidrose (suor excessivo)
  • Redução do apetite
  • Síndrome de abstinência
  • Ansiedade
  • Nervosismo
  • Sonhos anormais
  • Irritabilidade
  • Redução da libido
  • Anorgasmia (falta de prazer sexual ou orgasmo)
  • Tremor
  • Parestesia (dormência e formigamento)
  • Distúrbios de atenção
  • Disgeusia (alteração do paladar)
  • Visão borrada
  • Midríase (pupila dilatada)
  • Zumbido no ouvido
  • Taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos)
  • Palpitação
  • Aumento da pressão sanguínea
  • Fogachos
  • Bocejos
  • Diarreia
  • Vômitos
  • Constipação
  • Rigidez musculoesquelética
  • Disfunção erétil
  • Ejaculação tardia
  • Fadiga
  • Astenia (fraqueza)
  • Calafrios
  • Nervosismo
  • Teste de função anormal do fígado
  • Aumento ou redução de peso.

A lista é grande, mas não significa que todo paciente está sujeito a um ou alguns desses efeitos.

Na dúvida, converse com seu médico.

Qual é o melhor horário para tomar desvenlafaxina?

Normalmente, o psiquiatra indica que a desvenlafaxina seja tomada em dose única pela manhã, após o café da manhã.

Afinal, um dos efeitos esperados é o aumento da energia, portanto, faz sentido evitar horários próximos ao sono.

Caso seja necessário fracionar a dose, os comprimidos devem ser administrados pela manhã e próximo ao horário do almoço, no começo da tarde.

Em quanto tempo a desvenlafaxina faz efeito?

Conforme descreve a bula, o succinato de desvenlafaxina começa a fazer efeito em até 7 dias.

No entanto, pode demorar cerca de um mês para que o paciente perceba melhora no quadro depressivo.

Inclusive, os sintomas podem se agravar na primeira semana de terapia medicamentosa, mas não é indicado descontinuar o tratamento sem prescrição médica.

Informe ao seu médico se houver demora para o efeito ou reações adversas que motivem ajustes na dose ou mesmo a substituição por outro antidepressivo.

Quem toma desvenlafaxina pode tomar cerveja?

Devido à ação sobre o sistema nervoso central, a desvenlafaxina não deve ser ingerida ao mesmo tempo que bebidas alcoólicas.

Nessa situação existe o risco de que os efeitos de ambas as drogas sejam potencializados, colocando a saúde em perigo.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a desvenlafaxina?

Esse antidepressivo deve ser tomado sob prescrição médica, evitando a automedicação, respeitando dosagens, horários e período de tratamento.

Caso esteja se sentindo permanentemente triste e desinteressado pelas atividades do dia a dia, procure ajuda médica para ser avaliado e receber o tratamento adequado.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin