Venlafaxina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 4 de maio de 2023
Venlafaxina

Venlafaxina é um fármaco prescrito para tratar transtornos depressivos e ansiosos.

Pode ser administrado em pacientes internados ou para terapias ambulatoriais, feitas em casa.

O remédio é encontrado nas farmácias e drogarias, em comprimidos de 37,5 mg e 75 mg.

Ao longo do artigo, explico como tomar, quais as possíveis reações adversas e qual o tipo de receita médica para venlafaxina.

Você ainda vai descobrir um jeito fácil de renovar a prescrição e seguir seu tratamento.

O que é venlafaxina?

Venlafaxina é um medicamento antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação neuronal da serotonina, norepinefrina e dopamina (ISRS).

Isso significa que seu mecanismo de ação aumenta a disponibilidade dessas substâncias no sistema nervoso central (SNC).

Dessa forma, contribui para a regulação do humor, elevação da disposição e bem-estar.

Para que serve a venlafaxina

A venlafaxina serve para tratar quadros de depressão e ansiedade.

Devido à sua ação no sistema nervoso central, é recomendada cautela no uso desse fármaco, que deve ser administrado conforme prescrição médica.

Também é importante evitar a descontinuidade do tratamento por conta própria.

Isso pode causar efeitos colaterais como fraqueza, tontura, cefaleia (dores de cabeça), insônia, náuseas e nervosismo.

Tanto o início quanto o seguimento e descontinuidade do tratamento com venlafaxina devem ter acompanhamento médico.

Principais indicações

O cloridrato de venlafaxina pode ser receitado para tratar doenças como:

Outras indicações dependem de investigação médica.

Como tomar cloridrato de venlafaxina

Encontrado sob as apresentações em comprimidos de 37,5 mg e 75 mg, o fármaco deve ser tomado junto com alimentos, a fim de reduzir a ocorrência de sintomas de intolerância digestiva.

A dose inicial recomendada é de 75 mg/dia, dividida em duas ou três tomadas com alimentos.

Pode ser que o médico aumente essa dosagem para 150 mg/dia ou até 225 mg/dia, conforme a tolerabilidade ao cloridrato de venlafaxina e a dosagem necessária para aliviar os sintomas depressivos e/ou ansiosos.

Caso seja preciso ajustar a dose, isso é feito com aumento progressivo de até 75 mg por dia em intervalos de no mínimo quatro dias.

Pacientes internados com quadros graves de depressão respondem à dose média de 350 mg/dia, que pode atingir até 375 mg/dia, normalmente dividida em três administrações.

De acordo com a bula, dosagens especiais também podem ser necessárias para:

  • Insuficiência hepática: é recomendada a redução pela metade da dose total diária ministrada a pacientes com insuficiência hepática leve a moderada, pois eles eliminam venlafaxina e seu metabólito ativo (ODV) mais lentamente que outros pacientes
  • Insuficiência renal: recomenda-se que a dose total diária seja reduzida em 25% a 50% em pacientes com insuficiência renal (TFG = 10 a 70 mL/min), que também eliminam a venlafaxina de forma lenta.

Converse com seu médico e nunca altere a dosagem sem essa orientação.

Receita de venlafaxina

A venlafaxina só é dispensada mediante a entrega de receita branca C1.

Essa é uma prescrição de controle especial, requerida para medicamentos que pertencem à lista C1 de substâncias monitoradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A exigência de receita C1 é feita para a comercialização de fármacos anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, antidepressivos e antipsicóticos.

A prescrição é emitida em duas vias pelo médico, pois uma delas fica retida na farmácia ou drogaria para que a Anvisa possa rastrear seu uso.

Já a segunda via serve para orientar o paciente ou cuidador em relação ao tratamento, recordando sobre dosagens, horários e consultas de retorno.

O documento tem validade de 30 dias, contados a partir do dia seguinte à prescrição médica, permitindo a aquisição de comprimidos suficientes para até dois meses de tratamento.

Dúvidas frequentes sobre venlafaxina

Agora que você entende o mecanismo de ação da venlafaxina, veja respostas para algumas perguntas comuns sobre o medicamento.

Quais são os efeitos colaterais da venlafaxina?

As principais reações adversas ao uso do fármaco são:

  • Astenia (fraqueza)
  • Vasodilatação (principalmente calores)
  • Hipertensão
  • Náusea
  • Constipação
  • Anorexia
  • Vômito
  • Flatulência (gases)
  • Perda de peso
  • Tontura
  • Sonolência
  • Insônia
  • Boca seca
  • Nervosismo
  • Sonhos anormais (sonhos lúcidos, pesadelos e aumento de sonhos)
  • Tremor
  • Depressão
  • Parestesia (formigamento e dormência)
  • Diminuição da libido
  • Agitação
  • Faringite
  • Bocejos
  • Sudorese
  • Visão anormal (visão embaçada e dificuldade de focar os olhos)
  • Ejaculação anormal e impotência em homens
  • Anorgasmia (mulheres).

Converse com seu médico ao notar qualquer uma dessas manifestações.

Por que a venlafaxina emagrece?

Mencionei acima que um dos efeitos colaterais observados com o uso desse remédio é a perda de peso.

Isso pode ser explicado pela redução do apetite e diminuição de estados ansiosos que podem aumentar a ingestão de alimentos.

Nesse cenário, alguns pacientes podem emagrecer, em especial no começo do tratamento com venlafaxina.

Contudo, o efeito tende a diminuir depois de duas semanas utilizando o medicamento.

Por que a venlafaxina tira o sono?

Insônia é outra reação adversa comum durante a utilização da venlafaxina, principalmente nos primeiros 15 dias de tratamento.

Isso porque a substância impacta no funcionamento cerebral, o que pode inibir ou prejudicar a qualidade do sono.

Para diminuir esse efeito, psiquiatras costumam recomendar a ingestão do fármaco de manhã e à tarde, no entanto, nem sempre essa medida é suficiente para prevenir a insônia noturna.

Caso o sintoma esteja prejudicando as atividades diárias, é importante consultar o médico para fazer ajustes na dose

Também é possível usar outro remédio para ajudar a dormir ou mesmo substituir a venlafaxina.

Quem não pode tomar venlafaxina?

O cloridrato de venlafaxina é contraindicado para:

  • Pacientes pediátricos, menores de 18 anos
  • Mulheres grávidas ou em fase de amamentação, salvo caso prescrito pelo obstetra
  • Indivíduos alérgicos a qualquer componente da formulação
  • Pacientes que estejam recebendo antidepressivos da classe dos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), como fenelzina, isoniazida, moclobemida, iproniazida, isocarboxazida, nialamida, pargilina, selegilina, toloxatona, tranilcipromina, brofaromina e moclobemida.

Para o uso seguro, relate qualquer informação importante para seu médico.

Conclusão

Ao final do artigo, você está por dentro das indicações e cuidados durante o tratamento com venlafaxina.

Esse medicamento oferece riscos, portanto, evite a automedicação ou a suspensão de uso por conta própria.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin